quinta-feira, 21 de junho de 2018

Origens do nome Gilwell Park.



Origens do nome Gilwell Park.

Gilwell... Um nome. 
O prefixo “Gill” vem de uma palavra do inglês antigo que significava: Vale ou depressão. O sufixo “well” vem do inglês antigo “wella”, que significava nascente ou ribeiro. Assim, Gilwell seria um vale com uma nascente ou ribeiro. O mais antigo registro de terras pertencentes ao Parque de Gilwell (ou Gilwell, como se escrevia antigamente) remonta a 1407, quando faziam parte da Paróquia de Waltham Abbey. O seu proprietário era John Crow, que chamava às suas terras “Gyldiefords”. As terras mudaram de dono poucos anos mais tarde e, como era hábito na época, o novo dono (Richard Rolfe) alterou o nome das terras para “Gillrolfes”, usando o seu próprio apelido.

Gilwell… um parque com história.
Ao longo dos vários séculos, as terras que hoje constituem o Parque de Gilwell mudaram de proprietário diversas vezes, tendo sido agregadas e divididas várias vezes. Na década de1730, as terras de Gilwell foram guarida para um Místico salteador inglês Dick Turpin. Em1793, a família Chinnery mudou-se para Gilwell, tendo sido os mais importantes ocupantes do parque. Esta família era um modelo da alta sociedade londrina, dinâmicos, enérgico se ligados às artes. William Chinnery, um jovem ambicioso com um rápido sucesso profissional foi agregando à propriedade outros terrenos ao redor que iam aparecendo para venda.

Gilwell… um parque com história.
Margaret Chinnery transformou os terrenos em magníficos jardins e decorou o edifício principal a rigor, organizando frequentemente serões chamando, assim, as atenções da alta sociedade. Até os membros da família real eram frequentadores de Gilwell, como o Rei Jorge III, o Príncipe Regente e o Duque de Cambridge. Ao longo dos vários séculos, as terras que hoje constituem o Parque de Gilwell mudaram de proprietário diversas vezes, tendo sido agregadas e divididas várias vezes. Na década de1730, as terras de Gilwell foram guarida para um místico salteador inglês, Dick Tupin.

Em 1812 foram descobertos os estratagemas fraudulentos que William Chinnery usava para desviar enormes quantias de dinheiro dos cofres do reino e assim alimentar a glamorosa vida social da família, tendo-lhe sido confiscado o Parque de Gilwell. Gilwell foi posto à venda através de um leilão, mas, por causa do escândalo com os anteriores donos, só foi comprado em1815, por Gilpin Gorst, pelo preço de 4940 libras. A propriedade voltou a mudar de dono várias vezes. Em1858 foi comprada por William Gibbs, um industrial excêntrico, poeta e inventor. “A sua invenção de maior sucesso foi o creme dental Gibbs”, produzida na sua própria fábrica. Após a sua morte, em1900, mulher e filhos viram-se incapazes de manter a propriedade em boas condições, dados os elevados custos de manutenção, acabando por vendê-la.

Escoteiros compram Gilwell Park.
William Frederick de Bois Mac Laren era um generoso empresário escocês bem sucedido e também escoteiro, sendo Comissário Distrital (dos escoteiros) na Escócia e grande amigo de BP. William Pertencia ao clã escocês dos Maclaren, que remonta ao século XIII, cujo Tartan encontramos no Lenço de Gilwell. Faleceu em Junho de 1921. Numa visita que fez a Londres, Maclaren impressionou-se ao ver os escoteiros londrinos fazerem as suas atividades em ruas e terrenos baldios. Em Novembro de 1918, Maclaren contatou BP, manifestando-lhe o seu desejo de comprar um campo escoteiro para a associação, que ficasse perto de Londres e acessível aos escoteiros da parte oriental da cidade.

