Lembranças de cursos escoteiros.
- Terceiro dia de curso. Atividade
Tempo livre para preparar o jantar. As patrulhas cozinhando bate papos alegres,
noite agradável, curso seguindo sua trilha na esperança de dar noções básicas e
técnicas aos chefes escoteiros. Um dos dirigentes do curso passeia
despreocupado pelas patrulhas, mantendo camaradagem sem se mostrar ser o
melhor, o professor o mestre. - Em uma Patrulha dá uma parada para ouvir alunos
amigos e suas dúvidas. Um deles falou de pronto: - Chefe, não tenho o direito
de errar? – O Chefe Dirigente se surpreendeu com tal pergunta. Quem sabe ele o
aluno teria se preocupado com a última palestra onde o tema era o Chefe e sua
responsabilidade no contexto educacional do método escoteiro. Tempo curto não
deu para uma dinâmica tão apreciada na época. - Alguns ainda se manifestaram,
mas o tempo proibiu e continuar seria polemizar e fugir do tema central que
estava sendo desenvolvido. O Dirigente do Curso preferiu esperar durante o
desenrolar do curso que as duvidas fossem sanadas. O aluno que perguntou nos
primeiros dias quase não se manifestou. O Cozinheiro/Monitor lhe ofereceu um
suco de maracujá. A resposta demorou minutos para ser digerida. - Meu amigo
chefe, quando analisamos uma trilha percorrida, nela sempre encontraremos o
ponto onde erramos. Se corrigirmos os planos, podemos iniciar uma nova jornada.
Tentar outra vez é como se fosse aprender a fazer fazendo. Assim também quando
cairmos. Levantar porque só não caí quem não aprendeu a cair. - Muitos dos alunos
de outras patrulhas se aproximaram. O Dirigente arrematou: - O que tento
mostrar meu amigo é que disso sabe o bebê que aprendeu a andar. O filhote de
pássaro que aprendeu a voar. Não podemos desistir de continuar nossa luta. Pode
não ter acontecido, pode ter falhado, mas quando tentamos realizar algum de bom
sempre conseguimos. O maior fracasso
sempre foi o de não tentar. Devemos nos
orgulhar em dizer – “Pelo menos tentei”. - Ele olhou espantado para o Dirigente
do Curso, não esperava aquela resposta... O jantar ficou pronto. O grito da
Patrulha foi dado. O Monitor convidou insistentemente a estar com eles no que
comentavam ser o melhor “manjar” do mundo. Ele agradeceu. Já tinha prometido
jantar com outra Patrulha que o tinha convidado previamente, mas prometendo
voltar outro dia... Bons tempos onde se podia viver com maior intensidade junto
aos chefes alunos que estavam iniciando e outro continuando sua formação
escoteira. Olhando ao redor parecia que todos estavam em Gilwell Park nos
melhores tempos onde os cursos eram dirigidos por equipes que ficaram na
história do escotismo. - Se ele o Dirigente do Curso nos seus sonhos voltava
sempre a Gilwell, se ele era um bom Touro e não está mais toureando, se ele
fosse um bom lobo e não está mais lobeando era preciso voltar. Ele olhou para
os campos de Patrulha, uma leve cortina de fumaça se desabrochando sobre as
tendas e onde homens meninos, vestidos de escoteiro poderiam como ele um dia
pensar: - Preciso voltar a Gilwell... Um curso assim que eu possa eu vou tomar!