sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Lembranças de cursos escoteiros.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Lembranças de cursos escoteiros.

Prefácio: É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.

- Terceira dia de curso. Tempo livre para o jantar. As patrulhas cozinhando bate papos alegres, noite agradável, curso seguindo sua trilha na esperança de dar noções básicas e técnicas aos chefes escoteiros. Um dos dirigentes do curso passeia despreocupado pelas patrulhas, mantendo camaradagem sem se mostrar ser o melhor, o professor o mestre.

- Em uma Patrulha dá uma parada para ouvir alunos amigos e suas dúvidas. Um deles falou de pronto: - Chefe, não tenho o direito de errar? – O Chefe Dirigente se surpreendeu com tal pergunta. Quem sabe ele o aluno teria se preocupado com a última palestra onde o tema era o Chefe e sua responsabilidade no contexto educacional do método escoteiro. Tempo curto não deu para uma dinâmica tão apreciada na época.

- Alguns ainda se manifestaram, mas o tempo proibiu e continuar seria polemizar e fugir do tema central que estava sendo desenvolvido. O Dirigente do Curso preferiu esperar durante o desenrolar do curso que as duvidas fossem sanadas. O aluno que perguntou nos primeiros dias quase não se manifestou. O Cozinheiro/Monitor lhe ofereceu um suco de maracujá. A resposta demorou minutos para ser digerida.

- Meu amigo chefe, quando analisamos uma trilha percorrida, nela sempre encontraremos o ponto onde erramos. Se corrigirmos os planos, podemos iniciar uma nova jornada. Tentar outra vez é como se fosse aprender a fazer fazendo. Assim também quando cairmos. Levantar porque só não caí quem não aprendeu a cair.

- Muitos dos alunos de outras patrulhas se aproximaram. O Dirigente arrematou: - O que tento mostrar meu amigo é que disso sabe o bebê que aprendeu a andar. O filhote de pássaro que aprendeu a voar. Não podemos desistir de continuar nossa luta. Pode não ter acontecido, pode ter falhado, mas quando tentamos realizar algum de bom sempre conseguimos.  O maior fracasso sempre foi o de não tentar.  Devemos nos orgulhar em dizer – “Pelo menos tentei”.

- Ele olhou espantado para o Dirigente do Curso, não esperava aquela resposta... O jantar ficou pronto. O grito da Patrulha foi dado. O Monitor convidou insistentemente a estar com eles no que comentavam ser o melhor “manjar” do mundo. Ele agradeceu. Já tinha prometido jantar com outra Patrulha que o tinha convidado previamente, mas prometendo voltar outro dia...

Bons tempos onde se podia viver com maior intensidade junto aos chefes alunos que estavam iniciando e outro continuando sua formação escoteira. Olhando ao redor parecia que todos estavam em Gilwell Park nos melhores tempos onde os cursos eram dirigidos por equipes que ficaram na história do escotismo.

- Se ele o Dirigente do Curso nos seus sonhos voltava sempre a Gilwell, se ele era um bom Touro e não está mais toureando, se ele fosse um bom lobo e não está mais lobeando era preciso voltar. Ele olhou para os campos de Patrulha, uma leve cortina de fumaça se desabrochando sobre as tendas e onde homens meninos, vestidos de escoteiro poderiam como ele um dia pensar: - Preciso voltar a Gilwell... Um curso assim que eu possa eu vou tomar!

“É mais verde a grama lá em Gilwell
Onde o ar do Escotismo eu respirei
E sonhando assim vejo B-P
Que sempre viverá ali”.