sábado, 14 de setembro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Ainda o artigo “O Preço de uma Medalha”.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Ainda o artigo “O Preço de uma Medalha”.

Neste final de semana, publiquei um artigo intitulado “O Preço de uma Medalha”. Nele comentava minha decepção com a Escoteiros do Brasil no trato com seus associados no que se referem a elogios, certificados e condecorações. Insistia que tal concessões deveriam ser sem ônus para o outorgado. Tal comentários foram baseados em chefes e dirigentes com quem tive contato nos últimos anos e e-mail recebidos de muitos se sentindo prejudicado. Há anos, desde que me tornei adulto que luto para que todos os participantes do escotismo tivessem suas oportunidades de portar um agradecimento de sua liderança, seja no que nível for sem processos sem ônus e que pudessem sorrir e portar a comenda com orgulho.

Como sempre o artigo atingiu aqueles que coadunam com meu modo de pensar. Mas eis que um Chefe muito educado, cujo nome deixo em OF, gentilmente escreveu sua observação do artigo publicado em uma das minhas páginas. Apresentou-se como Chefe de sessão e titular a cinco anos da Comissão Regional de Analise de Condecorações e reconhecimento da Região Escoteira de São Paulo. Desculpou-se por que a Região não tem como divulgar as 3.000 condecorações outorgadas em 2018 e 2019. Comentou também a analise e diligência que fez para a outorga da Cruz de Valor Caio Viana e três Velho Lobo Benjamim Sodré. Comenta que perdeu a conta de outras que considera ter orgulho de merecimento por parte dos agraciados. Insistiu em dizer que fez a outorga de diversas outras condecorações sem qualquer ônus para o associado. Completou dizendo que na Região de São Paulo o regulamento é que o agraciado não pode ser o solicitante. Assim o ônus fica para quem solicitou.

Fiquei deverás impressionado com seu relato. Isto apesar de que minha principal questão seria não só o merecimento, que julgo obrigatório para quem tem o tempo devido e devidamente certificado nos registros da Região ou no PAXTU. Com sentimentalismo, que sempre foi meu forte no escotismo exemplifiquei um Chefe fictício de nome Zé das Quantas. Conheci milhares deles. Sua luta, sua maneira simples de fazer escotismo bem diferente dos meios pedagógicos e sociológicos de hoje. Estes chefes são frequentes em corresponder comigo, pois acham refugio em minhas palavras e são seguidores que guardo com carinho no coração. Moro em Osasco SP e aqui pouco sou conhecido e se o sou não sou contatado. Costumava explorar e visitar grupos quando podia andar como Caio Vianna Martins com as próprias pernas. Hoje dificilmente. Visitava sem convite só pelo prazer da surpresa e porque não fazer amizades que escoteiramente falando amo demais.

Impressionado com o relato do Chefe que por sinal é meu amigo virtual, resolvi tomar conhecimento da fonte desta pesquisa através do Relatório Regional 2018 da Região de São Paulo. Batuta! Esplêndido trabalho. Um visual impressionante. Claro que poucas fotos dos admiradores do Uniforme Caqui e a preferencia pelos que usam o vestuário, nova escolha de apresentação cujo comentário tenho feito em diversos artigos postados anteriormente. Fixei atentamente nos números apresentados: - 28.000 membros registrados. 6.800 adultos sendo 4.800 atuantes em sessões e quase 2.000 dirigentes. Fantástico! Para uma população baseada em 45 milhões de habitantes, isto significa uma média de um escoteiro para cada 0,003 (Putz. Sou ruim de cálculo, peço aos matemáticos calcular para mim, obrigado). habitantes. Mas levando em conta o efetivo nacional de 106.000 membros temos quase 28% do efetivo total. (de novo a mercê dos matemáticos).

- Fica aqui o Meu agradecimento ao Chefe membro da Direção Regional pelas informações prestadas. Pelo sim pelo não é um numero impressionante. Se considerarmos 6.800 adultos e se cada um recebesse uma condecoração ou outra outorga seriam mais de 48% do efetivo adulto. Um trabalhão para a entrega a cada agraciado. Fiquei em dúvida quanto às informações prestadas no Relatório Regional 2018. Lá está anotado que foram 329 medalhas concedidas, 462 diplomas de mérito e 297 elogios. O que não é nada desprezível.

Enfim, valeu o trabalho da Região de São Paulo nesse quesito. Pena que ainda não chegaram ao escotismo de BP. Depois destes relatos me lembrei do pensamento dele traduzido pelo excelente Chefe de Campo de Gilwell John Thurman:
- O Escotismo nasceu em 1907 entre meninos pobres e, se economicamente os rapazes melhoraram desde então, por outro lado moral e espiritualmente existem rapazes tão pobres como naquela época, que necessitam do Escotismo.
- Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento. E ele termina: - Os únicos capazes e possíveis de pôr o escotismo a perder são os próprios CHEFES E DIRIGENTES!

Nota – Não quero polemizar com quem quer que seja. Posso estar errado mas mantenho meu escotismo simples, humilde, de teor Bipidiano na trilha conforme deixou o fundador Robert Baden-Powell.

Boa reunião e feliz escotismo para todos!