O
livro do Chefe Osvaldo foi apenas uma fábula uma ilusão.
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Hoje é sábado. A maioria dos Escoteiros estão em reunião. Fiz esse artigo há
tempos. Sempre esperando uma oportunidade para publicar. Porque não hoje? Quase
não serei lido, muitos ausentes em reunião e poucos para curtir ou comentar. Sempre
alguns bons amigos me perguntam: - E o seu livro Chefe? Queria ler, ter na
cabeceira da cama, me deliciar... Gente fina, educados, mas e o livro chefe?
Ah! O livro! Ele nunca existiu... Gostava de dizer: - Quem sabe um dia? E esse
dia nunca chegou. O tempo passou e sempre um ou outro insistindo: - Chefe e o
Livro? Que coisa gente, o Livro sumiu nas asas da imaginação! Afinal livros dão
alma ao universo, asas para a mente, voo para a imaginação e a vida e a tudo...
Mas meu livro foi apenas uma ilusão. Um famoso poeta escreveu que existem
livros escritos para evitar espaços vazios na estante. Seria o caso do meu? Mas
ele não existe, e quer sinceridade? Nunca vai existir.
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Este é um assunto comentado nos últimos anos. Cobranças e sempre alguém
solicitando para ter um livro meu. Mas são quantos mesmos? Verdade que se
tivesse um não queria lucro. Do escotismo nunca retirei um tostão. Meu livro
quem sabe seria uma pantomina, um engodo uma tapeação para explicar este meu
fracasso. Um amigo disse certa vez: - Um livro nunca termina o que nos tem a
dizer... E tome sugestões, tome ideias, tome sites, tome gente que pode
interessar... Até mesmo oferecimentos financeiros: - Chefe deixa comigo, me
mande o substantivo comum e logo o Senhor terá seu livro em mãos. Engabelei-me
com as ofertas, corri aqui e ali, “fucei” no Google, tentei, mandei a quem
pediu. E o resultado? Disse para mim: - Vado com a liberdade, livros, flores e
a lua, quem poderia não ser feliz? E assim o tempo foi passando, eu um velho
escoteiro aposentado nunca poderia tirar do bolso alguns tostões e tome seu
editor: Faça este velho feliz...
- E o
livro? Upa! O livro foi apenas uma quimera, um devaneio, uma fabula uma
fantasia criada na imaginação do contador de histórias... Escoteiras! Foi
apenas um faz de conta um sonho que explodiu no ar, sem partículas
microscópicas para mostrar que caiu em um “Buraco Negro” para nunca mais
voltar. Ilusão, fantasia, coisas de escritores sem Money sem tostão. Eita gente
este sou eu! - Na imaginação do Velho Escoteiro eu sempre imaginei que o
paraíso seria um tipo de biblioteca, cheia de livros escoteiros contando
histórias de meninos sonhadores, escoteirando pelas campinas ou voejando nas
montanhas com a Bandeira do Brasil. Mas Chefe... E o livro? Que livro meu amigo
José de Arimatéia que nasceu na Judeia e segundo os Evangelhos canônicos, um
homem rico, senador e membro do Sinédrio me perguntou em sonhos: - Você quer
ser o fazedor de sonhos? Quer mesmo alegrar alguns chefes a ler seu livro nas
fronteiras do Brasil e o Mundo? Já pensou? Seu livro em inglês, francês e coisa
e tal? E ele sorriu sentado em volta do fogo na lareira e viu à vovó que começou
a ler: Era uma vez... E não narrou um conto meu e sim de Betsabá, aquela das
mil e uma noite que contava histórias para seu rei não a matar... E quem quiser
que conte outra!
- Não
tem livros. Tive sim mil ofertas, mil sugestões, talvez alguns tostões
oferecidos por pequenos pingentes uniformizados que se mostraram amigos
faceiros, bons escoteiros e eu não quis aproveitar. Nem sabia como fazer. Até
que testei um E-book sem resultados. Tentei um canal Youtubeano, mas deu em
nada. Os que se ofereceram desistiram sem dizer adeus. Até hoje penso se não
existiu patrulhamento ideológico da sua querida Escoteiros do Brasil. Indicaram-me
a CCME e de novo vi que ali não tinha peixe para pescar. Pediram-me copias,
enviaram para meio mundo... E o livro Chefe? O livro seria aquele que os
aficionados poderiam sentir o sabor ao folheá-lo e escolher o conto que quiser.
Impossível zarpar nas ondas do alfarrábio, de Histórias que os Escoteiros não
contaram. Sei que me entenderam. Hoje nem mesmo consigo masterizar os capítulos
em ordem tal que seria divertido ler. Ah! Um livro de histórias... Quantas
folhas? São mais de dois mil contos. Escolher quantos? Não teria outro livro
dos contos aqueles que os escoteiros são os heróis da juventude? Ou quem sabe
um livro das Crônicas, aquelas que falam da mística, das pegadas, das aventuras
aventureiras dos fogo de conselho, das jornadas criativas e nunca esquecidas?
-
Desculpe Chefe. Não tem livro. Não consegui editar nenhum. Até que tentei
quando podia respirar, falar e tinha mãos e pés para andar e ideias na cabeça
para pensar. Os anos passaram e vi que enganei a mim mesmo. O matuto mineiro
sem dinheiro, sem contas bancárias, sem cartão de crédito, sem cheque e devedor
na praça nunca teria alguém para um empréstimo, para uma doação sem troco a
voltar. Quer mesmo saber? Não ficará ofendido se eu disser? Nem me fale mais em
livro, em ideias, em sugestões, já disse sou um Velho Escoteiro cansado, meio
senil, mal tiro um tempo para escrever. Quem sou eu para fazer uma revisão de
texto, correção ortográfica no português e a diagramação? Putz! Nem sei o que é
adverbio e mal escrevo um proverbio: - “Para se conhecer a sabedoria e a
instrução, para entenderem a palavra da prudência, para receber a instrução do
entendimento, da justiça do juízo e a equidade, o sábio escoteiro ouvirá e
crescerá em conhecimento e o entendimento de sábios conselhos”...
- Bolas...
Sei que muitos ofereceram, mas quem são esses muitos onde estão? Gente boa
gente amiga se preocupado comigo um Velho Chefe Escoteiro na flor da idade
pronto para ir à eternidade, sem seu livro... Ainda quer ser meu amigo? Esqueça
o livro, não vai haver edição. Para mim não passou de uma bela ilusão. Não há retorno.
Retorno existe, quase sempre à volta ao Homem do Jaleco Branco. Ele vive atrás
de mim dizendo: - Seu Vado cuidado ande devagar, faça a caminhada com segurança
se quer viver um pouco mais... Livro? Fica para outra vez, quem sabe na minha
próxima encarnação!