quinta-feira, 16 de abril de 2020

Conversa ao pé do fogo. Atividades aventureiras Escoteiras




Conversa ao pé do fogo.
Atividades aventureiras Escoteiras

... - “Quem cede a sua liberdade essencial em troca de um pouco de segurança temporária, não merece nem liberdade nem segurança”. Benjamim Franklin.

... – Não é incorreto definir muitas atividades escoteiras com nomes muitas vezes tirados da imaginação ou aprendidos em cursos ou mesmo na sequência aprendida no seu Grupo Escoteiro. Costumo dizer que o importante é fazer, é realizar deixando para o jovem a aventura, a descoberta o gosto de viver a “escoteira” na vida campestre junto á natureza. Pensando nisso e lembrando-se da nomenclatura aprendida nos tempos da “diligência” e sabendo que a uma série de conflito nos dias de hoje sobre a importância do texto o Que? Quem? Quando? Onde? Porque? E Como, e eu nem mesmo tenho ideia de quem foi o autor, (dizem que remete a Ernesto Che Guevara um dos líderes da Revolução Cubana)  mas ainda tenho duvida de quem foi o Criador de tão importante texto que ajuda e muito a quem pretende realizar atividades aventureiras e escoteiras.

Pensando bem, o “que” poderia ser o iremos realizar, “quem” seria os participantes e responsáveis, “quando” claro que significa a data que iremos partir e voltar, “onde” o local escolhido, seja em um bosque, em uma estrada carroçável ou uma trilha, sem considerar uma montanha bem alta para cansar e finalmente vem a ultima pergunta, “porque”! Isto mesmo porque vamos realizar tal atividade? Se perguntarem aos seus escoteiros (as) as respostas serão sempre as mesmas e às vezes variadas. No fundo acredito que deve estar embutido o desejo da conquista, o desafio, o aprender fazendo e porque não percorrer os caminhos da aventura seja de que jeito for. Pode ser um belo acampamento de vários dias ou um de fim de semana. Pode ser um bivaque percorrendo um trecho determinado e pernoitando para descansar, ou uma excursão em um local para deixar saudades no retorno.

Falamos muito em acampamentos. Claro sem ele não existe escotismo. Quando os jovens ficam sabendo que no programa anual vão ter vários acampamentos eles vibram. Eles adoram. Entraram no escotismo por causa deles. Mas se no último acampamento se decepcionaram e não conseguiu despertar neles o sonho aventureiro, aí meu amigo é preciso consertar e já. Ou então é melhor não ir mais. Não adianta o melhor Fogo de Conselho do Mundo. Pode dar a eles o que quiserem, mas lembre-se você não pode falhar. Você Escotista é responsável para que os sonhos deles se tornem realidade e não o seu. Quando você deu a eles as delicias de uma vida mateira, quando deixou que eles fizessem a fazer fazendo sem sua ajuda, quando o tempo foi bem distribuído e ele pode vivenciar o que disseram para ele antes de ir, então o sucesso é garantido e absoluto. 

Costumo dizer que existem acampamentos e acampamentos. Vejamos o que o Google diz sobre ele – “Acampamento (do inglêscamping) é um local onde se estabelecem barracas ou tendas, geralmente com a proximidade à natureza onde toda a infraestrutura é levada pelos campistas, tal prática é conhecida por campismo”. - Mas será isto que os escoteiros fazem? Não, não é. Isto aí é Camping. Escoteiros acampam e não fazem camping. Eu costumo dizer que a preparação e a organização é a “alma do negocio”. Se a preparação e a organização foi perfeita então o sucesso será garantido. Não pretendo ensinar aos chefes escoteiros mais experientes, pois sei que a maioria sabe melhor que eu o que seria um acampamento Escoteiro. Seria presunção minha dizer o contrário.

Por outro lado um bivaque tem sua hora e seu lugar. Bem feito deixa marcas que nunca serão apagadas. Todo o cuidado é pouco. A preparação meses antes deve ser observada, pois nem sempre temos aventureiros preparados para uma longa  jornada e sabemos que um só reclamante põe tudo a perder. Adestrar em pequena rotas e aumentar à medida que estão aprendendo o que levar o que vestir para então partir em um esplêndido bivaque nunca antes caminhado em estradas e trilhas desconhecidas. Bivaque ou “Vivouac” em francês significa um acampamento rudimentar para passar a noite na natureza, pode ser feito sobre tendas, ao ar livre ou em fazendas desde que previamente combinados. Nunca esqueci um bivaque de Escoteiros Seniores que se saíram muito bem mas os chefes se cansaram demais. Esqueci que eles ainda não estavam preparados para “bivacar”.

Tem muitos escoteiros e escoteiras que gostam muito de uma atividade de fim de semana explorando uma trilha em uma montanha, um local aprazível para passar a noite, ver o nascer e o por do sol, as delicias dos sons da natureza, a brisa solta no ar, o vento soprando e os pássaros cantando, ops! Lá estou eu a poetizar. Será que não existe mais aquela possibilidade de sair com seus monitores e subs em bikes por caminhos desconhecidos, para mateiramente bivacar?  

- Não podemos esquecer os Acampamentos Volantes. Um pouco diferente de Bivaques. Próprios para seniores/guias experientes ou boas patrulhas escoteiras com ótima vivencia de campo. Uma programação com horários determinados e levando em consideração o tempo. Pode-se desenvolver um grande jogo, tipo os fugitivos do sol nascente (uma patrulha a frente, esconde após caminhar por cinco quilômetros, não longe da trilha ou estrada). A patrulha que avistar ganha pontos e segue a frente para fazer o mesmo. Se não avistarem, os fugitivos devem ultrapassar as patrulhas, e esconderem no segundo dia. Em acampamentos volantes as barracas vão nas mochilas assim como a intendência necessária. Muitas outras programações devem ser criadas. Andar por andar não tem finalidade escoteira. Passo escoteiro, Percurso de Giwell, ver sem ser visto, relatórios podem ser pensados. Cada tropa desenvolve seu programa escolhido por todos.

Voltemos ao texto o Que? Quem? Quando? Onde? Porque? Para rememorar que estas atividades são excelentes para desenvolver o programa escoteiro. É uma atividade de jovens para os jovens. O Chefe está ali para aconselhar e dar diretrizes do aprender fazendo e não ser o substituto deles. O jovem quer fazer, quer ser o aventureiro, o guia, o bandeirante, ele quer ser o herói na estrada, na trilha, e até mesmo nas noite enluaradas para contar estrelas... Se o ensinaram a fazer isso antes de sair por ai a aventurar sem saber o que fazer e aonde ir. Já me disseram que muitos jovens não tem mais aquele devaneio, encantamento ou fantasia para uma vida aventureira. Costumo dizer que cada um de nós tem suas escolhas e se elas ainda não  foram colocadas á prova se ainda não o ensinou a pescar a lua e as estrelas, costumo aconselhar a entender as palavras de Rudyard Kipling: - “Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”.