terça-feira, 3 de setembro de 2019

Conversa ao pé do fogo. Escotismo Tradicional




Conversa ao pé do fogo.
Escotismo Tradicional

Nota – Significado de tradição: - É uma palavra com origem no termo em latim “traditio”, que significa entregar ou passar adiante. A tradição é a transmissão de costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças, lendas para pessoas de uma comunidade, sendo que os elementos transmitidos passam a fazer parte da cultura. O Escotismo Tradicional no Brasil na visão de um leigo.

- Escotismo Tradicional. Este é o tema da moda. Muitos deixam a Escoteiros do Brasil acreditando que em outras associações encontrarão respostas ao que acreditaram ser Escotismo Tradicional. O que seria Tradição Escoteira? Cada Associação tem uma explicação. Alguns dizem que seria praticar o Escotismo Inglês nos seus primórdios. Outros se agarram ao Adestramento de Gilwell Park do passado. Afinal acreditam que em Gilwell se faz adestramento baseado no Escotismo Tradicional. Para estes o tradicionalismo não pode ser relegado a segundo plano. Outros dizem que a tradição diferente dos ideais modernos de educação e aquele escoteiro alegre com o passar dos anos deixa de existir. Acreditam os tradicionalistas que ele (O Escotismo Tradicional) tem uma linguagem fácil, bem diferente dos termos técnicos e pedagógicos utilizados hoje. Dizem os mais afoitos que o escotismo feito na maneira tradicional mantem o jovem por mais tempo, que ele se dará bem nas atividades aventureiras ao ar livre e que as Técnicas Escoteiras serão um atrativo a parte.

- Alguns chefes atuantes em seus grupos tradicionais dizem que o sistema trazido pela Escoteiros do Brasil dá pouca margem de ação e mesmo com os cursos realizados os jovens ainda permanecem presos aos muros da sede e pouco fazem as atividades que julgam essenciais. Dizem que as reuniões e excursões trazem desinteresse o que muitos educadores modernos consideram o escotismo atual como atrasado e ineficaz no domínio da educação. Os que saem alegam que o escotismo da EB perdeu o rumo. Rebatem e repetem que sem o tradicional fugimos do verdadeiro escotismo de Baden-Powell. Sem um autêntico levantamento ou mesmo uma pesquisa abrangente feita por um Instituto respeitável, verificando in-locum se os programas de ambos praticantes do escotismo estão atingindo a meta não será possível analisar profundamente onde está o sistema mais moderno para o método escoteiro.

- Se o Escotismo perdeu a graça, se a motivação diminuiu se a maioria dos jovens permanecem pelo menos dois anos, (apesar de que o fundador escreveu que seria pelo menos dez anos para ver o resultado) é impossível defender um ou outro para dizer que sua metodologia é a mais adequada para praticar o escotismo. A Escoteiros do Brasil alardeia seu crescimento vertiginoso nos últimos dois anos, mas não apresenta suas estatísticas da evasão praticada pelos seus associados. Peca também os praticantes do Escotismo Tradicional por não terem dados do seu crescimento, quantos são e se os seus jovens permanecem por mais tempo em atividade. Se eles fazem realmente um escotismo aventureiro ao ar livre, fica a pergunta se isto é uma realidade. Sabemos que a maioria dos chefes destes grupos tradicionais atuam com gosto e júbilo nas suas atividades, mas não temos dados de quanto tempo eles permanecem e como é a funcionalidade na vida pregressa no futuro, na aceitação dos pais e da comunidade de sua unidade escoteira.

- Apesar do respeito mutuo cada unidade escoteira tradicional funciona sob a égide de um líder que fica anos e anos como dirigente de sua associação quase sempre criada por ele mesmo. Ainda não tenho dados se ao contrário da Escoteiros do Brasil que alardeia seu efetivo, seu programa com seus cursos e atividades nacionais e regionais, com um sistema equitativo de distribuição de autoridades dirigentes, se os chamados Tradicionais se empenham em pelo menos se fazer representar como um conjunto de fatores sem liderança única, mostrando que estão crescendo, que seu escotismo está dando resultado e que a participação é bem vista como uma maneira de fazer um escotismo que acreditam estão dando os resultados esperados. Se a metodologia Badeniana de atividades ao ar livre o fazer fazendo, o Sistema de Patrulha, ouvir o ponto de vista do jovem, e se não ficam presos a obrigações sociais sempre achando que servir a comunidade está à frente das demais atividades que o escotismo propõe desde seus primórdios.

Por outro comentam os insatisfeitos que a Escoteiros do Brasil não valoriza seus associados, por não ouvir opiniões, por não ter um sistema democrático e autêntico do ponto de vista do jovem e tomar decisões importantes sem uma consulta às bases. Peca também por estar fazendo um escotismo para ricos, pois os preços de seus materiais, cursos, encontros nacionais e como uma empresa é a única a produzir e distribuir seus bens com preços nem sempre ao alcance dos escoteiros mais humildes. Sua Super administração sua preocupação em mudar e alterar o que devia preservar sua burocracia presa a um sistema computadorizado nem sempre acessível a todos os membros da associação. Sua seriedade demasiada no agir e na forma de tratar seus associados nos gastos exorbitantes de seus dirigentes e na falta de um bom programa de marketing para dizer a que veio. Sabemos que o escotismo é algo sério, mas uma das grandes coisas de participar dele, tanto para os dirigentes como para os rapazes e moças, é que todos sabem que somos amadores a atuamos como voluntários nas horas vagas. Como voluntários amadores somos bons, mas como profissionais somos péssimos.

Por outro lado conhecemos o Escotismo Tradicional por comentários de Chefes e Dirigentes bem intencionados. Como são várias vertentes vemos que está desfragmentação onde cada um escolhe o melhor caminho a seguir pode não ser o essencial. Isto nos mostra como é difícil analisar o caminho proposto pelos “tradicionais” se eles vão atingir os resultados que se esperam. Honra caráter, ética, responsabilidade, respeito às leis, e claro a formação não só moral como espiritual e acadêmica é o que esperamos dos que praticam o escotismo no Brasil seja ele da EB ou dos tradicionais. Lembramos que o Uniforme Caqui não deve ser confundido como tradicional. Ele em determinada época foi usado em muitos países. Hoje diversas nações alteram seu estilo e cor. Qualquer uniforme desde que usado com orgulho garbo e apresentação pessoal pode ser considerado no seu conceito como representativo de uma associação. (sou um adepto incondicional do Uniforme Caqui).

- Se as novas associações escoteiras atingirem seus propósitos que chamam de tradicional meus parabéns. Não estou ligado a Escoteiros do Brasil por discordar de muitos conceitos que ela mantém. Também não tenho nenhuma ligação com nenhuma associação tradicional apesar de respeitar seus objetivos propostos. (tenho nelas assim como na EB muitos amigos a quem respeito). Acredito que possa haver um dia uma guinada no Escotismo Brasileiro. Quem viver verá se os resultados de um e outro foram satisfatórios. Sempre Alerta!