Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O
modo como você o encara é que faz a diferença.
Benjamin
Franklin
Ser ou não ser, eis a questão!
Não
queria parodiar Shakespeare. “Ser ou não ser, eis a questão: será mais
nobre em nosso espírito
sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja. Ou
insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer.
dormir: não mais”. – O que tem a ver tudo isto com o que escrevo? Quem sabe
nada a ver com minhas implicâncias atuais. Dizem que velhos são assim mesmo.
Chatos, um pé no saco, implicantes. Mas ponham-se no meu lugar, vim de uma
época de orgulho em tudo que fazíamos no escotismo. Onde o respeito à
cidadania, as nossas tradições, a Lei Escoteira sempre se pautaram pela ética e
o respeito. Claro, ética que acreditávamos, pois hoje a ética é vista de outra
forma. Criam-se tantas coisas a bel prazer de um e de outro. Em nome de uma
liberdade que não poderia existir criam-se uma norma um P.O.R que para mim não
passam de ilusões de megalomania. Entendam isto não podia ser decisões de
poucos. Todos os adultos deveriam estar envolvidos. Impossível? Impossível para
quem não quer ouvir opiniões.
A maioria dos estados já tem
seus novos eleitos. Sempre a situação. Eram os melhores? Pode ser. Pode não
ser. Comentários pipocam de norte a sul.
Muitos acreditando em mudança. Sei não. Eu sou igual São Tomé, tenho de
ver para crer. Vou falar francamente. Não gosto de meias verdades. Estão
prometendo muito. Talvez por que estão sendo cobrados por muitos. Mas
sinceridade? Eu não faria assim. Não faria porque vejo o escotismo de uma
maneira simples sem complicar. Se tivesse que decidir seria de outra maneira.
Nada de burocracia. O Grupo Escoteiro se tornou uma empresa. Bom isto? Também
não sei. São cursos para tudo. Aquela leveza, simplicidade do passado acabou.
Precisamos de uma parafernália para sermos felizes pra sempre. Mentira? Veja
abaixo:
Certidão de Busca para inscrição no
município; Pagamento das taxas
pertinentes no próprio cartório. Estatuto Social em 03 vias; Proceder o
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica na Secretaria da Receita Federal
e alvará de licença - corpo de bombeiros.
Tem mais? Putz grila!
Acho interessante. Na maioria
dos países com associações escoteiras, não se vê chefes inventando nada. Os
uniformes são iguais de norte a sul salvo locais mais frios que usam calças
compridas e magas também compridas. Aqui? Virou bagunça. Desculpe meus amigos
mais chegados por falar assim. Um dirigente diz – Usem calça azul curta meia
branca curtinha. Bah! E lá estão membros da direção e da equipe de formação
usando. Não digo que estão errados nada disto. Foi implantado por dirigentes que
adoram inventar. E os chapéus? ”É de tirar o chapéu”! Até nas cantinas dos
“come quietos” agora são vendidos. Eles pululam nestas atividades de fazer
caixa (camporees, ajuris, aventuras e etc) Olhe, não fique bravo comigo. Já
disse. Sou um chato de galocha. Mas sabem me dá nos nervos ver dirigentes
nacionais ou regionais de camiseta amarela, branca, azul seja lá o que for com
o lenço. Claro, sei que aprovaram isto. Mas existe isto em pais sério? Pode até
ser que tem alguns que imitaram jovens em jamborees e isto foi passando de mão
em mão. Mas são minorias.
Não sei se aprenderam alguma
coisa do passado. Claro que sei que muitos são da nova geração. A geração que
acha que pode tudo e que tudo é certo para eles. Acho que nunca ouviram falar
de Garbo e Boa Ordem. Apresentação pessoal. Uniforme? O nome diz. Todos iguais.
Ainda bem que temos gente que guardou no peito a lembrança do orgulho
escoteiro. Souberam adaptar a modernidade sem esquecer o passado. Mantem viva a
memoria Escoteira com orgulho. Ainda lembro-me do surgimento do outro uniforme.
Calça cinza chumbo, camisa azul mescla. – Lembro que em atividades nacionais,
ou no próprio Grupo Escoteiro o dirigente da atividade dizia – Chefes, o
uniforme nesta atividade será o social ou o caqui. Hoje? Cada um se apresenta
como quer. Uma parafernália de cores e tipos.
Acho o escotismo
tão simples, tão alegre, que as pessoas aborrecidas deveriam colocar o chapéu e
sair por aí recitando “Hasta La Vista Baby”. (risos sei que me enquadro nisto). Quanto vale um sorriso? De graça
para um Escoteiro. Um aperto de mão? Um orgulho de apertar a mão de alguém. E o
Sempre Alerta? Questão de honra em ser o primeiro a dizer. Hoje? Não sei. Falo
mais para os adultos e meu Deus como temos espalhados por aí tantos e tantos se
pavoneando. Dizendo estarem no caminho para o sucesso. Quem sabe estão mesmo? E
olhem, dou boas risadas numa charge que existia no passado – “E ainda dizem que
somos um movimento organizado e uniformizado” – Época do Escoteiro Chefe Arthur
Basbaum. Foi um orgulho para mim apertar sua mão. E seu uniforme? De cair o
queixo.
Mas os tempos são outros. As
forjas da vida não temperam mais o aço que um dia forjaram escotistas
dirigentes desta estirpe. Arthur Basbaum, Benjamim Sodré, Darcy Malta, Floriano
de Paula escoteiros chefes que dava gosto olhar e aprender e cumprimentar. Sem
desmerecer muitos que hoje primam pela sua honradez, caráter e ética e claro
tem sua maneira de pensar, eu ainda me bato pela cidadania, do garbo e da
apresentação. Não importa qual uniforme. Mas que seja um ou dois e que os
chefes sirvam de exemplos para os jovens e outros chefes que virão. Esta
barafunda de hoje joga por terra todo um trabalho realizado por aqueles que
primavam pela apresentação.
E viva os novos eleitos. Vamos
dar um voto de confiança. Afinal isto nunca aconteceu. É uma luz no fim do
túnel. Enquanto isto me deixem embarcar na Enterprise. Vou por aí onde ninguém
esteve. Data estelar? Não sei. Espaço?
Que seja a fronteira final. Estas são as viagens de um "Velho" Chefe
Escoteiro chato de galocha a bordo da
nave estelar Enterprise. Em sua missão de três anos... Para
explorar novos mundos... Novas regiões escoteiras, nova Direção Nacional, novos
diretores regionais e pesquisar novas vidas... Novas civilizações escoteiras...
Audaciosamente indo onde nenhum homem exceto Lord Baden Powell jamais esteve.
Preocupe-se mais com a
sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você
é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros
pensam, é problema deles.