quarta-feira, 20 de março de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. As assembleias estão chegando!



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
As assembleias estão chegando!

                                Março, abril sãos os meses escolhidos para as assembleias. Cada uma oferecendo um novo recomeço, algumas mudanças e muita confraternização. Não faltará eleições e muitas promessas. Dificilmente os do contra serão eleitos. No Escotismo de hoje não há lugar para oposição. Há uma espécie de acordo não escrito onde os atuais irão manter os postos ou então seus seguidores irão dar prosseguimento aos seus trabalhos durante o tempo que foram eleitos. Há um perfume de fraternidade no ar. Os participantes destas Assembleias com seus sorrisos com seus sonhos vão se encontrar abraçar e contar causos e causos.

                                Não estive presente na Assembleia escoteira Paulista. Gostaria de ter dado uma passada, rever amigos, abraçar os que ainda não tive a honra de apertar a mão e dizer: - “Escotismo, um caminho para o sucesso, um caminho para a fraternidade”. Nem sempre isto acontece, algumas assembleias esqueceram-se de alguns artigos da lei e costumam faltar com o respeito, à lealdade e ética. Existe uma luta invisível por cargos e para isto alguns que fingem ser escoteiros não medem esforço para perpetuar o sonho que acreditam em novos caminhos.

                                No passado fui a algumas assembleias em alguns estados brasileiros. Por poucas vezes nas Assembleias Nacionais. Fim de semana que passou aconteceu à assembleia de São Paulo. Não fui. Não importa se não me reconhecem como escoteiro, o importante da minha presença seria os apertos de mãos, o abraço e os sorrisos de rever e fazer novas amizades., hoje não mais. Era bom ver o coração pulsante, conversas quadradas e redondas, espontaneidade de alguns que só de olhar a gente sabe que tem o escotismo no coração. A saúde bateu feio, não me permite mais extravagâncias de andar, passear por aí.

                              1968, março, não lembro o dia, dirigi meu primeiro Conselho Regional hoje conhecido como Assembleia (saudades das nomenclaturas antigas davam um denominador próprio, como se o escotismo tivesse seu reconhecimento não só pelo seu método como pelos nomes ou nomenclaturas usadas). Havia seis meses que tinha sido nomeado Comissário Regional em Minas Gerais. Verde, recruta nessas lides apesar dos meus já passados vinte anos de escotismo, fui então orientado pelo Chefe Darcy Malta a realizar o Conselho Regional no ano seguinte.

                              Naquela época a maioria dos estados realizavam seus Conselhos em um só dia, com eleições, leitura da ata e apresentação de contas. Foi nesta década que os Conselhos (Assembleias – Arre!) começaram a expandir para fins de semana e até alguns estados em três ou quatro dias. Chefe Darcy veio a Belo Horizonte para me ensinar como fazer. Tremi na base. Ainda sozinho, verde no cargo sem diretoria regional, tendo o auxilio do Chefe Wander e heroicos assistentes regionais fizemos “das tripas o coração” e conseguimos montar um Conselho Regional. Época boa, corríamos no comercio e indústria para pedir colaboração e nem pensávamos em taxas – Hoje elas abundam. ARRE!

                             Senti-me perdido na mesa diretora pela primeira vez. Procurava demonstrar uma coragem que não tinha para conduzir tamanha responsabilidade. Mais de quatrocentos presentes e graças a Deus com Chefe Darcy e Chefe Wander o meu lado deu tudo certo. Depois virou um hábito para todos os chefes de Minas, pois não era só burocracia havia jogos, horas dançantes, brincadeiras de roda e tantas mais. Foram diversos Conselhos Regionais em várias cidades mineiras. Tornou-se uma rotina agradável de anualmente batermos continência para os amigos de ontem e de hoje. Vieram outras atividades recreativas, as Indabas Regionais, os acampamentos distritais que marcou muito meu passado escoteiro. Sempre aplaudo os assistentes hoje eternos desconhecidos mas por mim colocados no panteão da gloria. “Arranka, kuenca lelenka” e conseguidos dar o inicio a corrida da fraternidade no escotismo mineiro.

                            Hoje tudo mudou. Dizem os lideres para melhor. Cada um tem seu quinhão de escolha no ontem no hoje e no amanhã. Novos chefes, estão aí para defender suas posições. Um direto. Alguns se divertem quando digo ser um caqueano da gema e outros criticam minha calça curta, meu chapelão, meu Vulcabrás. Ainda bem que não criticam meu amor pelo escotismo, por muito que fiz e ajudei a chefes e meninos em Minas Gerais e nos grupos escoteiros onde passei.

Para as que já se realizaram Bravôo! Para as que virão feliz Conselho, feliz Assembleias, que elas tragam para o escotismo o que hoje em dia faz falta: - Honestidade, lealdade, honra caráter e ética escoteira.
Boa Assembleia vote bem, vote com consciência!