Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Dissecando a
filosofia escoteira.
(segundo os
novos adeptos de Baden-Powell).
... – “Um amor de
verdade nunca parte de nossas vidas, mas reparte conosco um pedaço de si e nos
deixa saudades”. (Ander Monte).
Viajando nas minhas nuances
ou particularidades abstratas da analise investigativa sobre a soberba filosofia
escoteira, que segundo o Google é um substantivo feminino, de amor pela
sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância
(segundo Pitágoras) a filosofia segundo Platão é a Beleza absoluto e o brilho ou
esplendor da verdade. Há hoje uma busca constante no aprimoramento existencial
e a busca do seu “eu” o ser humano tenta achar o seu caminho e o escotismo
serviu como refugio para muitos que ainda não se encontraram buscando uma
maneira de servir mesmo que para isso o caminho seja difícil e cheio de
dificuldades para se chegar ao ponto máximo da felicidade. Diversas
organizações de ajuda ao próximo tiveram nos últimos tempos uma procura de
muitos que se prontificaram a se doar voluntariamente e assim se sentirem
melhor neste mundo moderno cuja felicidade sonhada é tão manifestada.
Vemos nas redes
sociais, em assembleias, em Indabas seminários ou qualquer associação onde voluntários
se reúnem a interação da busca de seu interior através da filosofia Escoteira. O
frenesi de encontrar a fonte da felicidade, onde os grandes pensadores e filósofos
dizem que ela está ao alcance de qualquer um bastando para isso ajudar ao próximo
ou nas palavras do fundador Robert Baden-Powell: - “O caminho para alcançar a
felicidade é fazer a felicidade dos outros”! Dizem que ele foi um homem além do
seu tempo. Os historiadores o comparam aos maiores pensadores da história. Pelo
sim pelo não o estilo do escotismo diferente de tantas outras organizações, deu
ao voluntário o sonho possível de acreditar em uma nova filosofia. Ajudou isso
o trato com jovens, o sorriso de uma criança, uma metodologia fantástica do
ponto de vista da descoberta, a busca da sua espiritualidade, a verdade das
suas convicções e isto motiva a se doar por inteiro a um movimento ainda não
tão reconhecido pelas autoridades educacionais.
Para aqueles que
viveram outra época onde se realizava mais um escotismo aventureiro, buscando a
descoberta além da imaginação, a filosofia era uma nuance escondida na mente
abstrata dos Lideres Escoteiros. A criatividade, a mochila, o bornal, o cantil
a faca escoteira a machadinha para não escorregar na batida do tambor, o som da
corneta, o calcanhar a bater botas de uma saudação militar, queira ou não era
um chamariz. Ainda se vivia na busca da verdade e da descoberta dos livros da
bibliografia Escoteira do Chefe Mundial e seus seguidores. O Chefe era um
companheiro, um amigo e porque não dizer um sonhador. Ele tinha passado pelas
sendas escoteiras, vivido sua fantasia na realidade do acontecimento. Era um
tempo quem sabe mais verdadeiro, mais sincero, onde a fraternidade era uma
realidade não tão permissiva como nos dias atuais. Claro que existem duas faces
ou dois lados da moeda. Não só o antigamente tinha sua filosofia do sucesso. Convenhamos
que as necessidades não sejam as mesmas. Convenhamos que a um senso comum que o
sucesso é um trabalho prazeroso e aproveitar a vida sem maiores transtornos.
O mundo deu uma guinada
enorme da mente e na vivencia do ser humano. Novos ideólogos, pensadores e pedagogos
estudam o escotismo profundamente. Se antes havia um caminho traçado para
percorrer, nos dias atuais este caminho ainda é tortuoso. Existe na mente dos
novos voluntários escoteiros a esperança de encontrar a verdadeira filosofia tão
sonhada por toda uma comunidade que se dedica a formação de uma juventude
perfeita. Plagiando José de Alencar um famoso politico escoteiro: - “O amor é
contagioso, com especialidade na solidão, onde a alma tem necessidade de uma
companheira, e quando de todo não a encontra, divide-se ela própria em duas:
Uma esperança; outra saudade”. Uma volta ao futuro está acontecendo quem sabe
para melhor. É significante e contagioso o amor declarado pelos novos adeptos
do Escotismo. Declaram a todo instante sua nova identidade escoteira. Se entregam
de corpo e alma a nova filosofia que acreditam. Alguns ainda insistem na
procura da tão sonhada filosofia que absorveu Baden-Powell quando escreveu o
seu livro “Escotismo para Rapazes”. Jovens Akelás buscam matar a sede de
aventuras no “Livro da Selva”. A filosofia está presente no coração de todos.
Mas me desculpem meus
amigos, pois o Velho Chefe Escoteiro sabe que seu sonho de aventureiro ainda
perdura. Muitos quando viajam nas asas dos meus alfarrábios se lembram deste “Impisa”
que resiste em se atualizar. Na sua mente ele vê alguém de chapelão, calças
curtas e mochileiro fiel ao seu passado. Aquele que se esqueceu de que novos
ventos sopram nas planícies da nova filosofia escoteira. Sorrio de mim mesmo.
Na penumbra do meu lar eu ainda canto o Rataplã, meu grito de guerra permanece
preso na garganta: - “Anrê”! “Com saudades me embrenho nas matas nas serras
distantes na busca dos rios ferventes de peixes dourados e me lembrando de um
estribilho da Canção do Clã (que adoro): -”. A sede de riscos que nunca se acaba,
as rochas que há a escalar, um rio tranquilo que canta e que chora, jamais
poderei olvidar”. E a noite sentado ao pé da fogueira, crepitando a minha alma
escoteira, novos lideres escoteiros correm para participar desta alma
escoteira. E sonhando com minha filosofia que não é só minha é de todos que
acreditam neste grandioso movimento, onde uma só voz um só coração canta sua crendice,
sua vontade em ajudar no prisma de uma Lei, de uma promessa que só nós
escoteiros podemos orgulhar: - “O sol nos aponta um caminho de sonho, e o vento
nos leva a andar, o brilho de vivas estrelas repetem o eco de nosso cantar”!