quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

2015 se foi, agora é 2016. Hasta la vista baby!


A última mensagem do ano.

2015 se foi, agora é 2016.
Hasta la vista baby!

                Eu queria escrever tantas coisas. Muitas mesmos. Queria dar presentes, queria apertar mãos de amigos e um abraço apertado daqueles que os velhos escoteiros choram ao abraçar. Não foi possivel. Não sei por que todos os anos na virada o corpo do Velho resolve não obedecer. Passei boa parte do dia na cama. Tirei um tempinho para vir aqui desejar tudo que poderia desejar a amigos como eu os tenho. Um ano se encerra. Mais um de tantos em nossas vidas. Quantas coisas boas aconteceram. Teve as ruins também. Na soma as boas nos trazem belas lembranças. Muitos acontecimentos com boas notícias e outras nem tanto. Mas não é para ser assim? Um dia li que o mal e o bem têm de existir, pois se o mal não existisse que mundo seria este? Não viemos aqui com uma finalidade? Não importa a fé que processamos em todas elas existe a promessa de um futuro melhor. Se colocássemos nossas vidas em uma tela gigantesca, quantas coisas não veríamos ao apagar das luzes deste ano? Um janeiro que começou um fevereiro, um março um abril. E o tempo foi passando e nós fomos passando com ele. O tempo é implacável. Ele não volta atrás. Quantos sorrisos conseguimos dar? E as tristezas? Não serviram de aprendizado?
          
                  Não sei, mas acho que aqueles que viveram intensamente o escotismo em 2015 tiveram seus momentos de felicidade. Um dia disse para mim mesmo que em nosso passado temos tantas coisas para contar que se escrevêssemos em um enorme imaginário livro da vida, quantas páginas seriam? Milhares e milhares. Sacrifícios eu sei que todos fizeram e quem não os fez? Somos milhões de escoteiros neste mundo. Quantos chefes labutaram acreditando que uma juventude melhor poderia florescer? Tem rosas no meu jardim? Será que observei alguma a desabrochar? São vermelhas? Brancas? Queira ou não colhemos muitas delas no jardim de Baden-Powell. Nos caminhos nem sempre acertamos os rumos a seguir. O ponteiro da bússola teve momentos de certeza e outros de dúvida. As estrelas no céu nem sempre brilharam com a intensidade esperada para nos mostrar o norte e o sul. Mas nunca desistimos.

                 Seria bom se estivéssemos todos juntos, no alto de uma montanha, ver ele vermelho caminhando para o oeste. Ele volta. Quem sabe depois que ele partir aparece uma estrela de Baden Powell brilhante no céu. Hora de ver os erros e os acertos. Que bom. Todos nós ali esperando o esperado 2016. Depois vêm o 2017, o 2018 e tantos que vamos viver intensamente nossas vidas, e alguns ainda procurando o que valeu ou não valeu neste ano e o que fazer para melhor no próximo. Quantas pessoas convivemos neste ano que se vai? Quantos jovens vimos sorrir com nosso esforço que nada mais foi como uma brisa a acariciar nossa face, um levantar de olhos para o infinito, uma vontade enorme de acertar. Isto não nos fez sorrir? Um ano que sabemos para muitos os caminhos tinham outras pistas, quantas vezes voltamos ao ponto de reunião? Quantas vezes saltamos o obstáculo, deixamos de lado o caminho a evitar e seguimos em frente para aprender, pois a vida é um eterno aprendizado? Grande B-P. Ensinou-nos que é errando que aprendemos. Uma pista difícil de seguir e nunca desistimos, pois escoteiros que somos não desistimos de procurar à última, no fim de pista; é ela que nos indicará se tudo valeu. Se ela é a tão esperada nos mostra se o Jogo já terminou. Paz.

                  Seria bom se fechássemos os olhos, todos nós, os milhões que fazem parte desta grande fraternidade, que seguíssemos o legado que B-P nos deixou. Se em sonhos reais déssemos as mãos, entrelaçadas, com as esperanças vivas a pulsar em nossa mente e vendo as estrelas passando cantaríamos em um coro de muitas vozes, de muitos idiomas, que seriam ouvidos há anos luz dos planetas do mundo, e sempre acreditando que o escotismo tem uma força tão grande que nos une, nos dá a esperança de um mundo melhor. “E o Senhor que nos protege, e nos vai abençoar, um dia certamente vai de novo nos juntar”!

Acreditem, vamos continuar marchando nesta estrada maravilhosa do escotismo. Muitos acampamentos virão. Muitos Melhor Possivel serão dados pelos lobos de Seeonee. Milhões de Sempre Alerta serão ditos no mundo. Chamem todos, lobinhos, lobinhas, escoteiros, escoteiras, seniores, guias, pioneiros, pioneiras, chefes e dirigentes. Mochilas as costas, bandeiras ao vento e gritem bem alto para todos que com as mãos entrelaçadas acreditem: - Um grande, um assombroso, um admirável, um extraordinário, um formidável, um egrégio, um eminente, um colossal, um gigantesco, um espetacular e feliz 2016!

SEMPRE ALERTA!


Hasta la vista baby!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Voluntários Escoteiros.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Voluntários Escoteiros.

                  Voluntário é uma palavra mágica. Só no Google encontrei 13.000 resultados. As ONGs correm atrás. Centros de jovens de todas as estirpes estão lá tentando conseguir um. Existem diversos sites mostrando entidades bem perto de você procurando um voluntário. Gostei do convite da Casa Vó Benedita. – “Sua maior doação é seu amor e afeto”. Perfeito. Lá estava também o convite das bandeirantes. Ela a FBB abre o jogo logo no início: - Ser voluntário é doar seu tempo, trabalho e talento para causas de interesse social e comunitário, e com isso, melhor a qualidade de vida da comunidade.  São centenas de milhares de órgãos de todos os tipos pedindo voluntários – Doe seu tempo e não vai se arrepender – Conheça o Sertão e ajude a salvar vidas – Quer transformar o mundo? Venha nos ajudar a fazer isto. É bonito demais o que escrevem e quem sabe a maioria trata seus voluntários com cortesia e honradez. Uma venda de ideias perfeita.

                     No tempo que fui Chefe, quando as diligências corriam do norte ao sul não existiam voluntários. Bem a palavra no bom sentido. Pois sempre fomos voluntários desde que B-P teve esta estupenda ideia criando o escotismo. Naquela época a maioria de nós aprendeu que ser Chefe é o que devíamos ser para retribuir tudo aquilo que recebemos como lobos e escoteiros. Depois alguns dirigentes começaram a escrever que ser Chefe não é profissão e assim não devíamos cobrar dos jovens quando crescessem. Cada um devia escolher o seu caminho. Acredito nisto. Os tempos foram mudando e agora já não existiam tantos a darem sua contribuição ao escotismo como antes. Afinal permanecer continuamente como lobo Escoteiro, Sênior e Pioneiro ficou no passado. Ficar mais de um ano no escotismo tornou-se algum extraordinário.

                    Foi então que apareceram os voluntários no escotismo. Acho que a partir da década de setenta. Os que vieram dos lobos, Escoteiro e seniores começaram a rarear. Ainda havia Grupos Escoteiros que podiam se dar a este luxo. Li certa vez que ser voluntário tinha muito valor no curriculum profissional. As multinacionais valorizavam muito. Sabemos todos que nos Estados Unidos isto é muito significativo. Houve uma época que diziam que para ser astronauta tinha de ter sido Escoteiro. Esta frase correu mundo. No início só eram aceitos os que tivessem recebido o “Eagle Scout” o equivalente ao Escoteiro da Pátria Brasileiro. Com a falta de chefia técnica, os cursos se multiplicaram para dar condições aos recém-chegados. A maioria dos pais esperando seus filhos no final das reuniões preferiu participar. Claro que o escotismo tem uma filosofia que encanta e sua maneira de atividades conquista muitos pretendentes.

                      Durante as décadas seguintes um bom número de voluntários já participava a pleno vapor. A cada ano aumenta o número de adultos participando. Outro dia fiz uma matemática e vi que dava um voluntario para cada cinco jovens. Ótimo isto. Sabemos que não é assim, portanto tem muitos que não atuam nas sessões com os jovens. Calculo que mais de quarenta por cento destes adultos estão em outras funções. (?). Enquanto isto a UEB contabilizou mais de cem cursos com quase 22.000 mil alunos/ano só no Brasil (número aproximado). Para quem gosta de estatística isto é um prato cheio. Mas os resultados não aparecem. Acredito que nem 8% dos Grupos brasileiros em um total de 1.250 tem uma boa estrutura administrativa. Os demais sofrem com o abandono dos lideres em suas atividades anuais sem ter a quem recorrer nas horas difíceis.

                       Nossa direção peca por não estar ao lado do voluntário. Ele não recebe uma cartinha quando chega, no seu aniversário nem um bilhete recebe parabenizando pelo dia. De vez em quando ela escreve em seu site palavras significativas, mas isto perde muito no contato mais pessoal mais humano. Uma associação que comparativamente tem um enorme potencial não sabe aproveitar. Por falta de dados concretos não sabemos quantos desistem e quantos se aproximam anualmente do escotismo. Sabemos que a evasão é fantástica. Se os motivos são conhecidos desconheço qualquer pesquisa a respeito. Em todas as associações os voluntários são os primeiros a serem elogiados, agradecidos e parabenizados. No escotismo não. Aqui para receber um agradecimento pelos anos de atividade é preciso fazer um processo, solicitar e pagar a homenagem. A UEB não vai até o voluntário, só o contrário acontece.

                         O voluntário vai aos poucos assimilando e se o Grupo Escoteiro que pertence tem a índole de uma família fraterna tudo vai bem ele continua. Caso contrário ele prefere sair, pois achou que ali não seria útil para a formação de jovens. As normas, as exigências que poderiam ser consideradas normais passam a ser um entrave, pois não ouve uma catequese e uma valorização do individuo. Nem sempre nos cursos ele é bem recebido. Alguns formadores querem mostrar seus conhecimentos e o fazem de maneira antipática. Quando dá por si vai ver que o gasto mensal nem sempre compensa. São taxas e taxas. Se o Grupo Escoteiro não tem uma estrutura boa, ele passa a pagar taxas ao grupo, seu registro anual, atividades nacionais, regionais e distritais. Conheço casos que ele paga a taxa de acampamentos e atividades e ainda cobre alguma jovem que não pode pagar. Interessante, acredito que só no escotismo o voluntário paga para ser um.

                         Logo vem a desilusão. Milhares entram e milhares saem. Com isto os jovens perdem em continuidade, pois as atividades deixam de ser atrativas. Ele o voluntário passa a pensar que o escotismo hoje para ser realizado só para os que tem boas condições financeiras. No próprio site da UEB ela convida para muitas atividades. Todas com taxas para quem organiza e uma para ela própria. Tem aqueles que se divertem e vão em todas, mas maioria sabe que nunca irão participar. Quando entra dá a impressão que tudo ali é maravilhoso, tudo parece ser um País que não o Brasil. Infelizmente não temos dados da evasão de jovens e adultos. Por falta de pesquisa e informações os motivos passam a ser conforme a experiência de cada um. Já dizia Baden-Powell que a prática do Escotismo atrai jovens de todas as classes e camadas (altas e baixas, ricos e pobres) e igualmente inclui, também, os que tenham defeito físico... Ele inspira o desejo de aprender. Para nós, entretanto isto hoje não é verdadeiro.


                         Quando acordamos para valorizar os voluntários, dar a eles a ferramenta necessária para praticar o escotismo (conforme as ideias de Baden-Powell) sem a sofisticação que apresentam hoje, então teremos o êxito e o caminho do sucesso esperado. Hoje não. A facilidade com que se arregimenta um voluntário faz dele um ser infinitamente inferior ao que se espera. Valorizar não é só escrever dando sugestões aos Grupos Escoteiros. Quando valorizarmos mais aqueles que querem colaborar, ouvindo-os democraticamente, dando valor ao seu trabalho sem demagogia então iremos atingir o esperado. Quantos mais irão sair para acordar nossos dirigentes? 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Adeus 2015.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Adeus 2015.

                          Mais um ano que vai, mais um ano que vem. Muitas histórias ficaram para trás, muitas historias irão acontecer novamente. A humanidade festeja a ida de um e a chegada de outro. Na noite do dia 31 de dezembro, quando virar o ano países do mundo inteiro estarão cantando Auld Lang Syne. Orquestras iram tocar a melodia de diversas formas, pessoas irão se abraçar alguns terão lágrimas nos olhos a lembrar do ano que se foi. Bons para uns ruins para outros. Entes queridos se foram, alguns fizeram fortunas, outros perderam tudo. Eu costumo sentar em minha varanda e ouvir meu LP de Guy Lombardo a tocar Auld Lang Syne. Nada mais nada menos que a nossa querida canção da despedida. É uma melodia popular conhecida no Velho mundo. A letra original é de um poema escocês escrito por Robert Burns em 1788. Dizem que significa “Velho e longo tempo” alguns chamam de “Muito tempo atrás” e tem aqueles que dizem se chamar “Como nos velhos tempos”

                        Não importa o nome original, para nós ela é a Canção da Despedida. Não sei quem adaptou nova letra a esta melodia tão maravilhosa que nós escoteiros nunca a esquecemos. Assoviamos, cantamos, ela ressoa na memória e bate fundo no peito e no coração Escoteiro. É bela demais. Ela nos dá a certeza que nunca vamos nos separar que bem cedo junto ao fogo vamos nos reunir outra vez. Não temos a tradição de cantá-la na virada do ano. No Brasil poucos estados nas festas da virada cantam. Temos sim a tradição de cantar no final do Fogo de Conselho. Aprendemos a entrelaçar as mãos, apertar fortemente, cantar e chorar. Quem não chora? Dizem que tem escoteiros durões, mas eu não acredito. No fundo do coração bate forte uma saudade uma vontade de dizer “Eu te amo” gritar naquela noite sem lua ou com lua, que o escotismo mora no meu coração para sempre. Nem sempre estamos em uma clareira da floresta, mas na nossa frente tem uma fogueira. Chamas com fagulhas subindo aos céus. Olhares de amigos que já existiam e outros que fizemos entrelaçam no circulo do amor.

