sábado, 8 de setembro de 2018

Rastros do fundador. Um pouco de Baden-Powell.



Rastros do fundador.
Um pouco de Baden-Powell.

Nota – Neste sábado de feriado prolongado, muitos foram acampar, outros em reunião e alguns aproveitando para uma folga um descanso qualquer. Comecei a ler BP e retirei três temas que ele escreveu. Bom ler BP. Traz uma calma e uma tranquilidade ao analisar suas palavras.

Amizade.
- Amizade é como um boomerang; tu dás a tua amizade a um dos teus companheiros, e depois a outro e a outro ainda, e eles retribuem-te com a sua amizade. Assim, a tua amizade e boa vontade iniciais vão-te fortalecendo à medida que vão sendo transmitidas aos outros, e acabam por regressar a ti, em retribuição, tal como o boomerang regressa à mão de quem o lança. Se não tiveres medo das pessoas que encontras nem sentires antipatia por elas, também elas, da mesma maneira, não te recearão nem desconfiarão de ti e terão tendência para gostar de ti e serem tuas amigas.

Autoconfiança.
O Escotismo é a melhor coisa que há no mundo para dar autoconfiança a um rapaz e para prepará-lo para a batalha da vida. Como jogador de golfe, eu não pagaria a um “caddie” para este me transportar os apetrechos. Prefiro jogar o jogo por mim. O mesmo me acontece com o aproximar-me de um veado ou pescar um salmão. Olha, nem sequer mando cortar o cabelo; sou eu mesmo que o corto - o que tenho! O hábito de agir por si vai-se fortalecendo e acaba por abranger todos os setores de atividade quotidiana. E é hábito muito salutar; “se queres ver uma coisa feita, fá-la tu mesmo” torna-se o lema de todos os dias. Até certos pequenos trabalhos caseiros começam a exercer a sua atração, e ensinam-nos muitíssimas coisas. Deves sempre procurar contar contigo mesmo, e não com o que outros possam fazer por ti. “Impele a tua própria canoa”.

Boa ação.
Por “praticar o bem” entendo tornardes-vos úteis e fazerdes pequenas coisas que sejam agradáveis aos outros - Sejam eles amigos ou estranhos. Não é coisa difícil, e a melhor maneira de começardes a fazê-lo é tomardes a decisão de praticar todos os dias “uma boa ação” para com alguém, e depressa ganhareis o hábito de estar sempre a fazer boas ações. Pouco importa que a “boa ação” seja insignificante - nem que seja só ajudar uma velhinha a atravessar a rua, ou dizer uma palavra em abono de alguém de que se fale mal. O importante é fazer qualquer coisa. Pela Promessa Escoteira estamos pela nossa honra obrigados a proceder assim (a fazer todos os dias uma boa ação a alguém). Mas não suponhamos que os Escoteiros não precisam de fazer senão uma boa ação por dia. Têm de fazer uma, mas se puderem fazer cinquenta, tanto melhor. Em todos os dias da nossa vida devemos fazer alguma coisa boa.

Faz a tua boa ação não apenas aos teus amigos, mas também a estranhos, e até mesmo aos teus inimigos. O rapaz tem um instinto natural para o bem, contanto que veja um modo prático de realizá-lo, e esta prática da boa ação vai ao encontro desse instinto e desenvolve-o, e desenvolvendo-o desperta o espírito da caridade cristã para com o próximo. Sei de um Lobinho que, quando lhe perguntaram que boa ação é que ele tinha feito nesse dia, confessou que não tinha sido capaz de fazer nenhuma, principalmente porque pensava que era pequeno de mais. Pois bem, estava a dizer um disparate, porque ninguém é pequeno de mais para praticar uma pequena boa ação, mesmo que seja só sorrir às outras pessoas e fazê-las sentirem-se mais felizes.
Baden-Powell of Gilwell.