quinta-feira, 2 de maio de 2019

A História de Lady Olave St. Clair Soames. (Esposa de Baden-Powell).




A História de Lady Olave St. Clair Soames.
(Esposa de Baden-Powell).

- Olave St. Clair Soames nasceu no dia 22 de fevereiro de 1889 na Inglaterra. Seu pai Harold Soames e sua mãe Katherine Hill tiveram mais dois filhos, um menino chamado Arthur e uma menina chamada Auriol. Quando nasceu Olave, puseram este nome porque esperavam um filho homem que se chamaria Olaf. A vida de Olave, desde pequena foi feliz e sempre rodeada de pessoas queridas. Apesar de saúde precária nos primeiros anos, o contato permanente com a natureza e sua vida ordenada a transformou numa jovem sadia e alegre, forte e com uma incrível energia. Nunca foi para colégios, mas foi educada por instrutores que eram parte da família.

- Sempre se interessou por música e tocava violão muito bem. Durante anos praticou rodeada de seu esposo e seus filhos, mas seu trabalho não lhe deu tempo para aperfeiçoar. Olave foi uma grande interessada em esportes, praticou tênis, remo, patinação, montava a cavalo, anda de bicicleta e quando estava cansada conduzia carruagem e automóvel. Nesta época, há algum curioso em sua vida. Apesar de gozar de tudo que um jovem poderia ambicionar, sentia um grande vazio em sua vida. Queria ser útil e poder servir aos demais. Por ser muito jovem não a aceitaram na escola de enfermagem o que a fez desistir de seguir alguma carreira. Ao atingir a maturidade, Olave achou que a vida da sociedade de sua época era bastante monótona e, por isso, resolveu dedicar-se aos meninos inválidos, que ela recolhia em Bornemouth, onde cuidava deles.

Em 1912, quando tinha 23 anos seu pai que a cada ano viajava ao exterior, convidou-a a acompanha-lo em uma viagem às Índias Ocidentais. Embarcaram no “Arcadian” sem imaginar que seu futuro ia mudar totalmente durante aquela viagem. Neste Navio viajava acompanhado de vários oficiais, Lord Robert Baden-Powell, fundado dos “Scouts e Girl Guides”, que nesta época ostentava o título de Lord, e gozava de grande popularidade e reputação em muitos países do mundo. Um amigo de seu pai apresentou Olave a Robert. Ele tinha 55 anos na época, o que não impediu que entre os dois nascesse um grande amor, já que possuíam as mesmas idéias e aspirações. O curto tempo da viagem foi suficiente para compreender que haviam nascido um para o outro e seus futuros lhe preparavam uma grande missão. Quando deixaram a Jamaica, Baden-Powell e Olave estavam noivos e, em outubro do mesmo ano, casaram-se indo passar sua lua-de-mel na Africa, iniciando uma vida em comum que foi enriquecida por três filhos: Peter, nascido em 1913, Heather em 1915 e Betty em 1917.

- Entre o cuidado com a casa, a educação dos filhos e a ajuda pessoal a seu esposo, transformou-se em sua secretária, encarregada de manter correspondência com milhares de pessoas em todo o mundo. Nestes anos já haviam muitos grupos de bandeirantes na Inglaterra e sua Presidente era a irmã de Baden-Powell, Agnes. Havia uma grande necessidade de dirigentes e coordenadores e por esse motivo em 1914, Lady Baden-Powell entra para o movimento Bandeirante e dedica seus esforços na área onde residem. Pouco a pouco se deu a conhecer por sua organização, sua liderança, seu entusiasmo e personalidade. Já em 1916 é nomeada Comissária Chefe. Nesta época a Inglaterra atravessava uma época difícil, pois a guerra impedia que fossem realizadas muitas atividades Bandeirantes. Havia muita preocupação. Os poucos grupos ativos dedicavam-se aos primeiros socorros, emergência e serviços. Lady Baden-Powell se manteve em permanente contato com todos estes grupos e visitou toda a Inglaterra.

