quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Boa tarde a minha plêiade de amigos. A nóis aqui travez!


Boa tarde a minha plêiade de amigos. A nóis aqui travez!

Andei sumido por uns tempos dos meus blogs. Velho não tem jeito. Vira e mexe tem de tirar umas férias forçadas. Mas eu sei que o tempo passa a vida não para, os sonhos continuam e não tem maneira e nem eira de deixar tudo para trás e não voltar nunca mais. Uma volta na rotina da vida, um retorno mal dormido e eis-me aqui a palavrear, parolando frases para anunciar que não foi desta vez. Desde pequeno que aprendi a sorrir, pois meu pai dizia que o meu sorriso podia mudar a vida de alguém. Hurruu! Alguns dias de molho, sem choro, bebericando medicamentos, tratamentos tudo para poder retornar e dizer: Voltei de onde nunca devia ter saído. O que tem de ser será. Não vou declamar o pior que o poeta disse: - Morrer, dormir, não mais: - Termina a vida e com ela terminam nossas dores, um punhado de terra, algumas flores e quem sabe às vezes uma lágrima fingida. Anuncio a escoteirada que os anjos me levaram a sonhar muito, rir alto, pois a ordem dos fatores não altera o desejo de alcançar a felicidade.

Mais uma vez voltei sem sair e por aí me perdi pensando que não existe melhor remédio no mundo que uma gargalhada, nem que seja mal assombrada. Obrigado àqueles que se lembraram das minhas pequenas férias, dos que não tinham o que curtir, dos que não podiam comentar e nem compartilhar. Aqui estou e me aguardem os que me acham um Velho chato, enfadonho, irritante e incomodo. Os que dificilmente leem o que escrevo se preparem, pois vou encher minhas páginas de considerados escritos e relatos, todos escoteiros, pois aprendi a viver escoteirando e se assim o faço terei aprendido a morrer sorrindo. Puxa! Substitua morrer por abraços e beijos carinhosos de alguém que ama seus amigos, pois não estou aqui para uma rápida visita. Não vou me apressar e nas minhas caminhadas para escoteirar não vou esquecer-me de ficar alerta nas trilhas e de sentir o cheiro das flores no caminho.

Boa tarde! 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Cantos de Patrulha.


Conversa ao pé do fogo.
Cantos de Patrulha.

               Cantos de patrulha seria em tese o local onde a patrulha se reúne para: Adestrar seus patrulheiros, discutir temas de interesse da patrulha, aprovar ideias sugestões ou mesmo discutir programas de reuniões, datas de atividade etc. Utilizado também para formalizar normas disciplinares que devem ser levados a Corte de Honra. Hoje em dia e porque não dizer no passado nem sempre as sedes dos Grupos Escoteiros tem o espaço suficiente para que cada patrulha seja escoteira ou Sênior tenha seu canto. Lembremos também da Gruta dos Lobos e a Roca do Conselho. Claro se houver um Clã eles também têm direitos de ter sua Caverna Pioneira. Em síntese é um tema que deva ser bem discutido no Conselho de Chefes de Grupo, e quem sabe escolher dois ou três chefes que decidirão aonde cada equipe ou sessão irá se posicionar. Conheço Grupos que quando construíram sua sede própria já previram os cantos das Sessões Escoteiras.

                   As figuras em anexo mostram algumas sugestões aqui no caso somente para patrulhas Escoteiras e Sênior:
- Quando não há um espaço próprio para o canto de patrulha, pode-se ter um sistema de armário que, de um momento para o outro, se pode transformar num canto de patrulha com mesa, bancos, painéis, etc., com decoração ao estilo da tua patrulha Os bancos podem ser caixas de arrumação, o que dá muito jeito para guardar o material de campo. (vide foto anexa).

- Com placas de compensados pode-se construir uma mesa e vários bancos que, ao mesmo tempo, servem para arrumação de equipamento. Podes decorá-los com as cores e o animal totem da patrulha. Numa das extremidades da mesa podes colocar um suporte para os bastões. (vide foto anexa).

