sábado, 30 de novembro de 2019

Shalom escotismo... Vida longa e próspera!




Shalom escotismo... Vida longa e próspera!

- Gerhard Thomaz um Presidente afastado de um grupo escoteiro cujo nome deixo em OF, me perguntou certa vez: - Chefe o Escotismo tem futuro? Difícil resposta. Para nós que apesar dos caminhos cheios de obstáculos e com tantas armadilhas escoteiras é difícil responder. Somos uns eternos amantes da filosofia escoteira. Uma luta de escalpe que nem sabemos quem será o vencedor. Cada um reage a sua trilha conforme idealizou na sua promessa. Uns ficam por uns tempos, alguns se vão e outros esticam a perna para passar a corda do Comando Crow sem pensar se no meio do caminho pode cair. Só disse para ele que o Escotismo vai continuar, não vai ser a grande descoberta para a juventude como foi em 1908 onde os meninos de Londres descobriram o ovo de Colombo. Há sim muitos obstáculos difíceis pelo caminho. A visão do futuro pela maior Associação do Brasil é cópia fiel do escotismo mundial, com raras exceções. No caminho certo?

Analisemos com acautelado pensamento o que seria o “Escotismo do Futuro”. Uma averbação de uma atualidade escoteira impregnada na mente da sociedade local? Um reconhecimento pátrio dos valores e uma vivência essencial da juventude vivenciando o “Espírito Escoteiro” e suas qualidades morais construídas no método idealizado do Fundador do Escotismo? Ou elevar ao cubo nosso pífio crescimento? Ponho as “barbas de molho”. Quando surgiu o escotismo tudo foi novidade. Ainda na época do telegrafo quando em 1838 Samuel Morse fez sua primeira transmissão publica. (lembro ainda minha primeira cigarra e meu jubilo em transmitir a minha Patrulha da Sala da Sede Escoteira ao Almoxarifado) Os países receberam a noticia com júbilo.  Muitos se agarraram a ideia do escotismo como pode. Na Europa foi mais fácil. As comunicações via radio e jornais eram constantes. A Ásia adaptou logo a seguir. Nas Américas muitos viventes na seara inglesa viram com assombro ao vivo e a cores os jovens ingleses com seus chapelões gritando Be Prepared nas cercanias londrinas. O primeiro passo para começar.

Marinheiros Brasileiros disseram: Vamos organizar no Brasil! O crescimento mundial foi vertiginoso. Dizem que já passamos dos 40 milhões de escoteiros espalhados em 216 países e territórios e que já passaram pelas fileiras escoteiras mais de quatrocentos milhões. A Indonesia se sobressai com mais de oito milhões, os americanos com cinco milhões, Índia, Filipinas, Tailândia e Bangladesh superam os nove milhões. Mas nota-se que há uma certa estagnação nisso tudo. Quem sabe meus dados são ultrapassados afinal não sou um sapiente conhecedor do que se passa fora das fronteiras do Brasil. Falando nele o meu país, vivi uma época que nem sabia quanto éramos. Depois na década de setenta disseram que chegamos aos quarenta mil e com as moças dando o ar da graça chegamos aos cem mil. Mas o que dizer dos números? Estão corretos? Será que a formidável ideia de BP no que chamamos fraternidade, honra, ética, e irmandade prosperou no passar do tempo? Se ele criou uma lei e uma promessa, pedindo que fizéssemos o melhor possível para cumprir, será que estamos levando a sério o que prometemos?  

Nota-se um certo descaso com a Lei e a Promessa. Se estamos crescendo em números objetivos e comparativos, vê-se que estamos estagnados nas ideias do fundador.  Dizem que aqui no Brasil temos os Doutores, os especialista e aqueles que se consideram os donos do poder. Não importa em qual hierarquia, os possuintes, os senhorios estão a abdicar sua paternidade de seus ideais em qualquer lugar. Muitos não conversam entre si. Se julgam os idealistas e se fecham no seu sonho que criaram no escotismo. Nisto englobo todas as associações existentes no Brasil. Se antes a WOSM ou OMME era onipotente, logo surgiu a WFIS a BPSA a WAGGGS voltada para o Bandeirantismo e muitas outras. Cada dia mais surgem não só no mundo, mas aqui no nosso cantinho do mundo mais e mais associações. Se elas não falam entre sí, se não raciocinam em conjunto a ideia da expansão e principalmente olham com carinho a fraternidade, honra, ética, amizade e irmandade eu não sei. Verdade é que nem sei quantos são.

Existem um sonho de uns poucos em ver o nosso movimento dar passadas largas para que no futuro sejamos uma força educacional da juventude. Para isso deveríamos ter excelentes planos de expansão e não os usuais e conhecidos, com ampla margem de divulgação, pesquisas abrangente para ver onde podemos ir e não colocar no esquecimento trabalhos de ótimos pensadores como o Doutor Jean Cassaigneau, cujo Dossiê dissecou nossas necessidades e foi esquecido pelos dirigentes de então. Não basta ficar discutindo entre nós e dizer que devemos esquecer nossas dissidências, discórdias e pensar mais no que estamos fazendo. Precisamos menos de Doutores e Pensadores que se fecharam nas suas consciências e fazem o escotismo sem ter balizamento geral com os demais. Uma pesquisa ampla do que pensa a comunidade brasileira do escotismo seria um ponto de partida para montar um programa e dele fazermos nosso objetivo final.

Não temos dados concretos relativos ao crescimento comparado ao crescimento populacional de nossa juventude. Isto é tabu para os lideres nacionais. Sei que somos um ponto perdido no oceano. Depois do aparecimento de outras associações viramos uma ostra escondida em algum ponto do universo. Acabou a União e surgiu a Escoteiros do Brasil. Acredito que o escotismo não vai acabar. Os idealistas estão aí para provar. Não adianta criar uma unidade e dizer que agora surgiu uma nova mentalidade escoteira voltada para o Espírito de BP e suas tradições. Isto é ilusório. Nosso principal objetivo está sendo esquecido pela arrogância e empáfia no trato com os outros e estes não percebem que estão colocando no limbo nosso principal objetivo: - O Jovem! Se antes Baden-Powell calou-se para escutar os Rapazes, para deixar os Rapazes serem rapazes, hoje ele é um anônimo.

Sejamos francos, não temos respaldo nos meios empresariais educacionais ou políticos. Somos um nada para a População Brasileira como um todo. Não seria um contrassenso saber do que a população pensa de nós. Vender biscoito e atravessar a idosa em um sinal de trânsito deu vida ao escotismo a muitos países. Temos que olhar e pensar grande e não deixar para os heróis de suas tropas ou alcateias a incumbência de catar papeis receber políticos e tentar mudar a mentalidade em sua comunidade fazendo um proselitismo que nem sempre atinge os objetivos (existem exceções). Se hoje não somos educados para nos apresentar uniformizados em atividades sociais e politicas que somos convidados o que pensar que pensam de nós? “Voltemos ao nosso Líder: Ele desafiava: - “Confiemos nos jovens” vê-los-emos “institucionalizar” a sua Patrulha, o seu grupo, o seu escotismo e mais tarde o seu mundo”. Porque não o escotismo em nosso país?