Coisas de um Velho
Chefe Escoteiro.
Pois é... Ou,
pois não!
- Dizem que a expressão, “pois não e,
pois é” é muito usada no nosso Brasil. Um emérito professor disse que é uma
maneira que utilizamos para concordar com algum comentário ou preencher um
vazio na comunicação. Ou seja, você fala “pois é” quando não tem mais nada
importante a dizer. Pois não...”.
Pois é... Oito dias de molho.
De tomate para a macarronada do acampamento? Não, de molho na barraca,
“deitadamente” esticado sem poder sair. Não dá para acostumar, pois é... “Necas
de nadinha”. O Doctor “Pulmonático” já tinha me prevenido: - Velhote escoteiro
vou te dar uns “respirantes” caros é claro, mas pode pedir na Farmácia de Alto
Custo do governo até quando eles não resolverem mais... Nesta hora é hora de
rezar e pedir a Deus pela sua alma! - Pois é...
Antes o recolher a barraca do
escoteiro era esporádica. Agora não mais. Mensalmente lá vou eu esticar as
canelas... Na barraca! Por enquanto... Melhor que esticar as canelas em outro
lugar... Interessante que lá no aconchego do meu colchão de capim me sinto bem.
A cabeça funciona. Cabeça? “Discurpe” queria dizer a mente. “Minino”! Lembro-me
de tantas coisas! Coisas que já tinha esquecido e nem lembrava mais.
Vez ou outra levantava,
metia o dedo no teclado e escrevia. Ainda bem que tinha disposição. O maior
escritor e articulista de todos os tempos deixou na Folha um artigo seu doze
horas antes de se mandar para sua nova morada no céu. No céu? Sei lá, se
estiver bem acampado é melhor que aquele tal de Umbral. Mas vou procurá-lo
quando partir e dizer: - Moço! Sou o Vado Escoteiro, seu fã! Até imagino a sua
expressão. Rarará!
Bem aqui estou de volta. Pois
é... Quanto tempo? Lembro quando o Donana da Farmácia me fez esta pergunta. Eu
menino ele estrebuchando debaixo das traves do campo do Seu Nonato. Estava com
meu cantil. Afinal precisava mostrar que tinha um. Com cuidado peguei meu lenço
do bolso, fiz uma compressa molhei passei na sua testa e ele sorrindo me disse:
- Muito obrigado!
Corri até a estação da
Vitória Minas, procurei o Chefe Jessé no segundo andar e disse: Posso colocar
minha especialidade de primeiros socorros? Contei tudinho e ele sorrindo me
disse: É prá já! E ali mesmo com um alfinete me “pregou” o distintivo. Cara, o
Chefe Jessé era demais. Acho que é por isso que dou enorme valor aos monitores
e escoteiros que sabem se virar.
Tudo bem que BP viu que sem
os chefes a “coisa” não podia andar. Mas eu quando menino na Patrulha Lobo não
dava “pé de bode” parado à espera da chefia para se movimentar. Pois é... Sabe
o que me enche a paciência? É esta “paturrada” de Chefe se mostrando. É
Insígnia, medalha, “deploma de mérito” e o escambal. E os meninos e meninas?
“Prá eles nada e pru Chefe tudo”?
Pois é... Ver um menino
recebendo seu “Cruzeiro do Sul” Sua lis de Ouro, o Escoteiro da Pátria, ou até
mesmo um cordão qualquer ou quem sabe mais uma estrelinha de metal brilhando no
seu peito é demais. Tem foto? Não? Só o Chefe “deplomado”? “Coisa de louco
meu”! Esse negócio de ver a “chefaiada” se gabando da sua promoção (?) do seu
curso de sua medalha é demais! “Discurpe” meu amigo Chefe. “Carma”, muita
“carma”. Logo, logo vou prá barraca e lá fico até partir. Prá onde? Risos, meu
amigo prá onde Deus quiser! Uma bela tarde e muitos sorrisos!
nota - Pois é! Hoje consegui levantar, dei
uma volta duas, como um verdadeiro herói escoteiro consegui andar trezentos
metros! Putz! Tô “tinindo” para a São Silvestre. Escrevi “arguma” coisa. Pois
é... Cheios de escritas mal contadas, mas lá estavam apinhadas esperando sua
vez de vir aqui encher a paciência de alguém, em leituras de ninguém... Pois
é! À noite volto. Dá gargalhada? Obrigado,
sei que ela é um desenho inócuo de alguém que diz... Pois é... Pois não...
Porque não ficou lá?