Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Respeito e
fraternidade.
Prefácio: - Nessas eleições temos
visto uma luta de egos, de ideal, totalmente diferente do que nos ensinou
Baden-Powell em seus princípios filosóficos do Escotismo. Muitos que se dizem chefes
escoteiros aceitaram o desafio participando em um dos lados e aceitando
situações que não condizem com a filosofia escoteira. Ainda bem que logo esta
luta de “foice” no escuro está para terminar.
Em poucos
dias as eleições serão definidas para um ou outro candidato. Sinceramente este
foi um dos piores períodos eleitoreiros que assisti em minha vida de setenta e
sete anos. Nunca tinha visto tal procedimento de candidatos que se atacam, digladiam
que se dizem perfeitos, que fazem do possível e o impossível para denegrir a
imagem do outro. Não tem santo em nenhum dos lados. Com isto arrastam
eleitores, simpatizantes que também escolheram seus heróis para defender o
ponto de vista que acreditam ser o melhor.
Assustei-me quando
vi membros do Movimento Escoteiro defendendo ponto de vista e muitas vezes
criando atritos, esquecendo velhas amizades por alguém que acreditam ser o
melhor para o nosso país. Se no escotismo falamos em fraternidade, respeito e
ética, nessas eleições tudo foi esquecido. Depois de tudo o que vai restar?
Vitória a qualquer custo? E as amizades? E a irmandade que dizem são feitos os
escoteiros?
Fiquei a margem de
tudo. Evitei ler os “adjetivos” sadios publicados em minhas páginas. Alguns nem
me respeitar o fizeram publicando o que não quero ler. Acredito em respeito,
fraternidade, valores, ética, e princípios morais. Como sou de outra época,
dizem alguns ultrapassado sem ver as vantagens da modernidade, me comparei o
exemplo de meu pai, homem de honra, olhando o passado e o futuro para chegar à
conclusão que cavalheirismo hoje não existe mais.
Sou escoteiro. Acredito na filosofia
Badeniana e por ela luto em favor da nossa juventude. Acredito no exemplo na força
do caráter. Sábio foi Baden-Powell que disse que mesmos espalhados por todo o
mundo os Escoteiros são irmãos. Têm os seus sinais secretos pelos quais se
reconhecem, e são prestáveis e hospitaleiros para todos. Um Escoteiro seria
capaz de te oferecer o que tivesse de melhor para te dar de comer e para te
alojar, mas esperaria tanto que lhe pagasses por isso como que lhe cuspissem na
cara. Um Escoteiro é capaz de sacrificar a sua vida para salvar o seu amigo ou
mesmo para salvar um estranho... Especialmente se esse estranho for uma mulher
ou uma criança.
O que tem isso a ver
com eleições? Voltemos a BP: - Os Indianos chamavam o menino Kim o «Pequeno Amigo
de Todo o Mundo», e todos os Escoteiros deviam esforçar-se por merecer esse
nome. O espírito é que conta. A nossa Lei e Promessa de Escoteiros, quando
realmente as pomos em prática, afastam todas as ocasiões de guerras e lutas
entre as nações. Eita BP.
Suas palavras nunca serão esquecidas. Muitos ainda acreditam que um dia teremos
a mudança que todos esperamos no mundo. O Escotismo pode ser a fonte
inesgotável desta fraternidade mundial.
Palavras simples que pode
significar muito para nós chefes escoteiros. Repito Abraham Lincoln: - Não
fortalecerás os fracos, por enfraqueceres os fortes. Não ajudarás os
assalariados, se arruinares aqueles que os paga. Não estimularás a fraternidade
se alimentares o ódio. Chico Xavier arremata: - O Cristo não pediu muita coisa,
não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios.
Ele só pediu que nos amassemos uns aos outros. – Simples assim!
Sinal de novos tempos? Não
sei. Para mim um Velho Chefe Escoteiro ainda prefiro viver como no passado.
Ainda acredito e morrerei acreditando em amizades, em fraternidade em simpatia
e cavalheirismo. Esta guerra de palavras e de ódios contra o adversário não é
minha. A avalanche de mediocridade está aí e nada posso fazer para mudar. Quem dera
aqueles que se dizem chefes ficassem a margem das escolhas xucras e pudessem mostrar
verdadeiras atitudes do que se espera em um Chefe escoteiro, aquele cujo
exemplo possamos orgulhar.