- Dois cantos de patrulha com fachadas bastante diferentes. No da esquerda, são usados troncos para forrar a fachada, enquanto que no da direita são usados bambus ou bastões de mimosa ou acácia. Em ambos fica bem visível a que patrulha pertence, através do animal e das cores respectivas. É feito um aproveitamento por cima dos cantos, que pode servir para arrumações ou para pernoitar. (vide foto anexa).

- Para quando há bastante espaço, pode fazer-se um canto em forma de tipi, as tendas dos índios americanos. O pano a usar deve ser resistente, tipo lona (podes aproveitar a lona de barracas antigas inutilizadas), sendo pintado e decorado com motivos escoteiros, as cores da patrulha, o animal totem, sinais de pista, a flor-de-lis, etc. Este tipo de canto tem a desvantagem de, no interior, dar pouco aproveitamento.

- Além dos cantos de patrulha dentro da sede escoteira, cada patrulha também tem outro no pátio para nos dias de reuniões trocarem ideias, discutir um jogo ou mesmo adestrar conforme instruções dos chefes ao monitores. Neste caso basta uma banqueta, quem sabe feita pelo próprio Escoteiro que no final da reunião a recolhe dentro da sede em local previamente designado.

Sei que muitos Grupos tem espaço reduzido, mal cabendo uma pequena sala e um almoxarifado (os cantos de patrulha sempre mantem seus materiais em caixotes próprios ou sacos de patrulha).

Espero ter dado sugestões aos novos chefes, pois sei que os antigos já fazem assim ou então com melhores ideias das que aqui publico.

Abraços fraternos.   

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Qual o valor do Monitor de Patrulha.


Conversa ao pé do fogo.
Qual o valor do Monitor de Patrulha.

                     É notável o papel que desempenha a Patrulha no Escotismo. Mas também é certo que ela será o que for o seu Monitor. O valor pessoal do Monitor, não o duvidemos, irá sempre influir tanto na vida social da Patrulha como na vida pessoal de cada individuo que a forma. Quando um dia perguntaram a Baden-Powell que grau escolheria nos quadros do escotismo se não fosse Chefe Mundial, ele respondeu: "Se me permitissem escolher um posto no Movimento, escolheria o de Monitor de Patrulha". Com isto queria significar o Grande Chefe, que julgava que o papel mais interessante dentro do escotismo é o de Monitor de Patrulha.

                 Disse um dia Proebel "é necessário que a vida do rapaz seja uma festa contínua; ele deve formar-se por meio do jogo, da alegria e da amizade. Baden-Powell para corresponder a esse desejo criou para os rapazes e moças algo de formidável onde eles possam desenvolver-se numa atmosfera de alegria e de bom humor". Eis o Escotismo que ele criou sobrepondo dois quadros cheios de atrativos: O quadro do ideal cavalheiresco e o quadro da vida de explorador, dos quais fez nascer à bela aventura da Vida Escoteira.

               O Monitor encontra aqui a sua grande missão, fazer dos seus rapazes atores desta aventura, sendo ele o mesmo realizador e um dos atores. Quanto mais viva for à realização, mais animado, agradável e feliz sairá o filme. Treinando os seus escoteiros, entusiasmando-os, amando-os e assim eles seguirão o seu monitor até ao final, evitando o aborrecimento nas atividades da patrulha, procurando criar cada vez mais qualquer coisa de novo, sem parar, vivendo sempre com o ideal de seguir sempre em frente até ao mais longe possível. Em tudo onde o monitor participe, deve ele acabar com os momentos vazios, cheios de palavras e de circunstância sem qualquer finalidade, porque antes de mais uma palavra clara e direta vale mais do que muitas palavras ocas.

                       A missão do monitor pode ser comparada ao de ser o Treinador, aquele que rega o que está árido, o Irmão Mais Velho, aquele que cura o que está ferido, o Modelador, aquele que dobra o que é duro e que aquece o que está frio, e finalmente o Exemplo, aquele que guia os passos dos desencaminhados. Para o Monitor obter bons resultados com o seu trabalho precisa ter: - sacrifício, dedicação, exemplo, franqueza, coragem, energia, pois a grande condição indispensável para se exercer uma ação de formação junto dos seus escoteiros é o seu exemplo como Monitor.