                     No dia 31 de dezembro Auld Lang Syne vai ser cantada, orquestras irão tocar sua melodia imortal no novo e no Velho mundo. Bem longe em um país verde e amarelo alguns cantarão também lembrando seu primeiro acampamento, outros lembrando um fato que o marcou para sempre em uma atividade escoteira quando cantaram a Canção da Despedida. Pode ter sido um curso delicioso, pode ter sido uma visita fraterna, pode ser em uma conversa ao pé do fogo. As cantadas no Fogo de Conselho dizem que são as que marcam mais. Não sei. Cada um tem a sua e o seu lugar. Eu cantei em países sul americanos, em diversos estados brasileiros, em florestas virgens, em picos formosos. Cantei a noite olhando estrelas, cantei durante o dia vendo o sol ou a chuva. Não importa onde. Para mim é a mais sublime das canções Escoteiras. Nunca esqueci a primeira vez. Meu primeiro acampamento. Hã! Quanto tempo se passou. 1950? 1951? Não lembro. Foi meu primeiro acampamento como Escoteiro. Seis dias, mata fechada, selva inóspita, barracas montadas, fogão suspenso, sala de refeições. Putz! Quantas coisas fizemos.

                       Penúltimo dia, última noite. Um fogo de conselho só da tropa. Fico arrepiado só em lembrar. Foi demais, cantei, brinquei, fingi ser um padre em uma esquete, aprendi a aplaudir de diversas maneira. Silencio Acampamento, Peito arfante, tambor, mexicana, um dedinho, O trem, o Matuto, escocesa, nossa foram tantas que até me perdi. Mas acreditem terminou. Todos se levantaram. Olhei para um e outro. Deram as mãos. Dei as minhas também. Assim, disse o monitor me ensinado a dar as mãos entrelaçadas. Não conhecia a letra, fui ouvindo e aprendendo. Comecei a entender o que ela dizia. A emoção era demais. Tocou-me fundo o coração. Lágrimas começaram a correr pelo meu rosto. Onze anos, um chorão que não sabia que iria chorar para sempre.  Terminou a canção. Fogueira ainda crepitando, estrelas brilhavam maravilhosamente no céu. Vento frio, brisa no rosto, cheiro da terra, do capim meloso, grilos saltitando, vagalumes mostrando seus brilhos. Silencio enorme. Um olhando para o outro. Tentando disfarçar as lágrimas. Trombeta tocando. Final. Reunir, Boa noite Touros! É ninguém esquece. Não dá para esquecer.

                      Sei que todos conhecem a letra. Não dá para perder as esperanças, pois vamos nos tornar a ver. Neste fogo ou em outras eras nossas mãos de novo vão entrelaçar. Não é mais que um até logo, não mais que um breve adeus. Foi bom, muito bom te conhecer. Eu sei que o Senhor que nos protege e está sempre a nos abençoar, um dia certamente vai de novo nos juntar. Lembra supimpa, linda, maravilhosa, tentei descobrir quem a escreveu, não consegui. Sei que deve ter sido um iluminado. Escreveu como anjo Escoteiro. De vez em quando penso se ela dói se machuca, se a saudade gritante fala silenciosamente em nosso coração. É uma situação inusitada. Se contarmos para amigos eles vão rir de nós. Vão achar que somos tolos, nostálgicos. Eles não sabem o que significa para nós. Eu sempre fui um Bebê chorão. Sempre lágrimas a cair sobre a terra, nosso chão abençoado.

                     Não sei se conhecem a letra original. Aquela escrita por Robert Burns. É linda, mas não se compara com a nossa. Sei que no virar do dia 31 de dezembro, milhões e milhões de pessoas estarão cantando por isto abaixo deixo uma parte dela. Eu estarei em minha varanda, ouvindo Auld Lang Syne e quem sabe chorando. Cantarei baixinho dizendo que não é mais que um até logo. Pensarei em minha vida, nos velhos tempos que nunca serão esquecidos. Pelos novos e antigos tempos, ainda tomaremos um cafezinho no fogo de conselho. Se houver lua cantarei se não houver canto também. Esta é a minha canção. Trago sempre junto a mim. Uma canção nunca será esquecida!

Letra original da Canção da Despedida, ou melhor, Auld Lang Syne.

- Os antigos conhecidos deveriam ser esquecido e nunca lembrados?
Os antigos conhecidos deveriam ser esquecidos e os velhos tempos?
- Pelos velhos tempos, minha querida, pelos velhos tempos;
Ainda tomaremos uma xicara de bondade, pelos velhos tempos.
- E certamente, você pagará pela sua e eu pela minha,
Ainda tomaremos uma xicara de bondade, pelos velhos tempos...
- Nós dois já corremos pelas colinas, e colhemos margaridas,
Mas já vagamos cansados por muitos lugares, desde os velhos tempos...
- Nós dois remamos na corrente, do sol da manhã até a noite,
Mas os mares entre nós já bravejaram muito, desde os velhos tempos.
- Pelos velhos tempos, minha querida pelos velhos tempos,

Ainda tomaremos uma chícara de bondade, pelos velhos tempos...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Era uma vez... O natal de todos nós.


Era uma vez... O natal de todos nós.

                       Semana do natal. Ficamos centenas de dias esperando. Sempre a dizer: - Quando o Natal chegar eu... Todo ano é assim. A data é santa, é a virada de um ano. Alguns preferem o Ano Novo. É como se fosse um dia mágico – A partir de hoje tudo vai mudar em minha vida! Será? Pode até ser que não, mas pelo menos existem esperanças e as esperanças são o melhor que temos para acreditar. Nestas datas fazemos sempre uma retrospectiva do ano que passou. Para alguns bons para outros nem sempre. Ficaram marcas no meio do caminho. Sempre ao virar o ano eu me lembro de uma linda canção - Marcas do que se foi! Ela sempre dizia tudo que eu acreditava quando o ano novo chegava. Ela pedia paz no coração de todos, dar as mãos sem escolher a quem seja amigos e ou inimigos. Afinal o tempo passa e sempre devemos caminhar todos juntos, sabendo que as marcas dos nossos passos pelo chão irão ficar.

                      Eu gostava da canção. Falava dos sonhos que vamos ter sonhos que todo dia nasce em cada amanhecer. Dizia que o tempo passa e com ele caminhamos juntos neste mundo, sem parar. É bom ter esperanças, saber que podemos mudar. Não foi nosso amigo Chico que sempre dizia que nesta vida tudo passa, o que aconteceu de ruim também passará? Estamos caminhando para um novo mundo, uma nova era, devemos escolher ser bons e ir para o caminho certo de Deus. Não se esquecer de dar amor e caridade ao nosso próximo. Nunca é tarde para corrigir nossos erros e recomeçar, quem sabe esquecer o que foi ruim e pensar nele como exemplo para melhorar. Não existe impedimento nenhum neste mundo para recomeçar. Sabemos que não podemos voltar atrás e fazer um novo começo... Mas sabemos que podemos começar e fazer um novo fim. Natal, Ano Novo. Quem sabe todos os dias nós podemos dizer isto assim?

             Natal... Ano Novo... Um dia qualquer perdido e lembrado em determinada data do ano. Ainda bem que a maioria escolheu esta data para sorrir para festejar, para ouvir para abraçar e sentir pelo menos neste dia a paz no coração. Cantar, lembrar que hoje é natal - ¶Então é Natal, e que a gente fez? – O ano termina, e começa outra vez¶ - Gosto do natal, não sei quantos ainda terei em minha vida. Em cada um sempre surge um fio de esperança, uma vontade imensa de recomeçar, de pedir a Deus forças para prosseguir. Dizem que melhor que todos os presentes é ver uma família reunida e feliz neste dia. Eu acho que sou feliz. Ainda tenho o amor de todos eles e a amizade de todos vocês. Gostaria que você também fosse feliz. Que os seus sonhos não realizados se realizem e eu sei que haverá um pedacinho do céu lá em cima para você. Não existem limites para ser feliz, para sonhar, para desejar um Natal lindo, não só para nós, mas para todos os povos do mundo!

Feliz Natal meus amigos escoteiros ou não. Que o novo ano que se aproxima possa ser aquele que você sempre esperou. Meu abraço fraterno e meu Sempre Alerta!

Chefe Osvaldo.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Primeiro Grupo de Gilwell.


Conversa ao pé do fogo.
O Primeiro Grupo de Gilwell.

“John Thurman Chefe de campo de Gilwell Park”. 1943/1969.
“Talvez pareça um contratempo dizer que o espírito de um homem permaneça depois que ele tenha desaparecido”. Porem no caso de B-P e a forma que ele influiu em Gilwell, constitui-se em uma grande verdade. É o espírito da tolerância, da alegria e camaradagem, de reflexão de preparação e generosidade, que se esboçou em seu livro Escotismo para Rapazes e que através dos anos tem se espalhado de Gilwell para o mundo... Portanto o lugar trata de manter vivo o espírito do melhor ensinamento de B-P. que se manterá vivo não por sentimentalismo, mas sim porque uma mensagem eterna, e todo mundo atual precisa da medicina que ele nos forneceu de forma tão generosa. –

     Todos os escotistas que conquistaram a Insígnia da Madeira (IM), em qualquer pais reconhecido pela Organização Mundial Escoteira (WOSM), passam a ser membros do 1º Grupo de Gilwell, do qual B-P é reconhecido como Chefe de Grupo Perpétuo. É um grupo único, bastante original, que rompe todas as regras e normas do mundo, não possuindo Assembleias,  Diretoria, Conselheiros e Programa. Reúne-se  uma vez ao ano em Gilwell no primeiro ou segundo fim de semana de setembro. Muito de seus membros nunca participaram ou visitaram e talvez nunca o façam, porém se sentem orgulhosos em integrar este grupo.  Não são seres superiores e nem devem se sentir como tais, mas sim por terem despendidos esforços significativos na participação de um esquema de capacitação e experimentando uma forma impar de vida no campo. (É comum quando em alguma atividade se reúnem vários chefes portadores da IM realizarem um encontro do Primeiro Grupo de Gilwell).

     A Insígnia da madeira, em si, não tem nenhum valor, são duas contas de madeira, pendentes em um cordão, porem, para todos que a conquistaram, é um sinal de orgulho, pois representa a universalidade de Gilwell e de seu treinamento, que embora tenha sofrido atualizações ao longo dos anos e adaptações à realidade de cada pais, se mantém impregnado pelo espírito de fraternidade e eficiência como idealizou   B-P.

               Em 1919, durante o 1º curso de chefes no Parque de Gilwell, Inglaterra, curso este, chamado de Curso Oficial de Treinamento de Escoteiros, surgiu uma questão importante nos pensamentos de Baden-Powell. Qual seria o distintivo especial que deveria ser fornecido aos escotistas que fossem aprovados neste curso. Baden-Powell disse: “—Não permitiremos dar a eles então, qualquer distintivo normal, daremos justamente um pedaço de madeira com uma correia de couro que chamaremos de “woodbadge” – Insígnia da Madeira.” Para os adultos no Movimento Escoteiro, Gilwell é sinônimo de formação e conhecimento. Escotistas em mais de 120 países trabalham para alcançar sua Insígnia da Madeira nos Cursos de Gilwell, de acordo com a tradição iniciada por Baden-Powell em 1919. Ao receber sua IM, os Chefes Escoteiros passam a pertencer ao 1° Grupo de Gilwell, o maior Grupo Escoteiro do mundo, do qual B-P é o Chefe Perpétuo.

O Colar de contas.
                Então Baden-Powell elaborou com uma tira de couro que lhe foi dada por um amigo africano e, uma das contas do colar original do Rei Dinizulú. Um símbolo de conclusão desse curso, que durou, do dia 08 de setembro de 1919, uma segunda-feira até 19 de setembro do mesmo ano, sexta-feira, e determinou aos alunos que confeccionassem a sua segunda conta, ficando convencionado que seria chamada de “Insígnia da Madeira” lembrando o material da qual era feita. Sendo utilizada, conjuntamente, com um lenço e um anel de lenço constituído de um nó chamado de cabeça de turco, criados por Baden-Powell e Francis “Skipper” Gidney, o primeiro Chefe de Campo do Parque Gilwell, visto que, não era costume usar lenço escoteiro e anel de lenço, e sim, gravatas. Os primeiros colares foram utilizados sob o chapéu escoteiro, hábito logo substituído para utilizá-lo em volta do pescoço.

Significado e valores associados.
A partir do significado simbólico que lhe é atribuída, é possível anunciar um conjunto de valores associados à Insígnia que devem estar sempre presente ao Escotista, seu portador. Um primeiro grupo de valores é a da idoneidade: seu portador deve ser um Escotista formado e qualificado para exercer a missão de educador, com uma competência reconhecida através da pratica de um escotismo de alta qualidade. Um segundo grupo de valores tem a ver com a idoneidade moral: sendo o Escotismo um método de educação baseados na pratica de princípios morais expressos na Lei e na Promessa Escoteira, o educador que é chamado a aplicar tal método não pode, ele mesmo, deixar de ser um exemplo de vivencia desses princípios essa é, por conseguinte, uma condição a exigir aos portadores da Insígnia da Madeira.

Um terceiro grupo, decorrente do anterior, tem a ver com a firmeza do compromisso assumido, como segue uma responsabilidade de aplicação das suas competências aos serviço dos jovens. Uma responsabilidade de auto avaliação continua e permanente, no sentido desenvolver cada vez mais aquelas competências e de dar cada vez mais testemunho daqueles valores; uma responsabilidade de disponibilidade pessoal e de abertura, sem a qual os anteriores não são possíveis. A IM não é um salvo conduto para quem deseja ser um líder de uma região ou da nacional para exercer cargos eletivos ou não. Isto deve ser pela competência ou conhecimentos de sua área de atuação. Por tudo isto, finalmente, a Insígnia da Madeira deve ser vista como um desafio e nunca como uma distinção ou  premio.

O uso como peça do traje ou uniforme Escoteiro.
 O uso do colar e do arganel são apropriados em todas as circunstancias em que seu portador se apresente em traje e/ou uniforme regulamentar. Em atividades dirigidas, primeiramente, aos jovens, sugere-se que os portadores da IM NÃO DEVEM USAR O LENÇO DE GILWELL, devendo limitar-se a usar o colar e o arganel com o lenço regulamentar do órgão (grupo, distrito, região e/ou nacional) que representa em reuniões, atividades ou eventos em vez do Lenço de Gilwell. O uso do lenço de Gilwell é exclusivamente em atividades de formação no sentido amplo, isto é, nas ações para formação propriamente ditas e ainda nas reuniões, cursos e atividades que de alguma forma tenha ligação com a formação de Escotistas, restrito ou não a portadores da IM.

Da IM, que compreende as terceiras e quartas contas, permanecem  de propriedade da Associação Nacional, a quem seu portador deve devolver quando solicitado por quem o nomeou.

domingo, 20 de dezembro de 2015

O parque de Gilwell.


Conversa ao pé do fogo.
O parque de Gilwell.

Na história do Escotismo, o Parque de Gilwell e a Insígnia de Madeira têm um lugar de destaque pela sua longevidade e importância no Movimento. O parque é um local mítico que todos os Escoteiros procuram visitar quando vão a Inglaterra, sempre repleto de jovens e adultos nas mais diversas atividades. Foi aqui que surgiu a Insígnia de Madeira, no curso de formação de dirigentes que, entretanto, se espalhou pelo mundo. Este artigo é dedicado aos dirigentes cuja curiosidade ainda não está satisfeita.

Um nome
O mais antigo registo de terras pertencentes ao Parque de Gilwell (ou Gillwell, como se escrevia antigamente) remonta a 1407, quando faziam parte da Paróquia de Waltham Abbey. O seu proprietário era John Crow, que chamava às suas terras “Gyldiefords”. As terras mudaram de dono poucos anos mais tarde e, como era hábito na época, o novo dono (Richard Rolfe) alterou o nome das terras para “Gillrolfes”, usando o seu próprio apelido. O prefixo “Gill” vem de uma palavra do inglês antigo que significava vale ou depressão. Pouco depois da morte de Richard Rolfe, em 1422, as terras foram separadas em dois campos, conhecidos como Great Gilwell e Little Gilwell. O sufixo “well” vem do inglês antigo “wella”, que significava nascente ou ribeiro. Assim, Gilwell seria um vale com uma nascente ou ribeiro.

Um parque com história
Ao longo dos vários séculos, as terras que hoje constituem o Parque de Gilwell mudaram de proprietário várias vezes, tendo sido agregadas e divididas por diversas vezes. Na década de 1730, as terras de Gilwell foram guarida para um mítico salteador inglês, Dick Turpin. Em 1793, a família Chinnery mudou-se para Gilwell, tendo sido os mais importantes ocupantes do parque. Esta família era um modelo da alta sociedade londrina, dinâmicos, enérgicos e ligados às artes. William Chinnery, um jovem ambicioso com um rápido sucesso profissional, foi agregando à propriedade outros terrenos ao redor que iam aparecendo para venda. Margaret Chinnery transformou os terrenos em magníficos jardins e decorou o edifício principal a rigor, organizando frequentemente serões, chamando, assim, as atenções da alta sociedade. Até os membros da família real eram frequentadores de Gilwell, como o Rei Jorge III, o Príncipe Regente e o Duque de Cambridge. Em 1812, foram descobertos os estratagemas fraudulentos que William Chinnery usava para desviar enormes quantias de dinheiro dos cofres do reino e assim alimentar a glamorosa vida social da família, tendo-lhe sido confiscado o Parque de Gilwell.

A propriedade voltou a mudar de dono várias vezes, tendo, em 1858, sido comprada por William Gibbs, um industrial excêntrico, poeta e inventor. A sua invenção de maior sucesso foi à pasta dentífrica “Gibbs”, que era produzida na sua própria fábrica. Após a sua morte, em 1900, a mulher e filhos viram-se incapazes de manter a propriedade em boas condições, dados os elevados custos de manutenção, acabando por vendê-la.

Escoteiros compram o Parque de Gilwell
William Frederick de Bois Maclaren era um generoso empresário escocês e também escoteiro, sendo Comissário Distrital de Roseneath, em Dumbartonshire. Foi diretor de uma empresa ligada às plantações de borracha, café e cacau. Pertencia ao clã escocês dos Maclaren, que remonta ao século XIII, cujo tartan encontramos no Lenço de Gilwell. Faleceu em Junho de 1921. Numa visita que fez a Londres, Maclaren impressionou-se ao ver os escoteiros londrinos fazerem as suas atividades em ruelas e terrenos baldios. Em Novembro de 1918, Maclaren contatou B-P, manifestando-lhe o seu desejo de comprar um campo escoteiro para a associação, que ficasse perto de Londres e acessível aos escoteiros da parte oriental da cidade. B-P falou nesta ideia a Percy Bantock Nevill, na altura Comissário para Londres Oriental. Ainda em Novembro, Maclaren e Nevill juntaram-se para discutir o assunto e, após estudar várias opções, acordaram em procurar uma propriedade em Hainault Forest ou em Epping Forest, tendo Maclaren oferecido sete mil libras para a compra.
Vários grupos de Escoteiros Seniores procuraram propriedades em ambas às áreas durante algum tempo, sem sucesso, até que, um dia, o dirigente John Gayfer sugeriu a Nevill o Parque de Gilwell, perto da vila de Chingford, onde costumava ir observar aves, e que estava à venda. Nevill visitou o local e ficou bem impressionado, apesar do aspecto deplorável em que se encontrava o parque. A propriedade, com um total de 53 acres, estava à venda por exatamente sete mil libras. B-P visitou o local a 22 de Novembro.
Feita a compra, Nevill levou para Gilwell os seus Caminheiros, na Quinta-feira Santa de 1919, para começarem uma operação de limpeza e recuperação durante as férias da Páscoa. Os edifícios estavam degradados e a vegetação desgovernada cobria os terrenos. Na primeira noite, descobriram que os terrenos eram demasiados húmidos para montar tendas, por isso ficaram numa velha cabana de jardinagem que batizaram de “The Pigsty” (a pocilga), que ainda hoje existe;

As despesas com a recuperação do edifício principal foram subestimadas, mas Maclaren, entusiasmadíssimo com os trabalhos, doou mais três mil libras. Durante vários fins-de-semana, grupos de Escoteiros e seniores deslocaram-se ao Parque de Gilwell para participar nos trabalhos. Em Maio de 1919, Francis Gidney foi nomeado Chefe de Campo, orientando de forma mais consistente e direcionada os trabalhos de recuperação. A inauguração oficial do Parque de Gilwell deu-se a 26 de Julho de 1919. A esposa de Maclaren cortou as fitas e o próprio Maclaren foi condecorado por B-P com o Lobo de Prata. O parque evoluiu muito desde 1919 até hoje, com novas construções, reconstruções e marcos importantes. Durante a Segunda Guerra Mundial, o parque foi requisitado pelo Ministério da Guerra para centro de treino de armas antiaéreas e quartel-general para a defesa de instalações militares próximas. Por causa disto, o parque foi alvo de bombardeamentos inimigos. Num dos ataques, caíram três bombas, tendo uma delas dado origem ao lago conhecido como “Bomb Hole”, o qual foi alargado posteriormente para se poder fazer canoagem. 

Formação de Dirigentes
B-P deu os primeiros passos na formação de dirigentes, organizando palestras no início da década de 1910. Era evidente que esta formação era demasiado teórica e era necessária uma vertente mais prática, só possível com um local adequado. B-P convenceu Maclaren de que o Parque de Gilwell era suficiente para albergar também um centro de formação de dirigentes. Seguindo as linhas orientadoras definidas por B-P, Gidney dirigiu o primeiro curso de formação de dirigentes em Gilwell, de 8 a 19 de Setembro de 1919, com 18 formandos. Fizeram parte dos conteúdos temas como organização de patrulhas, pioneirismo, faca e machado, formaturas, marcha, bandeiras, higiene e saúde em campo, latrinas, fogueiras, tendas, campismo, pontes, fauna e flora, Morse e homógrafo, pistas, jogos, medição de distâncias, mapas, etc. O curso foi um sucesso, ficando conhecido como curso da “Insígnia de Madeira”, devido à certificação que era dada a quem o concluísse.

Francis Gidney, o “homem-rapaz”.
Gidney começou um dos primeiros grupos de Escoteiros na Inglaterra, em 1908, aos 16 anos. Terminou os estudos na Universidade de Cambridge em 1914, tendo-se voluntariado para a Guerra Mundial que tinha começado. Foi enviado para França, onde foi promovido ao posto de capitão, mas foi ferido com gravidade em combate e regressou a Inglaterra antes do Armistício. A sua escolha para Chefe de Campo em Gilwell deveu-se muito à sua personalidade jovem e divertida, e ao seu transbordante entusiasmo pelo Escotismo, enfim, um autêntico “homem-rapaz”, como B-P o descrevia. O seu fascínio por subir em árvores, construir cabanas de madeira, fazer representações teatrais e truques com facas e machados nos fogos de conselho, dava a Gilwell o ambiente de “escotismo em ação” com que B-P sonhava. Todos os que passavam em Gilwell sentiam uma adoração por Gidney. Colaborou ainda com James West, nos Estados Unidos, na elaboração dos cursos de Insígnia de Madeira dos Boy Scouts of America. Algumas desavenças com a direção da associação escotista levaram-no a abandonar Gilwell, em 1923, e, passados cinco anos, acabou por falecer devido ao agravamento dos ferimentos de guerra, aos 38 anos.


Gidney não foi “apenas” o primeiro a dirigir um curso de Insígnia de Madeira. Foi ele que criou o 1º Grupo de Gilwell para os portadores da Insígnia de Madeira, bem como o lenço de Gilwell e o modelo das Reuniões de Gilwell que ainda hoje se realizam. Usando o pseudónimo “Gilcraft”, ele e outros dirigentes escreveram uma longa série de artigos nas publicações escoteiras oficiais, tendo posteriormente editado vários livros na famosa “Série Gilcraft”, começando com um primeiro da sua autoria, “Spare Time Activities”. Foi ele que inventou o termo “woggle” para a anilha de Gilwell, que hoje é usado no mundo inteiro para as anilhas que usamos no lenço. O machado cravado num tronco, símbolo do Parque de Gilwell, foi escolha sua. Em sua honra, foi construída uma cabana no parque, com o seu nome, ainda hoje usada.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Matar ou morrer!


Matar ou morrer!
Já leu? Não? Veja uma pequena parte da historia:
 - O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO NEGRO.

            Dezoito horas e quinze minutos. Sinaleiro ouviu um trovão no céu. O foguete do Chefe Nemo mais parecia um tiro de canhão. Os patrulheiros da Falcão tremeram. Dominó olhou para Sinaleiro de olhos arregalados. – Calma Dominó é só um jogo. Lembre-se você é um falcão sabe o que fazer! Olhou para os outros e disse – Logo que entrarmos na mata já sabem, não podemos andar juntos, pelo menos dois ou cinco metros um dos outros – Não se esqueçam de fechar os olhos por dois minutos e quando abrir tentar adaptá-lo a escuridão. Em pouco tempo terão condição de ver próximo a vocês, pois mais distantes será impossível. Já falamos tudo que tínhamos de falar agora é matar e não morrer. – Sinaleiro riu baixinho. Sabia que seria uma barra chegar até ao Forte. Eram mais de quatro quilômetros. Ele estava com o mapa que indicava o rumo. Andaram por cinquenta metros e a trilha sumiu no meio da mata. Amarrou a bússola em seu pescoço. Treinaram durantes dias uma senha imitando um Sabiá Laranjeira. Duzentos metros mata adentro ele notou que não havia sons na mata. Nada. Nenhum som.

          Corredor se orgulhava de sua patrulha. Durante semanas treinaram o grito do bugio com perfeição. Agora ali na mata escura e com a camuflagem que escolheram Corredor não sentia medo. Sentia orgulho de sua patrulha. Sempre foram muito unidos. O passado deles contavam histórias fantásticas de união. Ninguém reclamou quando entraram na mata e a escuridão os pegou em cheio. Mal dava para ver a frente. Montanha parecia dominar a escuridão. Olhava e olhava novamente. Ele disse a si mesmo que mataria mais de dez. Jurou que seria o campeão. Quase todos eram peritos em andar em matas. À noite não, pois só uma vez fizeram isto por pouco tempo. Ficaram cinco dias treinando como rastejar em florestas. Ele sabia que poderiam perder, mas seria páreo duro. Deram uma parada. Corredor só ouvia a sua respiração. E a mata? Ela não respondia? Porque este silêncio? Aqui não têm animais e pássaros?

              Professor olhou com carinho para o Pequeno Polegar. Ele fingia que não tinha medo, mas Professor sabia que ele estava tremendo. Fique ao meu lado disse. Era um Escoteiro de pouco tempo. Um ano acho eu. Era pequeno, não devia ter mais de um metro e quarenta. Parecia um lobinho, mas já estava entrando nos doze anos. Fora Lobinho Cruzeiro do Sul e chorou muito quando passou para a tropa. Mas quem não chorou? Professor conseguiu que sua tia fizesse oito toucas ninjas negra. Ficaram ótimas. Dava para impressionar principalmente à noite. Ele fez o possível para treinar os patrulheiros da Lobo Cinzento. Foram à noite por duas vezes na mata do Roncador. Claro foi por pouco tempo. Esqueceu-se de treinar com eles uma senha, mas sabia que sempre estariam por perto se fizesse algum sinal. Sinal no escuro? Sabia que faltava pouco para começar a matança. Matança? Isto não o preocupava, achava interessante isto sim que a floresta não emitia nenhum barulho, nada um silêncio mortal parecia viver dentro dela.

            Dentuço falou baixinho no ouvido de Centeralfo. – Acho que estamos ficando distantes um do outro, isto poderá fazer a patrulha se dispensar e sumir na escuridão da mata. – Você tem razão Dentuço, vá próximo de cada um e fale baixinho para chegarem mais perto. Os patrulheiros da Patrulha Quati eram na maioria fortes, altura normal, mas bem maiores que os outros Escoteiros das demais patrulhas. Centeralfo não sabia se seria uma vantagem ou desvantagem. O pior é que todos eles achavam que seriam os vencedores. Nos jogos de Scalp que fizeram sempre ganharam o troféu eficiência. Centeralfo era um observador perfeito. Muitas vezes chegou próximo a um quati e um tatu sem que estes percebessem sua presença. Por isto ficou de olhos abertos quando notou que a floresta estava calada. Por quê? Pensou. Olhou para cima, para os lados, com dizem os lobinhos abriu os olhos e os ouvidos e não ouvia nada. O único som que ouviu foi de um estalo de um galho que alguém da patrulha pisou.

               Chefe Nemo, Chefe Euclides, Goiabada e Calango os seniiores estavam calados. Não cochilaram um só instante. Sentados um ao lado do outro e encostados na pedra onde montaram seu staff eles observavam a floresta. – Diabos pensava Chefe Euclides, que coisa esquisita! A mata não fala? Era mesmo de assustar. Não ascenderam lampiões nada. Estava no programa acender as cinco tochas só a partir das três da manhã. Ainda era cedo, o relógio marcava uma meia. Chefe Nemo não gostava do que estava acontecendo. - Jogo é jogado e lambari é pescado pensava. Sentia algum fantasmagórico no jogo. Almas do outro mundo dizem não gostam de ser incomodadas. Mas a ilha eram delas? Não viram nada de errado com a ilha quando prepararam o jogo por mais de três meses. Sentiam que a mata era alegre e seus pássaros cantavam sozinhos ou em bandos por cima das árvores. Ouviram um estalo. Outro e parou. Goiabada o Sênior levantou e pegou um bastão, pois sabia que almas do outro mundo poderiam aparecer. Se fosse o Senhor Lúcifer e ele não quisesse conversar ele estaria preparado. Sempre foi bom no jogo do Quebra-pau. Calango o outro senior olhou para cima e assustou. Um enorme Gavião Negro voava nos céus. Mesmo com a noite em completa escuridão as estrelas mostravam com pouca luminosidade um vulto que àquela hora da madrugada resolveu dar as caras.

              Trinta Escoteiros avançavam cautelosamente naquela floresta escura que pouco se via a frente. Ninguém via ninguém. Cada um vinha de uma ponta da ilha. Três horas da manhã. Eles sabiam que breve iriam se encontrar. Que Deus tivesse piedade de quem corresse, seria presa fácil ao ficar longe dos seus amigos. Nenhum som. Cada um ouvia sua própria respiração. Cada mente pensava que estava vivendo uma aventura que nunca iriam viver outra. Rezas e orações eram feitas e repetidas. Os nervos a flor da pele. Professor suava, não tremia, mas estava em uma situação anormal que nunca aconteceu com ele. Sinaleiro de olhos arregalados buscava na floresta escura algum sinal. Seus patrulheiros sumiram de sua vista. Corredor pela primeira vez na vida teve medo. Isto é anormal pensou. Onde estão todos para lutarem? Que espera infernal. Centeralfo parou. Sua respiração estava ofegante. Medo? Impossível, Centeralfo não sabia o que significava a palavra medo. Sentiu um barulho esquisito, era um galho de árvore a toda velocidade em direção ao seu rosto. Não deu para desviar. Sinaleiro estava impressionado olhava a sua frente e uma figura fantasmagórica pulava freneticamente como se fosse um zumbi do outro mundo. Tremeu! Meu Deus! Não gritou, pois Sinaleiro era um Escoteiro de verdade. Um barulho monstro como se o inferno estivesse chegando a terra caiu sobre a floresta. Mil latas explodindo no chão. Uma torrente de água jorrando do céu sem parar, Cafuné foi jogado ao ar preso por um cipó ficou dois metros acima do chão de cabeça para baixo gritando feito um louco e pedindo socorro. Ninguém se entendia, os planos foram por agua abaixo, 30 meninos Escoteiros se encontraram naquela escuridão alguns gritando outros chorando e muitos sendo mortos sem dó e sem piedade...

Quer ler mais da história? Ou ela completa? Peça no meu e-mail e recebe em PDF de graça. ferrazosvaldo@bol.com.br

O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO NEGRO!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Frases de Baden-Powell. (liberado e aberto para cópias ou compartilhamento).


Conversa ao pé do fogo.
Frases de Baden-Powell.
(liberado e aberto para cópias ou compartilhamento).

A história de Baden Powell é conhecida por todos nós que labutamos com alegria no Movimento Escoteiro. Lord Robert Baden-Powell of Giwell (1857 – 1941) foi um soldado condecorado, talentoso artista, ator e livre pensador. Em sua carreira militar, tanto em Mafeking quanto em outras frentes de batalha B-P. como era chamado teve sua gloria quando foi reconhecido como o fundador do Escotismo.  Seu livro Escotismo Para Rapazes foi e é um dos mais vendidos do mundo considerado como a Bíblia do escotismo. B.P. recebeu o título de Sir e Lord uma das mais altas comendas da Inglaterra. Para nós que o amamos, ele é nosso Escoteiro Chefe Mundial. Impisa o lobo que nunca dorme estará para sempre no coração de todos os escoteiros do mundo.

Algumas de suas frases que ficarão para a posteridade:
- Um sorriso é a chave secreta que abre muitos corações. Nenhum homem pode ser chamado de educado, se não tem uma vontade, um desejo e uma habilidade treinada para fazer a sua parte no trabalho do mundo.
- Nosso método de treinamento é o de educar a partir de dentro, em vez de instruir a partir do exterior, oferecendo jogos e atividades também atraentes para o rapaz. Educação moral, mental e física.
- “Sem Chutar o IM sílaba da palavra impossível, ninguém terá a certeza de sucesso.”.
- "O acampamento é de longe a melhor escola para dar aos jovens as qualidades de caráter."
- “O homem não é apenas um plano, e a vida uma espécie de barco que todo mundo tem que levar a bom termo.”.
- "Montanhismo desenvolve o espírito de solidariedade e de equipe, permitindo que se encontre a si mesmo.”.
- "A criança não aprende o que os anciãos dizem, mas o que eles fazem.”.
- "Nunca falhe tentando cumprir o dever, e sim quando negligenciadas".
- “A felicidade não é alcançada por sessão para obter combates, ou esperaria como um caçador de verdade”.
- "A melhor maneira de superar as dificuldades é atacá-los com um grande sorriso".
- "A felicidade está baseada em dois pilares: a vida como um jogo, e generoso amor aos outros".
- "A religião é algo muito simples: em primeiro lugar, amar e servir a Deus, segundo amar e servir aos outros".
- "O caminho para alcançar a felicidade é fazer os outros felizes.”.
- "Os homens se tornam cavaleiros pelo contato com a natureza.”.
- "Escoteiros aprendem a se fortalecer ao ar livre. Como exploradores, realizam os seus próprios trabalhos e 'Remam sua própria canoa.”.
- "Enquanto você viver neste mundo, tente fazer algo de bom que pode permanecer após a sua morte.”.
- "Não se contentar com o que, mas consegue descobrir o porquê e como.”.
- "Nosso método de treinamento é o de educar a partir de dentro, em vez de instruir a partir do exterior, oferecendo jogos e atividades também atraentes para o rapaz. Educação moral, mental e física”.
- "Planeje seu trabalho e, em seguida, trabalhe em seu plano.”.
- "Se a vida sempre fosse fácil, seria insípida.”.
- "Se você tem o hábito de levar as coisas com alegria, raramente se encontrará em circunstâncias difíceis.”.
- “Preocupa-me “é a tela atrás da quais covardes sempre se escondem para não mostrar sua falta de cavalheirismo.”“.
- "Nunca Um homem que nunca cometeu erros fez nada.”.
- "Uma dificuldade deixa de ser, logo que você sorrir para ela e a enfrente.”.
- "Um sorriso é a chave secreta que abre muitos corações.”.
- "Um par de olhos são treinados são tão bons quanto dizias deles destreinado.”.
- "Um escoteiro deve fazer uma boa ação para os outros, cortesia e boa ação e não vai aceitar uma recompensa.”.
- "Olhe para o lado positivo das coisas e não é mau.”.
- "O escoteiro sempre deixa o mundo melhor do que encontrou"
- "As ligas são bem tratados entre os políticos. Mas não pode fazer a paz a menos que as próprias pessoas que querem fazer o façam. Devemos tentar incutir na geração seguinte, o espírito de camaradagem, amizade e fraternidade, que é a base da verdade para a paz mundial”.
- Na vida você tem que aprender a não temer a morte.
- É importante ser bom, mas o mais importante é fazer o bem.
- Nenhum homem pode ser chamado de educado, se não tem uma vontade, um desejo e uma habilidade treinada para fazer a sua parte no trabalho do mundo.
- Se você vive para servir não serve para viver.
- "O Escoteiro sorri e canta para as dificuldades"
- "Creio que Deus nos colocou neste mundo para sermos felizes e apreciarmos a vida. Mas a melhor maneira de fazer isso é fazer os outros felizes.”.
- "O teste da educação bem-sucedida não é o que uma criança sabe, com base após exames escolares, mas o que você estará fazendo dez anos depois".
- "Os homens se tornam cavalheiros pelo contato com a natureza.”.
- "Os escoteiros aprendem a se fortalecer ao ar livre. Como exploradores, realizam os seus próprios fardos e 'Remam sua própria canoa.”.
- "Enquanto você viver neste mundo, tente fazer algo de bom que pode permanecer após a sua morte.”.
- "Não se contentar com o que, mas consegue descobrir o porquê e como.”.
- "Nosso método de treinamento é o de educar a partir de dentro, em vez de instruir a partir do exterior, oferecendo jogos e atividades também atraentes para o rapaz. Isto seria educar moral, mental e fisicamente”.
- "Planeje seu trabalho e, em seguida, trabalhar em seu plano.”.
- “Se a vida sempre fosse fácil, seria insípida.”.
- "Se você tem o hábito de levar as coisas com alegria, raramente se encontrará em circunstâncias difíceis.”.
- “A palavra "Preocupa-me" é a tela atrás da quais covardes se escondem atrás de sua falta de cavalheirismo.”.
- "Um homem que nunca cometeu erros nunca fez nada.”.
- "Um escoteiro deve fazer uma boa ação para os outros, cortesia e não vai aceitar uma recompensa.”.
- "Olhe para o lado positivo das coisas e não é mau.”.


- finalmente repetindo o que Baden-Powell sempre dizia - “O teste da educação bem sucedida não é o que uma criança sabe, com base após exames escolares, mas o que ela estará fazendo dez anos depois”. - Portanto no escotismo seria o mesmo. Só podemos saber se deu certo após muitos anos de aplicação do método escoteiro.