Este artigo foi publicado no grupo que possuo no Facebook, Escotismo e suas Histórias. Lançado aqui no blog pois é um tema que quem sabe os leitores poderão tirar conclusões.
“Deja vu escoteiro” Será mesmo?
Sabe aquela sensação quando você está numa cena e tem impressão que já
passou por aquilo? Você está conversando com pessoas e acha que já conversou
aquilo tudo e com as mesmas pessoas? Pois bem, é quando uma parte do seu
cérebro que tem a função de lembrar coisas passadas é acionada no momento
errado e daí lhe dá essa impressão. Viu como tem explicação científica? E tem
gente que aplica isso em mediunidade, paranormalidade, e não tem nada á ver, ou
será que tem? Mas e daí? Porque estou escrevendo isto? Risos. Não sei. Mas hoje
tive um “deja vu” só meu. Lembrei-me quando comecei aqui no facebook. Tem um ou
dois anos. Era Orkutiano. Dos bons, ainda sou, mas me transferi de mala e cuia
e aqui finquei raízes.
Quando cheguei minha
saga era uma só e ainda é claro. Tentar mostrar um escotismo oculto que nossos esplendidos
escotistas não conheciam. Pelo menos assim pensava. Alem de minha página fiz um
grupo e aos poucos tudo cresceu. Gosto de escrever e como tal não perdi tempo.
Artigos, histórias, lendas, comentários todos falando de escotismo. Só no blog
do grupo já passam de 270 publicações. Não abandonei minha linha oposicionista.
Não. Mas sempre disse que era uma oposição sadia. Melhorar mais e mais o que
temos hoje. Duas lutas duas frentes foram às primeiras escolhas da batalha que
julgava ser de um homem só. Nasci na UEB e mesmo não fazendo o registro anual
(com ele já teria sofrido represálias) a defendo com unhas e dentes. Sempre
respeitando os demais irmãos escoteiros que tiveram seus motivos para criar ou
organizar outra associação paralela. Acredito que eles têm esse direito.
Indiscutível e Inalienável. Mas nunca
foi a minha escolha.
Escolhi como tema
de minha luta a democracia Escoteira. Centenas de artigos falando sobre isto.
Poucas respostas. Depois entrei na área que começou a render subsídios. O
Escotismo e suas tradições o que ao incluir o uniforme Escoteiro deu o que
falar. Pensando em divertir meus amigos, coloquei modelos femininas de
uniformes extravagantes. E aí o céu caiu sobre minha cabeça. Fui chamado de
tudo. Risos. Os arautos que representavam a direção Escoteira prontamente a
defenderam. Outros escotistas aqueles mais a direita e com uma visão mais
idealista também demostraram suas posições a favor. Mas o tema foi crescendo.
Outros grupos e sites ligados ao facebook apareceram. Vozes aqui e ali se
levantaram. Começou uma discussão sadia.
Não era um levante ou um motim nada disto. Cada um pelo menos agora tinha dois
lados para pensar. Interessante que desde que aqui comecei convidei muitos que
participavam da cúpula Escoteira brasileira. Alguns se desligaram da minha
página e do grupo tão logo viram minha linha de ação e outros nunca em tempo
algum retrucaram ou mesmo disseram alguma coisa. De vez em quando aparece um
antigo ou mesmo um novo membro da UEB que se manifesta.
Muitos, ou seja, a
maioria quase absoluta sempre olhou e com razão o lado bom, simples, amigo,
irmão de um voluntariado singelo dedicado única e exclusivamente aos jovens.
Perfeito. Os dirigentes adoram. Mas tentei mostrar o outro lado. Não poderíamos
ser muito mais? Atingir melhor os objetivos? E até exemplifiquei a evasão como
uma das causas principais da falta de crescimento e continuidade dentro do
escotismo dos jovens e adultos. Porque não tínhamos uma participação mais
efetiva de todos? Porque não havia uma consulta às bases dos temas mais
importantes que eram apresentados como fato consumado? Sabíamos e sabemos que
temos direitos e deveres, mas nossos direitos param em estatutos e regimentos
internos que foram escritos de maneira tal que não nos dão nenhuma participação
efetiva. Se menos de 0,5% do nosso efetivo são os que decidem e elegem não
posso aceitar como um movimento democrático.
Sei que muita coisa
está mudando. Sei que tem membros na alta direção que já pensam de maneira
diferente. Uma vez escrevi um artigo que poucos conhecem com o título “Onde está
o Wally?” Wally era para mim a UEB. Inatingível. Sozinha, soberana, nunca se
aproximando dos seus súditos e sempre esperando ser consultada ou procurada
para dar a palavra final. Até hoje ainda vejo essa Wally aqui no Facebook. Tem
aqueles que dizem – Querem saber as ultimas mudanças no escotismo? Procurem o
site tal e tal. Não seria uma Wally? – Como diz o comediante – “Tudo eu? E eles
nada?” Risos.
E para terminar, um
dois ou mais anos aqui deram para me sentir feliz. Muito. Vi mudanças de
atitudes vi grupos interessantes discutindo seriamente o escotismo de hoje,
participei de listas onde as ideias floriram nas mentes sábias dos seus
participantes. Não sei o futuro. Não sei se um dia teremos plena democracia
Escoteira, não sei se nossos dirigentes irão fazer pesquisas sérias de nossas
falhas e terão a audácia necessária para fazer ampla consulta as bases em tudo
aqui que acharam válido mudar. Não sei. Não sei mesmo. Mas nestes últimos anos
tenho visto tantas coisas que acredito que até agora valeu a pena tudo que escrevi.
Se uns concordaram e outros não, valeu a pena. Parabéns a todos que se
manifestaram. Se pudesse daria um abração apertado e um aperto de mão a “lá
Baden Powell” em todos, de norte a sul do Brasil. Não sou Deus. Não posso fazer
isto. Mas meus amigos – P A R A B É N S!