... - Há tempos apesar
da negativa da Escoteiros do Brasil é fato que a Evasão no Escotismo se tornou
uma epidemia sem controle. Basta visitar algumas sessões escoteiras pelo país
para ver o quanto temos de lobinhos e escoteiros em suas sessões isto sem
contar os seniores e pioneiros. Os jovens estão praticando o escotismo
desmotivados. Muitos desconhecem o programa anterior e aceitaram sem discutir o
novo programa a Escoteiros do Brasil. Quando instituído ninguém foi consultado,
mas a maioria aceitou sem discutir e até hoje não viram se os resultados foram
os esperados. Em 2017 6.000 associados em um só ano deixaram o escotismo. A
maioria dentro do novo projeto do Escotismo nas escolas. Se hoje temos uma
menor taxa de evasão não sei. Estes artigos sei que não serão levados a sério. Não
tenho a pretensão de dizer que fiz minha parte. Sei perfeitamente que tudo vai
continuar com “dantes no quartel de Abrantes”. O escotismo na opinião dos novos
filósofos e pedagogos escoteiros deve acompanhar o novo modernismo da
sociedade. O que BP pensava ficou na lembrança de poucos que ainda leem sobre
ele. Uma pena, para mim estes novos Dirigentes Modernos deveriam aproveitar e
dar um novo nome ao Escotismo de BP. Qual Seria? Fica a dúvida no ar!
Eles estão saindo do escotismo... Por quê? – Parte IV.
O
adeus sem volta dos chefes e diretores voluntários do escotismo.
- Uma
vez escrevi um artigo cujo título foi “A Legião dos Esquecidos”. Comentava da
saída de voluntários do movimento Escoteiro que nunca mais foram procurados
pelos nossos dirigentes. O que fizeram ou os sacrifícios que muitas vezes
lutaram para preservar o bom nome do escotismo e ao mesmo tempo sua luta para a
formação da juventude, não passava de obrigação. Foram esquecidos. Nem uma
carta, um e-mail nada que pudessem saber que alguém se lembrou deles. Nossos
dirigentes não se importam com quem foi embora. Fico na dúvida se importam com
quem está na linha de frente. Perguntaram por que saíram? Porque deixaram o
escotismo? Se eles um dia adotaram o escotismo como filosofia de vida e seu
amor ao escotismo hoje nem lembrados são. A participação do adulto no movimento
Escoteiro não é fácil. O sacrifício e enorme. Luta-se pela sobrevivência,
luta-se para ser reconhecido e se não fosse o sorriso da criança nada mais teria
valor. Muitos ainda insistem, mas a falta de apoio não só dos órgãos Escoteiros
como da comunidade é fato comum. Os grupos bem estruturados não se ressentem
disto, os pais são trabalhados para participar e sabem de suas
responsabilidades. Eles dão sustento à continuidade em todas as áreas do Grupo
Escoteiro. Ainda bem que tem chefes bem formados na escola Escoteira. Assim
fica mais fácil. Mas não se iludam. Nem todos são assim.
Existe
uma gama de chefes que mesmo continuando na ativa se ressentem do tratamento
recebido pelas autoridades Escoteiras, e até mesmo de membros do próprio grupo.
Nem sempre recebem sorrisos e elogios. Se não fizerem um pedido dentro da norma
exigida pela direção para um diploma de mérito ou uma condecoração, ou outra
forma de agradecimento eles nunca serão lembrados. O papel em primeiro lugar.
Um telefone? Um e-mail? – Olá Chefe, obrigado por estar conosco. Isto não
existe. Os que estão chegando ainda estão com aquela motivação própria de quem
descobriu uma nova filosofia de vida. A partir do momento que aprendem como funciona
a engrenagem da associação, começa a vontade de por o boné e sair por ai
cantando a canção da despedida. Eles aprenderam que a Lei e a Promessa diz
muito, mas poucos da liderança a cumprem. Sabiam que não estavam atrás de
medalhas, de elogios, mas o tratamento sempre deixa a desejar. Outros acreditam
que a disciplina é esta e não questionam. Alguns se escondem nos seus puros
pensamentos que ajudar a juventude vale qualquer esforço e acreditam mesmo que
fatos no dia a dia de sua jornada Escoteira demonstrem o contrário.
Faltam-me
dados completos para afirmar os motivos que levaram chefes voluntários a
abandonar o Movimento Escoteiro. O que escrevo muitas vezes me foi passado por
chefes que me escreveram ou mesmo quando posto um artigo e lá esta entre
comentários os ressentimentos. Estão errados? Os mais comedidos ou os mais
esclarecidos sempre defendem o indefensável. Eles ainda acreditam que
precisamos andar com nossas próprias pernas e vencer as adversidade. Concordo
em parte. Mas para que temos uma liderança? Para que eles estão lá e foram
eleitos e agora fazem o escotismo sem ao menos consultar as mudanças com seus
eleitores? Valorizam somente os voluntários que dizem “Sim Senhor”? Aqueles que
não concordam qual o tratamento que recebem? O voluntário é cobrado de varias
formas, inventam normas, fazem dele um mortal sem palavra, pois tudo que ele
precisa para ser elogiado parte dele mesmo ou da sua direção como se tudo fosse
um Cartório Escoteiro onde provar a verdade está em primeiro lugar. E a
Primeira Lei do Escoteiro? Não tem valor? O papel com firma reconhecida prova
tudo da sua lealdade ao escotismo?
