Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O Imbróglio UEB.
Nota
- Imbróglio é um substantivo masculino com origem o italiano
“imbróglio” que
significa confusão, embrulhada, trapalhada.
Tinha
prometido ao meu espelho não comentar mais nada dos dirigentes da UEB. Não
valia e não vale a pena. Enquanto nas tropas e alcateias todos buscam ao seu
modo cumprir a Lei, a levar a sério a Promessa Escoteira a mesma coisa não
acontece nas altas esferas. O escotismo na sua liderança peca pelo estilo
aproveitador, já que poucos voluntários, chefes ou dirigentes de Grupo
Escoteiro se imiscuem na alta cúpula, deixando que ela faça acontecer sem dar
conhecimento ou mesmo demonstrar um pouco de decoro na sua concepção escoteira.
O que se vê hoje é uma liderança falsa sem modéstia agora mostrando de fato
seus desarranjos burocráticos na eleição de outra diretoria mostrando a falta
de pudor ou transparência, o que sempre esperamos dos nossos dirigentes.
Já
não bastam as mudanças e alterações, não bastão a demonstração de riqueza nas
cobranças exageradas nas diversas atividades escoteiras. Não sei se é verdade,
mas houve uma época que mesmo não tendo um Estatuto definindo a posição de cada
um no espaço executivo da hierarquia escoteira, havia mais ética no trato com
as coisas escoteiras nacionais. Distritos, Regiões e a Própria nacional tinha
olhos e ouvindo na realidade escoteira no Brasil. O tempo foi passando e a
busca frenética por parte de alguns da autonomia em cargos ou nomeações
adversas tornou-se para uns poucos uma obsessão que chega a ser incompreensível
para nós escoteiros simples mortais e de coração voltado para o prazer de
Servir.
Nota-se
que já há algum tempo existe um rodizio não escrito e não documentado das
nomeações e das eleições para membros do CAN e da DEN sem contar os
conselheiros nacionais; Um pagode onde só se dança o samba do crioulo doido
quem tem compadres e apadrinhamento nos mais abençoados com cargos eletivos. Isto
nunca deu certo. O Doutor Jean Cassaigneau, grande e ilustre membro da
Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME) figura respeitabilíssima, foi
convidado pela União dos Escoteiros do Brasil na década de oitenta ou noventa
não me lembro bem, a preparar um trabalho sobre o porquê o não crescimento do
escotismo brasileiro.
Voluntário
Escoteiro veio ao Brasil colaborar. (se não leu digite o título de seu trabalho
no Google e poderá ler). Por vários meses construiu um Dossiê – O Escotismo
Brasileiro no primeiro decênio do século XXI. Um trabalho interessante que
devia ter sido considerado pela UEB o que não foi. Quem leu viu que os egos dos
lideres nacionais eram maiores que sua promessa de Servir a União dos
Escoteiros do Brasil. Mostrou a nu e a cru todo o mal que nos assola, percorreu
estados para confirmar seu raciocínio e foi embora deixado este Relatório Dossiê
sem que ao menos UEB desse conta do valor deste documento.
Os
anos passaram, o numero do efetivo estagnado e muitas vezes perdendo feio para
um comparativo de décadas a partir de 1990. Temos acompanhado esta estagnação e
mesmo agora com a grita de chegamos lá nos cem mil ainda permanecemos na dúvida
se estamos no caminho certo para um escotismo com crescimento proporcional ao
numero do efetivo.
Através
do Blog Café Mateiro, (https://cafemateiro.wordpress.com/assine-feeds-cafemateiro/)
estamos acompanhando o Imbróglio dos nossos dirigentes, com vai e vem, com
compadrio, com nomeações cuja aceitação pela oposição não condiz com a conduta
que se espera de um escotismo Badeniano dentro dos princípios da Lei e da
Promessa Escoteira. Sinto vergonha pelos atos do CAN da divergência interna, do
racha em favor do lado A ou B na próxima eleição da DEN inclusive com ameaças
(se tornou um rótulo nacional ameaçar, restringir ideias e comentar o que o ser
superior escoteiro não concordar).
O
Café Mateiro e alguns outros chefes já ouviram o zumbido das aranhas
arrastadeiras sobre a provável possibilidade de serem punidos através de
processos e ou de Comissões de Éticas como se isto calasse a voz dos
discordantes a mostrar o que temos em termos de direção nacional. Como nosso
efetivo está mais preocupado na tese de que o jovem é a única finalidade não
acompanha as diretrizes de pessoas incapazes de liderar quem quer que seja.
Há
tempos deixei de comentar tais fatos e tais atos, pois passei boa parte da
minha vida escoteira lutando para que a lealdade, a palavra, a irmandade e a
cortesia fosse um fato no escotismo nacional. Sei que é dentro a plebe, se é
que podemos chamar os nossos chefes que lutam pelo ideal de servir, sem meias
intenções de serem os tais, os melhores buscando um cargo não remunerado só
pelo prazer de ser considerado um Líder Escoteiro nacional diferenciado.
Realmente não sei afirmar se
fizeram alguma coisa sugerida pelo relatório do eminente Dr. Jean
Cassaigneau. Sua experiência como antigo Secretário Geral Adjunto da
Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME) não deixa dúvidas quanto ao
seu excelente trabalho. Tantos anos perdidos tantos anos passado para ver esse
imbróglio de hoje com lutas por poderes que nada trazem ao “espirito escoteiro”
que esperamos da nossa liderança. Quem sabe ainda restam esperanças!
Pelo sim pelo não, este não é o Escotismo que queremos.
Ou se dá uma guinada para uma melhor gestão ou então sempre teremos imbróglios
como este para achincalhar nosso Escotismo que tanto amamos.