Tributo
a Bandeira do Brasil.
Bandeira minha, de encantos mil, imagem linda do
meu Brasil!
Quando te vejo, bandeira amada, graciosamente assim
hasteada,
A mim parece que, muito Sutil, esse teu volto me
diz: - Brasil!
Então, eu levo ao coração, cheio de amor, A minha
mão.
E a minha boca linda infantil fala bem alto: Viva o
Brasil!
Pediu-me para ficar em OF.
Entendi sua posição. Achou que poderia ser ridicularizado pelos amigos do grupo
Escoteiro. Mas em sabia que ele dizia a verdade. Minha experiência de Chefe e
pseudo-escritor me colocaram em situações inusitadas que muitos dizem não
acreditar. Sua narrativa era fantástica. Contou-me de cabeça baixa e no final a
levantou como se tivesse prestando ima homenagem a um pedaço de pano que para
alguns não tinham valor, mas para ele sempre foi sagrado.
- Chefe, eu não costumo jurar,
tenho palavra e a palavra de Escoteiro para mim vale minha honra. Eu estava na
sede Escoteira. Arrumando um armário com um emaranhado de cordas na chegada do
acampamento. Ficamos de colocar para secar. Qual não foi minha surpresa que ouvi
vozes. Quem seria? Pode rir Chefe, mas eram duas Bandeiras do Brasil. Elas
estavam em cima da mesa de reuniões. Pelo que eu soube uma seria aposentada,
pois estava muito velha e desbotada. Havia mais de 46 anos que estava conosco. Desde
a fundação do Grupo. A outra era nova. Iria substituir à velha. Estranhei...
Nunca passei por esse tipo de situação. – As duas estavam falando! Isto mesmo,
conversando chefe! Duas bandeiras? Poderá me dizer. Mas é verdade. A velha
dizia para a nova:
- Bem vinda minha amiga, não sabe como
me alegro em conhecer você. Eu estou aqui há 46 anos, quinze dias e cinco
horas. – Riu baixinho. Mas chegou a hora de aposentar e a Diretoria comprou
você. Eu sei que existe uma cerimonia muito bonita, ao aposentar uma Bandeira
do Brasil, ela tem honras militares, é colocada em uma pira que junto com
outras é cremada. Neste dia ela recebe honras militares e até mesmo os
escoteiros fazem uma homenagem cerimonial. Eu não serei cremada. Nossos
diretores e chefes decidiram que eu devia ficar em um belo quadro de vidro na
sala de recepção. Sempre tiveram por mim muito amor e muita consideração.
- A bandeira velha deu um suspiro e
continuou – Eu também amo todos eles. Tivemos juntos algumas lindas passagens
desde que cheguei aqui. Eu sempre me senti amada. Tudo começou com Cecília uma
Lobinha que sempre me olhava com carinho. Nos cerimoniais ela fazia a saudação
com orgulho. Não tirava os olhos de mim. Um dia no acantonamento, quando após o
jantar alguns ficaram sem fazer nada, ela me pegou na mesa da Akelá e me levou
até uma árvore. Lá com uma cordinha me amarrou e depois me abraçou-me e disse:
Bandeira minha do meu Brasil, eu te amo. Quero que saiba que tenho orgulho de
você. E seus olhos se encheram de lágrimas e ela me beijou. Minha amiga, que
emoção. Demais para mim.
- Depois foi em um acampamento Sênior.
Eles e as guias foram acampar no Pico do Besouro Verde. Ao chegar ao cume viram
que não tinha onde hastear a bandeira. Eram só pedras. A vista era linda, mas
se eu não farfalhasse ao vento naquelas alturas eles não se sentiriam
realizados. Dois seniores desceram quatro quilômetros correndo e acharam uma
vara enorme de oito metros. Voltaram serra acima com o futuro mastro. Entre abertura
de pedras firmaram o mastro e me hastearam. Que felicidade amiga. Ver o vento
me balançando nas alturas foi demais. E a vista? Maravilhosa! Confesso que
chorei de novo de emoção.
- E então minha amiga, aconteceu um fato
que nunca mais esqueci. Aquele sim foi demais para qualquer Bandeira do Brasil.
Estava arvorada em um acampamento Escoteiro, e eles jogando um jogo gostoso em
volta do campo. Um redemoinho de vento me pegou. Soltou-me da arvore, e fui
levado a grandes altitudes. Eles viram e o Chefe gritou: - É nossa bandeira! Salvem-na,
não deixem que o vento a leve! – E a escoteirada correu atrás de mim. O
ribombar de trovões, raios enormes começaram a cair em redor. Outro vento
enorme e a chuva me pegou de jeito. Mas lá embaixo estavam os valorosos
escoteiros. Não desistiam. Sempre correndo atrás de mim.
- Vi um escoteiro cair, sua perna
sangrando e ele não desistiu. Vi outro molhado, tossindo a chuva caindo aos
borbotões e ele não parava. Molhada, cai em cima de uma árvore altíssima.
Ninguém desistiu. Um escoteirinho lépido subiu a árvore com dificuldade, pois
chovendo e os galhos e os troncos molhados dificultavam. Ele me alcançou.
Abraçou-me. Beijou-me. Colocou-me embaixo de sua camisa. Que honra minha amiga,
de novo vi como eles me amavam.
- Foi uma festa quando cheguei ao
acampamento. Todos cantavam com alegria e o Chefe pediu que ficassem em posição
de sentido e cantaram com orgulho o meu hino, o hino da Bandeira do Brasil! –
“Salve lindo pendão da esperança! Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre
presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz”. - Nunca esqueci aquele
dia. Houve centenas deles minha amiga. Centenas. Agora estou aposentando. Sua
vez vai chegar, vais ver como os escoteiros amam sua pátria, sua bandeira. Vais
sentir no hasteamento e arreamento o vento lhe acariciar e todos vendo você
farfalhando no ar, irás sentir orgulho. De saber como é amada por eles!
O meu narrador parou.
Estava chorando. De orgulho é claro pelo que viu e ouviu. – Sabe Chefe, era eu
que iria fechar a sede naquela noite. Fui até as duas bandeiras. Abracei as
duas. Apertei em meu coração. Coloquei ambas na mesa desta vez aberta. Fiquei
em posição de sentido. Cantei o hino da Bandeira, disse Sempre Alerta as duas
com orgulho. Dobrei as duas com as honras que ela mereciam e fui embora. Hoje a
velha bandeira mora em um belo quadro de vidro na sede. Todo dia que vou lá,
fico em posição de sentido olho para ela, e com amor eu digo. Amo você Bandeira
do Brasil. Faço minha saudação Escoteira e bem alto digo – Sempre Alerta!
Uma historia que me causou emoção. O Chefe
que me contou sorria para mim. Dei nele um abraço e disse: Parabéns! Ela
representa nossa Pátria. Lembre-se sempre dessas palavras: - Amor por
princípio, ordem por meio, progresso por fim! Ele não disse mais nada. Ele como
eu sabia que a Bandeira é nosso legado e representa nossa nação. Como disse
Ayrton Senna: - O fato de ser Brasileiro só me enche de orgulho!