Não
falo dos grupos bem estruturados. Eles tiveram a sorte de ter lideres bem
formados, conhecedores, com um passado Escoteiro e sabem como agir. Mas eles
são poucos, e muitas vezes fechados dentro de sí mesmo. Seus exemplos não são
fáceis de seguir. Os grupos menores ou os menos estruturados vão tentando
sobreviver e seus chefes lutam com tremenda dificuldade. Não é fácil começar um
Grupo Escoteiro. A sede própria é um sonho para poucos. Um cantinho hoje pode
ser o despejo de amanhã. Como o movimento peca por não ter credibilidade e ao
mesmo tempo por falta de apoio, a exigência para desocupar a Sede Escoteira
pode acontecer a qualquer momento. Nem o papel assinado pelo anterior tem
valor. Vereadores não dão apoio e os Prefeitos não ligam. O escotismo não é
reconhecido pelas autoridades. O Chefe se vê perdido. Busca uma ajuda que não
tem. E ele então pergunta: - Onde estão nossos dirigentes ou benfeitores?
Sabemos
que O escotismo não tem o apoio das autoridades politicas, empresariais e
educacionais. Como a nossa estrutura não é pequena, manter tudo isto custa
dinheiro, tempo e isto poucos Grupos Escoteiros conseguem. Na maioria nem mesmo
o apoio dos pais eles têm. Dizem que temos como norma sermos apolíticos. Isto é
bom. Mas ao mesmo tempo não temos o apoio que precisaríamos para dar aos chefes
voluntários condições de conduzir um Grupo Escoteiro como ele deve ser. Em
alguns casos não temos representatividade no seio da comunidade. Muitos dos
nossos chefes voluntários pagam para colaborar com os jovens da comunidade. Taxas
de cursos nem todos podem pagar. Pais, Mães que se aventuraram na senda
Escoteira sabem que em primeiro lugar vem sua família e depois o escotismo. Mas
a verdade mesmo é que a maioria paga do próprio bolso sua manutenção isto
quando não ajuda financeiramente o próprio jovem.
Muitos
reclamam por falta de apoio dos distritos, regiões ou mesmo pela direção
nacional. A estrutura Escoteira está alicerçada em cima de um Estatuto, cuja
democracia é completamente esquecida. “Lembro-me de uma parábola de Cristo onde
ele dizia que muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”. O poder está em
mãos de poucos. Conhecemos alguns
lideres pela prepotência, pela maneira de agir e tratar o seu semelhante. Muitos
que não tiveram o sonho de liderança encontram no escotismo um lugar ideal para
conduzir seus sonhos. Nossa disciplina é de fazer inveja. Chega quase à
submissão. A mística produziu seres importantes e os mais novos os olham com
respeito e humildade. Criou-se super chefes, e muitos esqueceram que somos um
movimento de amadores e querem de um dia para noite nos transformemos em
profissionais. Que disciplina é esta que não dá a todos a oportunidade de
discordar, de sugerir e votar?
Se
esta for uma razão da evasão de muitos chefes e diretores voluntários eu não
sei. Não podemos ter uma direção que não pensa em ajudar e colaborar com seus
voluntários. Se decretos e normas resolvessem o Brasil seria um paraíso. Que
procurem de uma maneira valorizar o trabalho dos chefes em seus Grupos
Escoteiros. Se não existem profissionais pagos para tentar resolver os
problemas que surgem, que pelo menos escrevam, sugiram, mas lembrando sempre
que cada caso é um caso e o Acre é diferente do Rio Grande do Sul. Os cursos
devem ser melhor analisados. Tudo bem que hoje não somos como ontem, mas manter
um pouco da metodologia Bipidiana é um dever. Repito, se no passado tudo era
mais fácil, hoje me parece que precisamos de uma nova gleba de voluntários para
aplicar tudo que a Escoteiros do Brasil pretende. O quase fracasso do Escotismo
nas Escolas foi um exemplo que muitos já sabiam que ia acontecer. Esta frente
Parlamentar até hoje foi um blefe. Precisamos mostrar nosso reconhecimento ao
novato voluntário e claro o antigo também. Assim como é necessário ouvir o
ponto de vista do rapaz, o mesmo acontece com os chefes.
Um
Chefe meu amigo e que está no Grande Acampamento escoteiro no céu, dizia: Chefe
Osvaldo é o escotismo quem precisa de você e não o contrário. Mas e então?
Porque tantos lutam por uma causa tão valida, e nunca são reconhecidos por
parte de nossas autoridades Escoteiras? Para tudo é preciso ser subserviente,
implorar e aceitar sem poder pelo menos dizem não? Sei que poucos irão levar a
sério o que aqui escrevi. Sei que poucos irão mudar ou então discordar
apresentando seu modo de agir e pensar. Continuo fazendo meu dever de casa. Se
outros não dão valor, paciência. Sei que cedo ou tarde ainda teremos muitos
indo pertencer a Legião dos Esquecidos. A evasão é uma realidade, explicar o
inexplicável não trará o retorno dos que se foram.
Agradeço
a todos que de uma forma ou de outra se manifestaram com suas observações mesmo
que contrárias ao que escrevi. Desejo a todos que estão na luta pelo jovem
sucesso. Abraços fraternos e Sempre Alerta!
Chefe
Osvaldo