B-P falou nesta ideia a Percy Bantock Nevill, na época Comissário para Londres Oriental. Ainda em Novembro, Maclaren e Nevill juntaram-se para discutir o assunto e, após estudar várias opções, acordaram em procurar uma propriedade em Hainault Forest ou em Epping Forest, tendo Maclaren oferecido sete mil Libras para a compra. Vários grupos de pioneiros procuraram propriedades em ambas às áreas durante algum tempo, sem sucesso, até que, um dia, o dirigente John Gayfer sugeriu a Nevill o Parque de Gilwell perto da vila de Chingford, onde costumava ir observar aves, e que estava à venda. Nevill visitou o local e ficou bem impressionado, apesar do aspecto deplorável em que se encontrava o parque. A propriedade, com um total de pouco mais de 214 mil metros quadrados, estava à venda por exatamente sete mil libras. B-P visitou o local no dia 22 de Novembro.

Feita a compra, Nevill levou para Gilwell os seus Pioneiros, na Quinta-feira Santa de 1919, para começarem uma operação de limpeza e recuperação durante as férias da Páscoa. Os edifícios estavam degradados e a vegetação desgovernada cobria os terrenos. Na primeira noite descobriram que os terrenos eram demasiado úmidos para montar tendas, por isso ficaram numa velha cabana de jardinagem que batizaram de “The Pigsty” (pocilga, chiqueiro), que ainda hoje existe. As despesas com a recuperação do edifício principal foram subestimadas, mas Maclaren, entusiasmadíssimo com os trabalhos, doou mais 3 mil libras. Durante vários fins-de-semana, Escoteiros e Pioneiros deslocaram-se ao Parque de Gilwell para participar dos trabalhos.

Em Maio de 1919, Francis Gidney foi nomeado Chefe de Campo, orientando de forma mais consistente e direcionada os trabalhos de recuperação. A inauguração oficial do Parque de Gilwell deu-se a 26 de Julho de 1919. A esposa de Maclaren cortou as fitas e o próprio Maclaren foi condecorado por B-P com o Lobo de Prata.
O parque evoluiu muito desde 1919 até hoje, com novas construções, reconstruções e marcos importantes.

Formação de dirigentes.
B-P deu os primeiros passos na formação de dirigentes, organizando palestras no início da década de 1910. Era evidente que esta formação era demasiado teórica e era necessária uma vertente mais prática, só possível com um local adequado. B-P convenceu Maclaren de que o Parque de Gilwell era suficiente para albergar também um centro de formação de dirigentes.

Gilwell e a Insígnia de Madeira.
Na história do Escotismo, o Parque de Gilwell e a Insígnia de Madeira têm um lugar de destaque pela sua longevidade e importância no Movimento. O parque é um local místico que todos os Escoteiros procuram visitar quando vão à Inglaterra, sempre repletos de jovens e adultos nas mais diversas atividades. Foi aqui que surgiu a Insígnia da Madeira, no curso de formação de dirigentes que, entretanto, se espalhou pelo mundo. Seguindo as linhas orientadoras definidas por B.P, Gidney dirigiu o primeiro curso de formação de dirigentes em Gilwell, de 8 a 19 de Setembro de1919, com 18 formandos.

Fizeram parte dos conteúdos temas como organização de patrulhas, pioneirismo, faca e machado, formaturas, marcham, bandeiras higiene e saúde em campo, latrinas, fogueiras, tendas, campismo, pontes, fauna e flora, Morse e homógrafo, pistas, jogos, medição de distâncias, mapas, etc. o curso foi um sucesso, ficando conhecido como curso da “Insígnia de Madeira”, devido à certificação que era dada a quem o concluísse.

Nos primeiros cursos, os formandos eram divididos em patrulhas e aprendiam como treinar os seus rapazes através de jogos. As atividades práticas, ao ar livre, eram a parte principal.
Nota – Uma viagem além dos muros de Gilwell Park, uma história cheia de místicas e origens que marcaram o escotismo no mundo. Nada que se disser de Escotismo pode ser entendido fora de Gilwell Park. Era sim mais verde a grama lá em Gilwell!