Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Marcha soldado cabeça de papel!
Prólogo: - Uma homenagem feita há alguns anos e já publicada ao meu
amigo Marcos Rodrigues que sempre me prestigiou em todas as minhas publicações.
Chefe Escoteiro e lotado nas Forças Armadas tem no coração a audácia de ser
leal fraterno e honrado. Não tive ainda a felicidade de lhe dar um aperto de
mão e um abraço; Não faltará oportunidade. Sempre Alerta meu amigo, fraternos
abraços!
Quando menino eu queria ser
soldado. Nos meus sete anos eu colocava um capacete de jornal na cabeça, e com
um cabo de vassoura eu marchava como os soldados que via desfilar no Sete de
Setembro. Quando fui lobo meu desejo era marchar, marchar como o soldado marinheiro
todo vestido de branco que desafia os mares em busca de aventuras. Amava a
Banda dos Fuzileiros Navais. Minha mãe se divertia comigo quando eu com a boca
fazia barulho do tambor, a marchar pela casa com meu inesquecível fuzil de
madeira e ela queria ralhar, mas não, sua paciência com seu rebento era
fantástica – Sabes meu filho, se queres ser soldado, serás General, se queres
ser monge, acabarás como Papa. Mas meu filho ele queria ser outra coisa, queria
ser pintor e acordou como Picasso!
Depois cresci, virei escoteiro de coração e a ideia de ser soldado foi
terminando. Mas lá no fundo da mente o desejo ainda continuava. Um dia ainda
molecote Escoteiro fiquei emocionado com uma história que li.
- Conta-se que um soldado dirigiu-se ao seu superior e lhe solicitou permissão
para ir buscar um amigo que não voltou do campo de batalha. Permissão negada,
respondeu o tenente. Mas o soldado, sabendo que o amigo estava em apuros,
ignorou a proibição e foi a sua procura. Algum tempo depois retornou
mortalmente ferido, transportando o cadáver do seu amigo nos braços.
O seu superior estava furioso e o repreendeu:
- Não disse para você não se arriscar? Eu sabia que a viagem seria
inútil! Agora eu perdi dois homens ao invés de um. Diga-me: valeu a pena ir lá
para trazer um cadáver?
- E o soldado, com o pouco de força que lhe restava, respondeu:
- Claro que sim, senhor! Quando eu o encontrei ele ainda estava vivo e
pôde me dizer: - “Tinha certeza que você viria”! (Anderson Griman).
O tempo foi passando e eu
fui virando homem feito, e ser soldado agora era uma busca distante. Quem sabe
como Escoteiro eu imitava Honoré de Balzac que dizia – Esse homem é o soldado
armado com a espada e eu sou o soldado armado com a pena... Mas eu triunfarei
onde Napoleão foi derrotado, pois conquistarei o mundo! Bem, eu não conquistei
o mundo, mas conquistei montanhas, conquistei vales enormes, vi coisas lindas
que ficaram para sempre em minha memoria. Hoje eu ainda me lembro do meu desejo
em ser soldado. E nas tardes dos meus sonhos, na minha humilde varanda eu fecho
os olhos e canto o hino do Infante:
"Onde
vais tu, esbelto infante, com teu fuzil, lesto a marchar?
Cadência certa, o peito arfante, onde vais tu a pelejar?"
Pra longe eu vou, a Pátria ordena! Sigo contente o meu tambor,
Cheio de ardor! Cheio de ardor! Pois quando a Pátria nos acena,
Vive-se só da própria dor.
Cadência certa, o peito arfante, onde vais tu a pelejar?"
Pra longe eu vou, a Pátria ordena! Sigo contente o meu tambor,
Cheio de ardor! Cheio de ardor! Pois quando a Pátria nos acena,
Vive-se só da própria dor.
É no
combate que o infante é forte; vence o perigo, despreza a morte.
Dou
um sorriso e mudo toda a letra mantendo a música, pois de soldado eu passei a
ser Escoteiro:
Onde
vais tu, oh Escoteiro, com teu bastão lesto a marchar?
Cadência
certa, passo certeiro, onde vais tu a acampar?
Prá
longe eu vou, o Chefe ordena, sigo contente o Monitor,
Cheio
de ardor, cheio de ardor. Pois quando a tropa nos ordena,
O
caminho é sempre com amor.
É lá
no campo que o Escoteiro é forte, vence o perigo e despreza a morte!
Não sei se a minha música atingiu o
objetivo. Sei que ela não é para qualquer um. Muitos não querem nos ver
marchando. Pode ser. Ela foi feita para os soldados e os Escoteiros das ruas
aqueles que tem o amor pela pátria no coração. Não é uma música para festas,
para dançar, é uma musica espiritual, só para aqueles que foram soldados e
Escoteiros!
Boa
noite meus amigos e amigas, Mantenham pé no chão nos sonhos de continuar abraçando
e confraternizado com os jovens futuros soldados da nação. Dizem que o sorriso
do brasileiro e do escoteiro é o soldo do soldado do Chefe e do Infante!
Dedico
todo meu conto ao meu amigo Marcos Rodrigues um soldado de coração Escoteiro.