Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Assembleias Escoteiras.
Prologo: - Ainda que goze de alta posição na sua profissão, o
cidadão comum tem tendência a considerar que as decisões relativas à vida da
sociedade a que pertence são obras do destino sobre as quais ele não tem
influencia - como os súditos romanos do mundo inteiro pensavam na época do
Império Romano, o que é uma disposição favorável ao desenvolvimento da
religião, mas desfavorável à manutenção de uma democracia atuante. - Paul
Tillich.
Existem em todos os
níveis. Do Grupo Escoteiro (agora chamado UEL (Unidades Escoteiras Locais) e a direção Nacional do Escotismo) EB. Suas
finalidades são prescritas nos Estatutos da União dos Escoteiros do Brasil.
Qualquer um tem acesso e se não tiver o livreto ele está disponível no site da
Escoteiros do Brasil (nossa quanta confusão, tem hora que escrevo EB tem hora
que escrevo UEB, estou meio perdido). No
palavrório institucional tudo é bonito e democrático. Aos que ainda não leram
os Estatutos devem tirar um tempinho e ler.
É normal os chefes mais
ligados a nossa hierarquia escoteira (quem eu chamo de Politicamente Corretos)
citarem que devemos reclamar e mostrar nossas duvidas e sugestões na sua
Assembleia mais próxima. Se o tema é “Escotismo e suas Normas” a Assembleia do
Grupo Escoteiro não terá competência para mudar nada. A do distrito idem. Na da
Região já me disseram para primeiro me informar lá no “Posto Piranga”,
desculpe, vá na Assembleia Nacional.
Quem frequenta essas
assembleias sabe como funciona. Discute-se louvam-se moções, distribuem-se condecorações
e certificados e no final quem muda o que quer e determina o que pode é a alta cúpula
escoteira representada pelo CAN e pelo DEN. Claro que nas Assembleias Nacionais
muitas vezes um orador dos bons consegue colocar em votação alguma tema ou
assunto que ele considera importante, mas na maioria das vezes os conselheiros
nacionais só votam o que determina os estatutos, relatório, prestação de contas
do financeiro e suas atividades. Também elege seus representantes.
Sempre tem um para
apresentar suas ideias. Exemplo um achou que a palavra “honra” não caberia na Promessa
Escoteira. Discutiu-se e me parece que modificaram. Consultaram a plebe? O que
ela pensa disso? Não, não houve e nunca haverá consulta. O Estatuto permite. Não
temos mais honra no Escotismo, no sentido figurativo. Afinal alguns poucos
espernearam, mas sempre os politicamente corretos dando seu aval e explicando
aos demais como fazer para discordar.
Tente ser um Conselheiro Nacional. Primeiro
começa no Grupo com sua indicação a Assembleia Regional com esse propósito. Ela
elege os nomes que irão naquele ano representá-la e lá podem se candidatar a
Conselheiro Nacional. Mas queira ou não os politicamente corretos dizer o
contrário, existe uma irmandade dos eleitos e eles não querem perder a “boquinha”
isto é o poder. Vejam o funil. Grupo, Região e finalmente Nacional. Dos mais de
12 mil adultos praticando escotismo, a Assembleia não tem nem mesmo 0,5% por
cento dos seus associados.
Vejam as principais
mudanças no Escotismo dos últimos tempos. Programa, uniformização, nomenclatura
escoteira, flor de lis, alterações no POR e normas diversas. O POR quando da
sua reformulação foi dado direito aos associados de darem suas opiniões, quem
opinião não teve retorno de suas ideias. Tudo feito diretamente pelo CAN. Não
discuto o seu direito. Afinal temos que ter uma direção para representar a
Associação. Tente reclamar em uma reunião de Assembleia. Você não será ouvido
ou se for seu assunto não será tão importante para ter prosseguimento. Há não
ser que você seja também um figurão Escoteiro.
A Escoteiros do Brasil hoje se
tornou onipotente. Não discuto seu direito. Mudou o sentido quando no passado se
dizia que ela foi criada para “Servir” aos seus associados. Hoje é o contrário.
Ela a EB obriga aos adultos quando da promessa dizerem no final “Servir a União
dos Escoteiros do Brasil.”. Não sou papagaio pirata, daqueles que ficam atrás
de políticos para aparecerem, mas a frase longa de Aldous Huxley celebre
escritor inglês merece um reparo e adaptação:
“Tudo estaria a salvo se” toda os Associados da
Escoteiros do Brasil fossem capaz de ler e entender os estatutos e se
permitisse que toda espécie de opiniões fosse dirigida aos seus diretores pela
palavra ou pela escrita e se pelo voto, os “Escoteiros” pudessem eleger uma
Direção que representasse as opiniões que tivessem adotado. Os sistemas
adotados pelos educadores clássicos eram e ainda são ineficientes. Sob a
palmatória de um ditador cientifico Escoteiro, a formação educacional produzirá
realmente os efeitos desejado e dai resultará que a maioria dos chefes
Escoteiros chegarão a adotar a sua servidão sem nunca pensar em uma revolução.
Parece que não há motivo válido para que uma ditadura perfeitamente cientifica
seja algum dia derrubada. Talvez as forças que agora ameaçam o mundo sejam
demasiadamente poderosas para que lhes possa ser resistentes pôr muito tempo. É
ainda nosso dever fazer tudo o que pudermos para resistir-lhes...
Não adoto a politica
atual da EB. Um politicamente Correto comentou que se não está satisfeito a
porta da rua é a serventia da casa. Estou em duvida se saí por esta porta. Há
tempos um alto dirigente me disse que se não tem registro na UEB não pode se
chamar escoteiro. Não sei se ele está certo. Fiz há quase 71 anos minha
promessa de lobo (vou fazer no mês de abril próximo). A partir daí me considero
moralmente escoteiro seja registrado ou não. Lamento tais chefes. Não sei
quanto tempo mais eles irão praticar o escotismo que veneram. Melhor ver daqui a
20 anos.
Dizer que escrever tais
frases ou comentar tais ações não são benéfica ao escotismo é ser subserviente
a tudo que a alta cúpula determina. Dizer que existem locais próprios para
argumentarem suas razões não tenho mais nada a acrescentar sobre as
assembleias. Se é válido ou não despertar a mente de alguns que podem estar
adormecidas para esses fatos não vou desistir. Agradando ou não é assim que
ponho minhas armas na mesa para o duelo onde o final será um Grande e Belo
Abraço! Sempre Alerta!