Conversa ao pé do fogo.
O inesquecível Grande Uivo.
“GRANDE UIVO significa uma forma de mostrar que os Lobinhos estão prontos
para obedecer às ordens do Akelá e, mais do que isso, fazê-lo da forma Melhor
Possível! Assim, é também uma maneira de reafirmar a sua Promessa e dar boas
vindas aos visitantes ou uma data festiva”.
Não! Claro que não. Não vou
ensinar como se faz grande Uivo. Nunca! Não vim aqui para isto. Só quero contar
o que senti na primeira vez. Ou quem sabe muitos aqui que estão lendo este
artigo sabem o que quero dizer. Acredito que mesmo a Akelá, o Bagheera, o Balu,
a Kaa e tantos outros que são os irmãos mais velhos dos lobinhos devem também
sentir quando o Grande Uivo é realizado. Muito ainda não sabem a importância
desta cerimonia em sí que por sinal é linda. Talvez a mais linda de tudo que o
movimento Escoteiro e a mística da Jângal nos oferecem. Pode até ser que se
compare a uma investidura pioneira nos moldes do passado. Claro talvez não como
eu vi os pioneiros há muito tempo atrás, no fundo de uma gruta brilhante a luz
de velas, estalactites mil, lá para os lados de Lagoa Santa em Minas em uma
caverna ainda inexplorada, mas isto é outra história e não interessa aqui.
É incrível ver a face dos
lobinhos, das lobinhas quando pela primeira vez fazem o Grande Uivo. É
inesquecível. Os olhos? Brilham mais que a luz das estrelas. A face fica
corada, o corpo tremendo, e quando entram no círculo e ficam naquela espera
angustiante para saber que vai representar os lobos, é de tirar o fôlego. O
olhar da Akelá, a perscrutar aqui e ali quem seria o escolhido. O seu olhar de
seriedade, o seu sorriso o piscar de olhos e pronto. Escolheu! E ela com sua
voz meiga, simpática, amiga e todos a olhando como se estivesse na Roca do
Conselho, lá em plena gruta na caverna dos lobos, ela firme no centro do
círculo com o felizardo já escolhido que sorri de felicidade diz olhando para
ele: Melhor! Melhor! Melhor e melhor?
Se você já foi um deles, se você
está presente sempre nesta cerimonia, se você sente aquele amor que os lobos têm
por aquela cerimônia, então pode ser que vá perder o fôlego como eu faço
sempre. E o final daquele momento culminante marca. Eles saltam no ar, como se
fossem voar, e com aquela força própria de lobos corajosos, dizem – Simmmm!
Melhor! Melhor! Melhor e melhor! Meus amigos, nesta hora sentimos o chão
tremer. O coração bater. E aí, o vento começa a soprar, o sol se sente
embaraçado e se é noite de luar, fica aquela bola grande brilhante no céu
dançando ao redor dos cometas que também dançam com aquele espetáculo
inesquecível. Se fossemos eternos sonhadores veríamos os pássaros se aproximar
e cantar sobre a Alcatéia numa homenagem aqueles lobinhos e lobinhas
maravilhosos.
Uma mística que vem
lá de dentro da Jângal. Uma mística que não acaba. Que não cansa. Que dá
alegria e todas as vezes que é realizada os lobinhos saltitantes se preparam
com amor. O Grande Uivo tem um valor inestimável. Lobo! Lobo! Lobo! - Lôoobooo!
Hora de formar, hora de gritar! Melhor? Melhor? Melhor? E melhor? Correr,
brincar e olhar para o Balu quando ele gritar: - Caça livre! Da vontade de
voltar no tempo novamente e começar tudo de novo.
- E, nunca
esqueço aquele dia, problemas mil a matutar como resolver; eu sentado na escada
da sede, pensando como fazer e eis que a minha frente aparece uma lobinha
sorridente, linda no seu uniforme azul seu lenço bem postado boné de lobo,
firme como uma rocha; e eis que ela fica em posição de sentido e diz com aquela
voz infantil que conquista qualquer um: – Melhor Possível Chefe! Assusto-me,
olhos nos olhos, o que dizer? Fiquei em pé rápido, juntei os “cascos” e em posição
de sentido e respondi – Melhor Possível jovem lobinha. Ela saiu sorridente e eu
pensando que meus problemas eram insolúveis! Ah! Estes lobinhos maravilhosos e
suas maravilhosas poses e sorrisos!