Conversa ao pé do fogo.
Programas de Tropa.
Todo mundo conhece, todos os escotistas
fazem. Afinal nada se produz sem ele. Alguns simples, outros complexos, mas
todos com o mesmo objetivo. Já me disse um antigo Chefe Escoteiro que nada se
produz sem o auxílio dos jovens. Afinal o escotismo é para eles e a
participação nos programas é ponto fundamental no caminho para o sucesso de seu
crescimento.
Mas o que significa a palavra programa?
Vejamos:
- Seria uma exposição
resumida que um individuo ou sessão faz dos seus princípios ou do caminho que
se propõe a seguir?
- Ou um conjunto de
instruções, de dados ou de expressões registradas? Ou enumeração dos propósitos
de uma sessão?
- E finalmente, uma
sequência de matérias que se hão-de ensinar em uma atividade?
Não vamos complicar. Todos sabem o que é.
Mas uma coisa eu garanto, os programas devem se entrelaçar. Como? Pensando em
termos que todos os órgãos do grupo os têm (um programa). Para isso todo final
do ano em reunião própria para este tema, se reuniram a Diretoria, o Conselho
de Chefes, o Conselho de Pais (se o grupo possuir) onde todos opinaram e claro,
lavrado em ata. Ops! Estou falando do programa geral. Não do programa de
sessão.
De posse do programa do Grupo Escoteiro
fica mais fácil à alcateia, as tropas e o clã fazer o seu sem se preocupar com
alterações. Alguns até gostam de ter os programas de sessões primeiro antes do
geral. Não discuto. Difícil imaginar um bom programa onde ele sofre
constantemente modificações, adaptações e é fustigado por terceiros cujos
programas não existiram e aparecem muito tempo depois. São programas do Distrito,
da região da própria cidade e até de outro grupo irmão escoteiro. Não podemos
faltar. Ou quem sabe, recebemos um convite da autoridade tal e temos que ir. E o
programa inicial vai ficando todo desfigurado.
O Diretor Técnico deve ser o primeiro a
exigir que tais modificações não aconteçam. E se assim for necessário, que se
ouçam os interessados. Desde os graduados nas sessões até os jovens se não
existir outra saída. E claro que se deve respeitar opiniões. Um grupo
autocrático, não é um bom lugar para viver. (Autocracia é um conceito político). O termo vem do grego autos (self) e khratos (governo). Designa o sistema de governo cuja autoridade repousa sobre uma única pessoa, sem limite: o autocrata (que governa em si).
O POR nos abre uma
porta nas atividades democráticas em um Grupo Escoteiro. No entanto já vi e
ainda vejo alguns escotistas que não sabem diferir uma democracia de uma
tirania, despotismo, ditadura, autoritarismo ou totalitarismo. A falta de
conhecimento das normas e estatutos por grande parte dos adultos prejudica
enormemente sua sessão. Já vi um Líder, que organizou ou fez “seu” grupo, se
achar acima de tudo e dita às normas que lhe são convenientes. São exceções,
mas essas exceções pululam aqui e ali. Elas mancham e denigrem nossa imagem e
nossa organização. Com isso nossos programas se tornam inúteis, os jovens
abandonam e a percepção é que o sorriso dos que ficam substitui todos os erros
cometidos. O que não é verdade.
Baden Powell nos ensinou no Escotismo
para Rapazes, que o melhor programa é o desenvolvido pelos rapazes e moças. São
eles a parte interessada e eles o fazem com perfeição em seus bairros, na sua
rua, com os amigos que ali sempre junto por anos e anos a fio. Entretanto
alguns Escotistas dizem que os jovens não estão preparados. Complementam que se
fizerem vão ver que nada dá certo! Eu me pergunto: - Foi tentado? Foi dado a
eles ideias sugestões, instruções e aberto um leque de oportunidades? Nada dá
certo sem uma primeira vez. Discutir minuciosamente no Conselho de Patrulhas,
no Conselho de Tropa e só após junto a Corte de Honra.
Nenhum programa deve ficar sem o
“tempero” do chefe e dos assistentes. O que seria o “tempero”? – Jogos,
canções, adestramento e formação dos monitores assim como sugestões com um
leque de atividades possíveis. As atividades do Distrito e Região não devem
ocupar mais que 10% do programa anual. Se um convite de última hora for feito o
Chefe deve meditar muito antes de aceitar. Neste caso por via das dúvidas consultar
os órgãos competentes de sua tropa. Sabemos que a participação nestas
atividades principalmente de última hora a participação dos jovens é pequena e
desestimulante.
Como diz BP se ainda não “pegaram” o
que é o sistema de patrulhas, se ainda não sabem trabalhar com seus monitores
então tem alguma coisa errada na sua tropa. Tentar é mostrar também o caminho.
Se quiserem começar com bons programas feitos pelos rapazes e moças dêem um
crédito. Resultados para os que estão começando não aparece da noite para o
dia. Um Chefe me disse que com a Internet tudo ficou mais fácil. Pode-se trocar
ideias, marcar reuniões, colocar programas, sugerir e tantas outras coisas. Como
sou das antigas e os avisos eram dados no Cerimonial. Fico em duvida se avisos
pelas redes sociais funcionam.
Um bom programa sempre se mostrou ser um
sucesso no funcionamento de uma Tropa Escoteira. Devemos nos ater que sem os
resultados que serão cobrados pelo próprio Chefe na Corte de Honra e com seus
assistentes nada terá o efeito desejado. O melhor caminho vencido é aquele em
que os rapazes e moças estarão reunidos por um bom tempo, onde sempre estarão à
espera da próxima reunião, o próximo acampamento ou a próxima atividade com
ansiedade. E isso é da responsabilidade dos chefes e dos monitores.
Um Grupo Escoteiro é uma grande família.
Unida. Fraterna. Onde o respeito mostra o grau de crescimento de cada um. Voce
faz parte da família. Veja onde é seu lugar e trabalhe para que todos sintam
felizes no desenvolvimento de suas tarefas. Formar caráter não é fácil. Mas o
Movimento Escoteiro através do seu método simples facilita sobremaneira a
atingir esse objetivo. E é um orgulho quando podemos ver homens e mulheres
dignos e de caráter ilibado que um dia conheceram a maravilhosa Lei Escoteira. Assim
vemos que cumprimos nossa missão. Honra caráter ética e altruísmo não faz mal a
ninguém.