sexta-feira, 27 de abril de 2012

Causas e efeitos - Você está satisfeito com nosso efetivo atual?


Causas e efeitos
Você está satisfeito com nosso efetivo atual?
Causalidade é a relação entre um evento (a causa) e um segundo evento (o efeito), sendo que o segundo evento é uma consequência do primeiro.
Num sentido mais amplo, a causalidade ou determinação de um fenômeno é a maneira específica na qual os eventos se relacionam e surgem. Apreender a causalidade de um fenômeno é apreender sua inteligibilidade.
Embora causa e efeito sejam em geral referidos a eventos, também podem ser referidos a objetos, processos, situações, propriedades, variáveis, fatos ou estados de coisas. A caracterização de uma relação causal, distinguindo-a da simples correlação, ainda é assunto controverso.

O tema para mim sempre foi fascinante. Não para nossos dirigentes. Pode até ser que estou enganado. Não acredito que o tema mais importante para o Escotismo hoje seja a EVASÃO. Se nossos dirigentes estão preocupados se estão tentando saber as causas e os efeitos estão entre quatro paredes. Os grupos na sua maioria estão contentes com o que fazem. A preocupação com a evasão é mínima. Diversas vezes comentei aqui minha opinião. Mas hoje vou entrar a fundo. Talvez possa ferir susceptibilidades. Paciência. Tenho até a certeza que não atingirei o alvo pretendendo. Que assim seja. Não adianta mais malhar ferro frio.
Vejamos um histórico do passado com respeito à evasão. Até 1980 ela existia, mas não na proporcionalidade de hoje. Os grupos conseguiam manter a maioria dos jovens praticando o escotismo e mesmo que o crescimento não fosse satisfatório, era comum o lobinho passar para Escoteiro, idem Sênior e até Pioneiro se o grupo possuísse o Clã. Sempre se encontrava nos grupos vários escotistas nascidos e crescidos nas hostes escoteiras. Na comunidade em que existiam por não haver a facilidade hoje de locomoção os escoteiros eram bem conhecidos. Isto até ajudava em muito na admissão de novos membros.
Em 1984/85 deu-se o inicio do escotismo feminino. Iniciado com varias normas de conduta e não era totalmente liberado como hoje para sua organização. Isto trouxe novo ânimo aos Grupos, pois muitas jovens queriam participar e o bandeirantismo nem sempre estava acessível. Tropas e alcateias separadas é claro. Não tenho dados em mãos, mas acredito que no período 85/90 com raras exceções o escotismo se fortaleceu bastante.
Foi então que começou a experiência nas alcateias e tropas mistas.  Conheço muitos casos que isto foi provocado pela falta de chefia. Os grupos sem base querendo crescer foram aceitando as inscrições e se viram forçados a entregar as tropas femininas aos chefes que já labutavam em tropas masculinas. Dai foi um pulo a unificação em patrulhas mistas. Mas isto foi bom, podem dizer principalmente os modernistas. Não concordo. Foi o principio do afastamento e saída de muitos jovens. Não só entre os elementos masculinos, mas em alguns casos até com o elemento feminino.
Por quê? Posso afirmar com convicção que o sistema de patrulhas, a maneira de desenvolver as tropas, o programa Escoteiro idealizado por Baden Powell (BP) não podia ser realizado em tropas mistas. Não são palavras minhas, mas a diferença é enorme. Alguns itens que aleatoriamente peguei na internet, mas que poderiam é claro ser interpretados de outra maneira:
- Meninos apresentam níveis mais elevados de testosterona, o que estimula neles um comportamento mais agressivo que o das meninas;
- Desde o início, meninas controlam suas emoções mais que meninos. Eles choram mais quando estão tristes, enquanto elas dão preferência a chupar o dedo; (risos).
- Durante as conversas, as filhas ficam mais tempo olhando para os pais (chefes) do que os meninos. Aos quatro meses, elas reconhecem mais rostos que eles;
- Meninas estão mais preparadas para construir relacionamentos e interpretar suas emoções;
- Meninos comunicam-se por palavras em 60% do tempo. Os 40% restantes são completados por barulhos feitos com a boca, reproduzindo ruídos de socos, carros, motos, aviões. Meninas praticamente só usam palavras e raramente imitam motores.
- E finalmente, nos bairros as turmas de amigos sempre fizeram e fazem programa separado um do outro. Meninas de um lado meninos de outro. Até nas casas onde se é possível existe o quarto do menino e o da menina.
 Como se vê, meninos e meninas são diferentes e apresentariam disparidades de comportamento ainda que criados na selva por gorilas, feito Tarzan. Até chegar a essa conclusão, a ciência consumiu décadas em debates, pois havia uma dúvida. Um segmento de estudiosos achava que as crianças não nasciam com diferenças cerebrais ou comportamentais perceptíveis. Na opinião deles, tal distinção se manifestaria apenas em decorrência das atitudes dos pais durante o processo de criação dos filhos. O debate não acabou, pois há grande divergência sobre o peso do DNA na determinação do "destino" comportamental da criança. Os estudos, no entanto, concordam em que a carga genética produz diferenças menores do que a carga cultural exercida pela criação.
