domingo, 29 de abril de 2018



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Qual o futuro do Escotismo Brasileiro?

Boa pergunta. Não tenho resposta. Muitos dizem amar, adorar, dar seu coração pela filosofia tão linda e tão perfeita nos seus ideais. Uns alardeiam fazer o melhor escotismo do mundo, outros fecham os olhos para a realidade e uns tantos outros se afastam a procura de novas plagas de novos ideais. Qual caminho a seguir? Qual caminho a evitar? Seria eu um cego para não ver ou não teria a clarividência, a habilidade visualizar os acontecimentos futuros?

Dizem que a função de qualquer organização ou associação é a de servir aos seus associados. Servir! Isto vem acontecendo no escotismo Brasileiro? “Servir a União dos Escoteiros do Brasil”. É isso mesmo? Os associados estão sendo servidos pela sua associação? Ela é uma ouvinte pródiga? Uma consultora dos caminhos propostos, uma visão real dos resultados? Onde anda o marketing, onde anda a liberdade, onde anda as mudanças dos ventos que sopram nos ideais Badenianos de outrora? Já passou ou está passando?

Temos pelo menos uma sofisma alguma argumentação para visualizar um futuro melhor? Volto para o passado em outras plagas. Altos dignitários liderando seus países com dignidade e o orgulho de um dia terem sido abençoados por serem Badenianos. Dos astronautas escolhidos por possuírem uma “Eagle Scout” ou mesmo aquele Escoteirinho primeira classe ao aportar no sertão: - Pai, mãe venha ver o escoteiro do Brasil! Onde está o orgulho em dizerem na mídia impressa falada e televisada seu orgulho por serem escoteiros do Brasil?

Da marcha patriótica, do amor ao próximo, da boa ação diária, do orgulho de sua postura na farda que tantos lutaram para conseguir? “Onde vais tu, ó escoteiro, com teu bastão lesto a marchar, cadência certa passo certeiro, onde vais tu a acampar”? Hino do infante? Uma tradução escoteira? – Marcha escoteiro, cabeça de papel se não marchar direito vai falar com o coronel!

O garbo, o sorriso trigueiro, o avante pelas campinas, as bandeiras desfraldadas pelas colinas onde se dizia “Avante” onde estão? Ficaram no tempo? Sumiram com os ventos de outono? E quem se importa chefinho, hoje falamos outro idioma mano, o negocio é outro, nosso escotismo é bossa-nova, o mundo mudou, viva a modernidade, a nova vestimenta, cada um veste como quer!

De novo chefinho, essa implicância como o que vestimos ou deixamos de vestir? Ah! UEB, ou EB sei lá. Onde está você? Cem mil? Onde estão? Nos relatórios anuais? E onde estão vocês nas mídias nacionais? Quem sabe se ainda existem escoteiros no Brasil? Cem mil membros... Cem mil consumidores de produtos escoteiros? Cem mil pagos para processar os que não falam o mesmo idioma? Cem mil diásporas espalhando novas ideias, novos ideais de um escotismo patriótico, de raiz e tradicional?

E alguém reluz nos ventos de outono: - Estou partindo, vou lá representar os cem mil, vou dar minha contribuição. E perguntou a quem? Quais as ideias leva no bornal? Tome meu amigo sua IM, vista o que quiser ela é sua. Não tens mais a obrigação de ser um líder exemplar. Esqueça chefinho, agora o papo é outro mano. Solte sua camisa, amarre seu lenço e todos irão ver um novo escoteiro do Brasil... Será!


Nota – Sem menosprezar, sem diminuir a importância da liderança nacional. Mas me pergunto e as respostas não me satisfazem: - Para onde vai o Escotismo Brasileiro? Qual o seu futuro? E a sociedade aplaude ou desconhece? Perguntas e mais perguntas. Cada um responde como quiser. Eu já tenho minhas respostas.