Surpresa! Eu
tenho muitos amigos que me querem bem!
Ontem despretensiosamente
publiquei no meu boa noite diário que faço sempre quando vou dormir uma
despedida de um escritor que desiludido decidiu encerrar sua participação na
área que atua. (veja no Blog boanoiteescoteiro ou nas minhas páginas do Facebook). E eis que assustado vi que muitos acharam que era eu, outros que
seria uma “pegadinha”. Emocionado vi que tem muitos que me acompanham na trilha
escoteira das redes sociais que escolhi e se entristeciam com minha saída. É bom
saber que tenho muitos amigos e irmãos escoteiros que se preocupam comigo.
Difícil receber tantos incentivos mesmo sabendo que ainda não é hora de parar. Às
vezes me declino em dizer que poeta e escritor nunca fui quem sabe um arremedo
de aprendiz o que sempre fiz na minha lide escoteira. Na juventude toquei
violão e harmônica por necessidade já que na Patrulha ninguém tocava um
instrumento musical. Gaiteiro de terceira riam de mim quando tentava acompanhar
uma “árvore da montanha” ou outra melodia escoteira. Violonista só sabia duas posições
e mais nada. Depois à medida que a idade avançava comecei a escrever minhas
memorias que ficaram na gaveta do esquecimento.
Foram assim meus
primeiros passos a escrever histórias Escoteiras e crônicas algumas com intuito
de informação ou aprendizado e outras devido aos meus contratempos com a nossa
liderança, com sua falta de ética, e o estilo prepotente daqueles que tinham
mil ideias para o escotismo que achava seu. (não são todos). Para evitar
contratempos com a direção da Escoteiros do Brasil me desliguei do cordão
umbilical Uebeano. Precisava ter liberdade para dizer o que sentia e pensava
sem receber admoestações e censuras por parte de alguns que ainda não tinham
revisto com carinho os artigos da Lei do Escoteiro. Quando dei meus primeiros
passos no escotismo nem sabia que exista uma Associação que nos dava condições
de conhecimento, material e incentivo no nosso Brasil. Só mais tarde é que
descobri a UEB e dela nunca mais me separei.
Os tempos são outros.
Já não estou mais correndo pelas campinas ao lado dos jovens idealistas que se
arriscam a escalar as serranias, ou a arvorar uma bandeira em um vale qualquer.
No meu percurso por todos estes anos vi e senti na pele que ainda temos muito a
aprender dos ideais de BP, seja pelo exemplo, seja pelo respeito e também pela
fraternidade que ele acreditava que iria existir entre nos participantes do
Escotismo. Muitas vezes me desiludi. Muitas vezes fui perseguido e caluniado
como sendo um farsante escoteiro querendo ser o que não era. Também confesso
que nunca fui santo. Pensei em sair, pensei em abandonar tudo que um dia fez
parte da minha vida. Fui convidado por outros que se sentiam como eu a mudar o
rumo em uma nova associação escoteira. Não era o que queria. Meu coração era da
UEB.
Os anos marcam, a vida
nos ensina caminhos que muitas vezes achamos que não iriamos encontrar. Até
hoje me lembro de quando lobo e depois escoteiro prometi a Deus e a Patria
cumprir a Lei. Ainda costumo falhar nesta minha missão, mas fiz o melhor
possível. Respeito às novas associações escoteiras, mas todas elas não seriam
uma escolha razoável para um Velho Chefe Escoteiro como eu. Mas vamos falar de
coisas boas, e olhe que surpreso não sabia que tantos me seguiam sem eu saber
quem são. Afinal ter amigos assim me envaidece e me sinto como um Velho
Professor Escoteiro que não arreda o pé de suas ideias e seus ideais e tem em
sua volta tantos que pensam como eu seguindo na sombra dos meus textos e espero
que eles possam um dia ficar guardado na memória de cada um de vocês.
Muito obrigado a todos que
me querem bem. Meu fraterno abraço e sorrindo digo: O Escoteiro é amigo de
todos e irmãos dos demais escoteiros. Não será agora que vou subir a montanha.
O futuro a Deus pertence. Um dia irei seguir o meu destino. O meu acampamento
final ainda não aconteceu. Há vocês meu Bravôo e meu agradecimento. De pé,
fazendo uma saudação e uma curvatura tiro meu chapéu para todos que mesmo longe
sem ouvir a voz ou ver a meiguice do olhar estão batalhando nesta bela ideia de
Baden-Powell. E eu a moda antiga os saúdo...
Arrê! Arrê! Arrê! Pru Brasil? Maracatu!