Anuncio do Contador de Histórias.
Lançamento dos Meus Livros Escoteiros.
Prefácio: Artigo publicado há algum tempo. Pensei e pensei...
Por que não publicar novamente? Afinal eu também tenho direitos! Divirtam-se!
- Eu sempre fui um Contador de Histórias. Escrever, publicar,
em qualquer lugar que aceitassem meus alfarrábios sobre o escotismo que amo e
sempre vou amar me fazia feliz. Às vezes escrevia palavras incandescentes que
não eram bem aceitas pelos donos do poder. Eles passavam longe das minhas
histórias. Nunca comentavam e penso que nem ao menos curtiam. Minhas amizades
eram e são restritas a velha plebe escoteira que sempre me deu sua atenção e um
pouquinho da sua afeição. Eis que enriquei e de surpresa mandei para a melhor
Editora do Brasil, meus prospectos prontos para serem editados.
- Senhores, por favor, são quatro livros. Um se Chama “O
Contador de Histórias... Escoteiras” o outro se chama As aventuras do Contador
de Histórias, o terceiro seria o melhor, “Poemas, orações e sonetos do Velho
Escoteiro” e o último: - Ops! Fiquei de mandar, pois não fazia ideia como iria
se chamar! Repliquei no telefone: – Bah!
Não quero saber o preço, mil cópias de cada um, deve ser em capa dura, títulos
em ouro e meu retrato bem pequetito, pois não quero aparecer. “E, por favor,
prepare o Salão Dos Escritores para o lançamento tudo em trinta dias”.
- Mandei o convite. O preço de cada livro? Quase nada. Os
meus amigos mais chegados sem ônus. Os outros uma contribuição de um cinco
reais por livro. O lucro seria para os Grupos mais humildes. Agora era hora de
preparar minha “avant première” primeiro em São Paulo, a segunda seria em Porto
alegre, a terceira em Brasília, a quarta na Bahia, a quinta em Belo Horizonte,
a sexta em Vitória do Espirito Santo a penúltima em Maceió e a última em
Manaus. Ia dar uma paradinha em Campo Grande e Goiás. Convite feito, convite
enviado:
- “Caros amigos escoteiros, estou convidando a todos para o
Lançamento dos Meus Livros Escoteiros no dia 30 de fevereiro próximo. O
coquetel será aberto a todos sem distinção. Teremos livros para os presentes em
número ilimitado. Iremos fazer uma grande recepção e para isto contratamos a
orquestra de Richard Clayderman ao piano. Abriremos o salão para o coquetel às
sete da noite e sem hora para fechar. Se possível todos deverão portar seu
uniforme, não importa qual desde que ninguém me apareça com a camisa fora da
calça e dizendo SAPS”!
- Adorava o que fazia. Mais de duas mil e quinhentas histórias,
quase mil crônicas, outras tantas de Conversa ao pé do fogo. Contos demais. Um
amigo disse que me transformei em Esopo. Aquele fabulista e contador de
histórias grego que viveu por volta do século VI AC. Suas fábulas são
fabulosas. Rarará! Com ele aprendi a conversar com os animais pássaros insetos
e etecetera e coisa e tal. Claro todas dotadas de um sentido e um ensinamento
moral.
- Me preparei como voltasse no tempo para o meu primeiro
Acantonamento como lobo e no primeiro acampamento... Sonhando. Uniforme nos
trinques. Seriam várias “avant première” em vários estados do Brasil. Finalmente
iria receber meus amigos no meio de milhares de livros, distribuídos em
mosaicos sobre grandes mesas, muitas prateleiras e estantes, todas repletas de
livros. Minha pequena mesa dispensava fila. Detesto fila. Duas canetas, e na
mente o que escrever quando pedissem uma dedicatória. “Putz Grila” O que dizer?
- Eu sei que os livros com dedicatórias têm mais valor que os
que não têm. Com valoriza sem não tem valor. Tem gente que ama as mensagens ou
odeia o que seu poeta preferido escreveu. Escolhi uma para todos: - “A todos
aqueles que sempre me cobraram um livro escoteiro e que me inspiraram, apesar
de saber que a maioria não vai ler” dedico esse livro com carinho e amor. O
Contador de Histórias Chefe Osvaldo.
- Enfim, consegui, meu sonho aconteceu. Soube que os mil
primeiros bateu recordes e já estava na terceira edição dos quatro. “Mas porca
lá miséria” eu sabia que o mar não estava prá peixe. Os famosos lideres
escoteiros foram a um juiz que mandou fechar minha festa em cada cidade em cada
estado. Cadê meu bastão com ponteira de aço? Antes que fizesse qualquer coisa
acordei, a Célia sentada na beira da cama sorrindo; - Marido, hora de levantar.
Hoje tem física, vamos ou não vamos?
- Sonhos que te quero sonhos que não passam de sonhos.
Livros? Nesta minha vida na terra só mesmo em PDF e olhe lá. Afinal de graça só
mesmo barraco de favela pegando fogo onde os bombeiros não alcançam. Abraços
meus amigos e até um próximo sonho. Não é bom sonhar?