                    O Monitor não deve esquecer que deve partilhar esta missão de formação, com os seus Chefes, com o Assistente, com o seu Submonitor, pois deles exige-se a colaboração nesse sentido. Importante é que o Monitor nunca esqueça que a sua presença não deverá nunca apagar o individualismo de cada um dos seus patrulheiros. Por outro lado é bastante positivo que cada rapaz saiba que o seu Monitor está sempre pronto para ajudá-lo e que pode contar sempre com ele. O Monitor não é mais do que o modelador hábil que do barro mais resistente, dos caracteres mais difíceis, consegue fabricar autênticas obras de arte, Escoteiros conscientes, Homens para a Vida.

                  O Monitor antes de realizar esforços por formar os seus elementos, tem que os conhecer bem, assim que os mesmos entrem para a sua patrulha, assim será uma demonstração de que o Monitor se interessa pelos seus elementos, conhecendo os seus interesses, os seus gostos, os seus divertimentos, os seus estudos, a sua vida familiar e a sua vida no seio do seu Grupo. O Monitor deve ser responsável e isso implica saber responder pelos seus atos em qualquer momento. Partimos pelo pressuposto que todo o Verdadeiro Monitor é responsável, mas a sua responsabilidade situa-se até que ponto? Quem é que é responsável pelo Monitor?

                 Primeiramente, o Monitor é responsável pela sua própria pessoa. Sabemos também que do Monitor dependem outras sete pessoas, que o seguem, que o examinam, que colocam várias provas e obstáculos ao seu caráter e que conhecem melhor o Monitor que o próprio Monitor e finalmente são sete pessoas que imitam o seu Monitor, quer nas virtudes quer nos defeitos. Tudo o que acontecer dentro das competências do Monitor aos seus Escoteiros dependerá quase sempre do Monitor e do seu Submonitor da vontade de ambos. É necessário que o Monitor e o sub. saibam primeiramente o que desejam para si e depois de o saberem concretamente é que saberão o que querem para os outros.

Resumindo, conclui-se que o Monitor não é leal se exigir dos outros seus elementos algo que não exige de si, se lhes impuserem normas ou regras e é ele o primeiro a desobedecê-las. O Monitor deve sempre pensar num grau de exigência maior em relação a si do que dos seus elementos. O Monitor é Responsável pela sua patrulha, pois ele responde por ela onde quer se seja, quer em reuniões, quer em atividades, quer em jogos. Por isso o Monitor é responsável pelo espírito da sua patrulha/equipe, e, portanto deve ser o Monitor que o deve incutir nos seus irmãos escoteiros. O Monitor é também responsável pelo seu Grupo, pois a ele cabe um papel fundamental na discussão da vida do grupo a que pertence.

O Monitor não deve nunca deixar esse papel de lado, pois essa incumbência que é dada ao ele deve ser utilizada da melhor forma. Se a Chefia necessita do apoio dos seus Monitores no sentido de lhes ouvir as suas opiniões, informar sobre algumas indicações, falar sobre o espírito entre as patrulhas e a tropa e decidir os passos da caminhada da Tropa, o Monitor tem uma grande quota de responsabilidade sobre as orientações tomadas e realizadas pelo seu Grupo. Por último, o Monitor é Responsável por cada um dos seus escoteiros de patrulha, pois é ele que deve ser o primeiro a fazer com que os seus patrulheiros adquiram o verdadeiro Espírito Escoteiro, o espírito que se encontra presente na Lei do Escoteiro.

O Monitor não é apenas aquele que se diverte com os seus patrulheiros, mas sim aquele a quem compete fundamentalmente velar pela formação moral, intelectual, física, técnica e religiosa, é responsável pelos que abandonaram o escotismo, é responsável por aqueles que nunca sentiram o escotismo.

