Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O que esperamos da sociedade brasileira.
Prologo: Cidadão consciente - Exercer a cidadania é, acima de
tudo, buscar uma sociedade melhor para todos, a fim de que exista mais
liberdade, justiça e solidariedade. Você pode ser mais
cidadão. Entenda e participe ativamente da vida e do governo de seu povo.
Exerça seus direitos, cumpra seus deveres e lute por um país melhor.
Primeiro
reconhecimento. Que somos um movimento educacional que colabora na formação do
jovem por meio de um sistema de valores que
prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira, e através da
prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazer com que o jovem
assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade,
altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina. Se isto é que nós esperamos
será que estamos fazendo por merecer a confiança de sermos um movimento sério,
com valores cujos exemplos são mostrados em nosso dia a dia como chefes
escoteiros? Temos mostrado nosso garbo, nossa elegância, boa aparência, ser
visto e elegante ao vestir e impecavelmente bem uniformizado? Ou será que isto
hoje em dia nada significa para a sociedade brasileira?
Se cada um
em particular pensar bem, com raras exceções será que somos um exemplo para que
acreditem em nós, será que nos primamos pela aparência respeito por parte
daqueles que precisamos para fazer funcionar a roda da formação escoteira que
nos move na nossa luta para fazer do jovem alguém que a sociedade possa
acreditar? Sabemos que temos muito a dar e que é a sociedade brasileira quem
precisa de nós, mas não é isto que estamos vendo. Sem perceber nos mostramos
diversamente contrário, onde nós sim é que precisamos dela. Afinal não somos
professores, onde exaltamos a nós mesmos pela abnegação, disciplina e
altruísmo, sem salários, muitas vezes usando nossas parcas economias, querendo
ajudar e quase sempre temos que pedir insistir na colaboração de um ou outro
órgão governamental ou mesmo empresarial político ou religioso?
Sem perceber
erramos de muitas formas. Erramos por não saber escolher nossos lideres que
deviam trabalhar em função de informar e mostrar a esta Sociedade Brasileira o
que somos. Temos ainda um grande erro de não termos formados como pensamos ser
o método do B-P e com isto ainda não temos frutos no meio desta sociedade que
alcançaram um status-quo para exemplarmente darem seu testemunho ao valor da
formação escoteira. Em outros países, tão sobejamente copiados na sua
apresentação pessoal, temos exemplos às centenas todos eles dando seu
testemunho do valor do escotismo na formação dos jovens. Eles na sua maneira de
se apresentar criaram uma extraordinária qualidade de glamour que enaltece o
escotismo como um todo perante a nação.
Aqui ainda
não conseguimos isto. Afinal só nossa apresentação deixa muito a desejar. Um
Velho Lobo conhecedor emérito do escotismo ficou estupefato com a apresentação
de vários grupos quando de uma apresentação em uma solenidade estadual. Suas
palavras não foram bem absorvidas, pois isto se repetiu na semana da pátria em
varias apresentações Escoteiras. Claro, sem generalizar muitas unidades
Escoteiras deram bons exemplos do seu garbo, da sua maneira elegante de se
comportar trajando ou vestindo uniforme com correção. Muitas vezes o próprio
líder, o Chefe se apresenta de maneira desleixada, prejudicando a apresentação
que devia fazer em publico colocando peças que não são aprovadas em nosso
P.O.R. Difícil tentar analisar a apresentação dos demais cujos chefes deram a
liberdade com seus exemplos de uma maneira equivocada, basta dizer das
facilidades que o próprio P.O.R deu quando da implantação do vestuário
escoteiro.
Alguém um
dia comentou que é de interesse dos nossos órgãos diretivos ter grupos pequenos
ao contrário de grupos maiores. Acho difícil manter jovens por muito tempo sem
nossos métodos e eles dificilmente alcançaram seus objetivos com poucos jovens
tentando fazer com que o escotismo funcione corretamente. Se procurarmos
honestamente ver que estamos caminhando em trilha desconhecida, se nos
conscientizarmos que nossa apresentação pessoal é um passo para darmos
testemunho do nosso valor, dentre outras normas de conduta ainda poderemos um
dia mostrar a nossa sociedade brasileira que o escotismo é a única maneira de
formação de caráter até hoje existe entre os jovens.
Quando motivarmos a juventude
escoteira que o escotismo é saudável, é valido, é gostoso, é uma maneira de
aprender fazendo, é ter liberdade para aprender com seus erros, este jovem irá
acreditar mais na formação escoteira e quando na sua vida adulta irá sem sombra
de dúvida dar seu testemunho e colaborar dentro de suas possibilidades na
manutenção direta ou indireta onde for procurado para ajudar. Mas sem termos
uma apresentação pessoal isto dificilmente será atingindo. As frases feitas que
o Escoteiro se conhece pelo seu sorriso, pelo seu amor ao próximo e pelas suas
boas ações não precisando de um uniforme ou vestuário para dizer que ele é
Escoteiro tem um significado menor. Ainda não chegamos a tal ponto em que
qualquer organização seja educacional ou de outra envergadura possa dispensar a
uniformização. Os Colégios e outras associações estão aí para que possamos ver
como eles se apresentam.
Portanto
posso afirmar que ter garbo é ser sutil na maneira de vestir, na maneira
de agir, é saber se comportar de forma elegante, demonstrando educação e
distinção. Ter garbo é também ter cavalheirismo, ter gentileza, ter distinção
de maneiras, ser amável e ter delicadeza de expressão. Ser garboso é ser uma
pessoa que tem sentimentos de dignidade, de brio, decoro, de classe e
cordialidade. A expressão “Os escoteiros desfilam com garbo” é usada para fazer
referência à postura de sua organização, onde os escoteiros desfilam com um
porte suntuoso e elegante. Precisamos manter isto na mente. Até mesmo
individualmente somos observados por esta sociedade brasileira que ainda espera
muito de nós para ela se convencer que somos um movimento de caráter embora nós
não temos nenhuma dúvida.