Apenas para divertir, não me levem a sério!
Leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”!
"Tenho seis regras que me ensinaram tudo o que sei:
O quê, Por que, Quando, Como, Onde, e Quem?" (Rudyard Kipling).
"Qualquer idiota pode fazer uma regra e
qualquer idiota a seguirá."
(Henry Thoreau).
O
mundo é feito de regras, normas, artigos, leis, decretos, parágrafos que até
me
assusto com tudo isso. Nada podemos fazer sem pensar que podemos infligir
alguma delas. Claro. São necessárias. Assim dizem. E no escotismo então? Uma
parafernália. Cada dia que passa mais normas, mais regras, mas artigos dizendo
o que podemos e não podemos fazer. No final da década de cinquenta, uns sábios
fizeram um tal de POR. Princípios, Organizações e Regras da União dos
Escoteiros do Brasil. Lindo! Um grande livro. Muitas páginas, completo. Diz
tudo que você pode ou não fazer. Acho que pouca gente leu tudo! Risos.
Tem hora que me sinto cerceado.
Se hoje estivesse à frente de uma sessão escoteira não sei se me desincumbiria
bem das minhas responsabilidades. Hoje tudo mudou. Nada se faz sem pensar nas
leis, regras, artigos, parágrafos ou o escambal. Certo? Claro que sim. Têm
tantos por aí exigindo direitos que pode aparecer no escotismo alguém a exigir
os seus. “Quero meus honorários”! Quero meus direitos! Quero minha Insígnia!
Quero meu Tapir de Prata! Quero, quero... Saudades dos velhos tempos. Oi
Romildo! E aí? Vamos acampar sábado? Era assim. Colocava minha mochila, ração A
ou B, uma meia lona da barraca e lá ia eu cantando o Rataplã! (falando nisso
você sabe cantar ele completo?)
Agora? Se você quer ser
voluntário no escotismo, vai ter de enfrentar mil normas, mil regras, mil leis.
Um escambal. Antes não. Os chefes vinham dos pioneiros, que vinham dos
seniores, que vinham dos escoteiros, que vinham dos lobinhos... Um escambal
mesmo. Difícil isso hoje. Prefiro nem comentar. Mas se queres mesmo, preencha a
ficha, leia as normas, as leis e observe bem, não tem letrinhas miúdas (ou
tem?) e depois vais receber um “Tutor ou assessor pessoal” Será o responsável
pelo seu desenvolvimento. Ele dirá sim ou não se você serve ou não para ser um Escotista
e claro lhe mostrar o caminho a seguir. Oi, esqueci, tem de aprender
informática, pois se não souber “mexer” no tal SIGUE e se não tiver a senha
“babau!”.
Risos. De muitos tutores e
assessores que vejo atuando a maioria é Diretor Técnico. Afinal não temos tanta
gente por aí “dando sopa” para tomar conta de “marmanjos” escoteiros e afinal
não é qualquer um que tem um assessor pessoal. Eu gostaria de ter um. Já
pensou? Dizem por aí que quem entra um belo dia amarra a ponta do lenço, pode
ser com uma camiseta do grupo, ou pode ser sem camisa, tanto faz e já está
promessado. Risos. Brincadeira. Sei que não é assim em muitos grupos. Mas tem
tantos amarrando o lenço, sem uniforme, um belo chapéu australiano, um lindo
tênis branco, uma bermuda amarela... Escoteiros! Avante!
Acampar? Deus me livre. Não tem
o pedido de autorização para o Comissário do distrito? E se for sair do seu
Estado de origem, já pediu autorização dos estados onde vai passar? Isto deve
ser feito em quatro vias. Uma para o grupo, uma para o distrito uma para a
região e uma para a direção nacional. Se possível com firma reconhecida! Risos.
E depois? Uma autorização por escrito dos pais. Também com firma reconhecida. E
tome cuidado. Se houver um gritinho mais alto do chefe, os pais podem
processá-lo. Se um pai for advogado é melhor não acampar mesmo. Fique em casa
no Facebook que vai ganhar muito mais. Risos.
Depois, depois, é fazer centenas
de processos. Para Liz de Ouro, para Escoteiro da Pátria, para Insígnia de BP,
para Condecorações, Para os cordões de eficiência, para, para, para... Risos.
Melhor contratar um contador para isso. Nunca vi tantos processos e ainda dizem
que o escoteiro tem uma só palavra. Mas enfim, isso é a modernidade. Cada dia
recebendo novas normas. – “A partir desta data, fica determinado que a
determinação anterior não deva determinar mais nada!” Risos.
Prefiro ficar em casa. Já não
posso mais andar direito mesmo. Falar então? E olhem, meus olhos se confundem
quando leio tantas normas, leis, decretos, regras, artigos, parágrafos... Isso
é um escambal. No bom sentido. Mas enfim, sempre me lembram de que o
mundo é outro. Deve ser. Estou aqui no computador, no Facebook. Não existia
antes. Mas não será que antes eu era mais feliz e não sabia?
Nota
– apenas um artigo, sem o intuito de ofender a quem quer que seja. Entendo
perfeitamente a necessidade das normas, leis, decretos, regras, artigos,
parágrafos etc. Sem tudo isso seria uma “barafunda” sem tamanho. O teor deste
artigo é apenas uma diversão cujos pensamentos meus vão e se vai do presente ao
passado. Nada mais que um pobre "Velho" Escoteiro sem nada o que
fazer e sentindo mudanças que não são suas. E viva o Facebook! Um escambal,
isso sim! Risos.
O verdadeiro revolucionário é
guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um
revolucionário autêntico sem esta qualidade".