Adaptado do livro "Pistas para o Monitor de Patrulha”.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Eu sou e serei um Caqueano até morrer!


Eu sou e serei um Caqueano até morrer!

            Peço desculpas aos amigos que usam outro uniforme. Principalmente a Vestimenta. Afinal tem gosto para tudo. Tenho que admitir que a vestimenta é uma realidade. Mas eu sou mesmo um caqueano. É um novo termo que criei para dizer do que gostam e usam o uniforme caqui. Me sinto bem quando vejo alguém vestido com o caqui. E se for homem e de calças curtas meu coração explode de alegria. Adorei quando vi as meninas, as moças as senhoras decidirem também usar o caqui. Ficaram lindas demais! Afinal eu sou um Velho Escoteiro, amante do seu passado, e que acredita na tradição escoteira.

           Sou mesmo um caqueano da gema. Trago dele grandes recordações. Nunca esqueci lá em Malacacheta, uma cidade perdida no rincão das Minas Gerais, menos de quinhentas almas na época, nossa patrulha adentrou na cidade, o sol nascendo, paramos em um local que devia ser uma praça. Eis que surge um menino. Um reles menino raquítico barriga d’água a nos olhar espantado. Calado nos olha e dá um berro enorme: São Escoteiros! E sai correndo para chamar o arraial e ver a invasão que acontecia pela escoteirada. Escoteirada? Apenas sete meninos ávidos de aventuras. Como ele nos reconheceu? Seria por sermos lindos de morrer? Seria por causa das bicicletas serem autênticas importadas do estrangeiro? Seria pelas bandeirolas esvoaçando pelo ar? Ou seria pelo uniforme, aquele caqui saudoso e o chapelão fincado nas cabeças da escoteirada?

           Não foi só em Malacacheta. Foi lá pelos idos de 1956 descendo o Velho Chico (rio São Francisco) em uma gaiola a vapor, coisa de caroneiros, eu e mais três seniores descemos em Juazeiro para conhecer a cidade e eis que um montão de meninos apareceram para gritar: - Viva! São escoteiros do Brasil! E aquele Velho Sanfoneiro Seu Neném da Maria em Pirapora que quando nos viu gritou: - Eu também já fui um! Eu também já fui um! E pulava e sorria e gritava! Pois é tenho mesmo que ser um caqueano até morrer. De calça curta moço! Sem ela é como se estivesse sem uniforme! Quantas lembranças, eternas lembranças de um tempo que me faz bem ao recordar. Camiseta? Só o lenço? Só o chapéu! Never, nunca mesmo.

             Afinal só eu estou certo? E os outros não? Nem pensar. São questões pessoais. Cada um é cada um e sabe o que vestir. Lembro-me em 1954 fomos convidados para acampar com os escoteiros de Conselheiro Pena, era um Grupo novo com menos de um ano de atividade. Meu Velho São Jorge adorava excursionar. Levávamos nossa tralha e claro nossa banda. Era um orgulho chegar à estação, formar de mochila as costas e a tralha em cima de um caminhão da prefeitura e sair pelas ruas da cidade com a banda do Munir a marchar. Os escoteiros de lá nos esperavam. Todos de caqui comprido. Ninguem de calça curta. Olharam-nos espantados. Quando no campo começamos a montar acampamento, eis que eles se misturaram perguntando: - Porque a calça curta? – Meninotes só sabíamos responder: Tradição. B-P usava. - E quem era B-P? Nosso fundador uai!

          E eis que cada patrulha de lá enviou um mensageiro a cidade para trazer tesouras. Para que? Eles em fila deixavam cortar a calça para ficar curta como nós! Meu dileto e prezado amigo, isto foi no passado onde as tradições tinham valor. Nunca usei calça comprida exceto quando em 1976 o Escoteiro Chefe Darcy Malta e sua trupe da UEB resolveram adotar o traje. Era bonito, de tergal e alguns usavam camisa de linho. Sempre impecáveis. Tinha até jaleco e paletó. Mas a coisa desandou. Novos lideres da UEB passaram a mudar. O traje esculhambou. O chapéu a loja escoteira não mais comprava dizendo que a Prada fechou. Entonse... Um sábio Dirigente autorizou o uso do Jeans. A cor? Era cinza chumbo, depois ficou verde, azul e preta. A bagunça começou. Ainda bem que os do ar e mar não aceitaram imposições de mudança.

