quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Conversa ao pé do fogo. Programas de reuniões de Tropa.



Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.

Nota – Existe uma dificuldade enorme para muitos chefes desenvolverem seus programas de reuniões de tropa. No passado era simples hoje não. Sofisticaram muito a programação de tropa e alcateia. Este artigo seria para ajudar os mais novos já que os mais antigos já sabem o seu caminho a seguir. Não esperem uma enciclopédia, nada disto, quem sabe uma programação simples é a mais interessante?

                  Meu amigo Chefe, você gostaria que existisse um livreto com cem ou mais programas de reuniões de tropa para você utilizar? Acho isso correto? Bem se você está acostumado a se matar em noites infindáveis e monótonas com seus assistentes para preparar programas a curto médio e longo prazo pode até ser que sim. Claro que enquanto você usar alguns destes programas sua Tropa vai sorrir e muito com o estupendo programa do seu Chefe.

                 Este é um tema muito falado e comentado não só no passado como no presente. Sempre foi levantado em cursos pelos participantes. Muitas vezes se abre uma brecha para discussões e logo vinha alguém dizendo da necessidade de um livreto com programas de tropa. Não sei até hoje se este é o melhor caminho. Afinal se todos recebessem hoje um programa já escrito o que seria da formação progressiva e individual de cada membro da tropa?

                  Conheci um Formador (costumo lembrar que eram chamados de adestradores) que passava horas com seus alunos a discutir as vantagens de um bom programa programado por eles mesmos... Os escoteiros. Aprendi com ele e com minha vivência como Chefe de tropa que programas só são bons quando tem a mão dos escoteiros e principalmente dos monitores da tropa. Afinal se eles em seus bairros tem suas turmas e fazem seus próprios programas porque não copiar? Eles nunca reclamam do programa que fazem em conjunto.  

                  Se dá certo porque a patrulha não possa sugerir o que gostariam de fazer? Claro, dentro dos princípios do método e do esquema de progressividade. Muitos chefes tentaram e disseram depois que não deu certo. Aplicou por quanto tempo? Quantos saíram do escotismo depois que cada um deu sua contribuição? Tudo tem que ter um começo e acompanhar ouvindo todos se está dando certo ou não. Falar, ouvir, analisar vendo o certo e o errado e por em prática. Não é assim? Na escola é diferente, o Professor já tem o curriculum da aula pronto. E nós? O que temos?  

                 Se não me engando foi assim que BP criou o método escoteiro. – Programando o Programa tem de ser a preocupação máxima de um Chefe Escoteiro, mas se ele não utilizar seus monitores e escoteiros para saber se está ruim ou bom às reuniões nenhum objetivo vai ser alcançado.

               Sei de muitos chefes que quinzenal ou mensal com auxilio de assistentes (ou mesmo só) prepararam o programa. Costumam fazer até cinco ou seis e conheci alguns que faziam para todo o trimestre. Sempre eles decidindo tudo. Nada de ouvir monitores e escoteiros. Imagino a dificuldade do Monitor em ser o responsável pela progressividade do seu patrulheiro.

               – Já me diverti muito com alguns chefes que quando chegam o sábado correm para montar um programa de última hora. Isto é certo? E aqueles que nem programa tem e usando alguns jogos que os jovens mais gostam desenvolvem a reunião como se fosse uma rotina. E olhe tem aqueles que vestem o uniforme na sede. Bonito exemplo ele está dando. Alguns se jactam-se de ter tudo na memória. Sabemos que ele é um ótimo Chefe, com muitos conhecimentos e sabe como improvisar quando preciso.

                Quando alguém me diz que a base do programa é as iniciais BOIA! (Bandeira, oração Inspeção e chamada) me divirto. Parece fácil e seria com o auxilio dos interessados. Tem aqueles que adoram um racha, um quebra canela e outros jogos conhecidos. Vira rotina e aqueles calados que não reclamam acabam saindo do escotismo. Não é fácil chegar à sede e ver patrulhas com dois, três ou quatro. De quem é a culpa?  

              Quando se tem um bom programa com participação de todos isso dificilmente acontece. Eles sabem que o Sistema de Patrulhas serve para isto. Afinal tirar um tempo para discutir como está o programa deve ser uma prática nos finais de reunião a cada sábado. Assim como os monitores são os responsáveis pelo crescimento dos patrulheiros é também nas reuniões de Patrulha que a discussão do programa é feita.

             Monitores bem formados e adestrados sabem o que fazer. É nesta hora que surge boas ideias e onde a Patrulha tem liberdade de opinar e divergir. Muitas patrulhas fazem suas reuniões após o final da de sede ou em casa de alguns escoteiros e se revezando. É ali que discutem a progressividade e o programa. Está bom? Não? O que fazer? – O Monitor sabe como é. É ali que se reclama da falta de acampamentos e atividades ao ar livre. Muitas patrulhas bem formadas costumam fazer suas atividades ao ar livre sem a presença dos chefes. Claro sempre dentro de uma programação viável e em local previamente conhecido.

           Os seniores costumam ter seus Conselhos de Tropa e dão bons resultados. Já vi tropas escoteiras usando e se bem dirigidas pelo Monitor mais antigo, com liberdade plena do uso da palavra costuma dar excelentes resultados.

           Quando os programas vão perdendo a graça é hora de mudar. Hora de discutir e ver o que melhorar. Tudo tem seu tempo e deve ser testado por diversas vezes. Nenhuma reunião de tropa deve faltar o tempo livre para as patrulhas se reunirem e discutir não só o programa como seu crescimento individual. Quando o escoteiro tem direito a palavra ele acredita mais em sí e que é parte integrante não só da Patrulha como da tropa. Por experiência própria as tropas que participam ativamente na confecção dos seus programas são as que tem maior sucesso em preservar seus escoteiros por longo tempo.

                O Sistema de Patrulhas e o método correto deixado por BP. Sabemos que o escotismo foi idealizado para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e responsáveis pelo desenvolvimento da Tropa e de cada Escoteiro individualmente. Não cabem a eles fazer e nem tomarem a frente de tudo.

               Confie em seus monitores e seus escoteiros. São eles que afinal são a razão de ser do escotismo. Se eles estiverem satisfeitos e gostarem do que fazem, então o método afinal atingiu o seu objetivo.