terça-feira, 23 de julho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Mística, Simbolismo e Tradições no escotismo.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Mística, Simbolismo e Tradições no escotismo.

Prólogo: - Nota - Ser Místico é não dizer o que faz, Nem o que vai fazer - é ser anônimo. É superar os medos do eu pelo mergulho no ser. É não ter a necessidade de demonstrar o que sabe, É falar pouco e escutar muito, É passar por louco e ser inteligente, é se orgulhar do que é do que pretende fazer. E então? Vamos deixar como está?

                   O escotismo está assentado em bases sólidas, com um programa definido e metodologia posta em prática com excelentes resultados em várias partes do mundo. Isto é discutível? Acredito que não. Somos um movimento de ação, de trabalho voluntário, e diferente de tantos outros que buscam outras ideias ou ideais. Nossa finalidade é sem similar desde a aprender fazendo até a autoeducação pelo próprio jovem. Alguns dizem que nossa organização está perdendo aos poucos suas características, tradições simbolismo e a mística que nos deu por muitos anos uma referencia especial. Afinal estamos perdendo nossas raízes? Sei que alguns poucos que não conheceram nosso passado, até podem estar sendo direcionados para o que se diz como Escotismo Moderno. Mesmo assim as tradições e místicas não podem perder o que de mais belo temos no Movimento Escoteiro.

                   Até que ponto a mística e as tradições têm validade na metodologia Badeniana? Baden-Powell criou raízes que ficaram na memória no escotismo mundial. O Chapéu Escoteiro, o Lenço, a Flor de Liz, o aperto e mão, aa saudação escoteira, o lema, o sistema de Patrulha, os distintivos e porque não dizer onde reside a maior parte da simbologia e mística do Escotismo Mundial. O Parque de Gilwell. - A Insígnia da Madeira, seu lenço com a marca do “Tartan” dos MacLaren, e sem contar o Colar de Dinizulu. Poderíamos acrescentar ainda o estilo Badeniano da uniformização, dos topes, da apresentação, das contas do colar, enfim temos todo um histórico cheio de místicas e tradições. Sem esquecer-se da história do escotismo tão rica em detalhes e que nosso Fundador Lord Baden-Powell foi prodigo e feliz na sua execução.

                   As místicas se completam deste a iniciação do jovem no escotismo até sua chegada como “Velho Lobo”. A Promessa Escoteira é uma mística e um símbolo que se pratica onde se faz o escotismo em todo o mundo. Os Lobos têm sua mística da Jângal, o Grande Uivo e tantas outras. A Caverna Pioneira, as passagens entre ramos, à fraternidade escoteira universal tudo é baseado em místicas e tradições. O Sistema de Patrulhas é a base primordial para o desenvolvimento escoteiro em todas as suas fases. Quem não se lembra das famosas estrelas de metal que mostravam em cores o crescimento nos diversos ramos? Daquela época de se abrir um olho depois os dois com a Primeira e Segunda Estrela. E as especialidades que ainda permanecem? Os cordões de eficiência? E a alegria estampada em um lobo quando recebeu seu Cruzeiro do Sul, ou do escoteiro seu Lis de Ouro, do Sênior seu Escoteiro da Pátria e o Pioneiro sua Insígnia de BP.

                Falam-se muito nos acampamentos de Gilwell. Volta a Gilwell terra boa é cantada em todos os cantos onde se pratica o escotismo. Do primeiro Jamboree Mundial em Olympia, no coração de Londres onde se reuniu pela primeira vez mais de 8.000 escoteiros vindo de 34 países diferentes. Dizem que o desfile foi inigualável! Uma tradição um pouco esquecida por alguns que acham que desfilar não é “coisa” de escoteiros! Lamentável! Escotismo sem sua mística, sem sua simbologia e tradições é como ser amputado de sua melhor parte. Os velhos sonhos aventureiros, os acampamentos, os bivaques, a Promessa Escoteira onde um dia dissemos que seria por toda a vida, o orgulho de dizer que “Prometo fazer o melhor possível para cumprir o meu dever”... O meu dever sim como escoteiro com a minha lei perante Deus e a minha pátria.

                Será que B.P era um místico? Acho que sim. Afinal ele fundou um movimento diferente de tudo que se conhecia até então. Vivenciar a vida ao ar livre, vivenciar a mística de uma Patrulha, de uma Alcateia em Seeonee e finalizar com o Fogo do Conselho é uma maneira inesquecível para lembrar para sempre do Escotismo de Baden-Powell. Contar e ouvir histórias, repetir a lenda dos Cavaleiros da Távola Redonda, da luta de B.P no Transvall, do primeiro acampamento em Brownsea, a força espiritual de Gilwell Park, o cumprimento da mão esquerda, as saudações Escoteiras, o lenço, o tope da Flor de Lis com seu penacho, as jarreteiras, as estrelas de metal e tantos outros não dá para esquecer.

                 O Escotismo é tudo isso, seu valor e sua sensibilidade diante da natureza; diante de situações humanas; diante de intuições filosóficas; outras, diante de suas reações interiores ou quando se encontram em meio ao borbulho da vida agitada na cidade. Este é o escotismo que conhecemos e quem dele participa tem seu quinhão de felicidade junto aos jovens, oferendo a eles o que de mais belo um dia poderiam ter conhecido. Mesmo com as novas tecnologias elas não sobrepõem os valores criados por Baden-Powell. Quando isto não existir mais o escotismo então acabou. Será difícil, alguém escreveu que já tivemos mais de 250 milhões de escoteiros outro na época atual que passamos dos 500 milhões. Não há quem se orgulhe de ter sido um deles. Alguém que aprendeu com a natureza as maravilhas que ela oferece.

                 A mística, o simbolismo e nossas tradições são nossas origens. Ela nos envolve por todos os lados. Não podemos esquecer-nos de nosso passado. Não podemos deixar que se apague de nossas memórias o verdadeiro escotismo que nosso líder nos deixou. Anrê! Lord Baden-Powell of Gilwell!

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