           E os anos passando, até que a casta dos nobres dirigentes, liderada por uma chefe, vendeu a ideia da vestimenta. A casta aprovou. Afinal eles seriam os únicos a fabricar e vender. Encheriam as burras de dinheiro que a sede nacional precisava. O lucro foi estupendo. – Um outro sábio escreveu lá no POR: - Pode usar camisa fora da calça, sandália e a cor da meia fica a critério de cada um. Outro gritou! E o chapéu? Cururu capeta! Vamos vender chapéus de pano australianos e outros que dão bom lucro. E vamos obrigar todos a usar? Um sabido riu e disse: Calma, vamos mostrar que somos democráticos. A Assembleia do grupo decide se vai ser a vestimenta ou o uniforme caqui. Deixem que a molecada pequena também vote! E Buuu! Acabou a tradição. O caqui? Na loja não vende mais. E a turma deu risadas, pois sabiam que estavam com a faca e o queijo na mão. Logo, logo tudo ia mudar.

              Eu gosto de perguntar e ninguém tem a resposta. Porque a UEB não fez uma pesquisa junto aos Grupos Escoteiros sobre uniformização? Porque não perguntou a ninguém se seria válido? Porque até mesmo nas Assembleias Nacionais nunca deram motivo para discutir a nova uniformização? Porque manteve toda discussão e confecção em sigilo absoluto? Afinal a escolha teve ou não uma consulta com os jovens? Eu ofereci um prêmio ao Escoteiro que dissesse sim. E porque ela foi apresentada em uma Assembleia lá no norte do país onde a participação de muitos conselheiros foi pequena? E para que o desfile de modas digno de um Faschion Week? É... A UEB pode tudo. Até mesmo mudar o que lhe der na telha sem dar satisfação a ninguém. Afinal quem tem a coragem de reclamar e exigir?   

            Nunca vou deixar de fazer meu marketing do meu caqui querido, apesar de saber que os resultados serão pífios. Aceito aqueles que querem a vestimenta. É um direito. Eu enquanto viver vestirei meu caqui em todas as atividades Escoteiras onde comparecer. Sempre garboso e bem uniformizado com aprendi desde menino. Sei que ele vai desaparecer, são favas contadas. Quem viver verá. Outro dia pensei em ir a Portugal conhecer minha segunda pátria Mas sei que a UEB vai exigir que eu use a vestimenta. Normas internacionais diz ela. Verdade? Esta é a liberdade que nos é oferecida? Não adianta dizer que com um terço do preço da vestimenta se faz um uniforme caqui e também o brim azul dos lobos. Sabiam que a durabilidade do caqui é três vezes maior que a vestimenta? E olhe não desbota, não pega fogo fácil, e nem se compara a confecção de terceira qualidade da vestimenta. Eita disciplina “bunita”!


               Sei que a UEB nunca vai fazer marketing do Uniforme Caqui e do azulão de brim dos lobos. Ela sabe que a vestimenta faz parte de sua nova tradição e é rentável.  Quanto tempo mais? Levamos mais de 100 anos para criar uma e a UEB vai levar menos de dez anos para acabar com ela. Como diz o poeta, um povo sem o conhecimento da sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A Tropa de Monitores. Parte II.


Conversa ao pé do fogo.
A Tropa de Monitores.
Parte II.

