Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Podemos
servir de exemplo?
Neste dia onde todos se
dirigem o pensamento para sua escolha pessoal dos novos dirigentes em nosso país,
me deparei com essa velha crônica que me dá forças na escolha correta ou não
que cada um de nós irá fazer hoje. Espero que gostem.
Convidamos Mano Velho
Chefe de um grupo amigo, a fazer uma palestra para nossos chefes e a diretoria
do grupo. Aproximava a data da Assembleia de Grupo e pedimos a ele que o tema
abordasse o exemplo pessoal e o caráter de uma maneira geral. – Ele aceitou
prontamente. Apresentado aos que não o conheciam, foi até eles e apertou a mão
de cada um não faltando um abraço fraterno. Todos os olhos e mentes estavam
dirigidas a ele quando começou sua palestra:
- Meus caros amigos chefes e
diretores, me pediram para falar hoje sobre o exemplo. Sempre achei que sem
exemplos em qualquer organização principalmente a nossa que lidamos com a
juventude é primordial. Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os
outros. É a única. Cada um tem o direito de pensar e agir conforme suas
convicções. É um direito democrático. Estamos passando por uma fase de
transição em nosso país. Nem sei quanto vai durar. Pode ser que em centenas de
anos ainda não iremos atingir o consenso de concordância mútua. Se você age de
maneira nervosa a cada esquina onde passa com seu carro discute, grita e se não
tem a calma suficiente para cantar e pensar em flores quem sou eu para criticá-lo.
Se você em pleno dia de
semana tem tempo para protestar junto a milhares de outros por algum que
acredita porque seria eu a discordar? Afinal você tem tempo e eu não tenho. Se
você sabe que seu filho vai lá nestes protestos e é preso ou mesmo uma
selvageria policial acontece com ele o que posso dizer? Ele é inocente? Bem o
meu não estava lá. Eu o eduquei de outra maneira. Ele era um Escoteiro. Isto
até que é compreensível. Uns querendo mais direitos, mais condições de vida e
outros aproveitando a boa fé para prejudicar alguém que não prejudicaram você
ou todos que estão ao seu lado.
Parar uma cidade e alardear
que são os tais, prejudicando o cidadão com seu veículo que depois de um dia de
luta em seu emprego volta para casa cansado e eis que: - Centenas de pessoas
estão na rua, fechando tudo, batendo no seu capô, chutando, riscando e
amassando seu veículo não se entendo este modo de protesto. E quando uma
ambulância ao socorrer alguém não consegue chegar a tempo em um hospital por
causa de ideologias e/ou fatos que não estão em minha opinião dentro dos princípios
do respeito mútuo. Não encontro justificativa para isto.
Lembremos que o meu
direito termina onde começa o seu. Eu tento entender a mágoa de muitos, alguns
tem e não podem e outros podem e não tem. Como justificar um panelaço, a vaia? Fiz como todos as minhas
escolhas. Se eu escolhi errado o erro foi meu. Não sou fã do que está aí,
minhas escolhas foram criteriosas, procurei saber em todas as eleições em quem
estava dando meu voto. Sempre achei que ele para mim tem um valor enorme. Respeito
não significa concordar, apoiar. Respeito sim por uma autoridade constituída.
Pecamos por amar um país
lançar uma bandeira do Brasil no ar, cantar nosso Hino Nacional e não sabermos
respeitar quando se faz a ocasião. Nossos filhos estão aprendendo a vaiar, a
defender bandeiras sem saber se são certas ou erradas. Nossos exemplos se
perdem, mas não julguemos que tudo vai mal. Não são todos. Uma pequena parcela
em ação e outra em casa tomando posições.
- Um amigo meu que foi
visitar o Japão ficou várias horas em uma esquina só para provar que alguns
japoneses jogam papel no chão, cospem e falam palavrão. Ele desistiu cinco
horas depois. Ainda bem que no escotismo ensinamos civilidade, amor à pátria,
cidadania e a todo o momento lembramos o que é ética e honra.
Fico triste quando convidado
para um aniversário em casa de um Escoteiro e ao sair fico penalizado com o
responsável que me convidou. O chão cheio de copos e papel. Mesas sujas e uma
grande falta de respeito com os demais que ali estão. E cantar os parabéns? Não
cantam, inventam, misturam a letra e música. São escoteiros? Não devem ser. Mas
estavam de uniforme. Pobre Brasil. Quanto tempo ainda para ver e sentir que meu
direito termina onde começa o seu? – “Eu te amo meu Brasil, eu te amo, ninguém
segura à juventude do Brasil”!
Uma forte palma
escoteira ecoou no ar ao termino da fala de Mano Velho. Exemplos, ah! Exemplos.
Seja o exemplo de tuas palavras e haverá um
momento em que não precisarás dizer nada sobre coisa alguma. Tuas atitudes
falarão por ti!