 Por que os pais se preocupam tanto quando uma menina quer brincar com espada ou o menino quer pentear a boneca? Não reforce as diferenças. Meninos dão preferência a jogos competitivos e meninas a brincadeiras cooperativas. Este estudo finaliza - Não obrigue seu filho ou sua filha a brincar com crianças do sexo oposto. Nos primeiros anos de vida, tanto meninos quanto meninas preferem estar com crianças do mesmo sexo.
Sei que haverá centenas de escotistas e pedagogos a me contradizer. Ótimo. Não sou perfeito, só confirmo que o escotismo não cresce em quantidade e qualidade e que talvez, digo talvez este possa ser um dos motivos. Dizer que ele está crescendo a desmerecer a mentalidade de alguém que está vendo o dia a dia do escotismo nacional. Mas vamos continuar o nosso ponto de vista. Se for válido ou não fica a critério dos leitores escotistas. Você já viu uma charge onde se diz que o jovem entrou para o escotismo pensando encontrar atividades fortes, aventureiras e não encontrou nada disto? Seria possível realizar tais atividades com patrulhas mistas?
Dizer que em uma Patrulha os jovens aceitam de bom alvitre as meninas e os meninos seria dizer que eles não conhecem o programa Escoteiro na sua forma tradicional. E olhem, podem dizer: Em minha tropa isto não acontece! Bom, mas não acredito que a liberdade de uma Patrulha se faria com meninos e meninas juntos. Se digo isto tenho experiência própria. Já vi Patrulhas masculinas e femininas em tropas separadas fazendo um excelente escotismo e permanecendo por longos anos no Grupo Escoteiro. Claro, atividades em conjunto existiram. Mas devidamente programadas e aceitas pelos jovens.
Porque as atividades aventureiras, os acampamentos no molde de Gilwell rarearam? O menino tem um sonho. A menina tem outro? Não vejo como haver competitividade entre eles e olhem que esta é base do programa Escoteiro. Quando se tem tropas mistas e patrulhas mistas os jogos não podem ter o mesmo efeito para ambos. Como fazer um jogo de briga de galo (exemplo) entre meninas e meninos? Está fora de propósito nos objetivos a serem conseguidos.
E finalmente as atividades aventureiras rarearam. Os grandes acampamentos de tropa estão desaparecendo. As atividades Intergrupos, distritais regionais e nacionais passaram a ter fator preponderante. O programa de tropa foi substituído por estas atividades e muitas delas surgidas sem programa preparatório. A maneira de programar foi totalmente alterada. Hoje qualquer um pode ver nas redes sociais, jovens e escotistas motivados ou motivando nas participações de atividades que surgem do nada e claro, devem alterar de forma surpreendente qualquer programa de tropa.
Encontros religiosos, encontrões escoteiros, passeio em tal e tal lugar, atividades distritais, regionais e nacionais que tomam todo o tempo de uma sessão Escoteira. Claro, pode ser um chamativo. Mas seria para todos? Que o digam os jovens que estão saindo. Alguém já foi até eles perguntar e fazer uma pesquisa de campo bem feita? E esta disparidade do uniforme? Uns a favor do atual e novas mudanças e outros não? Por acaso a UEB sabe quantos grupos usam só o caqui e quantos só o cinza em todo território nacional?
E o tal do traje? Agora só o lenço identifica o membro do escotismo? Não sei se o sonho do jovem ou da jovem acabou. Aquele chapelão, o caqui conhecido de norte a sul do Brasil e tantas outras coisas que fizeram o sonho daqueles que permaneceram por longos e longos anos. Isto sem dizer da tal progressão do jovem em sua senda Escoteira. Estão confundindo muito a modernidade com o verdadeiro espírito que existia no escotismo. Mudaram tanto que esqueceram o método de BP, as tradições e estão colocando agora um novo escotismo. Este eu não conheço.
Mas nada disto importa, pois nossos dirigentes se reúnem, discutem entre si, e dizem – Vamos mudar. Como existe uma grita aqui e ali, eles simploriamente dão uma “esmola” como se fosse uma pesquisa séria. Não é não. Não seria uma pesquisa de campo a ferramenta certa para suprir a necessidade de desenvolver estratégias? Conhecer melhor o que pensam os membros do escotismo nacional? Enfim, obter de todos e identificar como estão pensando a respeito de tal e tal assunto? Acho que só assim poderíamos tomar decisões que afetam a todos e não uma meia dúzia dizendo o que deve ser feito.
Infelizmente as causas e efeitos da evasão ainda não foram devidamente estudadas e analisadas. Para se ter voz e voto só pertencendo à elite dos dirigentes nacionais. Tudo bem. Se não, é esperar como agora a definição do tal traje que será ditada por poucos. Enquanto isto a procura dos motivos reais da saída de milhares de jovens por ano das fileiras escoteiras ficam sem resposta. Ninguém foi perguntar a eles porque saíram. 
Não tenho o dom da infalibilidade. A perfeição ainda não consegui atingir. Mas não é da maneira que estão fazendo os nossos dirigentes que iremos atingir o ponto X da solução final. Iremos talvez crescer aqui e ali. Mas não será um crescimento real. Enquanto os jovens e adultos participantes do escotismo Brasileiro não permanecerem pelo menos por alguns anos nas fileiras escoteiras o hoje e o amanhã será conforme agora. Que o digam aos dirigentes nacionais.
Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro.
Frase de Demóstenes


