Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.
Nota – Existe uma dificuldade enorme para muitos
chefes desenvolverem seus programas de reuniões de tropa. No passado era
simples hoje não. Sofisticaram muito a programação de tropa e alcateia. Este artigo
seria para ajudar os mais novos já que os mais antigos já sabem o seu caminho a
seguir. Não esperem uma enciclopédia, nada disto, quem sabe uma programação
simples é a mais interessante?
Meu amigo Chefe, você gostaria que existisse um livreto com cem ou mais
programas de reuniões de tropa para você utilizar? Acho isso correto? Bem se
você está acostumado a se matar em noites infindáveis e monótonas com seus
assistentes para preparar programas a curto médio e longo prazo pode até ser
que sim. Claro que enquanto você usar alguns destes programas sua Tropa vai
sorrir e muito com o estupendo programa do seu Chefe.
Este é um tema muito falado e
comentado não só no passado como no presente. Sempre foi levantado em cursos
pelos participantes. Muitas vezes se abre uma brecha para discussões e logo
vinha alguém dizendo da necessidade de um livreto com programas de tropa. Não
sei até hoje se este é o melhor caminho. Afinal se todos recebessem hoje um programa
já escrito o que seria da formação progressiva e individual de cada membro da
tropa?
Conheci um Formador (costumo
lembrar que eram chamados de adestradores) que passava horas com seus alunos a
discutir as vantagens de um bom programa programado por eles mesmos... Os
escoteiros. Aprendi com ele e com minha vivência como Chefe de tropa que
programas só são bons quando tem a mão dos escoteiros e principalmente dos
monitores da tropa. Afinal se eles em seus bairros tem suas turmas e fazem seus
próprios programas porque não copiar? Eles nunca reclamam do programa que fazem
em conjunto.
Se dá certo porque a patrulha
não possa sugerir o que gostariam de fazer? Claro, dentro dos princípios do
método e do esquema de progressividade. Muitos chefes tentaram e disseram
depois que não deu certo. Aplicou por quanto tempo? Quantos saíram do escotismo
depois que cada um deu sua contribuição? Tudo tem que ter um começo e
acompanhar ouvindo todos se está dando certo ou não. Falar, ouvir, analisar
vendo o certo e o errado e por em prática. Não é assim? Na escola é diferente,
o Professor já tem o curriculum da aula pronto. E nós? O que temos?
Se não me engando foi assim
que BP criou o método escoteiro. – Programando o Programa tem de ser a preocupação
máxima de um Chefe Escoteiro, mas se ele não utilizar seus monitores e
escoteiros para saber se está ruim ou bom às reuniões nenhum objetivo vai ser
alcançado.
Sei de muitos chefes que quinzenal ou mensal com auxilio de assistentes
(ou mesmo só) prepararam o programa. Costumam fazer até cinco ou seis e conheci
alguns que faziam para todo o trimestre. Sempre eles decidindo tudo. Nada de
ouvir monitores e escoteiros. Imagino a dificuldade do Monitor em ser o
responsável pela progressividade do seu patrulheiro.
– Já me diverti muito com alguns chefes que quando chegam o sábado
correm para montar um programa de última hora. Isto é certo? E aqueles que nem
programa tem e usando alguns jogos que os jovens mais gostam desenvolvem a
reunião como se fosse uma rotina. E olhe tem aqueles que vestem o uniforme na
sede. Bonito exemplo ele está dando. Alguns se jactam-se de ter tudo na
memória. Sabemos que ele é um ótimo Chefe, com muitos conhecimentos e sabe como
improvisar quando preciso.
Quando alguém me diz que a base
do programa é as iniciais BOIA! (Bandeira, oração Inspeção e chamada) me
divirto. Parece fácil e seria com o auxilio dos interessados. Tem aqueles que
adoram um racha, um quebra canela e outros jogos conhecidos. Vira rotina e
aqueles calados que não reclamam acabam saindo do escotismo. Não é fácil chegar
à sede e ver patrulhas com dois, três ou quatro. De quem é a culpa?
Quando se tem um bom programa com participação de todos isso
dificilmente acontece. Eles sabem que o Sistema de Patrulhas serve para isto. Afinal
tirar um tempo para discutir como está o programa deve ser uma prática nos
finais de reunião a cada sábado. Assim como os monitores são os responsáveis pelo
crescimento dos patrulheiros é também nas reuniões de Patrulha que a discussão
do programa é feita.
Monitores bem formados e adestrados sabem o que fazer. É nesta hora que
surge boas ideias e onde a Patrulha tem liberdade de opinar e divergir. Muitas
patrulhas fazem suas reuniões após o final da de sede ou em casa de alguns
escoteiros e se revezando. É ali que discutem a progressividade e o programa.
Está bom? Não? O que fazer? – O Monitor sabe como é. É ali que se reclama da
falta de acampamentos e atividades ao ar livre. Muitas patrulhas bem formadas
costumam fazer suas atividades ao ar livre sem a presença dos chefes. Claro
sempre dentro de uma programação viável e em local previamente conhecido.
Os seniores costumam ter seus Conselhos
de Tropa e dão bons resultados. Já vi tropas escoteiras usando e se bem
dirigidas pelo Monitor mais antigo, com liberdade plena do uso da palavra
costuma dar excelentes resultados.
Quando os programas vão perdendo a graça é hora de mudar. Hora de
discutir e ver o que melhorar. Tudo tem seu tempo e deve ser testado por
diversas vezes. Nenhuma reunião de tropa deve faltar o tempo livre para as
patrulhas se reunirem e discutir não só o programa como seu crescimento
individual. Quando o escoteiro tem direito a palavra ele acredita mais em sí e
que é parte integrante não só da Patrulha como da tropa. Por experiência própria
as tropas que participam ativamente na confecção dos seus programas são as que
tem maior sucesso em preservar seus escoteiros por longo tempo.
O Sistema de Patrulhas e o método correto deixado por BP. Sabemos que o
escotismo foi idealizado para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e
responsáveis pelo desenvolvimento da Tropa e de cada Escoteiro individualmente.
Não cabem a eles fazer e nem tomarem a frente de tudo.
Confie em seus monitores e seus escoteiros. São eles que afinal são a
razão de ser do escotismo. Se eles estiverem satisfeitos e gostarem do que fazem,
então o método afinal atingiu o seu objetivo.