... – Este artigo cujo teor é de
meses atrás, ainda acontece até hoje. Não vamos generalizar e sei que a maioria
age corretamente obedecendo às normas conforme acreditam e orientado pelos seus
Dirigentes e APFs. Vez ou outra um ou outro Chefe descontente abre espaço em
suas páginas para protestar e exigir seus direitos. Concordo com o que escreveu
Cristina que dialogar é escutar o que o outro tem a dizer, sem ficar pensando o
que vai responder em seguida. Dialogar é falar com o coração e com a razão
também. É respeitar e ser respeitado. “Perfeito”. Não discuto aqui os valores
das normas estatutárias e outras resultantes do pensamento de algum líder em
seu poder nas artes relevantes de sua associação. Quando o poder for
simplificado para “o saber ouvir e compreender” então teremos oportunidade do
diálogo e não o monólogo.
Vejamos o que escrevi há meses sobre
o tema... - Ontem passeando nas páginas do Facebook deixei de lado as Fake News
horríveis, muitas postas por pseudos Chefes Escoteiros (o que não devia
acontecer) e me deparei com uma desavença de alguns sobre a posição de uma
determinada patente em um Grupo Escoteiro. Comecei a ler os comentários a favor
e contra. Tudo começou com um revoltado membro Escoteiro com um Presidente do
Grupo que não registrou os membros da diretoria. A discussão chegou às raias da
ameaça e da punição. Um bate boca h horrível que não coaduna por quem tem o
espírito Escoteiro. São situações análogas que vem acontecendo não frequente,
mas existem. Algumas explicações foram entrepostas e um que me parece ser um
líder do distrito disse que todas as providencias estavam sendo tomadas.
Ameaças veladas no ar. Fiquei pensando nas normas, nos artigos de um estatuto
que rege os papas escoteiros de hoje. A discussão foi evoluindo. Se estivem no
mesmo local sairiam para o sopapo sem dúvida. Não sei o motivo real, mas seja o
que for este tipo de comportamento não coaduna com os princípios escoteiros.
Contra meu modo de agir e me “abiscoitar”
como docente escoteiro, coloquei minhas ponderações sobre o motivo da contenda.
Falei da amizade, do sexto artigo do direito de agir, falei da fraternidade, da
irmandade tão usada pelos dignitários escoteiros. Disse da minha perplexidade
de tal discussão ser lida por milhares e milhares de escoteiros do Brasil e do
Mundo. Não gosto de dizer que roupa suja se lava em casa... Mas... Parece que
se tocaram e retiram a postagem alguns minutos depois. Já vi esse filme. Alguns
poucos me escrevem reclamando a mesma coisa. Sou um velho escoteiro de setenta
e três anos de escotismo e não um Salomão Escoteiro. Costumo pensar que apesar
de ser um leitor emérito de Baden-Powell nunca li que ele disse que para ser
escoteiro tem de ter registro, que a associação do país tem de ser reconhecida
e registrada por um órgão internacional.
Li sim muito do que escreveu que o
escotismo simples dentro das bases do que ele deixou e bem aplicado tem tudo
para dar certo na formação da juventude. Deu a fórmula através de um método
perfeito. Deu uma Lei e uma Promessa. Disse que para crescermos devemos
aprender fazendo. Sempre repetia em seus escritos que o Chefe é exemplo. Os
jovens farão o que seu líder faz. Não disse nada sobre registro, sobre
Presidente, sobre Diretores e outros badulaques hierárquicos. Falou muito do
Chefe. Do Chefe... Sei que não são todos, mas tem uma minoria que deixa a
desejar. Ás vezes me olho e olho em volta perguntando? São Escoteiros? São
fraternos, convivem em harmonia, procuram ajudar, ouvem e sabem falar na hora
certa? Pensam primeiro nos outros? A lealdade acima de tudo, à cortesia e a
irmandade do sexto artigo prevalece em suas ações? Acreditam mesmo que são
exemplo para conduzir escoteiramente esta moçada no porvir?
Falamos de ética, de honra, de
caráter de personalidade de Servir, falamos tanto que essa preocupação em
condenar, em exigir normas sem dar oportunidade de correção e sabemos que os
órgãos correlatos para isso não são o melhor lugar para usar da palavra e
definir uma conclusão. Repito o diálogo e não o monólogo não seria melhor que ameaças?
Essas ações dos Dirigentes na mais ampla escala de valores e da ética dentro da
hierarquia escoteira não trazem benefício algum. Não concordo com o que
colocaram na promessa que nada tem a ver com as idéias de Baden-Powell: “Servir
a União dos Escoteiros do Brasil”. Ufa! Se eu quero ser escoteiro e prefiro
fazer dentro dos parâmetros que acredito não tenho esse direito? Se não estou
agindo dentro da lei existe um caminho correto para resolver. O que não pode é
essa intolerância, essa opressão pensando que somos todos soldadinhos do que
dizem os estatutos e os mandatários da EB. Ah! Esses líderes de grupo que se
acham dono da verdade.
Interessante que minhas páginas e
grupos tem participação internacional. São escoteiros e chefes de vários países
que leem tais pensamentos transformados em demanda entre um e outro nas páginas
das redes sociais. Não sei se em seus países isto acontece. Sem sim que tem
alguns deles que costumam discordar e sei também que depois de um bom mediador
participar da contenda chegam à conclusão que o importante é o jovem. Ainda
estamos na fase troglodita de resolver discórdias? Em um movimento reconhecidamente
fraterno? O que valeu a promessa, a lei tão bela e sincera no seu modo de ser. Vez
ou outra temos uma voz gritando baixinho, chorosa, respeitosamente saudosa
dizendo que está deixando o escotismo. E todos em uníssemos repetem: - Por quê?
Difícil entender a voz da razão de cada um. Não importa se vamos chegar aos
duzentos mil... Não importa. O importante é manter a ética o respeito e a
lealdade com aqueles em volta que consideramos irmãos escoteiros.
Não vou discutir aqui se o registro anual
é valido ou não. Não vou discutir também se os Estatutos devem ter as normas da
associação para melhor disciplina. Já diz o sétimo artigo que o Escoteiro é
obediente e disciplinado, mas não enxovalhado e escravo de uma crendice que não
é a sua. Baden-Powell dizia frequente que estamos nos transformando em uma
organização burocrática, cheia de poderosos que podem sem sombra de duvida
mudar o pensamento mundial que o escotismo é para os jovens, para sua alegria,
para sua formação e para que ele tenha no seu pensamento que a Lei Escoteira e
a Promessa veio para ficar por toda sua vida. Precisamos repensar o que estamos
construindo para o nosso futuro, um dragão guerreiro ou sínteses de jovens com
Espírito Escoteiro para que nosso futuro seja o esperado por todos que labutam
nas hostes do Escotismo Brasileiro e Mundial.