sábado, 26 de outubro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Dissecando a filosofia escoteira. (segundo os novos adeptos de Baden-Powell).




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Dissecando a filosofia escoteira.
(segundo os novos adeptos de Baden-Powell).

... – “Um amor de verdade nunca parte de nossas vidas, mas reparte conosco um pedaço de si e nos deixa saudades”. (Ander Monte).

Viajando nas minhas nuances ou particularidades abstratas da analise investigativa sobre a soberba filosofia escoteira, que segundo o Google é um substantivo feminino, de amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância (segundo Pitágoras) a filosofia segundo Platão é a Beleza absoluto e o brilho ou esplendor da verdade. Há hoje uma busca constante no aprimoramento existencial e a busca do seu “eu” o ser humano tenta achar o seu caminho e o escotismo serviu como refugio para muitos que ainda não se encontraram buscando uma maneira de servir mesmo que para isso o caminho seja difícil e cheio de dificuldades para se chegar ao ponto máximo da felicidade. Diversas organizações de ajuda ao próximo tiveram nos últimos tempos uma procura de muitos que se prontificaram a se doar voluntariamente e assim se sentirem melhor neste mundo moderno cuja felicidade sonhada é tão manifestada.

Vemos nas redes sociais, em assembleias, em Indabas seminários ou qualquer associação onde voluntários se reúnem a interação da busca de seu interior através da filosofia Escoteira. O frenesi de encontrar a fonte da felicidade, onde os grandes pensadores e filósofos dizem que ela está ao alcance de qualquer um bastando para isso ajudar ao próximo ou nas palavras do fundador Robert Baden-Powell: - “O caminho para alcançar a felicidade é fazer a felicidade dos outros”! Dizem que ele foi um homem além do seu tempo. Os historiadores o comparam aos maiores pensadores da história. Pelo sim pelo não o estilo do escotismo diferente de tantas outras organizações, deu ao voluntário o sonho possível de acreditar em uma nova filosofia. Ajudou isso o trato com jovens, o sorriso de uma criança, uma metodologia fantástica do ponto de vista da descoberta, a busca da sua espiritualidade, a verdade das suas convicções e isto motiva a se doar por inteiro a um movimento ainda não tão reconhecido pelas autoridades educacionais.

Para aqueles que viveram outra época onde se realizava mais um escotismo aventureiro, buscando a descoberta além da imaginação, a filosofia era uma nuance escondida na mente abstrata dos Lideres Escoteiros. A criatividade, a mochila, o bornal, o cantil a faca escoteira a machadinha para não escorregar na batida do tambor, o som da corneta, o calcanhar a bater botas de uma saudação militar, queira ou não era um chamariz. Ainda se vivia na busca da verdade e da descoberta dos livros da bibliografia Escoteira do Chefe Mundial e seus seguidores. O Chefe era um companheiro, um amigo e porque não dizer um sonhador. Ele tinha passado pelas sendas escoteiras, vivido sua fantasia na realidade do acontecimento. Era um tempo quem sabe mais verdadeiro, mais sincero, onde a fraternidade era uma realidade não tão permissiva como nos dias atuais. Claro que existem duas faces ou dois lados da moeda. Não só o antigamente tinha sua filosofia do sucesso. Convenhamos que as necessidades não sejam as mesmas. Convenhamos que a um senso comum que o sucesso é um trabalho prazeroso e aproveitar a vida sem maiores transtornos.

O mundo deu uma guinada enorme da mente e na vivencia do ser humano. Novos ideólogos, pensadores e pedagogos estudam o escotismo profundamente. Se antes havia um caminho traçado para percorrer, nos dias atuais este caminho ainda é tortuoso. Existe na mente dos novos voluntários escoteiros a esperança de encontrar a verdadeira filosofia tão sonhada por toda uma comunidade que se dedica a formação de uma juventude perfeita. Plagiando José de Alencar um famoso politico escoteiro: - “O amor é contagioso, com especialidade na solidão, onde a alma tem necessidade de uma companheira, e quando de todo não a encontra, divide-se ela própria em duas: Uma esperança; outra saudade”. Uma volta ao futuro está acontecendo quem sabe para melhor. É significante e contagioso o amor declarado pelos novos adeptos do Escotismo. Declaram a todo instante sua nova identidade escoteira. Se entregam de corpo e alma a nova filosofia que acreditam. Alguns ainda insistem na procura da tão sonhada filosofia que absorveu Baden-Powell quando escreveu o seu livro “Escotismo para Rapazes”. Jovens Akelás buscam matar a sede de aventuras no “Livro da Selva”. A filosofia está presente no coração de todos.

Mas me desculpem meus amigos, pois o Velho Chefe Escoteiro sabe que seu sonho de aventureiro ainda perdura. Muitos quando viajam nas asas dos meus alfarrábios se lembram deste “Impisa” que resiste em se atualizar. Na sua mente ele vê alguém de chapelão, calças curtas e mochileiro fiel ao seu passado. Aquele que se esqueceu de que novos ventos sopram nas planícies da nova filosofia escoteira. Sorrio de mim mesmo. Na penumbra do meu lar eu ainda canto o Rataplã, meu grito de guerra permanece preso na garganta: - “Anrê”! “Com saudades me embrenho nas matas nas serras distantes na busca dos rios ferventes de peixes dourados e me lembrando de um estribilho da Canção do Clã (que adoro): -”. A sede de riscos que nunca se acaba, as rochas que há a escalar, um rio tranquilo que canta e que chora, jamais poderei olvidar”. E a noite sentado ao pé da fogueira, crepitando a minha alma escoteira, novos lideres escoteiros correm para participar desta alma escoteira. E sonhando com minha filosofia que não é só minha é de todos que acreditam neste grandioso movimento, onde uma só voz um só coração canta sua crendice, sua vontade em ajudar no prisma de uma Lei, de uma promessa que só nós escoteiros podemos orgulhar: - “O sol nos aponta um caminho de sonho, e o vento nos leva a andar, o brilho de vivas estrelas repetem o eco de nosso cantar”!