Acredite em si. Engate a mente na sua
boa estrela e reconheça que a sua luz interior o conduzirá sempre para cima e
para frente.
Jogando conversa fora.
Agora somos conhecidos
em todo Brasil. Temos um novo uniforme.
O marketing do
novo uniforme está aí. Alguns se colocam como defensores deles. Arrolam-se em
explicações e detalhes que julgam importantes para usá-lo. Dizer o que? Já disse
o que tinha de dizer. Foram centenas ou milhares de jovens e adultos contra e o
que os dirigentes fizeram? Nada. Já estava programado e decidido. Difícil à transparência.
Se é que ela existe para eles. Em quatro paredes decidem e os demais bons
escotistas aceitam de bom grado. Mas não vou criticar ninguém, pois cada um tem
o direito de escolher e viver como quer. Afinal isto é democrático.
Se hoje tirei
o dia para discordar é porque também tenho este direito. Se eles tem porque eu
não tenho? Nós Escoteiros temos uma só palavra e até hoje ainda não vi um que
disse que foi consultado ou foi pesquisado. Tudo foi feito de maneira que
devagar e aos poucos os tipos escolhidos fossem apresentados de forma bombástica
em uma atividade nacional. Um espetáculo a parte. Muitos bateram palmas. A cada
mês uma norma uma explicação e apareceram dezenas de defensores. O escotismo
sempre tem aqueles que concordam com tudo. Não estão errados. Amarram-nos a uma
disciplina que em alguns casos eu me sinto um alienado.
Lembro que
desde 1950 quando fazia minhas atividades aventureiras em qualquer lugar que
chegávamos todos diziam – São os Escoteiros. Estive em cada canto, em cada sitio,
em cada arraial, pequenas e grandes cidades e até no exterior e sempre os
moradores apontavam e diziam – Olhem os Escoteiros chegaram. Sentíamos orgulho
com nosso caqui e chapelão. Quando vários grupos se reuniam era um espetáculo a
parte. Quer saber? Quando Regional em Minas fui convidado a participar de uma
comissão para escolher um novo uniforme social (S O C I A L!) não gostei muito. Mas a choradeira era
geral. Precisávamos de nos apresentar adequadamente reclamavam os insatisfeitos.
Pensei comigo se BP de calça curta se apresentou para a Rainha e nós?
Da década de
80 em diante começaram a forçar um novo estilo de uniforme. O tergal cinza chumbo
passou para o jeans. Mais barato diziam. Mas não era um uniforme social? Aos poucos
introduziram para os seniores para os Escoteiros e o POR fui modificado para
que cada estado cada grupo escolhesse o seu. Então veio o traje. Mais barato e
os mais pobres podem usar. Que coisa eim? Os pobres eram já definidos pelo
uniforme. Mas aconteceu o contrário. Copiando nações cujos jovens se
encontravam em atividades internacionais logo surgiu o modismo. Afinal ele
existia em todos os lugares e no escotismo não poderia ficar sem. Uma camiseta,
um lenço amarrado na pontinha, chinelos um chapéu virado e pronto. Estava
uniformizado apesar de dizerem ser um traje. Até hoje me pergunto o porquê do
traje e do uniforme. Pergunto-me porque isto não aconteceu com escolas
tradicionais, com as polícias militares, as forças armadas e tantas outras associações
que mantiveram suas tradições.
Foram centenas
de explicações. A maioria de pessoas não tinham representatividade na Direção
Nacional. Eles os dirigentes pouco disseram. Eles falam pouco – Precisamos mudar,
dizia uns, precisamos ter um novo, pois os jovens detestam esse caqui, diziam
outros. Meus seniores querem sair se não tiverem um novo uniforme completa
outro. E assim centenas de defensores apareceram. Cheguei à conclusão que agora
seriamos saudados de norte a sul e a procura de jovens iria duplicar. As
alcateias e tropas ficarão completas. Mesmo se as atividades ao ar livre e
aventureiras não acontecerem, os jovens ficarão mais tempo no escotismo. Isto
irá traduzir no futuro o reconhecimento Escoteiro em nível nacional pelas
autoridades do país. Afinal agora estamos bem uniformizados. Antes não estávamos.
Dezenas de anos para criar uma raiz, uma tradição, um hábito de comportamento
reconhecido por todo o Brasil. Agora um novo. Repicam sonoramente que os outros
não vão acabar. A escolha é do grupo. Batem palmas para o caqui Juram sobre
isto e demonstram pelas normativas que nada mudou. Quem viver verá. Se uma
direção que não consulta ninguém que nunca fez pesquisa com os associados, que
nunca se explicou quando muda ou altera ao seu bel prazer, deixa em dúvida o
que será o futuro em termos de uniformidade.
Entendo a posição
de muitos amigos que aceitam de bom grado e até tentam justificar as alterações
efetuadas. Aceito sim, pois me considero um Escotista democrático. E isto me
leva a pensar que só aqui no Facebook quando se falou e se concretizou a ideia
do novo uniforme, centenas e milhares foram contra. Ninguém os levou em
consideração. Quantos anos vamos levar para sermos reconhecidos como um
movimento uniformizado? Quantos anos agora vamos levar para que sejamos
reconhecidos em cada canto do nosso sertão Brasileiro com este novo uniforme? Que
Deus proteja os Escoteiros. Que agora o sonho de muitos dos 500.000 associados
no Brasil seja realidade. Os defensores estão aí para dizerem que estou errado.
Eles tem razão. O escotismo é deles e não mais meu. Eles iram viver mais uma
dezena de anos e verão se tiveram ou não razão nos aplausos. Claro se forem
bastante honestos consigo próprio para dizer – Deu resultado! Valeu!
Há duas formas para
viver sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagres.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagres.
Uma é acreditar que não existe milagres.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagres.