segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Aconteceu! Neste Natal, Estou saindo do Escotismo!



Aconteceu! Neste Natal,
Estou saindo do Escotismo!

                             Isto mesmo! Estou saindo do Escotismo!!!! Desta vez é para valer. Chega de vai e vem e não vai nunca. Destruíram tudo que conquistei tudo que fiz tudo que um dia sonhei em transformar minha vida em uma perfeição montada em dez artigos da lei. Lei que sempre fez jornada em meu coração. Agora querem tirar a honra da minha promessa... A honra? Deus meu! Sangram sem saber parte da minha vida. Minha honra existe e está presa em meu ser. Choro por dentro só em pensar que vou embora do escotismo. Saindo, não terei outro lugar para ficar...

                              Não quero medalhas, não quero louvores, só quero ter milhares de amigos para um dia sentarmos em volta do fogo e lembrarmos os tempos idos que não voltam mais... Quero ter o direito de ver o que as estrelas viram quando menino sonhador me embrenhava nas matas da minha cidade a procura de aventuras que existiam dentro de mim. Quero abraçar aqueles que me queriam bem e hoje nem estão mais vivendo no mesmo ar na mesma terra que ainda habito até quando não sei.

                             Não tirem o escotismo de mim. Quero ter o direito de contar estrelas, de pegar carona em cometas, de pisar na via láctea dando sorrisos de bem querer. Quero montar no meu uniforme, fazer dele um balão de ar e junto com meu chapelão e minha mochila viajar ao sabor do vento sem direito e sem obrigação de parar... Para acampar... Para acantonar! Quero ir por aí, nas trilhas que adotei quando com meu bastão garimpava o capim gordura, o colonião, e até pequenas flores recém-nascidas de Girassol, que mesmo lindo e sozinho é alegre e formoso e nem precisa de buquê...

                            Já estou sentido falta, sentindo saudades lembrando-se dos meus percalços nunca antes travestidos de perda de memória, de glorias que não são minhas, das histórias que nunca abandonei, do passado que até hoje cantei em cantos sublimes nas terras do mundo por onde passei! Eu tenho na alma no meu ser, o sangue que derramei nos espinhos dos caminhos, das ditosas fontes onde banhei, nas bandeiras que hasteei, nas sombras que do sol escondi, procurando um lugar para ficar sem saber aonde ir.

                           Será verdade minha escolha? Se for nem parece à paixão do escotismo que me marcou, que me abraçou quando chorei ao fazer minha promessa onde prometi... Pela minha honra! Abandonar tudo? Deixar para trás uma vida que fiz um sonho que criei? Se amei se esqueci, se pus no embornal e marchei por subidas íngremes de montanhas que escalei, deixar assim meu escotismo que tanto amei?

                          E eis que salvadora ela chega, linda formosa, minha Célia meu canto, meu pedaço de chão, mulher nota mil, caricias no rosto, caricias nos cabelos, sonhos e atropelos e acordo... Olho para seus olhos, negros como a noite, a me olhar e dizer: - Marido! Foi um pesadelo! O Escotismo é você, você é o Escotismo! Faz parte do seu ser. Feliz Natal meu amado, o Menino Jesus escoteiro das estrelas acabou de nascer!