Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Qual o futuro do Escotismo Brasileiro?
Boa pergunta.
Não tenho resposta. Muitos dizem amar, adorar, dar seu coração pela filosofia
tão linda e tão perfeita nos seus ideais. Uns alardeiam fazer o melhor escotismo
do mundo, outros fecham os olhos para a realidade e uns tantos outros se
afastam a procura de novas plagas de novos ideais. Qual caminho a seguir? Qual
caminho a evitar? Seria eu um cego para não ver ou não teria a clarividência, a
habilidade visualizar os acontecimentos futuros?
Dizem
que a função de qualquer organização ou associação é a de servir aos seus
associados. Servir! Isto vem acontecendo no escotismo Brasileiro? “Servir a
União dos Escoteiros do Brasil”. É isso mesmo? Os associados estão sendo
servidos pela sua associação? Ela é uma ouvinte pródiga? Uma consultora dos
caminhos propostos, uma visão real dos resultados? Onde anda o marketing, onde
anda a liberdade, onde anda as mudanças dos ventos que sopram nos ideais Badenianos
de outrora? Já passou ou está passando?
Temos
pelo menos uma sofisma alguma argumentação para visualizar um futuro melhor? Volto
para o passado em outras plagas. Altos dignitários liderando seus países com dignidade
e o orgulho de um dia terem sido abençoados por serem Badenianos. Dos
astronautas escolhidos por possuírem uma “Eagle Scout” ou mesmo aquele Escoteirinho
primeira classe ao aportar no sertão: - Pai, mãe venha ver o escoteiro do Brasil!
Onde está o orgulho em dizerem na mídia impressa falada e televisada seu
orgulho por serem escoteiros do Brasil?
Da
marcha patriótica, do amor ao próximo, da boa ação diária, do orgulho de sua
postura na farda que tantos lutaram para conseguir? “Onde vais tu, ó escoteiro,
com teu bastão lesto a marchar, cadência certa passo certeiro, onde vais tu a
acampar”? Hino do infante? Uma tradução escoteira? – Marcha escoteiro, cabeça
de papel se não marchar direito vai falar com o coronel!
O
garbo, o sorriso trigueiro, o avante pelas campinas, as bandeiras desfraldadas
pelas colinas onde se dizia “Avante” onde estão? Ficaram no tempo? Sumiram com
os ventos de outono? E quem se importa chefinho, hoje falamos outro idioma mano,
o negocio é outro, nosso escotismo é bossa-nova, o mundo mudou, viva a
modernidade, a nova vestimenta, cada um veste como quer!
De
novo chefinho, essa implicância como o que vestimos ou deixamos de vestir? Ah!
UEB, ou EB sei lá. Onde está você? Cem mil? Onde estão? Nos relatórios anuais?
E onde estão vocês nas mídias nacionais? Quem sabe se ainda existem escoteiros
no Brasil? Cem mil membros... Cem mil consumidores de produtos escoteiros? Cem
mil pagos para processar os que não falam o mesmo idioma? Cem mil diásporas espalhando
novas ideias, novos ideais de um escotismo patriótico, de raiz e tradicional?
E
alguém reluz nos ventos de outono: - Estou partindo, vou lá representar os cem
mil, vou dar minha contribuição. E perguntou a quem? Quais as ideias leva no
bornal? Tome meu amigo sua IM, vista o que quiser ela é sua. Não tens mais a
obrigação de ser um líder exemplar. Esqueça chefinho, agora o papo é outro
mano. Solte sua camisa, amarre seu lenço e todos irão ver um novo escoteiro do
Brasil... Será!
Nota
– Sem menosprezar, sem diminuir a importância da liderança nacional. Mas me
pergunto e as respostas não me satisfazem: - Para onde vai o Escotismo
Brasileiro? Qual o seu futuro? E a sociedade aplaude ou desconhece? Perguntas e
mais perguntas. Cada um responde como quiser. Eu já tenho minhas respostas.