segunda-feira, 12 de março de 2018

Final de noite sem fogueira. Apenas uma desilusão ao final do filme.



Final de noite sem fogueira.
Apenas uma desilusão ao final do filme.

             Que filme? Podes me contar? Sinceramente não sei. Veio-me assim de maneira instantânea na mente nos últimos dias. Ou será nos últimos meses ou anos? - Ando meio desencantado com o que vejo no escotismo nacional, mas isto sempre fez parte da minha vida escoteira. Nada de novo no “Front”. Fiz um escotismo antigo, hoje pregado no fundo do bornal. Acreditava no método de Baden-Powell. Passei por poucas e boas. Não fui santo e nem demônio. Usei todas as armas possíveis para sobreviver e não dizer aos soberanos do poder que não iriam me ver pelas costas. Nunca!

             Por uns tempos pensei que era uma ilusão passageira. Os que chegavam traziam na algibeira boas novas para voltar aos tempos do bem querer. Não foi assim, como muitos me senti enganado, tal como disse a poetiza: - Desilusão é simplesmente parar de acreditar que se é mais esperto que os outros. Será?  Já escrevi versos, prosas, histórias lendas escrevi tudo que podia acreditar trazer de volta aquele escotismo dos velhos tempos que se tornou passado.

             Tem tempos que ando pensando em parar de escrever. Para que? O que adianta? Minhas escritas são fraudes tirada da imaginação? Nas entrelinhas penso que o que está aqui não é a realidade. Se acreditar engano a mim mesmo. Bato-me na tecla para quem o escotismo veio. Para mim? Para você? Ou para esta rapaziada que gostaria de viver seus sonhos de heróis? E quem são os heróis de hoje? Os meninos? Ou estes novos estão chegando só pensando no poder? No aparecer? No ser chefão e no comando e ser o tal?

             Fico pensando se não estou errado. Não gosto, no entanto do que vejo. Homens feitos se gabando do que são, do que receberam do sonho de ser alguém. Eles estão errados? Pelo sim pelo não e acabrunhado penso onde e em que parte entra o menino e seu sonho escoteiro. Recebi a quarta conta! Sou IM! Sou dirigente nacional, obrigado pelo voto! Fui convidado para ser formador! Estou recebendo medalhas, palmas para mim! E o menino nada?

            E o menino moço! O que ele recebeu? O que está dando para ele ser o que se espera na sua formação tão sonhada? Nunca pensei que se tornaria uma “asneira” a frase: - Ouvir os jovens. Poucos ouvem. A preocupação é outra. É denegrir a apresentação pessoal com uma uniformização feita sob medida para desmerecer o nome e o garbo que sempre se pautou o escotismo no Brasil.

            Se você não é do clube, não joga no time dos importantes, você não é ninguém. Isto é escotismo? Uma “briga de foice no escuro” nas épocas de eleições. E depois de eleitos vem os pavões com suas caudas coloridas, a dizer que fazem o melhor escotismo do Brasil. E toca a mudar... A mudar...

            Não sei se estou escrevendo baseado nos últimos dias que sobrevivi na corrida em busca de sobreviver. Pensei que seria meus últimos dias. Todo dia correndo para enfermaria. Não foi. Cabeça embolorada, corpo espavorido, tentava escrever e não conseguia. Mas vi as fotos, os dizeres que me jogaram água fria. Fico pensando quando se vai instituir a quinta e a sexta conta. Será a conta uma maneira ou uma nova leva de pedantes na conquista?

Retiro-me do palco, amanhã quem sabe novo espetáculo. Mas dói ver tanta baboseira de homens gulosos a procura do poder. Quem nunca foi nunca será! Quem disse isso? Não sei.

Ainda pensando se posso me dar ao luxo de ficar de fora por uns tempos. Tentar raciocinar até onde esta leva de farsantes irão chegar. Afinal o que escrevo é banana de macaco que depois de deglutido só tem um destino final. Adubo na floresta, pois aqui não tem valor. Nenhum valor...

Desculpem, vou dormir. Hoje o mar não está prá peixe. Vou pensar se vale a pena continuar a escrever. Fraternos abraços e um apertado aperto de mão,
Boa noite.