quinta-feira, 18 de julho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O que significa ser Chefe Escoteiro para você?




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O que significa ser Chefe Escoteiro para você?

Prólogo: - E outra coisa – não se esforce. Pelo menos, não tanto. Não fique aí remando contra a maré, dando murro em ponta de faca. Veja – se não fora pra ser, não vai ser. Acredite em mim. Coisa boba essa sua tentativa de ir além. E olhe, eu não estou pedindo pra você desistir não, não é isso. Eu só quero que você pense mais… que tenha argumentos melhores. (Caio Fernando Abreu).

- Desculpe jovem. A pergunta não foi para você. Você é puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações. Foi para um chefe, um dirigente aquele voluntário que veste um uniforme, diz que ama a filosofia escoteira, prega aonde vai às benesses da formação escoteira, algumas vezes seu assunto é escotismo e quando alguém pergunta o que é isso ele abre um enorme sorriso e não para de falar. Eles estão em todo lugar. Nos pontos de ônibus, dirigindo seu carrinho, no metrô no trem no seu trabalho no seu lar e olhe já vi um falando e falando em uma viagem de avião para Cuba. Pode? Na maioria são aprendizes de “palradores” doutores, pedagogos e filósofos da metodologia escoteira. Se perguntar o que ele faz para tirar tempo e atuar escoteiramente ele dá um enorme sorriso e diz: - Se você tem tempo de sobra não seja um Chefe escoteiro, escotismo é para aqueles que não tem tempo se sacrificam, chegam tarde em casa depois de uma reunião, passam dias e noites no meio da floresta, dormem no chão, costumam ter o céu como barraca e adoram uma chuva para sorrir e cantar... Boa essa não?

- Tem aqueles saudosos dos seus tempos, dos seus acampamentos e de uma noite de luar. São capazes de ficar horas e horas contando estrelas e esperando um cometa passar... Conhecem a natureza com a palma da mão, são capazes de fazer amizades com uma coruja, com um pica pau e até mesmo com um lobo Guará que diz ser seu irmão. Esses eu conheço bem, dão risadas, contam piadas de escoteiros, animam com alegria as noites em volta de uma fogueira, contam histórias tiradas da imaginação onde a lei dos escoteiros faz parte, pois não gostam de palavrões e dizem ser Caxias do artigo que diz ser puro de corpo e alma. São danados em construções simples, feitas com nós, amarras e costuras de arremate. Sabem fazer uma pequena ou grande Pioneiría, viajam léguas com seus passos escoteiros, medem distancias, alturas e seu caminho a seguir sempre tem uma estrela para indicar. Sabem seguir o vento, tem bom senso no trato com seus amigos e seus escoteiros. Costumam dizer que são os heróis da garotada, e por eles tem um jeitinho especial de elogiar, ensinar a trilha, seguir a pista aprendendo a saltar obstáculos até chegar ao ponto de reunião, que é sua formação como homem de bem.

- Infelizmente tem aqueles que fazem do escotismo sua diversão. Não “pegaram” o sentido da fraternidade, da amizade, do respeito, da ética e da Lei... Lei? Sim aquela que agora tem um novo artigo: “O Escoteiro é honrado e digno de confiança”. Esquecem muito que a lealdade faz parte que a irmandade tem seu objetivo da criação do escotismo por seu fundador Robert Baden-Powell. Ele o “Criador” insistia que o escoteiro é amigo de todos e irmão de todos escoteiros, mas você acha que eles se preocupam com isso? Que os outros possam ser seus irmãos? Mas eles tem suas escolhas, não são irmãos de qualquer um. Alguns tem estilos autoritários, querem ser dominadores, mandões desposta e outros acham que sabem tudo e os demais lhe devem obediência. Alguns dizem que pertencem a uma nova casta escoteira. São Insígnias, medalhados, formadores, dirigentes e assistentes. Outros dizem que estão fora do contexto e esqueceram da verdadeira finalidade do escotismo que é o jovem.

- E ainda tem os gênios, os criadores, os doutores que tem uma nova visão e fazem questão de subir aos píncaros da glória para mudar... Não são muitos, mas são uma praga que vai crescendo à medida que novos pensadores que não encontraram eco onde habitam viram no escotismo um manancial. Dão novos nomes a juventude, alegam ser especialistas, experientes, peritos em jovens e sabem de cor e salteado o que eles pensam e querem. Não se preocupam com os velhos lobos, os antigos habitantes da comunidade Badeniana que ficou no passado. Ouvi-los? Para que? Eles sabem que o fundador achava um absurdo que um Antigo Escoteiro passou anos e anos aprendendo com seus jovens, vendo sua formação futura no seio da comunidade, pularam obstáculos, saltaram o caminho a evitar e a seguir e tem muita coisa a orientar os mais jovens para que evitem os mesmos erros, as mesmas preocupações. Nós? Amarras? Dormir sob as estrelas? Caminhar para ver o cantar dos pássaros? O nascer da lua, o por do sol? Eles nem pensam nisso, coisa de bobocas dizem. Preferem jogar para escanteio quem lhes atravessar o caminho. Acreditam que são os novos progressistas, modernos pensadores a mudar para um mundo melhor.

- Pois é, este é o cotidiano de um escotismo que não deveria ser. Cada um vai seguindo sua trilha, muitos sabem aonde vai dar e outros pensam que sabem. Enquanto isso alguns amam e outros aproveitam o amor destes para se mostrar como doutores escoteiros. Estes não são uma raça em extinção, estão aí por todo lugar, nos Grupos Escoteiros, nos Distritos nas Regiões e na Direção Nacional. Mas quer saber meu amigo? Graças a Deus a grande maioria ainda tem o sonho escoteiro no coração, o amor verdadeiro pela filosofia escoteira e fazem tudo para dar uma formação escoteira conforme a metodologia de Baden-Powell, seu pensamento para formar homens e mulheres capazes de mostrar que o escotismo tem rumo, tem prumo e segue firme remando sua própria canoa com sua proa seguindo a estrela da rosa dos ventos, onde o vento sopra com as boas novas certo da grande filosofia de um homem que ensinou o caminho a seguir. Robert Stephenson Smyth Baden-Powell! –

deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”.