Conversa
ao pé do fogo.
Acampar,
um sonho escoteiro.
Prólogo: - O mundo é como um acampamento em que montamos a
nossa tenda apreciamos a natureza, e depois voltamos para a nossa casa, que é a
eternidade!
Parte
III
Finalmente a última parte
sobre o tema: “Acampar, um sonho escoteiro”. Nada supera um bom acampamento.
Ele é tão importante que até os acampamentos mal feitos ainda tem sua validade.
Eu costumo dizer que para um bom acampamento, três coisas são essenciais. – 1) -
Um bom local, afastado da civilização, boa aguada, farta disponibilidade de
eucaliptos ou bambus para pioneirías – 2) Três ou quatro bons jogos de
aventura, não aqueles que ficamos brincando de Scalp ou parecido onde se ficam
horas esperando cada um passar. – 3) Um ótimo Fogo de Conselho, sempre na
última noite. Poderíamos também dizer que a liberdade da Patrulha é por demais
importantes. Muitas vezes os chefes acham que sabem o que os jovens querem e
com isto deixam de lado o mais importante no escotismo – Aprender a fazer
fazendo. Deixe que os jovens criem e sejam responsáveis para tentar de novo até
fazer o certo.
O item 2 merece um artigo
sobre ele. O item 1 comentamos nos dois primeiros artigos. Vamos explorar mais
o Fogo de Conselho e a Inspeção no Campo. É bom que saibam que uma boa inspeção
tem grande validade para um bom acampamento. Nós chamamos de Inspeção de Gilwell
feita por BP em Brownsea. Nenhum bom acampamento pode prescindir das Inspeções
de Gilwell. É importante para colaborar na formação do caráter e no
desenvolvimento da apresentação do garbo e da disciplina. Podíamos aqui
escrever muitos objetivos da inspeção, mas ficamos com alguns somente. Ajuda a
trabalhar a higiene pessoal e do ambiente em que vive – Evidencia a elegância e
a disciplina, requerida na preparação e durante a atividade diária – Trabalho
em equipe, pois desenvolve a cooperação coletiva na patrulha, vivenciados pelos
jovens integrantes. Cria hábitos introduzindo noções e estabelecendo medidas.
As inspeções são partes
importantes do acampamento. Lembramos-nos de sua importância na sede e mesmo
com horários previstos pode haver algumas de surpresa a qualquer hora do dia. É
na Corte de Honra do dia anterior que tudo foi decidido e explicado. A meta a
ser alcançada e o horário cumprido com rigor. Não ficamos esperando as
patrulhas se prepararem para a apresentação. Elas devem estar devidamente
formadas na entrada no campo a espera dos responsáveis pela inspeção. Quando tivermos
poucos chefes presentes podem ser usados os monitores e para isto devem estar
bem preparados. Os itens verificados são de pleno conhecimento da patrulha. Uniforme,
limpeza de campo, pioneirías, artimanhas e engenhocas, intendência são os mais importantes.
Muitos tem sistemas diferentes para dar as notas, e desde que dê resultados
nada contra. Terminando no Cerimonial de Bandeira é o local onde após o hasteamento
se fará comentários sem identificar ou mesmo desfazer das patrulhas presentes.
Algumas tropas premiam com uma
bandeirola que pode ficar até o dia seguinte com a Patrulha no bastão do Monitor.
No final do acampamento as que atingirem a meta programada ficarão com a bandeirola
para sempre. É importante lembrar que os escoteiros estão esperando um elogio e
não criticas que nada tem de valor. Só de estarem no campo merecem um elogio. Uma
boa inspeção deve dar um efeito positivo na Patrulha e não ofender ou ferir.
Outro item importante é o
Fogo de Conselho. Costuma-se aconselhar o Monitor que as apresentações
(esquetes, palmas, canções, historias) devem ser preparadas desde o primeiro
dia. Cada tropa já deve ter realizado vários fogos de conselho. Manter a tradição
é importante. Costumo dizer que o Fogo de Conselho da tropa é para a tropa.
Convidados só para o Fogo do Conselho do Grupo. Lembrar a todos que as
apresentações não devem superar o tempo combinado que nunca se ultrapassa dez
minutos. Mais fica enfadonho e ninguém presta atenção. Tentem motivar a criação
para não ficar nas mesmas apresentações já feitas anteriormente. Um instrumento
musical dá vida ao Fogo de Conselho. Um violão tem seu lugar quando temos o bom
violeiro. Palmas escoteiras além das clássicas quem sabe as criadas ali no
campo podem se tornar tradições. O Chefe vez ou outra deve passar a função de
animador para um Monitor. Quando só ele anima nem sempre existem aberturas para
criatividade nas apresentações.
Deixe que um dia antes os
monitores escolham o local. A surpresa é importante. O local não deve ser
comentado. Se possível distante dos campos de Patrulha e da chefia. A ida e a
volta em uma trilha cria um clima formidável. Arvoredos costumam dar um tom fantástico
nas noites escuras. Lembrem a todos que: – “O espirito da Coruja mora neste
acampamento”! (bela canção escoteira). É muito importante bons bules de
alumínio com café ou chá ou chocolate colocados nas brasas do fogo. Biscoitos
também serão bem vindos, mas o melhor são Batatas Doces. Cada um usa e abusa
quando quiser. Deve haver um responsável pelo fogo. Ele preparada e ascende.
Quem sabe alguém que quer recordar acender com um palito de fósforo somente. Na
montagem sob sua supervisão pode levar auxiliares. Ninguém se aproxima do local
a não ser no dia do Fogo de Conselho.
Gosto
muito da fogueira acendida com um só palito. Claro o responsável foi bem
treinado. Tudo pronto. Todos esperando e lá vão eles para o local do Fogo de
Conselho. Cada um senta onde quiser. Fica a critério do Monitor sentarem
juntos. Criar místicas é muito importantes. Algumas tropas quando fazem um Fogo
de Conselho se revestem de solenidades, cerimonias ou conselhos, onde se discutem
os problemas da tropa, das atividades e porque e até mesmo lembrar-se de Deus Todo
Poderoso. O Fogo de Conselho caracteriza a mística e ambientação do programa
trabalhado. Os costumes, valores e tradições culturais dos muitos povos que
habitaram nosso país no passado são sempre lembrados. É importante notar que
para se compreender a mística e o valor do Fogo de Conselho temos que entender
a importância do Fogo, como símbolo das energias da vida, na luta pela
sobrevivência durante todo o processo de evolução do homem.
Dentre
os quatro elementos da natureza, terra, ar, água e fogo, sempre foi o fogo que
mais fascinou o homem. Temido e amado, salvando ou ameaçando a vida. Desde a
conquista do fogo ponto de partida da civilização, compreendeu o homem o valor
do fogo como fonte de energia embora dele fizesse uso, sempre respeitou a suas
chamas. Os nativos da Ásia, os selvagens Africanos, os peles-vermelhas da
América se reuniam a noite em torno do fogo, que com sua luz e calor espantavam
as trevas, o frio e os animais. Era então o momento sublime em que todos se
encontravam para conservar, cantar, contar histórias ou para planejar caçadas
(jogos do dia seguinte) ou a guerra e a paz.
Agora é com você. Deixe que eles após você ter contado histórias e
místicas do Fogo de Conselho, que eles desenvolvam e criem seus fogos de
conselhos. Deles. Só deles. As canções, as esquetes, os jograis serão feitos
sem horários definidos. Mas existem duas que são de sua responsabilidade. A
primeira a abertura – A Evocação dos ventos costuma ter em cada tropa um
significado. Aqui darei uma:
- Que os ventos do norte, frio e violento,
- Que os ventos do oeste, suave e agradável,
- Que os ventos leste, criador de tempestades,
- Que os ventos sul, quente e formador de nuvens,
Tragam nesta noite a alegria neste Fogo de Conselho, a
vontade de vencer e lembrar que somos todos irmãos. - Amigos, eu e você... Você
trouxe outro amigo, e agora somos três... Nós começamos o nosso grupo, nosso
círculo de amigos... E como um circulo, não tem começo e nem fim! Um por todos?
– todos por um!
E finalmente a Cadeia da
Fraternidade. Sempre cantada e nunca esquecida. Dizer mais o que? À volta para
as barracas, comendo batatas, mastigando um biscoito e com sua caneca
bebericando um café. E claro todos sorrindo, contando histórias, lembrando-se
dos amigos, das brasas que adormeceram, do céu estrelado, de um cometa que
passou... Mais uma noite mais um dia que belo muito belo foi seu acampamento!