Conversa ao
pé do fogo.
A origem do
chapéu Escoteiro.
Em nosso país o Chapéu de
Abas Largas, vulgo chapelão escoteiro era inconfundível para identificar um
escoteiro. Era uma das peças
do uniforme que mais caracterizaram o escoteiro. Todos conheciam o famoso
chapéu de feltro de abas largas e cor marrom da Prada. Soube que os chapéus da
marca Stetson inglês ainda correm mundo no uso pelos escoteiros. Pelo que vejo
aos poucos ele volta à moda, mas sem o caráter de obrigação. Soube que nas
lojas escoteiras já são ofertados. Não sei se os preços são acessíveis.
Sua história e como
ele passou a fazer parte do escotismo mundial poucos conhecem. Inicialmente o
chapelão foi conhecido como chapéu "Stetson" em alusão a empresa
americana que o fabricava, a John B. Stetson Company. Originalmente o chapéu
foi desenvolvido para ser utilizado pelos vaqueiros das pradarias da América do
Norte por ser de material leve, o feltro e ter um desenho que protegia
completamente o rosto dos vaqueiros devido as suas abas largas.
Durante a guerra
Anglo/Böer, regimentos de várias colônias foram mobilizados para defender os
interesses do império britânico na África do Sul. O Canadá, que já empregava o
chapelão no seu exército, enviou seus soldados para a guerra. A exceção do
primeiro contingente que utilizou capacetes, o chapéu "Stetson" foi
empregado em todas as unidades canadenses enviadas à África do Sul.
Baden-Powell ao observar a artilharia de campo canadense em Mafeking, ficou
bastante impressionado com seus chapéus.
Como B-P era encarregado de
criar a polícia sul-africana, encomendou à empresa americana 10 mil chapéus
para equipar aquela polícia. O agrado de Baden-Powell pelo chapelão foi tamanho
que anos mais tarde ele o adotou no Movimento Escoteiro. A fama que o chapelão
alcançou depois da guerra foi tão grande que vários exércitos passaram a utilizá-lo.
O chapelão ainda é muito utilizado hoje em dia por forças policiais no mundo
inteiro e na famosa Polícia Montada Canadense, mas é no escotismo que ele
continua sendo marca até hoje como imagem e característica.
O chapelão escoteiro tem uma
maneira muito própria de ser usado. Ao contrário do chapéu a cowboy, o chapéu
escoteiro se usa com a correia justa e presa atrás da nuca. Nessa correia é
feito um nó de pescador ou de cabeça de cotovia, que fica em cima da aba do
chapéu, à frente. Esta correia é ajustável, bastando deslizar os dois nós
simples que compõem o nó de pescador, afastando-os ou aproximando-os. Uma
insígnia metálica de escotismo, mundial ou não, deve ser usada do lado esquerdo
do chapéu, afixada no fecho da correia que rodeia a copa.
O chapelão escoteiro tem
quatro amolgaduras bem definidas, como usava Baden-Powell, uma à frente, outra
atrás e uma de cada lado. Outras origens são contadas de maneiras quase
idênticas. Ele em sua época logo após aparecer os primeiros Escoteiros na
Inglaterra era também conhecido como “Chapéu Scout” – Aliás, "Chapéu de
Baden-Powell" – ou ainda em linguagem mais corrente "Chapéu de Quatro
pontas" ou ainda... "quatro dobras".
Tem como origem e confecção
bem conhecida dos ex-Cowboys, hoje os “cattlemen” (homens do gado), sobre o
nome de “Moutain Peak” pela sua semelhança com as montanhas daquele estado
americano... Foi escolhido pelo General Robert Baden-Powell para cobrir as
cabeças dos garotos reunidos no “Mafeking Cadete Corps” e depois atribuídos aos
“South African Constabulary”, criado igualmente por Baden-Powell e escolhidos
por “Southern District Scouts” em 1907.
Conta-se que o General
Baden-Powell por ter sido tornado “Chefe Scout”, (Escoteiro Chefe Mundial) fez
dele uma parte importante no uniforme escoteiro. A forma deste chapéu
assemelha-se ao do contingente da New Zelândia, os futuros kiwis da Grande
Guerra e do contingente canadiano de muito célebre “North-West Mounted Police”
(Policia Montada do Canadá) futura R.C. M\P ou Polícia Montada Real do Canadá. Estas
três sábias considerações não impedirão ninguém a reconhecer este elegante
CHAPÉU como: O Chapéu Scout para todo o sempre ligado a um MOVIMENTO DE
JUVENTUDE MUNDIAL nascido da imaginação de um general um pouco que seja
observador e malicioso.
O Chapéu Scout cai em desuso em 1940
na França com a regulamentação do Escotismo Francês e que neste momento,
predomina a boina. Tinha por assim dizer, desaparecido nos anos de 1970 os
raros grupos que o usam ainda, como o de Riamont, deviam adquiri-los na
Bélgica. Os Scout’s d’Europe não o tinham e pouco usavam. Era pelo
desenvolvimento dos Scouts Unitários de França (e a vontade dos rapazes...) que
ele ressurge a partir de 1945 em muitos países. As Guias de França usam um
chapéu sem dobras, azul marinho.
No Brasil ele foi
sobejamente usado por muitos anos e por um preço acessível fabricando pela
Prada. Infelizmente esta fabrica pelo volume pequeno de vendas deixou de
fabricá-lo. Assim devido a dificuldades de aquisição e também desinteresse das
lojas Escoteiras em não o ter em estoque, foi aos poucos substituído pelo Boné
o que na visão deste Velho Escoteiro não tem muito de Escoteiro. Risos.
(Nota – (Um) - Disseram-me que já existe nas
Lojas Escoteiras. Não sei o valor. (Dois) A Canção “O meu chapéu tem três
Pontas” foi muito cantada no passado fazendo gestos com os braços, tirando o
chapéu fazendo uma curvatura e continuar cantando saltado um estribilho. O meu
chapéu tem três pontas, tem três pontas o meu chapéu. Se não tivesse três
pontas, não seria o meu chapéu. Para os que não conhecem veja o site: