domingo, 30 de dezembro de 2018

Retrospectiva do ano. 2018 foi bom ou ruim?



Retrospectiva do ano.
2018 foi bom ou ruim?

Prólogo: Retrospectiva 2018? Quá! “Inté parece que sei fazer”. Mas pense comigo se o Facebook e o seu Criador Mark Zuckerberg fez para todos lotados em suas páginas eu não posso fazer as minhas? Afinal o Vado Escoteiro não tem coisas para contar no ano que passou? E “vamo que vamo” acreditando que tudo vai mudar... E para melhor!

                 2018 teve de tudo. Recebi visitas de chefes amigos, de chefes desconhecidos que se tornaram irmãos. Mantive a rotina para viver mais e dormir o sono dos justos choramingando minhas mágoas na minha varanda relembrando tempos idos que não voltam mais. Despachei cobradores, telefones indesejáveis, e abracei meus familiares que nunca se esquecem da Célia e de Mim. Escrevi contos, artigos, funguei nos tamancos da EB, falei cobras e lagartos, sempre lutando pelo que acredito ser o escotismo de Baden-Powell. Aqui minha retrospectiva 2018:

Meu ano:
Envelheci prá “dedéu”! Meu espelho é prova disso. Ri de mim quando sabe que daqui a alguns dias entrarei nos setenta e oito anos. Vado, ele diz: - Oitenta é sonho! Dou rizadas. Passei um ano bengalando e honrado de ser um hóspede do SUS. Quebrei oito dentes em uma queda e mais três descendo da cama do hospital. No pronto socorro já me consideram freguês! Como destaque a visita por várias vezes do meu amigo e irmão Francisco Rinaldi. Sempre tem um tempinho para me contar às novidades e dar um belo abraço. Vida de Velho Chefe Escoteiro não tem realce a não ser ficar em casa vendo Televisão. Sei que não fiz inimigos e sim muitos amigos. Que eu saiba ninguém falou mal de mim. Muitos disseram que me amam e isto me fez muito feliz. – “É verdade Terta?”.

Brasil:
 - Tivemos fatos interessantes. Um novo presidente surgiu como o salvador da pátria. Vamos ver... Palmas pelas escolhas das chefias de sessão. Desejo sorte e sucesso. Nós brasileiros precisamos. O Legislativo continua sendo um ninho de falcatruas. Uns dormiram vendo o sol nascer quadrado, outros nas asas de um judiciário incompetente dormindo na impunidade. O Palhaço se reelegeu. Bendito povo Brasileiro. Ninguém quer largar o osso do tutano. Muitos famosos não foram reeleitos. Beleza! Lava Jato neles! Infelizmente não fiz o uso do voto. Pernas dodói para chegar lá. Os eleitos prometeram coisas mil. Pago vê-los pensando no Chefe Zé das Quantas e no Escoteirinho de Brejo Seco. Gastam mais de Cr$130 mil pratas só para mamatas e safadezas. “Eita Brasil"!

E o Escotismo:
- 2018 a turma da liderança Uebeana tirou o pé do lodo. Cobrou a rodo. Até Black Friday teve. Bom demais! Para melhorar as finanças lançaram novos distintivos, mais bonitos e chamativos. Você quer um? Houve engalfinhamentos atrás das benesses do poder. A moita orçamentária mexeu a valer. Dizem que fazem reuniões as claras. Sei não. Pagando para ver... É 2018 foi bom. Chefes a rodo recebendo distintivos, medalhas três ou quatro tacos sem contar Insígnias partilhadas a granel. Não faltou fotos dos chefes, mas faltou dos seus jovens lobos ou escoteiros. Quantos Cruzeiro do Sul? Lis de Ouro? Escoteiro da Pátria ou Insígnia de BP? Não sei. Deve estar lá num canto qualquer do PAXTU.  Se o Sistema de Patrulhas existe ninguém sabe ninguém viu. Perguntaram ao Jovem?

E Eu de novo:
- Muitos reclamaram do pobre 2018 do Temer. Eu não. Sou cordato, não submisso, mas entendo onde ele queria chegar. Para tristeza de muitos continuo Badeniano da Gema. Não posso mais entrar em um grupo, se for serei sabatinado. Deixarei meu escrutinador baratinado. Não vou parar de dar os meus “pitacos” nas mudanças que acredito. Sinto-me escoteiro do mundo sem reverências ou subordinação. Afinal faço questão da transparência, da lealdade, do respeito principalmente a nós Velhos Escoteiros que demos a vida e o coração pelo Escotismo no Brasil. Coisa que os Deuses do Olimpo Escoteiro não consideram. Quem sabe aparece uma nova safra e muda tudo de errado que existe hoje? Se for assim bendito 2019. Que seja com honra, caráter, transparência e ética. Que vá para casa estes que não querem deixar as mamatas "orgatícias" da EB.

Final:
- “E vamo que vamo”! Os novos e até mesmo antigos batem no peito: - Chegamos aos cem mil. “Mais maió de bão”! Esqueceram os que deram no pé. Lideres nem disseram Adeus e nem uma cartinha enviou. As novas associações abraçam esta Legião dos Esquecidos. Se a EB não deu um abraço eles pularam o obstáculo e foram fazer escotismo em outras plagas.  Enquanto isto vou me virando no postinho de saúde, no SUS que apelidei de PURGATÓRIO e deixando meu destino nas mãos de Deus. Continuo duro, sem tutu, sem Money, e me divertindo escrevendo contos... Histórias... Lendas e artigos falando de jovens, de chefes, de BP e deixando cair uma lágrima quando me lembro do meu passado do chapelão da calça curta, das minhas idas e vindas em portais do tempo que atravessei. Aos meus amigos, meus irmãos escoteiros, leitores badenianos de outros países o meu fraterno abraço, desejo de boas festas, bom escotismo amor e devoção dentro dos princípios da fraternidade.

MEUS QUERIDOS IRMÃOS ESCOTEIROS DO MUNDO FELIZ 2019!

sábado, 29 de dezembro de 2018

Conversa ao pé do fogo. Boas ações dignificam o caráter.



Conversa ao pé do fogo.
Boas ações dignificam o caráter.

Prólogo: - Sêneca disse que o prêmio da boa ação é tê-la praticado. Baden-Powell finalizou: “A felicidade está baseada em dois pilares: a vida como um jogo, e generoso amor aos outros".

                   - O Centenário do Escotismo comemorou-se cem anos após o Acampamento Experimental de 1907, mas, quanto ao início das ideias de Baden-Powell para a juventude, que terão estado na origem do Escotismo, torna-se mais difícil uma localização no tempo. O Cerco de Mafeking fez de B-P um herói nacional, conhecido além-fronteiras e venerado no Império Britânico - tanto por adultos, como por jovens.

                       Por essa altura, coexistiam na Inglaterra várias associações e clubes dedicadas à formação dos jovens, como a YMCA (Young Mens. Christian Association) e a Boys’ Brigade. Um desses clubes escreveu a B-P, que se encontrava a braços com a formação da Polícia Sul Africana, pedindo-lhe que enviasse uma mensagem para os seus rapazes. B-P respondeu a 21 de Julho de 1901, a partir de Zuurfontein, no Transvaal (África do Sul), com uma mensagem alusiva a um dos aspectos que mais contribuiu para imortalizar a imagem do escoteiro: a Boa Ação!

Meus caros rapazes,
O regulamento da vossa associação obriga-vos a manterem-se longe das bebidas, do tabaco, do jogo ilícito, do uso dos palavrões, etc. Não há nada melhor do que seguir essas regras e admiro-vos por as seguirem. Outros rapazes, que não têm a coragem de se juntar a vocês nem de se manterem fiéis a essas regras, provavelmente ganharão maus hábitos dos quais nunca se conseguirão libertar e, em muitos casos, as suas vidas tornar-se-ão histórias de miséria e fracasso: enquanto que vocês, saindo do vosso clube sóbrio e com a mente limpa, provavelmente sair-se-ão bem na vida, quando crescerem – se continuarem a aderir a essas regras.

Mas lembrem-se disto: Quando os soldados defendem um local, não ficam sentados, mas lançam contra-ataques para fazer debandar o inimigo. Por isso, não devem contentar-se em ficar sentados para se defenderem dos maus hábitos, mas devem também ser ativos para fazer o bem. Por “fazer o bem” quero dizer tornarem-se úteis e fazerem pequenos gestos de bondade a outras pessoas – sejam amigos ou desconhecidos. Não é algo difícil, e a melhor maneira de concretizá-lo é decidirem fazer pelo menos uma “boa ação” a alguém todos os dias, ganhando, assim, o hábito de fazerem sempre boas ações. Não importa o quão pequena possa ser a “boa ação” – nem que seja apenas ajudar uma senhora de idade a atravessar a rua, ou dizer uma palavra amiga em favor de alguém que foi difamado. O importante é fazer algo.

Quando um homem está a morrer, não está com tanto medo de morrer como de sentir que podia ter feito melhor uso do seu tempo enquanto viveu. O homem que fez “boas ações” toda a sua vida não tem nada a temer quando estiver a morrer.  Se esse homem sentir que fez algo de bom aos seus semelhantes sentir-se-á ainda mais feliz do que aquele que apenas se manteve afastado dos maus hábitos. Por isso, sugiro a cada um de vós, que leem esta carta, que devem, não só afastar-se da bebida e dos maus caminhos que lhe estão associados, mas também tentar.  “Fazer boas ações às pessoas à vossa volta”. "Podem começar já hoje e, se quiserem escrever e contar-me sobre a vossa primeira “boa ação”, terei todo o gosto em conhecê-la.”.

                      Sabemos todos que praticam o escotismo que somos um movimento de formação de caráter. Desde os primórdios que Baden-Powell nos deixou este legado e seu método mantem-se incólume até hoje. No seu livro Escotismo para Rapazes, diz que o desenvolvimento do jovem, se faz por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira. Através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazemos com que o jovem assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina.

                     Baden-Powell quando escreveu a Promessa Escoteira (aqui no seu original) - "Pela minha honra, eu prometo que farei o meu melhor para cumprir meu dever para com Deus e o Rei, ajudar os outros em todas as ocasiões e obedecer à Lei Escoteira.". Tudo que ele dizia fazia questão de dizer que sem ajuda ao próximo o escotismo não iria atingir os objetivos que se pretendia. Os conceitos inerentes a Lei Escoteira se firmava pela honra, integridade, lealdade, presteza, amizade, cortesia, respeito e proteção da natureza, responsabilidade, disciplina, coragem, ânimo, bom-senso, respeito pela propriedade e autoconfiança.

                       Boas ações são sempre lembradas por quem já foi ou mesmo por aqueles que nunca foram Escoteiros. Muitos nunca esqueceram o menino ajudando um idoso a atravessar a rua. Está na mente dos escritores, poetas, pensadores e claro nos humoristas com suas piadas infalíveis de boas ações principalmente aquela do menino que forçava a velhinha a atravessar a rua de todo jeito. O escotismo tem uma gama enorme de atividades para prender o jovem em suas fileiras. O uniforme, a disciplina, a amizade, a fraternidade mundial, um código de honra, uma promessa à patrulha ou matilha.  No Sistema de Patrulhas ele tem melhor conhecimento do método através do qual se pratica o escotismo.

                     O sistema de patrulhas visa promover o constante desenvolvimento dos escoteiros trabalhando sempre em pequenos grupos (patrulhas) liderados por um jovem (monitor). Entretanto posso garantir que sem um perfeito conhecimento, assimilação e ação sem boas ações estamos longe de alcançar o objetivo que nos propomos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Era uma vez... Um Velho Escoteiro.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Era uma vez... Um Velho Escoteiro.

Prólogo: - - É uma pena que um homem tenha que viver sessenta anos para adquirir alguma experiência de vida e a leve para o túmulo, cabendo aos que o seguem começar tudo de novo, cometendo os mesmos erros e enfrentando os mesmos problemas... Baden-Powell.

                        Um pequeno contratempo liderou meus pensamentos nos últimos tempos. (Rimou kkkk). Tenho notado uma certa frieza com a saída de antigos escoteiros do quadro da EB. (Escoteiros do Brasil). Não são tantos assim afinal ficar “velho” no escotismo não é tarefa fácil. Conversa vai conversa vem o motivo é sempre o mesmo. – “Pegaram no meu pé Chefe”! Não deu para continuar, tive que sair. Ou então outro que diz, - Aproximei-me ofereci meus préstimos e não me deram respostas.

                        Outro me disse: Chefe, os tempos do Delta acabaram. (o Delta faz parte de uma literatura escoteira de um Comissário de Condado na Inglaterra, idoso que tinha ótimos conselhos para dar). Como “Cara Pálida” acabaram? Acabou Chefe. “Agora o Escotismo moderno tem as Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos”. É tudo moderno. Um Delta não tem vez e nem um lugar ao sol. O Aconselhador, o especialista, o acampador, o mateiro e o Velho Escoteiro virou “pipoca”. Danadamente fui lá ler o tal “DNGA”. Nas entrelinhas lá estava:

- As principais fontes externas são:
a. Antigos dirigentes ou escotistas – estes, “se” selecionados, necessitarão de um período formativo de atualização, uma vez que a experiência demonstra que ao regressarem ao Movimento tendem a reini­ciar sua atividade tal como a desenvolvia no momento de seu afastamento, o que pode ser um freio para os processos de mudança e desenvolvimento ou ser causa de conflitos interpessoais;

                         Verdade? Será que nós os vetustos, os matusaléns, os macróbios (eita palavra danada) não podem mais armar barraca na EB (Escoteiros do Brasil)? Dizem os profissionais entendedores do novo escotismo que isto é simples. Todos podem, basta se reciclar! Caramba! Eureka! Descobriram a nova terra do Cabral! Lá vou eu me reciclar atrás de um risonho Líder Ebeatico, para me orientar de como escoteirar nos tempos modernos.

                        Gente, meus amigos (se ainda os tenho) isto é real? – Chefe! É sim, se quiser entrar em um grupo para ser reconhecido como Escoteiro da EB tem de reciclar e enfrentar os diretores, chefes e o Feitor, com sua língua ferina a dizer sim ou não para sua admissão. Agora tem normas Chefe. Dizem que elas são para melhor. Aceitar qualquer um? Nem pensar.

                        Ban! Calo-me. Sem revoltas. Aceito. Não vou mesmo procurar a EB. Um amigo do peito, escoteiro de coração completa: - Chefe uma pena, vais morrer sem receber o Tapir! Tapir? Ah! Lembrei. A medalha dos inconfidentes, dada aos parentes e aqueles que se ajoelharam ao pé da Cornualha desde que a fragata brasileira “apoitada” na Inglaterra trouxe o Escotismo para o Brasil. Um viva ao Suboficial Amélio Azevedo Marques e o Jovem Aurélio Azevedo Marques considerado o primeiro escoteiro do Brasil.t Brasil!

                        Quantas mudanças os “çabios” da EB fizeram. – Chefe! “E foi para melhor” Chegamos aos cem mil e temos uma penca de deputados na tal frente parlamentar escoteira! Putz e quantos processados na Lava jato? Sei lá. Acuso sem provas. É melhor ficar por aqui. E ainda dizem que se BP ainda estivesse vivo daria seu chamegão dizendo: - Viva a modernidade e a Escoteiros do Brasil!

A ESCOLA DA VIDA – Do Livro de BP O CAMINHO PARA O SUCESSO.
_ A vida é bela quando não é complicada. (Robert Browwing);
- Este mundo é duro para conquistar: Cada rosa tem seus espinhos, mas cada rosa tem sua beleza. (Frank L. Stanton)
- Ninguém passa a sua vida sem deixar suas pistas, assim como quem passa pela roça.
- Somos bobos quando somos jovens! Porque pensamos sermos mais sábios dos que passaram pela escola da vida, esquecendo que deveríamos aprender deles algo todos os dias.  (Janes na Fisbrug Gazette).

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O último adeus de Baden-Powell. De 1940 a 2018.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O último adeus de Baden-Powell.
De 1940 a 2018.

Prólogo: - Não sei a data nem o ano que BP escreveu sua ultima carta de despedida. Como Criador de ventos inexistentes, encontrei um e aproveitei para me reinventar ali, ao seu lado, em PAXTU, em uma tarde qualquer depois do natal, mais precisamente em 26 de dezembro de 1940. Seus dias estavam contados, em 13 dias ele subiria ao céu, em uma nuvem azulada, diferente das cores de neve que habitavam a terra. Em sua varanda, usando uma nova Parker 100, cuja elegância e sofisticação tinha comprado meses antes... Avancemos na história...

Baden-Powell. Olhou no relógio, eram dezessete horas. O sol se punha atrás das colinas do monte Kilimanjaro. Seus olhos miúdos cansados de tantas aventuras olhava a página simples onde teve a ideia de escrever suas últimas palavras aos escoteiros do mundo. Acreditava que precisava deixar uma mensagem de força e fraternidade entre eles.

- Caros Escoteiros.
 BP – “Se por ventura vocês tiverem visto a peça “Peter Pan”, deverão estar lembrados de que o capitão pirata faz antecipadamente seu último discurso, porque receava que, possivelmente, quando chegasse sua hora, não teria tempo de fazê-lo”.

- Baden-Powell piscou os olhos cansados... Olhou novamente seu jardim, não era sua velha Inglaterra, mas considerava sua nova morada como sua segunda Pátria. Ajeitou a caneta em suas mãos, e continuou:

BP – “Acontece quase à mesma coisa comigo e, embora neste momento, eu não esteja morrendo – Mas creio que este dia se aproxima, quero enviar a vocês uma palavra de despedida. Pensem que estas serão as últimas palavras que dirijo a vocês e, por isso, peço que as leiam e reflitam profundamente sobre elas”...

- Baden-Powell sentiu os braços cansados, queria fechar os olhos e dormir. Lembrou-se de Mafeking onde dormir era um sonho que não podia sonhar. Lembrou-se de Brownsea e viu os rostos dos meninos com quem acampou pela primeira vez. Nunca pensou que o movimento seria tão grande como agora. Levantou os ombros como a se exercitar para mais uma batalha, mas desta vez era usar não um sabre, mas sua nova Parker 100.

- BP. – “Eu vivi uma vida muito feliz. Por isso, desejo que cada um de vocês também tenha uma vida feliz. Acredito que Deus nos colocou neste mundo maravilhoso para que sejamos felizes e para que aproveitemos a vida. A felicidade não provém do fato de sermos ricos, nem de sermos bem-sucedidos em nossas carreiras e, tampouco de sermos complacentes com nós mesmos”.

- Baden Powell parou de escrever. Ouvia vozes no andar de cima. Deviam ser as crianças a brincarem de esconde-esconde ou quem sabe algum jogo de tabuleiro. Ele sabia que os jogos seriam parte importante na formação que ele pretendia dar aos rapazes com seu novo método do Escotismo. Afinal as crianças gostam de brincar e desejam cada vez mais jogos mais brinquedos...

- BP – “O primeiro passo rumo à felicidade é dado quando, ainda jovens, nos empenhamos em nos tornar saudáveis e fortes. Assim quando chegarmos à idade adulta seremos pessoas úteis ao mundo e poderemos aproveitar a vida! O Estudo da natureza mostrará que Deus criou o mundo repleto de coisas belas e maravilhosas para vocês desfrutarem das mesmas. Alegrem-se com o que receberam e façam bom proveito disso. Olhem para o lado brilhante das coisas, ao invés do seu lado sombrio”...

- Baden-Powell parou. Com os olhos cansados e pequenas lágrimas olhou uma névoa violeta subindo as alturas distantes onde o tempo vagou. Sentiu um cheiro de rosas no ar. É um perfume inebriante. Uma torre de arvores aparece nos olmos próximos, em resposta ao distante cantar de uma pomba. Uma abelha cantarola sonolenta por um mel que não encontrou. Tudo é paz em casa ao anoitecer.

- BP – “Contudo, o verdadeiro caminho rumo à felicidade está em fazer outra pessoa feliz. Tentem deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram e, quando chegar a hora de vocês, que possam partir felizes com o sentimento de que, pelo menos, não desperdiçaram o tempo, mas sim, fizeram o melhor que puderam”...

- Baden-Powell notou que a noite chegou. Era hora para descansar e honestamente sabia que estava meio cansado. Olhou para trás e deu um pequeno suspiro, em um dia carregado de recordações. Sabia que não foi um dia ocioso. De novo ouviu na janela superior risadas de gente jovem indo para a cama. Sabia que amanhã seu dia seria tão feliz como hoje...

- BP – “Para viverem e morrerem felizes tenham este pensamento como guia e, sem esquecer o lema “Sempre Alerta” sejam sempre fieis a Promessa escoteira e às suas regras, mesmo quando já forem adultos. Que Deus os proteja e os ajude a cumpri-las”.

- Baden-Powell. – Sorriu. Conseguiu terminar. Sabia que seu fim era próximo. Viveu como sempre quis viver sorrindo e sendo feliz. Não havia mais o brilho avermelhado do por do sol para dar luzes e sombras nas florestas que se estendiam abaixo. Uma névoa violeta subia as alturas distantes onde o tempo vagou... Era hora de dormir...

BP – Do vosso amigo,
Baden-Powell of Gilwell.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Aconteceu! Neste Natal, Estou saindo do Escotismo!



Aconteceu! Neste Natal,
Estou saindo do Escotismo!

                             Isto mesmo! Estou saindo do Escotismo!!!! Desta vez é para valer. Chega de vai e vem e não vai nunca. Destruíram tudo que conquistei tudo que fiz tudo que um dia sonhei em transformar minha vida em uma perfeição montada em dez artigos da lei. Lei que sempre fez jornada em meu coração. Agora querem tirar a honra da minha promessa... A honra? Deus meu! Sangram sem saber parte da minha vida. Minha honra existe e está presa em meu ser. Choro por dentro só em pensar que vou embora do escotismo. Saindo, não terei outro lugar para ficar...

                              Não quero medalhas, não quero louvores, só quero ter milhares de amigos para um dia sentarmos em volta do fogo e lembrarmos os tempos idos que não voltam mais... Quero ter o direito de ver o que as estrelas viram quando menino sonhador me embrenhava nas matas da minha cidade a procura de aventuras que existiam dentro de mim. Quero abraçar aqueles que me queriam bem e hoje nem estão mais vivendo no mesmo ar na mesma terra que ainda habito até quando não sei.

                             Não tirem o escotismo de mim. Quero ter o direito de contar estrelas, de pegar carona em cometas, de pisar na via láctea dando sorrisos de bem querer. Quero montar no meu uniforme, fazer dele um balão de ar e junto com meu chapelão e minha mochila viajar ao sabor do vento sem direito e sem obrigação de parar... Para acampar... Para acantonar! Quero ir por aí, nas trilhas que adotei quando com meu bastão garimpava o capim gordura, o colonião, e até pequenas flores recém-nascidas de Girassol, que mesmo lindo e sozinho é alegre e formoso e nem precisa de buquê...

                            Já estou sentido falta, sentindo saudades lembrando-se dos meus percalços nunca antes travestidos de perda de memória, de glorias que não são minhas, das histórias que nunca abandonei, do passado que até hoje cantei em cantos sublimes nas terras do mundo por onde passei! Eu tenho na alma no meu ser, o sangue que derramei nos espinhos dos caminhos, das ditosas fontes onde banhei, nas bandeiras que hasteei, nas sombras que do sol escondi, procurando um lugar para ficar sem saber aonde ir.

                           Será verdade minha escolha? Se for nem parece à paixão do escotismo que me marcou, que me abraçou quando chorei ao fazer minha promessa onde prometi... Pela minha honra! Abandonar tudo? Deixar para trás uma vida que fiz um sonho que criei? Se amei se esqueci, se pus no embornal e marchei por subidas íngremes de montanhas que escalei, deixar assim meu escotismo que tanto amei?

                          E eis que salvadora ela chega, linda formosa, minha Célia meu canto, meu pedaço de chão, mulher nota mil, caricias no rosto, caricias nos cabelos, sonhos e atropelos e acordo... Olho para seus olhos, negros como a noite, a me olhar e dizer: - Marido! Foi um pesadelo! O Escotismo é você, você é o Escotismo! Faz parte do seu ser. Feliz Natal meu amado, o Menino Jesus escoteiro das estrelas acabou de nascer!    

domingo, 23 de dezembro de 2018

A todos meus amigos e irmãos escoteiros, Feliz Natal e um Ano novo cheio de sucesso!



A todos meus amigos e irmãos escoteiros,
Feliz Natal e um Ano novo cheio de sucesso!

                        É natal. Ficamos centenas de dias esperando. Sempre a dizer: - Quando o Natal chegar eu... Todo ano é assim. A data é santa, é a virada de um ano. Alguns preferem o Ano Novo. É como se fosse um dia mágico – A partir de hoje tudo vai mudar em minha vida! Será? Pode até ser que sim ou que não, mas pelo menos há esperanças e as esperanças são as últimas que morrem. Nestas datas fazemos sempre uma retrospectiva do ano que passou. Para alguns bons para outros nem sempre.

                        Ficaram marcas no meio do caminho. Sempre ao virar o ano eu me lembro de uma linda canção que gostava de cantar: - “Marcas do que se foi”! Ela sempre dizia tudo que eu pensava do ano que terminava e minhas promessas para o ano que ia iniciar. Ela pedia paz no meu e no seu coração, dizia para darmos as mãos sem escolher a quem, amigos e inimigos. E finalmente terminava assim: - Marcas do que se foi, sonhos que vamos ter... Como todo dia nasce novo em cada amanhecer!
                       
                       É bom ter esperanças, saber que podemos mudar. Chico nosso amigo dizia: - Tudo nesta vida passa, o que aconteceu de ruim também passará. Estamos se abrindo, para um novo mundo, uma nova era, devemos escolher ser bons e ir para o caminho certo de Deus e dar amor e caridade ao seu próximo. Não existe impedimento nenhum neste mundo para recomeçar. Não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos começar e fazer um novo fim. Quem sabe podemos dizer isto a nós mesmos?

             Natal... Ano Novo... Um dia qualquer perdido e lembrado em determinada data do ano. Nesta data a maioria dos humanos sorriem, festejam, dão presentes, ouvem musicas maravilhosas de natal. Gosto de todas, principalmente Simone cantando É Natal:

- ¶Então é Natal, e que a gente fez? – O ano termina, e começa outra vez¶ - Adoro essa musica. Não sei quantos Natais ainda estarei aqui na terra. Em cada ano sempre surge um fio de esperança, uma vontade imensa de recomeçar de pedir forças a Deus para prosseguir. Dizem que melhor presente de Natal é ver uma família reunida e feliz neste dia. Eu acho que sou feliz. Sempre estão comigo em todas as fases do ano.

                         Meus amigos e meus irmãos escoteiros, que seus sonhos se realizem e que Jesus o Salvador tenha guardado um pedacinho do céu para você. Eu e você sabemos não existem limites para ser feliz. Desejo a você e a todos os povos do mundo um Feliz Natal e um lindo Ano novo.

Aceitem meu abraço fraterno, meu aperto de mão canhota e meu Sempre Alerta.
Melhor Possível, Servir e Muitas alegrias em 2019!

sábado, 22 de dezembro de 2018

Aos meus amigos e irmãos escoteiros.




Aos meus amigos e irmãos escoteiros.

Neste final de ano, onde celebramos o nascimento de Jesus, eu desejo a todos um Feliz natal deixando umas palavras de conforto: Se possível viva a sua vida com calma. Viva um dia de cada vez e de forma bem atenta, assim nunca correrá os riscos de perder as surpresas da vida. Às vezes, passamos muito tempo esperando sem entender que elas podem estar ao nosso lado. É só questão de um olhar atento e um coração aberto. E todos os dias que estiver triste sorria, quantas surpresas estarão reservadas para você na sua vida escoteira hoje amanhã e sempre. Lembre-se na vida só existe uma maneira de ser feliz, viver para os outros e fazendo o bem sem olhar a quem!

A TODOS VOCÊS OBRIGADO PELA AMIZADE E UM LINDO E FELIZ NATAL!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Conversa ao Pé do Fogo. Pequena biografia de Rudyard Kipling. Autor de O Livro da Selva.




Conversa ao Pé do Fogo.
Pequena biografia de Rudyard Kipling.
Autor de O Livro da Selva.

Prólogo: - Joseph Rudyard Kipling foi um autor e poeta britânico, conhecido por seus livros "The Jungle Book", "The Second Jungle Book", "Just So Stories", e "Puck of Pook's Hill"; sua novela, "Kim"; seus poemas conhecidos por muitos. É considerado o maior "inovador na arte do conto curto"; os seus livros para crianças são clássicos da literatura infantil; e o seu melhor trabalho dá mostras de um talento narrativo versátil e brilhante. 

Rudyard Kipling foi um autor britânico no final do século XIX e início do século XX. Ele é mais famoso por sua coleção de histórias curtas The Jungle Book. Kipling passou vários anos de sua infância e jovens anos profissionais na Índia colonial, um cenário que influenciou fortemente seu estilo e assunto literário.

Rudyard Kipling nasceu em 1865 em Bombaim (agora Mumbai), na Índia. Em sua autobiografia, ele descreve sua juventude em termos brilhantes. Sua felicidade terminou abruptamente quando ele foi enviado à escola na Inglaterra aos seis anos de idade. Vivendo com um cuidador cruel para os próximos anos, Kipling se retirou e tomou consolo na leitura. Quando ele retornou à Índia aos 17 anos, ele entrou no jornalismo e começou a escrever histórias curtas e poesia ao lado.

Eventualmente, ele compilou seus escritos em suas primeiras coleções de poesia e história curta em 1886 e 1888, respectivamente. Esta literatura adulta foi bem recebida, e quando Kipling voltou para a Inglaterra novamente em 1889, ele fez isso como escritor estabelecido. Quando ele se casou e começou uma família, Kipling voltou-se para a literatura infantil, escrevendo The Jungle BookCaptain's Courageous e Just So Stories.

Sua novela de 1901, Kim, que descreve um órfão irlandês que navega entre os mundos da Índia nativa e britânica, é considerada sua obra-prima literária e contribuiu para o seu Prêmio Nobel de literatura em 1907.

Em seu estilo, Kipling é considerado único entre escritores. Sua sintaxe revela uma mistura de influências, incluindo cockney inglês, gíria escolar, variados dialetos indianos e a Bíblia. Em seu assunto, Kipling é mais controverso. Embora seus romances captem a vida diversa e complexa dos índios e romanceassem a beleza exótica do país, eles também revelam uma lente imperialista.

As histórias de Kipling glorificam a Índia antiga, mas não conseguem reconhecer as mudanças feitas pelo Império Britânico, de modo que, mesmo no momento da sua escrita, a índia de suas histórias não era mais a Índia da realidade.

Após a Primeira Guerra Mundial, os pontos de vista políticos abertos de Kipling começaram a atrair críticas e custaram-lhe leitores. Suas obras posteriores são geralmente consideradas mais escuras e menos populares do que a escrita anterior. Embora a bolsa de estudos permaneça mista na verdadeira visão de Kipling da Índia, a literatura de seus filhos ainda encontra leitores regulares entre o público moderno.
Algumas das suas obras mais importantes:
  • O livro da Selva - Captain's Courageous – Os livros da selva edição comentada e ilustrada. Os irmãos de Mowgly - Como apareceu o medo e outras historias de animais – As crônicas do Brasil - Just So Stories - Contos simples das colinas – Kim - Puck of Pook's Hill - "O homem que queria ser rei" - "E se-" - “Rikki-Tikki-Tavi“ - "The Phantom Rickshaw" - "Soldados Três" - "Gunga Din". – A marca da Besta – O Segundo Livro da Selva – A história mais bela do mundo. O Elefante Infante – Mowgly – Jacala, o crocodilo – A Foca Branca e muitos outros.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Conversa ao Pé do fogo. Scouting for Boys – Escotismo para Rapazes



Conversa ao Pé do fogo.
Scouting for Boys – Escotismo para Rapazes.

Prólogo: - O Escotismo para rapazes surgiu devido a Outro livro de Baden-Powell Aids to Scouting. Publicado em 1901 era destinado ao exército. O Livro estava sendo usado como texto nas escolas masculinas e pelos rapazes em toda a Inglaterra. Foi então que a pedido de muitos jovens daquela época em destaque de Jonh Smith, fundador da Associação Boys’ Brigade, Baden-Powell lançou mão de sua experiência na Índia e Africa, onde conviveu com várias tribos selvagens, e conhecimentos adquiridos a educação dos rapazes, que ia desde os espartanos, antigos bretões, peles vermelhas até nossos dias.

Baden-Powell desenvolve o conceito do escotismo para rapazes, que aplica em prática pela primeira vez em 1907, num acampamento em uma pequena ilha britânica de Brownsea com vinte rapazes. Devido ao êxito obtido publica pela primeira vez Scouting for Boys em 1908 com média de seis fascículos semanais. Confeccionou ele mesmo as ilustrações e quando os fascículos saem nas bancas, à adesão dos rapazes é tal que logo se propaga pela Europa e em poucos anos é traduzido por várias línguas, sendo vendido em todo o mundo.

Herói nacional – Mafeking o inicio.
Londres, ano de 1903 – Ao termino da Vitória em Mafeking Baden-Powell retorna à Inglaterra e é recebido como um herói nacional. Os tempos difíceis que parte da população britânica enfrentava, somado ao grande destaque na mídia que recebera o Cerco de Mafeking, contribuíram muito para que o coronel se tornasse famoso. Selos, cartões e músicas foram criados em homenagem ao militar. Baden-Powell se surpreende ao ver que seu livro Aids to Scouting havia se tornado um best-seller e que, mais surpreendente ainda era um sucesso entre os jovens, e era usado por professores e organizações juvenis.

Assim, lembrando-se do enorme potencial que vira nos Cadetes de Mafeking, decide reescrever o livro, porém numa linguagem destinada às crianças e adolescentes e começa a elaborar ideais para aplicar nos jovens britânicos, que estavam carentes de atividades construtivas.

Scouting for Boys
O acampamento de Brownsea havia sido um sucesso e foi o último ingrediente  junto com sua experiência enquanto oficial de reconhecimento e exploração pela África e Índia e somadas a algumas das ideias de Seton, para que em 1908 Baden-Powell publicasse sua obra Scouting for Boys, traduzido para o português como Escotismo para Rapazes. O livro fora divido e publicado em seis fascículos e foi um enorme sucesso.

Num formato de guia e até mesmo um manual, Baden-Powell tratava dos mais diversos assuntos, desde como montar um acampamento até ideias excêntricas sobre como analisar a personalidade de uma pessoa de acordo com a forma com que ela pisa. Com exceção de alguns absurdos como esse, o livro era de grande valia para os jovens. Estimulando o cavalheirismo, a educação, a vida ao ar livre e em sociedade. Ensinava técnicas de sobrevivência em locais inóspitos e também toda a tradição e funcionamento de uma tropa escoteira.

Ele explica no livro que uma tropa escoteira é dividida em patrulhas. Cada patrulha possui um líder e um sub-líder, respectivamente monitor e sub-monitor. Cada patrulha possui sua própria personalidade coletiva, autonomia e tradição, o que estimulava, assim, a vida em equipe dos jovens. Guiando a Tropa Escoteira, um ou mais adultos, chamados de Chefes Escoteiros, auxiliam os jovens em seu desenvolvimento.

Em um trecho do livro ele diz que o escoteiro nunca é pego de surpresa. Ele está sempre preparado para todo e qualquer problema que surja. Daí o lema “Be prepared” (Esteja preparado) que foi adaptado para o português como “Sempre Alerta”. Na verdade, Baden-Powell tratava o escotismo no livro como algo que sempre existiu, e isso talvez tenha também contribuído para que, de forma espontânea e rápida, vários jovens por toda a Inglaterra começassem a se organizar em grupos para experimentar as ideias que o herói de guerra apresentava em sua publicação. Estava para acontecer algo que, provavelmente, Baden-Powell jamais poderia imaginar.

O Movimento Escoteiro
Inicialmente Baden-Powell tinha concebido o livro para servir como auxílio ou até uma forma de programa para que organizações que lidavam com jovens pudessem fazer uso, porém não foi esse o efeito que ele gerou e o número de tropas escoteiras que surgiam por toda a parte foi tão grande, que, pouco tempo depois Robert foi obrigado a abrir um escritório para tratar de assuntos escoteiros que não paravam de chegar até ele. Não só na Inglaterra, mas em várias outras partes do mundo o fenômeno acontecia. Com o sucesso no estrangeiro, O Escotismo para Rapazes foi traduzido para praticamente todos os idiomas e grupos escoteiros começaram a se formar em todas as partes do mundo. Chegando aos EUA em 1910, onde o próprio Ernest Seton ajudou a fundar o Boy Scouts of America.

Nesse mesmo ano, oficiais brasileiros da marinha de guerra estavam a serviço na Inglaterra e puderam acompanhar e se impressionar com o surgimento do Escotismo, trazendo para o Brasil, então, a bordo do encouraçado Minas Gerais, exemplares do Escotismo para Rapazes, uniformes e lenços escoteiros. Fundaram então naquele ano o Boy Scouts do Brasil.

Através de seu livro, Baden-Powell havia criado um gigantesco movimento mundial de jovens, algo que não foi gradativo e sim, praticamente da noite para o dia. O Escotismo para Rapazes se tornou um dos livros mais vendidos do mundo no século XX, perdendo somente para a Bíblia, o Corão e o Livro Vermelho de Mao. Era fundado, então, de forma estranhamente natural e rápida o Movimento Escoteiro.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Sou um herói de mim mesmo.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Sou um herói de mim mesmo.

Prólogo: - Cada um de nós é o astro, o herói e o protagonista de sua própria história. A melhor forma de viver é lançarmos nossas próprias decisões e seguirmos nossas próprias convicções. Cada qual deve sentir-se livre para ser o que é. Preocupar-se demasiadamente com o que os outros pensam jamais fará uma pessoa feliz.

                           Quando “pequerrucho” e me tornei lobinho, acreditei que “meu Balu” era meu herói. Fui crescendo e Escoteirando vi que meu Chefe Jessé não foi meu herói que acreditei encontrar. Tudo porque ele sempre quis fazer de sua tropa os heróis de si mesmo. Deu-nos liberdade, confiou em nossas responsabilidades e sempre dizia: Escoteiros, uma tropa não precisa de Chefe para andar. Se Caio Vianna andou com suas próprias pernas façam vocês seus próprios destinos. Montamos em nosso Vulcabrás em busca de aventuras quixoteanas. Tudo era um marco de aprendizado varonil em nossas vidas.

                            Eis que homem me tornei. “Chefaiando” sempre acreditei em deixar os jovens andar com suas próprias pernas. Meu pai foi meu herói diferente. – Pai, vou acampar... Ele me olhava e dizia: - Você sempre será responsável por você mesmo. E assim foi. Bandeiras ao vento, trilhas misteriosas, procurando o jardim secreto da felicidade nos vales e florestas onde acampei. Ele meu pai nunca cobrou nada dos meus chefes e eles nunca cobraram nada de meu pai.

                             Barraca no lombo ou sem lombo tudo poderia se tornar um teto para dormir. Vez ou outra lá vinha ele (o Chefe Jessé) pedalando afogueado para nos visitar. – Posso entrar? E a gente brincava: - Aguarde Chefe a Patrulha está em reunião! E o tempo foi passando e já homem feito vi que o que havia feito não teria repetição. Mesmo assim com ressalvas e “homijá” de mochila e chapelão, acampei a mais não poder. Deixei meus filhos percorrer a senda de Baden-Powell. Nunca fui pai quando a reunião começava. Agora eles tinham um Chefe, a eles deviam obediência.

                             Na hierarquia escoteira obrigatória percorri caminhos sem volta. Nem tudo foi Mar de Espanha. – nota: Vide a conquista da parte leste do mar mediterrâneo pela Espanha e a expulsão dos mouros e com o controle total ficou conhecido com Mar de Hespanha. (Não confundir com uma cidade mineira do mesmo nome e Espanha sem H). Nesta caminhada tomei pernadas, mas não fui inocente e também dei as minhas. A elite da Corte Escoteira não comungou com meu raciocínio e se uniu aos novos ventos que sopravam mudanças com cada um dizendo ser para melhor.

                             Me posterguei por uns tempos na cortina de fumaça “a Escoteira”, aquele que anda só. Minha mente ainda fervilhava de escotismo. Papel caneta e máquina de escrever e depois computador e lá fui eu escoteirar. Preto no branco surgiu às lendas, as histórias, as fabulas as crônicas tudo encaixava na mente do que fiz e aprendi com a Saga de BP. Até hoje não morro de amores pela “Casta Escoteira”. Vez ou outra salpico meus pensamentos mal traçados a dizer o que penso deles e suas mudanças. (eles também não gostam de mim. Paciência).

                             Não a “coro” de pensar em nova volta ao passado. Poucos dizem amém. Na briga de foice para chegar ao topo no Reino Escoteiro da Mil e uma Noites BP não se apresentou. Dizer o que ele pensava que faria se estivesse ali é pura futurologia. Como sou um Mancebo formado na escola da vida, muitas vezes não tenho cultura para acompanhar os mestres doutores que conhecem do fim ao começo o querido POR, as normas as exigências e tudo mais que compõe a nova Elite Escoteira.

                             Já vetusto vivendo no pretérito passado não tenho condições de guerrear nas novas estruturas assembleástica. Ainda escrevo com o coração a frente e desse estilo não abro mão. Não importa se não tenho registro e nem direito as Medalhas dos grandões. Mente sã, pé na tábua, fuxico coisas para andar por trilhas misteriosas novamente. Não vou dar lições de como ser Chefe, Diretor, Presidente, Diretor de Curso Básico Avançado ou Velho Lobo. Isto fica para os aquinhoados viventes que ainda tem pernas e braços para se associar a elite do poder. E os jovens moçoilos sonhadores ficam aonde nesta pujança emigratória?

                           E lá no topo do comando, tudo continua como dantes no quartel d’Abrantes (nota – Usa-se esta frase para indicar que nada mudou). E eu aquele efebo das vivencias de outrora, montado a escoteira na minha fértil imaginação deixo tudo correr através do tempo e não dou o braço a torcer. Nunca fui de abaixar a cabeça e dizer sim senhor. Ops! Jurei a bandeira, jurei obedecer a Lei, mas não jurei obedecer a Escoteiros do Brasil.

                          Quando chegar a hora de “botar” o pé na estrada, enfrentando poeiras de estrelas na jugular do tempo, deixarei meus pormenores de Velho Senil achacado e enfermiço e vou abraçar com prazer os cometas passantes e os planetas brilhantes que encontrarei pelo caminho. Nesta jornada não vai haver melancias, pedagogias estatizantes no andar etéreo do Velho Escoteiro. Desculpem os próceres, mestres do escotismo, mas se tem algum que me faz feliz é ver a juventude dona do seu próprio nariz

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Coisas de um Velho Chefe Escoteiro. A Taruíra.



Coisas de um Velho Chefe Escoteiro.
A Taruíra.

                  Uma noite qualquer... Estirado na poltrona da sala, lembrei-me de quando tirava folha por folha do Mal me quer. - “Mal me quer bem me quer, bem me quer mal me quer”... Dizem que dá sorte. Não sei. Estava com os olhos fechados. Célia me alerta: - Marido prenderam a Luz! – Perdi essa parte. Não sou noveleiro. Dizem que os velhos da quarta idade adoram uma novela e não é o meu caso, ainda estou na terceira e não cheguei lá. Vi-me tonto vendo capítulo por capítulo. Interessei-me. Agora esse capítulo farsesco de prender a menina é coisa repetida. A tal Dona ricaça e mal querida armou um plano que conhecemos de longa data.

                  Olhei a TV. Lá estava o Delegado Calcinha prendendo a coitada. E foi então que aconteceu. Vi na parede da sala uma Taruíra, mais conhecida como lagartixa. Não sei por que, mas tenho uma deixa com elas. Presas na parede andam como se estivessem dançando um chá-chá-chá. Já prestei atenção nelas mil vezes. E se um dia uma caísse? Nunca caíram. Sei que tem pessoas que tem pavor desses bichinhos que andam pelo teto e pelas paredes. Não sabem que elas são inofensivas para os humanos.

                  Olhei de novo a tela da TV. O malandro conta para a ricaça que o delegado roubou a calcinha da empregada. Ele tem uma tara por calcinha. Confesso que sou inocente nesta depravação, se é que é assim, sei lá! Bah! Melhor olhar a lagartixinha. Ela estava a minutos parada. Acho que viu um pernilongo. Adoro quando elas dão o bote. Valeu chupador de sangue! Lí que elas não têm veneno e nem transmitem doença. Dizem também que elas são nossas aliadas, comem moscas, mosquitos baratas aranhas e graças aos céus: - Pernilongos!

                  Voltei para a TV. Um arranca rabo da madame do Bordel contra a Rezadeira da cidade. Gosto desta parte. Deixo de olhar a Taruíra. A menina do Caraté, sua mamacita e seu paizinho brigam com o cafetão que quer levá-la pelo mundo para lutar... Com homens ou mulheres não importa. Ela é boa de briga. Olho para a parede... A Taruíra estática. A menos de um palmo um lindo gordinho e gostoso pernilongo. Tinha chupado meu sangue tipo O Positivo há minutos atrás. Que calma, que tranquilidade. Parecia que não estava ali.

                   Marido, a Ricaça achou a entrada para a mina d’água! E agora? Pensei com meus botões, e agora... Deixei o novelo, ou melhor, a novela. Queria ver a Taruíra dar o bote no maldito pernilongo. Vai se empanturrar com sangue do Velho Chefe Escoteiro que nem sangue tem mais. Kkkk. Saltou de banda, pegou o pernilongo no ar! Engoliu de uma só vez. Vi o sangue espirrar na parede! Eita Taruíra durona! Volto na TV o marido gritando que filha dele não vai ser homem. Linda a menina. Enquanto isso o filho mostra suas qualidades de dançarino.

                   Olho a parede e a Taruíra sumiu. Pança cheia foi para casa levar um pouco de sangue tipo O positivo para sua família. Sangue escoteiro e dos bons. Célia levanta da poltrona. – O que foi? Perguntei. O telefone marido está tocando. Há esta hora? Quase vinte e duas e trinta, quem será? – Célia fica branca. Marido é o Bolsonaro! Outra vez? Já me ligou várias vezes para assumir o ministério que eu quisesse. Não quero nenhum repeti várias vezes. Presidente! Se der um jeito naquela cambada do CAN bato palma e te dou uma mãozinha no Planalto!

                   Já estava de papo cheio desta turma de Curitiba. Mudam, saltam, aproveitam, processam, cobram os olhos da cara e se dizem melhores que meu ídolo Baden-Powell. Desde os anos Sarney que venho dizendo aos presidentes que não engulo essa turma de Curitiba. Ops, escoteiramente falando. Bolsonaro foi até simpático, disse que tinha general para dar e vender. Ia mudar o Brasil! Tudo bem presidente, mas mude também a liderança escoteira nacional.  Basta um AI numero 6. Eita liderança que se batizou EB. Será o que? - Escoteiros do Brasil, Estado Brasileiro ou Exército Brasileiro?

                   Bateram no portão. Olhei pela janela. Eu sabia, eram eles. A turma de Curitiba e seus sequazes. Sempre aparecem como fantasmas para incomodar um escoteiro velhinho como eu. Já me proibiram postar no Facebook e agora querem me destruir! Que seja corri no porão peguei minha faca mundial, meu canivete suíço e meu bastão de 1,70 de altura por duas e meia polegada com ponteira de aço. Eles iam conhecer o mineirinho que dá uma boiada para não entrar em uma briga e um boi para sair correndo!

                   Marido, marido! Acorda! Já são seis da manhã. Você não ia treinar para a São Silvestre hoje as quatro no Ibirapuera com seus amigos do Facebook? Não combinou quando os visitou no Asilo dos Velhos? - Putz! Estava sonhando? Esqueci-me do meu treinamento. Sai rápido com minha bengala e ao dar a volta no quarteirão o Onyx Lorenzoni me acenava dizendo que era inocente. Poxa, todo mundo é inocente, até eu com meus contos. Kkkk. Abraços amigos e seguidores de Baden-Powell. Como foi que disse o poeta escoteiro? Dormir, sonhar, contar estrelas no céu e achar uma Taruíra para olhar!