- Em 1918 foi nomeada Chefe Bandeirante da Grã-Bretanha. Neste ano recebeu o “Gold Fish” medalha que só a ela foi concedida, pois é mais importante que o próprio “Silver Fish”, a mais alta condecoração do bandeirantismo Inglês. Com a colaboração de Olave neste mesmo ano é impresso o primeiro exemplar Bandeirante já dirigido à menina, conhecido como o livro de Baden-Powell (Girl Guiding), se agrega a este manual, especificamente para treinamentos o livro chamado “Treinando meninas como Guias”. Olave sempre teve em mente estender o movimento a muitos lugares, e por isso deu muita importância a todo tipo de material impresso. Desejando difundir o Movimento Bandeirante em nossa terra, em 1919 Lady Olave escreveu uma carta às mulheres brasileiras, na qual lhes pedia que se interessam pela causa que estava congregando meninas e jovens em todo o mundo. Foi portador desta carta o Sr. Barclay, amigo de BP, que vinha sempre ao Rio a negócios.

Aqui chegando, o Sr. Barclay, entrou em contato com Sir Henry Lynch, a quem entregou a mensagem de Lady Olave. Sir Henry e seu irmão Edmundo Lynch interessados no assunto pediram a sua mãe Sra. Adele que promovesse uma reunião em sua casa, convidando diversas autoridades e senhora que pudessem tomar a iniciativa de fundar o Bandeirantismo no país. Esta reunião realizou-se no dia 30 de maio de 1919. Naquela época em muitos países já havia Bandeirantes e Fadas, por esse motivo foi necessário criar um comitê especifico que pudesse manter a comunicação permanente com todos os países, intercambiando correspondência, notícias e necessidades. Lady Olave contou com a colaboração de várias mulheres, não só em seu país, todas ativas dirigentes, comissárias fora da Inglaterra. Ela aceitou ser a Primeira Presidente deste Comitê e em curto prazo conseguiu formar outro fora do país que se encarregava dos grupos de meninas e jovens cujos pais residiam em outros continentes.

- Foram estes órgãos, que deram a base para a existência do que hoje conhecemos como Bureau Mundial e Associação Mundial de Bandeirantes, cuja sede é em Londres, Inglaterra. No ano de 1937 a saúde de BP começa a enfraquecer e eles decidem mudar para o Kenya, lugar aonde já haviam vivido casados e aonde ele cumpriu carreira militar na juventude. Compraram uma propriedade rodeada de natureza primitiva e exuberante que deram o nome de PAXTU o que significa “paz para dois”. Nestes anos Lady Olave se dedica a cuidar de seu esposo, atender correspondencias e receber visitas dos filhos e amigos. Em 8 de janeiro de 1941 faleceu Baden-Powell, e foi enterrado no mesmo país que viveu seus últimos anos. Este período na vida de Lady Baden-Powell é triste, permanece no Kenya, respondendo ao correio de amigos o que a ajuda a aliviar a sua solidão. No ano seguinte decide retornar a Londres onde a chamam para retornar ao movimento e colaborar com os Boy Scouts.

- Lady Olave tem a agradável surpresa de ser instalada em uma apartamento no palácio de Hampton, pelos reis da Inglaterra. Foi uma época difícil em sua vida, mas graças ao seu entusiasmo e ideais, inicia novamente suas atividades escoteiras. Rompe a Segunda Guerra e ela vê que havia muito trabalho a fazer, muito serviço a prestar a muitos refugiados e famílias. Terminada a guerra decide viajar a todos os países que haviam sofrido os maiores danos e desastres. Na França toma aula de francês para se dirigir aos milhares de Guias e Scouts que lhe esperavam. Visitou a Suíça, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Noruega e Dinamarca. Até 1970 ela visitou mais de cem países e assistiu às Conferência Mundiais. Quanto chegava aos seus 70 anos Lady Olave visitou o Brasil.

Os últimos anos de sua vida passou em seu apartamento em Londres, onde foi visitada por diversas personalidades mundiais. Recebeu dezenas de Condecorações. Quando em 1975 na Conferência Mundial em Londres, não podendo estar presente enviou uma fita gravada com uma linda mensagem às mulheres e representantes de todos os países membros. Lady Olave Baden-Powell faleceu em 25 de junho de 1977, rodeada de seus entes queridos e em sua memória foi oferecido um serviço religioso extraordinário na capela de Westminster com assistência de membros da nobreza, corpo diplomáticos, oficiais Ingleses e os mais altos executivos das associações de Bandeirantes e Escoteiros de todo o mundo. A sua solicitação foi de não enviar flores na hora de sua morte. Disse que gostaria de receber a alegria de que “semeassem” o fundo especial, cuja finalidade era a construção da WAGGGS, em Londres. Esta obra foi terminada e batizado como CENTRO OLAVE em recordação a sua residência no Kenya com seu amado esposo que tinha o nome de PAXTU.