terça-feira, 29 de outubro de 2019

Uma atividade aventureira no SUS. A felicidade e feita de doces momentos!




Uma atividade aventureira no SUS.
A felicidade e feita de doces momentos!

Nada é para sempre! Chico nos ensinou que Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta. Não há problema que não possa ser solucionado pela paciência. Confesso que no passado me chamavam de estopim curto. Não sei se era assim. Quando menino andei dando uns tabefes nos que me chamavam de Escoteiro (proibido para menores) e aos sábados me confessava com o Padre Joaquim. Vinte Pai Nosso, vinte Ave Maria e estava absolvido perante Deus. Hoje na flor da idade dos meus 79 anos, eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser. Dé pé as seis, às oito horas da manhã, lá estou eu e minha amada Célia nas portas do SUS, uma policlínica de Osasco. As Nove deveria estar lá para ser atendido por um Médico Cardiologista já meu conhecido de épocas passadas.

Dizem que meu coração é forte como quando era menino escoteiro subindo nas serras do Cipó e da Piedade para colher uma orquídea rara. Ruim é meu pulmão, comido pelo tempo, já desenganado e esperando a hora quando ele me disser adeus. Claudicando, bengala em punho, subi degraus resfolegando na rampa que me levava ao “Bendito consultório” lá fui eu escoteirando me lembrando que o escoteiro não desiste, ele é forte e está Sempre Alerta! A espera sentado em cadeiras quebradas, me refastelei segurando na minha amada bengala esperando uma voz cantante de uma enfermeira catita que nunca foi Chefe de Lobos a dizer: - Senhor Osvaldo sua vez! Dez horas, o salão cheio, um entre e sai de pacientes do meu Brasil varonil. Nenhum cinto escoteiro a vista! Onze, doze, uma duas horas. Sorrindo pela minha felicidade eis que ouvi uma voz de anjo a dizer: - Senhor Osvaldo sua vez!

Verdade? Quase gritei Anrê! Dar um bravoô não caberia ali. Mais eis que surgiu outra fila para fazer uma radiografia, e na sala do dito Senhor do SUS outra fila que quase me fez desistir. Cansado, com fome galhardamente como um escoteiro modelo aguardei minha vez. Sua Majestade o Doutor como se estivesse fazendo uma inspeção em algum curso (ele parecia um formador. kkkk) me atendeu sério. O que houve? O senhor tem exames que mandei fazer a dois anos e não os trouxe? – Mama mia! Fui desclassificado... Sem a bandeirola de eficiência! Lembrei-me do Chico novamente: “O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros”!. Procurei no coldre preso no meu cinto escoteiro engraxado e asseado o meu Colt 44 carregado de balas... De hortelã! Sorri como a Surucucu do Vale do Quati que quase me mordeu... Oito minutos depois saí, claudicando quase caindo. Ele me deu uma receita e mais duas solicitações de exames, para se ajuntar aos meus outro dois que estou no aguardo deste a eleição da Querida Dilma. Quase quatro horas e chego em casa.

Mais um dia vivido neste mundo do SUS que o Brasil me deu. Comi uns biscoitos e um chá gelado e lembrei novamente do Chico: A sua irritação não solucionará problema algum. O seu mau humor não modifica a vida. Não estrague o seu dia! Falou Chico. Aquele que breve irá morrer com ou sem o SUS te saúda! E para não dizer que não falei de estrelas, meu fraterno abraço e meu Sempre Alerta.