Origens do nome Gilwell Park.
Gilwell... Um nome.
O prefixo “Gill”
vem de uma palavra do inglês antigo que significava: Vale ou depressão. O
sufixo “well” vem do inglês antigo “wella”, que significava nascente ou
ribeiro. Assim, Gilwell seria um vale com uma nascente ou ribeiro. O mais
antigo registro de terras pertencentes ao Parque de Gilwell (ou Gilwell, como
se escrevia antigamente) remonta a 1407, quando faziam parte da Paróquia
de Waltham Abbey. O seu proprietário era John Crow, que chamava às suas
terras “Gyldiefords”. As terras mudaram de dono poucos anos mais tarde e, como
era hábito na época, o novo dono (Richard Rolfe) alterou o nome das terras para
“Gillrolfes”, usando o seu próprio apelido.
Gilwell… um
parque com história.
Ao longo dos
vários séculos, as terras que hoje constituem o Parque de Gilwell mudaram de proprietário
diversas vezes, tendo sido agregadas e divididas várias vezes. Na década de1730, as terras de Gilwell foram guarida
para um Místico salteador inglês Dick Turpin. Em1793, a família Chinnery mudou-se para
Gilwell, tendo sido os mais importantes ocupantes do parque. Esta família era
um modelo da alta sociedade londrina, dinâmicos, enérgico se ligados às artes. William
Chinnery, um jovem ambicioso com um rápido sucesso profissional foi agregando à
propriedade outros terrenos ao redor que iam aparecendo para venda.
Gilwell… um
parque com história.
Margaret
Chinnery transformou os terrenos em magníficos jardins e decorou o edifício
principal a rigor, organizando frequentemente serões chamando, assim, as
atenções da alta sociedade. Até os membros da família real eram frequentadores
de Gilwell, como o Rei Jorge III, o Príncipe Regente e o Duque
de Cambridge. Ao longo dos vários séculos, as terras que hoje constituem o
Parque de Gilwell mudaram de proprietário diversas vezes, tendo sido agregadas
e divididas várias vezes. Na década de1730,
as terras de Gilwell foram guarida para um místico salteador inglês, Dick
Tupin.
Em 1812 foram
descobertos os estratagemas fraudulentos que William Chinnery usava para
desviar enormes quantias de dinheiro dos cofres do reino e assim alimentar a
glamorosa vida social da família, tendo-lhe sido confiscado o Parque de Gilwell.
Gilwell foi posto à venda através de um leilão, mas, por causa do escândalo com
os anteriores donos, só foi comprado em1815,
por Gilpin Gorst, pelo preço de 4940 libras. A propriedade voltou a
mudar de dono várias vezes. Em1858
foi comprada por William Gibbs, um industrial excêntrico, poeta e inventor. “A
sua invenção de maior sucesso foi o creme dental Gibbs”, produzida na sua
própria fábrica. Após a sua morte, em1900,
mulher e filhos viram-se incapazes de manter a propriedade em boas condições,
dados os elevados custos de manutenção, acabando por vendê-la.
Escoteiros compram Gilwell Park.
William
Frederick de Bois Mac Laren era um generoso empresário escocês bem sucedido e
também escoteiro, sendo Comissário Distrital (dos escoteiros) na Escócia e
grande amigo de BP. William Pertencia ao clã escocês dos Maclaren, que remonta
ao século XIII, cujo Tartan encontramos no Lenço de Gilwell. Faleceu em Junho
de 1921. Numa visita que fez a Londres, Maclaren impressionou-se ao ver os
escoteiros londrinos fazerem as suas atividades em ruas e terrenos baldios. Em Novembro
de 1918, Maclaren contatou BP, manifestando-lhe
o seu desejo de comprar um campo escoteiro para a associação, que ficasse perto
de Londres e acessível aos escoteiros da parte oriental da cidade.
B-P falou
nesta ideia a Percy Bantock Nevill, na época Comissário para Londres Oriental.
