Uma atividade
aventureira no SUS.
A felicidade
e feita de doces momentos!
Nada é para sempre!
Chico nos ensinou que Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no
livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta. Não há
problema que não possa ser solucionado pela paciência. Confesso que no passado
me chamavam de estopim curto. Não sei se era assim. Quando menino andei dando
uns tabefes nos que me chamavam de Escoteiro (proibido para menores) e aos
sábados me confessava com o Padre Joaquim. Vinte Pai Nosso, vinte Ave Maria e
estava absolvido perante Deus. Hoje na flor da idade dos meus 79 anos, eu
permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser. Dé pé as seis, às oito
horas da manhã, lá estou eu e minha amada Célia nas portas do SUS, uma
policlínica de Osasco. As Nove deveria estar lá para ser atendido por um Médico
Cardiologista já meu conhecido de épocas passadas.
Dizem que meu coração é
forte como quando era menino escoteiro subindo nas serras do Cipó e da Piedade
para colher uma orquídea rara. Ruim é meu pulmão, comido pelo tempo, já
desenganado e esperando a hora quando ele me disser adeus. Claudicando, bengala
em punho, subi degraus resfolegando na rampa que me levava ao “Bendito
consultório” lá fui eu escoteirando me lembrando que o escoteiro não desiste,
ele é forte e está Sempre Alerta! A espera sentado em cadeiras quebradas, me refastelei
segurando na minha amada bengala esperando uma voz cantante de uma enfermeira
catita que nunca foi Chefe de Lobos a dizer: - Senhor Osvaldo sua vez! Dez
horas, o salão cheio, um entre e sai de pacientes do meu Brasil varonil. Nenhum
cinto escoteiro a vista! Onze, doze, uma duas horas. Sorrindo pela minha
felicidade eis que ouvi uma voz de anjo a dizer: - Senhor Osvaldo sua vez!
Verdade? Quase gritei
Anrê! Dar um bravoô não caberia ali. Mais eis que surgiu outra fila para fazer
uma radiografia, e na sala do dito Senhor do SUS outra fila que quase me fez
desistir. Cansado, com fome galhardamente como um escoteiro modelo aguardei minha
vez. Sua Majestade o Doutor como se estivesse fazendo uma inspeção em algum
curso (ele parecia um formador. kkkk) me atendeu sério. O que houve? O senhor
tem exames que mandei fazer a dois anos e não os trouxe? – Mama mia! Fui desclassificado...
Sem a bandeirola de eficiência! Lembrei-me do Chico novamente: “O Cristo não
pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem
grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros”!. Procurei
no coldre preso no meu cinto escoteiro engraxado e asseado o meu Colt 44
carregado de balas... De hortelã! Sorri como a Surucucu do Vale do Quati que
quase me mordeu... Oito minutos depois saí, claudicando quase caindo. Ele me
deu uma receita e mais duas solicitações de exames, para se ajuntar aos meus
outro dois que estou no aguardo deste a eleição da Querida Dilma. Quase quatro
horas e chego em casa.
Mais um dia vivido
neste mundo do SUS que o Brasil me deu. Comi uns biscoitos e um chá gelado e
lembrei novamente do Chico: A sua irritação não solucionará problema algum. O
seu mau humor não modifica a vida. Não estrague o seu dia! Falou Chico. Aquele
que breve irá morrer com ou sem o SUS te saúda! E para não dizer que não falei
de estrelas, meu fraterno abraço e meu Sempre Alerta.