terça-feira, 17 de abril de 2012

O politicamente correto


"O caráter é como uma árvore e a reputação como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela; a árvore é a coisa real."
(Abraham Lincoln)

O politicamente correto

O politicamente correto (ou correção política) se refere a uma suposta política que consiste em tornar a linguagem neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, como a linguagem e o imaginário racista ou sexista. O politicamente incorreto, por outro lado, são uma forma de expressão que procura externalizar os preconceitos sociais sem receios de nenhuma ordem.

 Estou boquiaberto! Um "Velho" Escoteiro, com 65 anos de escotismo, 71 de idade que não tinha ainda estudado e visto o que significava o Politicamente Correto. Mas como? Pergunto-me. Nunca tinha visto nada igual até hoje. Será que não é coisa da UEB? Risos. Brincadeira.  Bem ainda dá tempo de aprender. Todos sabem que sou uma oposição sadia da UEB. Sempre lutei para que ela fosse forte, grande e atuasse como nós esperamos no aumento quantitativo e qualitativo dos jovens em nossa nação. Claro, interpretações a parte e direito de expressar, nada posso fazer se não usar minhas armas. A ESCRITA. As outras, lutando em campo aberto eu o fiz por longos anos. Agora não dá mais.

Depois de tanta celeuma me pergunto de algumas fotos divertidas de jovens com uniforme “diferente” postadas no face, será que os politicamente corretos já leram a literatura da composição da UEB? Sabem como funciona sua estrutura? O que faz a Assembleia Nacional? Elege quem? O que é o CAN? E como é eleito o DEN? Sabem o nome do Presidente e vice do DEN, conhecem pelo menos dois delegados nacionais em sua região? Será que já leram e compreenderam os Estatutos da UEB conhecem bem o Regimento Interno?

Tem uma boa noção do POR e tomaram conhecimento das novas Normas Disciplinares com informações e determinações sobre como deve agir as Comissões de Ética recém-aprimorada? Nisso a UEB é “batuta” Taxativa! Errou paga! Risos (só faltou dizer como a pessoa seria... melhor esquecer). Sei que centenas que vão ler este artigo sabem tudo isso. Dirijo-me aqueles que são politicamente corretos e discordam de todos e ficam de olhos fechados para o que acontece em sua volta.
    
Pergunto-me se sabem a quem a UEB é afiliada mundialmente, se existem outras organizações mundiais? Conhecem as outras organizações escoteiras que existem no Brasil e no Mundo? Como funcionam? Mas deixo de lado esta complexidade. Vou mais fundo. Será que já analisaram as causas da evasão no movimento Escoteiro? Que a cada um que entra sai outro? Culpa de quem? Outro dia li que em cada adulto que sai saem cinco jovens com ele e o mesmo acontece na entrada. Não seria uma evasão prejudicial? Já viram isso em seus grupos?
Pergunto-me se nas matilhas os lobinhos e lobinhas (mais de oitenta por cento) permanecem por mais de dois anos na alcatéia? E as patrulhas? Bem adestradas? Pelo menos setenta por cento com mais de três anos continuam na tropa? Monitores bem formados? Capaz de liderar como ser liderado? Será que cada um deles na Patrulha tem pelo menos dez noites de campo por ano? Será que pelo menos trinta por cento da tropa atingem o grau Liz de Ouro? E as patrulhas seniores/guias tem o mesmo número da tropa ou estão naquela de uma ou duas? E o Escoteiro da Pátria, pelo menos vinte por cento deles alcançam?

Pergunto-me se os jovens sugerem seus programas anuais? Se a democracia no grupo existe com um Bom entrosamento Conselho de Chefes/Diretoria? Do Grupo Escoteiro para outro assunto. Pergunto-me. Será que agora estão satisfeitos com tudo que vem das autoridades escoteiras? Ela é infalível? Um deles me disse que o local para discutir é a Assembleia Regional e Nacional. Pergunto-me, sabem como chegar lá? Para ter voz e voto? Conhece quantos que são delegados nacionais? E do seu estado? É fácil ser eleito? Pergunto-me se eles não gostariam de ser consultados sobre algum tema importante que são impostos sem consulta?

Sobre a Assembleia, pergunto? – Já estiveram lá? Teve oportunidade de discordar e apresentar novas sugestões e essa ser aprovada? O tempo das discussões é suficiente para artigos importantes? Agora mesmo irão apresentar o tal novo uniforme ou traje. Como vai ser? Quem foi o autor da ideia? Um só? Mais de um? Mas somos 67.000 será que os jovens não interessam em opinar? Afinal eles é quem irão usar tal traje.

Poderia perguntar mais, se estão questionando, se estão ao par como são eleitos e escolhidos os dirigentes nacionais? Pergunto-me se aqueles que dizem que o importante é o jovem já viram e conhecem os resultados do seu grupo na comunidade em que residem? Homens e mulheres de caráter em número razoável para dizer a todos que o escotismo é uma forma de formação de caráter e estão a batalhar junto às autoridades em beneficio do escotismo local?

Claro que muitos dirão que sim e vou acreditar. Tem mesmo boa parte dos nossos escotistas que lutam por um escotismo melhor. Mas saibam que até 1978/80, nosso efetivo era de mais de 45.000 membros. Trinta anos depois temos 67.000 e isto com a entrada do movimento feminino que deveria ter dado um substancial aumento (alguns discordam deste numero). Ninguém até hoje analisou do porque nestes trinta anos não crescemos. Por quê? O programa não era bom? Mas foram os notáveis que mudaram.
Minha luta vai continuar. Não concordo com nosso sistema. Ele não nos dá o direito de escolha. Agora mesmo em uma lista que participo, onde tem bons escotistas opinando, são todos de opinião que precisamos mudar, mas ninguém sabe como. É como os deputados e senadores que quando aparece projetos ou leis que podem interferir em suas “lambanças” engavetam. Sabiam que no Congresso Nacional menos de 0,5% do nosso efetivo votam e decidem? Isto não existe em nenhuma democracia plena.

Mas que venham os politicamente corretos. Só espero que daqui a vinte, trinta cinquenta anos eles estejam ainda no escotismo. Para verem se acertaram ou se erraram. Baden Powell (BP) sempre disse – IMPORTANTES SÃO OS RESULTADOS. Que eles sejam bons, pois até agora produzimos muito pouco em termos de quantidade e qualidade.

Tenho ouvido e conversado com muitos escotistas de norte a sul do Brasil. Um deles me disse que um colégio eleitoral (no caso nossas assembleias) é sistema típico de ditaduras. De regimes de exceção. Continua ele – O atual sistema de escolha dentro da UEB beneficia somente, e tão somente os grupos que se revezam há décadas no poder em todas as esferas. Continua ele – Articulações politicas e de interesse são fatos. Por óbvio que é mais fácil garantir votos com meia dúzia de associados ”delegados” votando do que deixar na mão de todos os adultos envolvidos no Movimento Escoteiro.

 Acha ele que os pais dos jovens servem para bancar seus filhos no ME, mas não para decidir o destino dele. Outro amigo diz – Falar de propostas no Congresso é uma bobagem. As que são aprovadas ao nível regional são levadas a nacional e pronto. Não tem ali como fazer propostas ou se dar voz a ninguém. Exceto para fazer alguma pergunta a um palestrante sobre alguma novidade e que em geral, são respondidas com uma tremenda má vontade, em especial se a pergunta questiona a validade do que sendo feito.
Continua ele (é um participante ativo nestes congressos) – Poderia mencionar as tais “reuniões” e “almoços” reservado à cúpula. Ali é que são costuradas as politicas os conchavos. Lembra ele o que aconteceu Brasília no último Congresso. Uma comissão de notáveis com portas fechadas para ver se conseguiam apoio para candidatos ao CAN entre outros temas importantes. Rindo ele disse que as assembleias servem sim, para rever amigos, turismo, pois a realidade é bem diferente do que se espera de uma verdadeira estrutura democrática. Termina dizendo – Não se pode fugir das influências. O poder está na mão de meia dúzia.
"Bom caráter é para ser mais enaltecido do que talento extraordinário. A maioria dos talentos é de uma certa forma um dom. Bom caráter, em contraste, não nos é dado. Temos que construi-lo peça por peça... por pensamentos, escolhas, coragem, e determinação." 
 (John Luther).