Ainda em Novembro, Maclaren e Nevill juntaram-se para discutir o assunto e,
após estudar várias opções, acordaram em procurar uma propriedade em Hainault Forest
ou em Epping Forest, tendo Maclaren oferecido sete mil Libras para a compra. Vários
grupos de pioneiros procuraram propriedades em ambas às áreas durante algum tempo,
sem sucesso, até que, um dia, o dirigente John Gayfer sugeriu a Nevill o Parque
de Gilwell perto da vila de Chingford, onde costumava ir observar aves, e que
estava à venda. Nevill visitou o local e ficou bem impressionado, apesar do
aspecto deplorável em que se encontrava o parque. A propriedade,
com um total de pouco mais de 214 mil metros quadrados, estava à venda
por exatamente sete mil libras. B-P visitou o local no dia 22 de Novembro.
Feita a
compra, Nevill levou para Gilwell os seus Pioneiros,
na Quinta-feira Santa de 1919, para começarem uma operação de limpeza e
recuperação durante as férias da Páscoa. Os edifícios estavam degradados e a vegetação
desgovernada cobria os terrenos. Na primeira noite descobriram que os terrenos
eram demasiado úmidos para montar tendas, por isso ficaram numa velha cabana
de jardinagem que batizaram de “The Pigsty” (pocilga, chiqueiro), que
ainda hoje existe. As despesas com a recuperação do edifício principal foram
subestimadas, mas Maclaren, entusiasmadíssimo com os trabalhos, doou mais 3 mil
libras. Durante vários fins-de-semana, Escoteiros e Pioneiros deslocaram-se ao
Parque de Gilwell para participar dos trabalhos.
Em Maio de
1919, Francis Gidney foi nomeado Chefe de Campo, orientando de forma mais consistente
e direcionada os trabalhos de recuperação. A inauguração oficial do Parque de
Gilwell deu-se a 26 de Julho de 1919. A esposa de Maclaren cortou as
fitas e o próprio Maclaren foi condecorado por B-P com o Lobo de Prata.
O parque evoluiu
muito desde 1919 até hoje, com novas construções, reconstruções e marcos importantes.
Formação de
dirigentes.
B-P deu os
primeiros passos na formação de dirigentes, organizando palestras no início da
década de 1910. Era evidente que esta formação era demasiado teórica e era necessária
uma vertente mais prática, só possível com um local adequado. B-P convenceu
Maclaren de que o Parque de Gilwell era suficiente para albergar também um
centro de formação de dirigentes.
Gilwell e a Insígnia de Madeira.
Na história do Escotismo, o Parque
de Gilwell e a Insígnia de Madeira têm um lugar de destaque pela sua
longevidade e importância no Movimento. O parque é um local místico que todos
os Escoteiros procuram visitar quando vão à Inglaterra, sempre repletos
de jovens e adultos nas mais diversas
atividades. Foi aqui que surgiu a Insígnia
da Madeira, no curso de formação de dirigentes que, entretanto, se espalhou
pelo mundo. Seguindo as linhas orientadoras definidas por B.P,
Gidney dirigiu o primeiro curso de
formação de dirigentes em Gilwell, de 8 a 19 de Setembro de1919, com 18 formandos.
Fizeram parte
dos conteúdos temas como organização de patrulhas, pioneirismo, faca e machado,
formaturas, marcham, bandeiras higiene e saúde em campo, latrinas, fogueiras, tendas,
campismo, pontes, fauna e flora, Morse e homógrafo, pistas, jogos, medição
de distâncias, mapas, etc. o curso
foi um sucesso, ficando conhecido como curso da “Insígnia de Madeira”, devido à
certificação que era dada a quem o concluísse.
Nos primeiros
cursos, os formandos eram divididos em patrulhas e aprendiam como treinar os
seus rapazes através de jogos. As atividades práticas, ao ar livre, eram a
parte principal.
Nota – Uma viagem
além dos muros de Gilwell Park, uma história cheia de místicas e origens que
marcaram o escotismo no mundo. Nada que se disser de Escotismo pode ser
entendido fora de Gilwell Park. Era sim mais verde a grama lá em Gilwell!