Crônicas de
um Chefe Escoteiro.
“Liberdade
ainda que tardia”
Quando
tudo nos parece dar errado
Acontecem coisas boas
Que não teriam acontecido
Se tudo tivesse dado certo.
Acontecem coisas boas
Que não teriam acontecido
Se tudo tivesse dado certo.
Quantos anos? Muitos penso eu. Levei muitos
anos pensando que o escotismo seria a fonte da formação da juventude em todos
os rincões do país. Onde ele seria reconhecido como um excelente meio de
educação extraescolar e que todos teriam por ele um reconhecimento como é visto
em muitas nações mais avançadas. Avançamos tropegamente e sem até agora termos
resultados satisfatórios. Podem dizer que sim, afinal é um direito de cada um
pensar assim. Mas democracia? Não temos. Onde está a democracia em que menos de
0,5% votam? Onde a representatividade praticamente não existe? Exceto o Grupo
Escoteiro célula mater do escotismo os demais órgãos vão diminuindo esta
representativa em nome de que os eleitos são nossos representantes. Se todos
votassem nestes candidatos ainda vá lá, mas não é o que acontece.
Sempre recebo e-mails, comentários em
OF ou em ON de chefes, diretores, jovens Escoteiros e escoteiras sobre o que
acontece em seus grupos, sobre o que pensam de seus chefes, de seu distrito e
região. Se eles falam comigo é porque são cerceados se dirigem aos outros acima
dele ou então são repelidos como errados em suas preposições. Hoje tirei o dia
para citar Fernando Henrique Cardoso. Sei que muitos não gostam dele, mas tem
umas frases ótimas. Veja essa – (alterei) – Como eu, como você e todos nós,
acho que a UEB precisa se perguntar: - Será que sou tão bom como estou dizendo
que sou? Não digo que em todos os órgãos Escoteiros eles se consideram o
máximo, se consideram os donos da verdade e tem até alguns que alardeiam que
estão ali porque foram eleitos. Jovens me escrevem sobre a intransigência de
seus chefes, que não aceitam e nem pedem opiniões. Adultos me escrevem para
dizer que seu grupo é um feudo de um ou dois, e que ou se faz como a liderança
quer ou vá procurar outro grupo.
Veja, se você discorda da UEB tem
vários para censurá-lo. Sei que é um direito, mas não podemos nos manifestar?
Um grupo, aquele que existe de fato, que tem as bases do escotismo em
funcionamento não pode votar e ser votado? Ora, ora não me digam que sim que os
estatutos permitem. 0,5% significa o que? Dou risadas do FHC – Chega dessa
republica do nhem-nhem-nhem! Sempre me senti marginalizado por não concordar
com o andar da carruagem. E como eles se sentem os donos da verdade, conversam
alguns de maneira grosseira e tem alguns que só sabem citar os artigos dos
Estatutos como se ele tivesse sido feito com um trabalho de varias mãos em
todos os órgãos Escoteiros. Uma jovem se insurgiu contra a maneira com que
mudaram o uniforme. Resolveram chamá-lo de vestimenta. Lastimável. Foi cerceado
de todo o jeito e até tentaram de todos as maneiras mostrar que eles, os donos
do poder estavam certos. Volto a FHC – Não pode haver preconceito contra quem
sabe. Saber não é errado. Nem a UEB e seus diretores são acrobatas de circo
para fazer piruetas, receber aplausos e desaparecer nos bastidores.
Ainda FHC – Ser realista implica também
reconhecer o inexplicável, o que surge, o de repente. É preciso saber adaptar a
isso. E ele termina (estou alterando) É preciso uma pitada de candomblé para
poder entender essa imensa UEB! Se ser oposição significa ser contra a ordem
social existente, e os que tem afinidade a favor, a democracia é sem duvida uma
corrente de esquerda. Utópico? Talvez. Mas sem utopia ninguém muda o mundo e a
UEB precisa ser mudada. Ela tem de existir. Insisto sempre no que Aldous Huxley
escreveu:
“Uma organização não é consciente nem viva”. Seu
valor é instrumental e derivado. Não é boa em si; É boa apenas na medida em que
promoveu o bem dos indivíduos que são partes do todo. Dar primazia às
organizações sobre as pessoas é subordinar os fins aos meios. Tudo estaria a
salvo se toda a população fosse capaz de ler e se permitisse que toda espécie
de opiniões fosse dirigida aos homens, pela palavra ou pela escrita, e se pelo
voto, os homens pudessem eleger um legislativo que representasse às opiniões
que tivessem adotado.
E porque não citar Baden-Powell nosso fundador a
quem devemos seguir, pois não somos os donos e nem os idealizadores do
escotismo. Ele foi enfático em suas palavras e não há como discordar, claro
pensando que devemos ter uma democracia transparente onde todos possam votar e
ser votado (não como hoje).
“A maior ameaça a uma democracia é o homem que não
quer pensar pôr si mesmo e não quer aprender a pensar logicamente em linha
reta, tal como aprendeu a andar em linha reta”. A democracia pode salvar o
mundo, porém jamais será salva enquanto os preguiçosos mentais não forem salvos
de si mesmos.
Eles não querem pensar, desejam apenas ir para
frente, seguindo a ponta do nariz através da vida. E geralmente, estes, alguém
os guia puxando-os pelo nariz!
- Saia da sua estreita rotina se quer alargar sua
mente.
Democracia e transparência? Quem sabe um dia. (“finalizo com FHC) - Vou
terminar usando as palavras que ouvi de Handel, que são palavras mais belas que
se pode ouvir – E cito Handel – ALELUIA”!