Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Mística, Simbolismo
e Tradições no escotismo.
Prólogo:
- Nota - Ser Místico é não dizer o
que faz, Nem o que vai fazer - é ser anônimo. É superar os medos do eu pelo
mergulho no ser. É não ter a necessidade de demonstrar o que sabe, É falar
pouco e escutar muito, É passar por louco e ser inteligente, é se orgulhar do
que é do que pretende fazer. E então? Vamos deixar como está?
O escotismo está assentado
em bases sólidas, com um programa definido e metodologia posta em prática com
excelentes resultados em várias partes do mundo. Isto é discutível? Acredito
que não. Somos um movimento de ação, de trabalho voluntário, e diferente de
tantos outros que buscam outras ideias ou ideais. Nossa finalidade é sem
similar desde a aprender fazendo até a autoeducação pelo próprio jovem. Alguns
dizem que nossa organização está perdendo aos poucos suas características,
tradições simbolismo e a mística que nos deu por muitos anos uma referencia
especial. Afinal estamos perdendo nossas raízes? Sei que alguns poucos que não
conheceram nosso passado, até podem estar sendo direcionados para o que se diz
como Escotismo Moderno. Mesmo assim as tradições e místicas não podem perder o
que de mais belo temos no Movimento Escoteiro.
Até que ponto a mística e as
tradições têm validade na metodologia Badeniana? Baden-Powell criou raízes que ficaram
na memória no escotismo mundial. O Chapéu Escoteiro, o Lenço, a Flor de Liz, o
aperto e mão, aa saudação escoteira, o lema, o sistema de Patrulha, os
distintivos e porque não dizer onde reside a maior parte da simbologia e
mística do Escotismo Mundial. O Parque de Gilwell. - A Insígnia da Madeira, seu
lenço com a marca do “Tartan” dos MacLaren, e sem contar o Colar de Dinizulu.
Poderíamos acrescentar ainda o estilo Badeniano da uniformização, dos topes, da
apresentação, das contas do colar, enfim temos todo um histórico cheio de
místicas e tradições. Sem esquecer-se da história do escotismo tão rica em
detalhes e que nosso Fundador Lord Baden-Powell foi prodigo e feliz na sua
execução.
As místicas se completam
deste a iniciação do jovem no escotismo até sua chegada como “Velho Lobo”. A
Promessa Escoteira é uma mística e um símbolo que se pratica onde se faz o
escotismo em todo o mundo. Os Lobos têm sua mística da Jângal, o Grande Uivo e
tantas outras. A Caverna Pioneira, as passagens entre ramos, à fraternidade
escoteira universal tudo é baseado em místicas e tradições. O Sistema de
Patrulhas é a base primordial para o desenvolvimento escoteiro em todas as suas
fases. Quem não se lembra das famosas estrelas de metal que mostravam em cores
o crescimento nos diversos ramos? Daquela época de se abrir um olho depois os
dois com a Primeira e Segunda Estrela. E as especialidades que ainda
permanecem? Os cordões de eficiência? E a alegria estampada em um lobo quando
recebeu seu Cruzeiro do Sul, ou do escoteiro seu Lis de Ouro, do Sênior seu
Escoteiro da Pátria e o Pioneiro sua Insígnia de BP.
Falam-se muito nos acampamentos
de Gilwell. Volta a Gilwell terra boa é cantada em todos os cantos onde se
pratica o escotismo. Do primeiro Jamboree Mundial em Olympia, no coração de
Londres onde se reuniu pela primeira vez mais de 8.000 escoteiros vindo de 34
países diferentes. Dizem que o desfile foi inigualável! Uma tradição um pouco
esquecida por alguns que acham que desfilar não é “coisa” de escoteiros!
Lamentável! Escotismo sem sua mística, sem sua simbologia e tradições é como
ser amputado de sua melhor parte. Os velhos sonhos aventureiros, os
acampamentos, os bivaques, a Promessa Escoteira onde um dia dissemos que seria
por toda a vida, o orgulho de dizer que “Prometo fazer o melhor possível para
cumprir o meu dever”... O meu dever sim como escoteiro com a minha lei perante
Deus e a minha pátria.
Será que B.P era um
místico? Acho que sim. Afinal ele fundou um movimento diferente de tudo que se
conhecia até então. Vivenciar a vida ao ar livre, vivenciar a mística de uma
Patrulha, de uma Alcateia em Seeonee e finalizar com o Fogo do Conselho é uma
maneira inesquecível para lembrar para sempre do Escotismo de Baden-Powell.
Contar e ouvir histórias, repetir a lenda dos
Cavaleiros da Távola Redonda, da luta de B.P no Transvall, do primeiro
acampamento em Brownsea, a força espiritual de Gilwell Park, o cumprimento da
mão esquerda, as saudações Escoteiras, o lenço, o tope da Flor de Lis com seu
penacho, as jarreteiras, as estrelas de metal e tantos outros não dá para
esquecer.
O Escotismo é tudo isso, seu valor e sua sensibilidade diante da natureza;
diante de situações humanas; diante de intuições filosóficas; outras, diante de
suas reações interiores ou quando se encontram em meio ao borbulho da vida
agitada na cidade. Este é o escotismo que conhecemos e quem dele participa tem
seu quinhão de felicidade junto aos jovens, oferendo a eles o que de mais belo
um dia poderiam ter conhecido. Mesmo com as novas tecnologias elas não
sobrepõem os valores criados por Baden-Powell. Quando isto não existir mais o
escotismo então acabou. Será difícil, alguém escreveu que já tivemos mais de
250 milhões de escoteiros outro na época atual que passamos dos 500 milhões.
Não há quem se orgulhe de ter sido um deles. Alguém que aprendeu com a natureza
as maravilhas que ela oferece.
A mística, o simbolismo e
nossas tradições são nossas origens. Ela nos envolve por todos os lados. Não
podemos esquecer-nos de nosso passado. Não podemos deixar que se apague de
nossas memórias o verdadeiro escotismo que nosso líder nos deixou. Anrê! Lord
Baden-Powell of Gilwell!
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