Shalom
escotismo... Vida longa e próspera!
- Gerhard Thomaz um
Presidente afastado de um grupo escoteiro cujo nome deixo em OF, me perguntou
certa vez: - Chefe o Escotismo tem futuro? Difícil resposta. Para nós que
apesar dos caminhos cheios de obstáculos e com tantas armadilhas escoteiras é difícil
responder. Somos uns eternos amantes da filosofia escoteira. Uma luta de
escalpe que nem sabemos quem será o vencedor. Cada um reage a sua trilha
conforme idealizou na sua promessa. Uns ficam por uns tempos, alguns se vão e
outros esticam a perna para passar a corda do Comando Crow sem pensar se no meio
do caminho pode cair. Só disse para ele que o Escotismo vai continuar, não vai
ser a grande descoberta para a juventude como foi em 1908 onde os meninos de Londres
descobriram o ovo de Colombo. Há sim muitos obstáculos difíceis pelo caminho. A
visão do futuro pela maior Associação do Brasil é cópia fiel do escotismo
mundial, com raras exceções. No caminho certo?
Analisemos com
acautelado pensamento o que seria o “Escotismo do Futuro”. Uma averbação de uma
atualidade escoteira impregnada na mente da sociedade local? Um reconhecimento
pátrio dos valores e uma vivência essencial da juventude vivenciando o “Espírito
Escoteiro” e suas qualidades morais construídas no método idealizado do
Fundador do Escotismo? Ou elevar ao cubo nosso pífio crescimento? Ponho as “barbas
de molho”. Quando surgiu o escotismo tudo foi novidade. Ainda na época do
telegrafo quando em 1838 Samuel Morse fez sua primeira transmissão publica. (lembro
ainda minha primeira cigarra e meu jubilo em transmitir a minha Patrulha da
Sala da Sede Escoteira ao Almoxarifado) Os países receberam a noticia com
júbilo. Muitos se agarraram a ideia do
escotismo como pode. Na Europa foi mais fácil. As comunicações via radio e
jornais eram constantes. A Ásia adaptou logo a seguir. Nas Américas muitos
viventes na seara inglesa viram com assombro ao vivo e a cores os jovens
ingleses com seus chapelões gritando Be Prepared nas cercanias londrinas. O primeiro
passo para começar.
Marinheiros Brasileiros
disseram: Vamos organizar no Brasil! O crescimento mundial foi vertiginoso. Dizem
que já passamos dos 40 milhões de escoteiros espalhados em 216 países e
territórios e que já passaram pelas fileiras escoteiras mais de quatrocentos
milhões. A Indonesia se sobressai com mais de oito milhões, os americanos com cinco
milhões, Índia, Filipinas, Tailândia e Bangladesh superam os nove milhões. Mas
nota-se que há uma certa estagnação nisso tudo. Quem sabe meus dados são
ultrapassados afinal não sou um sapiente conhecedor do que se passa fora das fronteiras
do Brasil. Falando nele o meu país, vivi uma época que nem sabia quanto éramos.
Depois na década de setenta disseram que chegamos aos quarenta mil e com as
moças dando o ar da graça chegamos aos cem mil. Mas o que dizer dos números?
Estão corretos? Será que a formidável ideia de BP no que chamamos fraternidade,
honra, ética, e irmandade prosperou no passar do tempo? Se ele criou uma lei e
uma promessa, pedindo que fizéssemos o melhor possível para cumprir, será que
estamos levando a sério o que prometemos?
Nota-se um certo
descaso com a Lei e a Promessa. Se estamos crescendo em números objetivos e
comparativos, vê-se que estamos estagnados nas ideias do fundador. Dizem que aqui no Brasil temos os Doutores,
os especialista e aqueles que se consideram os donos do poder. Não importa em
qual hierarquia, os possuintes, os senhorios estão a abdicar sua paternidade de
seus ideais em qualquer lugar. Muitos não conversam entre si. Se julgam os
idealistas e se fecham no seu sonho que criaram no escotismo. Nisto englobo
todas as associações existentes no Brasil. Se antes a WOSM ou OMME era
onipotente, logo surgiu a WFIS a BPSA a WAGGGS voltada para o Bandeirantismo e
muitas outras. Cada dia mais surgem não só no mundo, mas aqui no nosso cantinho
do mundo mais e mais associações. Se elas não falam entre sí, se não raciocinam
em conjunto a ideia da expansão e principalmente olham com carinho a fraternidade,
honra, ética, amizade e irmandade eu não sei. Verdade é que nem sei quantos
são.
Existem um sonho de uns
poucos em ver o nosso movimento dar passadas largas para que no futuro sejamos
uma força educacional da juventude. Para isso deveríamos ter excelentes planos
de expansão e não os usuais e conhecidos, com ampla margem de divulgação,
pesquisas abrangente para ver onde podemos ir e não colocar no esquecimento
trabalhos de ótimos pensadores como o Doutor Jean Cassaigneau, cujo Dossiê dissecou
nossas necessidades e foi esquecido pelos dirigentes de então. Não basta ficar
discutindo entre nós e dizer que devemos esquecer nossas dissidências, discórdias
e pensar mais no que estamos fazendo. Precisamos menos de Doutores e Pensadores
que se fecharam nas suas consciências e fazem o escotismo sem ter balizamento
geral com os demais. Uma pesquisa ampla do que pensa a comunidade brasileira do
escotismo seria um ponto de partida para montar um programa e dele fazermos
nosso objetivo final.
Não temos dados
concretos relativos ao crescimento comparado ao crescimento populacional de
nossa juventude. Isto é tabu para os lideres nacionais. Sei que somos um ponto
perdido no oceano. Depois do aparecimento de outras associações viramos uma
ostra escondida em algum ponto do universo. Acabou a União e surgiu a
Escoteiros do Brasil. Acredito que o escotismo não vai acabar. Os idealistas
estão aí para provar. Não adianta criar uma unidade e dizer que agora surgiu
uma nova mentalidade escoteira voltada para o Espírito de BP e suas tradições.
Isto é ilusório. Nosso principal objetivo está sendo esquecido pela arrogância
e empáfia no trato com os outros e estes não percebem que estão colocando no
limbo nosso principal objetivo: - O Jovem! Se antes Baden-Powell calou-se para
escutar os Rapazes, para deixar os Rapazes serem rapazes, hoje ele é um
anônimo.
Sejamos francos, não temos respaldo nos meios empresariais educacionais
ou políticos. Somos um nada para a População Brasileira como um todo. Não seria
um contrassenso saber do que a população pensa de nós. Vender biscoito e
atravessar a idosa em um sinal de trânsito deu vida ao escotismo a muitos países.
Temos que olhar e pensar grande e não deixar para os heróis de suas tropas ou
alcateias a incumbência de catar papeis receber políticos e tentar mudar a
mentalidade em sua comunidade fazendo um proselitismo que nem sempre atinge os
objetivos (existem exceções). Se hoje não somos educados para nos apresentar
uniformizados em atividades sociais e politicas que somos convidados o que
pensar que pensam de nós? “Voltemos ao nosso Líder: Ele desafiava: - “Confiemos
nos jovens” vê-los-emos “institucionalizar” a sua Patrulha, o seu grupo, o seu
escotismo e mais tarde o seu mundo”.
Porque não o escotismo em nosso país?