Conversa
ao Pé do fogo.
Montando
um campo base, ou melhor, um campo de patrulha.
Muitos amigos chefes leitores tem pleno
conhecimento e experiência em montagens de campos de Patrulha. “O batismo de
fogo” para muitos teve momentos felizes e exitosos e isso deu padrões de crescimento
para suas tropas. No passado os cursos eram realizados visando o Sistema de
Patrulhas, com seus campos suas cozinhas e todos os alunos vivendo e aprendendo
como se fossem escoteiros. Para muitos isso valeu como um aprendizado real.
Depois veio a sofisticação. Poucos vivendo o que deveriam viver.
Isto no entanto não impede
de viver a vida escoteira mateira. Aprendemos que um campo base, ou melhor, um
Campo de Patrulha deve ser montado e vivido dentro dos padrões de Gilwell.
Acampar é um dos objetivos do método e aprender fazendo faz parte da formação
coletiva e individual. Acampamentos modorrentos, cheios de minucias e
atividades que tolhem a liberdade de criação e que não fornece o tempo livre
necessário para a Patrulha crescer individualmente perdem muito de seus
objetivos finais.
Na sede é onde se começa e não
onde se termina. Aprender nós, amarras, costuras e outros nós importantes a
serem utilizados no campo podem e devem ser realizados. Para isso existe os
monitores. Mas é lá no acampamento que nasce a criatividade. A vontade de usar
uma machadinha, facão ou outros objetos de sapa. Todos querem usar e aprender.
Alertar para os calos na mão é válido mas quem um dia não voltou com vários
deles e sofreu por semanas?
O Jovem Escoteiro quer fazer.
Não quer olhar e nem aprender somente com o Monitor e o Chefe. O adestramento
ou treinamento é criatividade. Fazer um fogão suspenso, uma mesa, fossas usando
ou não artimanhas e engenhocas igual aos que foram feitos anteriormente nem
sempre tem valores na arte de aprender fazendo. Caiu? Faça de novo. Não deu?
Tente mais uma vez. Ficar criticando o mal feito, a amarra ruim, a falta de firmeza
não é próprio de um líder Escoteiro.
Costumo dizer que o campo de Patrulha
é a extensão de sua casa. Considerando é claro as devidas proporções de uso. Se
no passado ter no bolso o lenço o pente e saber passar e lavar seu uniforme ou
outras peças hoje isso perdeu um pouco do valor. Mas será que ainda não é válido? O adestramento a montagem de um campo de Patrulha
com o tempo se torna um lugar comum. Em poucas horas os patrulheiros já montaram
suas barracas, suas pioneirías básicas e prontos para começar o programa de
campo.
Acampar é dar liberdade.
Apitos sem necessidade, programas e jogos coletivos onde se espera horas para chegar
sua vez, visitas que atrapalham e só o Chefe que sabe o que eles querem nem
sempre tem resultados felizes. O campo base é o campo onde o escoteiro fixa seu
acampamento. Diz-se base pois ainda que o escoteiro faça caminhadas, vá
explorar as redondezas ou mesmo fazer um pernoite em outro local este é o campo
que ele vai voltar.
O treinamento ou adestramento
começa com a Patrulha de Monitores. É onde o Chefe tem oportunidade de fazer
fazendo, aprendendo, errando e junto aos monitores sabe o ponto certo onde
erraram e como fazer o certo. Monitores adestram suas patrulhas e não o Chefe.
Se aprenderam no Acampamento de Monitores (acampamento da tropa e não curso)
tudo vai aos poucos chegando aos seus conformes. Qualquer acampador sabe que a experiência
vai dar aos patrulheiros mais comodidade e tranquilidade para fazer e aprender.
O Chefe e os monitores devem
visitar o local antes do acampamento. Os monitores quando chegam chamam sua Patrulha
e juntos escolhem seu local de campo. Instruídos anteriormente eles montam seus
campos, fazendo com que todos participem e não sendo simples olheiros. Conheci
patrulhas que chegavam ao campo no sábado à tarde e duas ou três horas depois
estavam devidamente instalados. Um acampamento simples de fim de semana. São
bons e baratos.
A importância da
responsabilidade é cobrada pelo Monitor nos acampamentos. O Bombeiro Lenhador,
o Intendente, o Almoxarife, o Cozinheiro, o Construtor de Pioneirias, o
Aguadeiro e tantos outros que podem ser acumulados devem se orgulhar do que são
e cumprir seus deveres com satisfação. O tempo livre repito é ponto importante.
Não ficar ocioso. Visitar a redondeza para conhecer, ver frutas e verduras que
podem ser utilizadas, pescar, montar armadilhas sem prejudicar os animais ou pássaros,
tudo é válido para uma tarde antes do banho geral.
Programas cheios de
minucias não trazem boas recordações. O jovem foi acampar e não ficar ouvindo
apitos, sentados ouvindo histórias do Chefe que poderiam muito bem ser feitas
na sede. Acampar é viver a natureza. Aprender fazendo faz parte do tempo
disponível do escoteiro. As horas das refeições são momentos sublimes que
muitos tem como ponto de honra no acampamento. O barulho do bater nos pratos é inesquecível.
Os materiais devem ser visto antes. O provérbio português “Quem vai para o mar
avia-se em terra” mostra até que ponto cada um cumpriu o seu dever.
Isto é somente uma pequena
amostra de Campos de Patrulhas. Programa é responsabilidade da Corte de Honra e
do Chefe. Você se ainda não possui este tipo de adestramento, comece. É fazendo
que se aprende. Quer aprender pioneirías, armar barracas, nós e amarras, caminhadas,
atividades aventureiras ou outra qualquer? Se mexa! Chame seus monitores, faça
com eles e aprenda com eles. Em pouco tempo vais ver que és um técnico mateiro sem
dever conhecimento a ninguém de anos e anos de escotismo. “Escotismo se faz no
campo” a sede é apenas um ponto de interseção para grandes aventuras!
Nota – Escotismo é
campismo, o resto é resto mesmo. Que seja o menino de ontem ou o de hoje ele
quer sim acampar, correr pelos campos, aventurar-se em montanhas, dormir na
barraca, subir e descer em árvores, montar grandes ou pequenas pioneirías. Será
que estamos dando esta liberdade a ele? Outras atividades de boas ações na
cidade são válidas mas cá prá nós... Será que ele fica sempre motivado ou desanima
e sai? Se você é daqueles que só vê dificuldades está no lugar errado. Se mexa,
use e abuse dos pais e dos monitores. Quem quer faz quem não quer manda... Ou
reclama!