                  Não tem como esconder. Qualquer Chefe experiente consegue observar se a Tropa escoteira vai bem ou mal. Vejamos alguns sintomas: - Patrulhas com menos de seis jovens. Nunca se reúnem para serem informados, conversar e adestrar sob a égide do seu monitor. Elas não têm canto de patrulha e nem sabem o que isto significa. A disciplina só existe quando o Chefe exige, quando ele é durão no trato com todos. Observe cada Escoteiro da patrulha. Se só o monitor tem mais estrelas de atividade se só ele tem mais etapas e especialidades é sinônimo de que tudo vai mal. Se só ele o monitor tem cordões de eficiência, se só ele resolve e faz tudo se não sabe liderar com cortesia então tudo vai mesmo mal. Algum tempo atrás um Chefe comentou que compete ao adulto determinar e fazer o programa, ou seja só o Chefe é quem decide Na opinião dele ouvir os jovens é perda de tempo, dizia que só os adultos tem a capacidade de orientar e fazer realizar. Fui à página do Chefe para tentar compreendê-lo melhor. Era um pedagogo e PHD em alguma coisa. Escotismo mesmo aprendeu há poucos anos.

              Infelizmente os cursos de formação tem dado pouca atenção ao sistema de patrulhas. Todos nós, que fomos ou somos Escotistas de tropa escoteira, seja masculina ou feminina, temos que ter um tempo de conhecer melhor nossos monitores. Claro eles são a razão do sucesso da tropa. Eles são diferentes, mais adestrados, mais experientes. Muitas vezes estão mais próximos a nós. Afinal é com eles que falamos no desenvolvimento na tropa, dos jogos, nos avisos, dos acampamentos enfim, são eles os nossos olhos e ouvidos junto aos demais escoteiros. Isso não cabe nenhuma dúvida. Eles são os responsáveis diretos para o adestramento da sua patrulha com a colaboração do Submonitor. Qualquer um conhecedor do programa Escoteiro de Baden- Powell sabe que dificilmente os jovens permanecem onde não se sentem bem, onde não é valorizado e nem ouvido.

               Reunir jovens, promessá-los, andar em fila indiana para alguma atividade extra-sede, levar todos para um acampamento onde não existe nada que dê a eles liberdade para fazer fazendo é fácil para quem sabe comandar. Bem diferente daqueles que preferem orientar e ajuda-los nas tarefas mais difícil quase sempre através dos seus monitores. Quando você encontra uma tropa escoteira “sentadinha” e o Chefe palestrando é sinal que o verdadeiro escotismo ali passou longe. Eu costumo dizer que o exemplo vem de cima. Se a nossa própria liderança nunca consulta os jovens, não pergunta, não faz pesquisas de como está à evasão e a motivação, então muitas tropas copiam seus diretores que sabem sempre o que o jovem quer. (esqueçam a falácia dos Jovens lideres que são formados com jovens de 17 a 27 anos, portanto não são jovens em tropas escoteiras). O pior é quando os dirigentes e formadores e nós próprios não vemos que os resultados não são os melhores. Assim você meu caro Chefe escoteiro tem uma responsabilidade enorme na formação de seus jovens para o futuro.

               Quando temos boas patrulhas, bons monitores, quando procuramos orientar baseado na lei e promessa, aonde o respeito vem em primeiro lugar, o sucesso é garantido. Analise as vantagens de trabalhar com os monitores. Ensine-os, adestre-os, mostre a eles como liderar. Sabemos que o pensamento que para ser líder é preciso já ter nascido assim é uma temeridade no desenvolvimento do programa Escoteiro. Não se nasce líder mas podemos perfeitamente ajudar na formação de um ou melhor de todos na Tropa escoteira. A preocupação é fazer de todos eles lideres de si próprio de saber liderar quando for necessário e para isto liderar e ser liderado faz parte do jogo do programa Escoteiro de Baden-Powell. Portanto é primordial que tenha uma ligação direta com seus monitores,  pois estes sim é que darão o prumo da navegação para a vida dos demais escoteiros. Para isto não precisamos ser um professor nem tampouco um douto em escotismo. O correto é conhecimentos aos monitores e estes irão passar aos seus patrulheiros.

               Enfim faça uma boa patrulha de monitores. É o melhor caminho para o sucesso. Dê eles conhecimento, aprendizado de liderança, técnicas mateiras e Escoteiras e principalmente ouça. Ouça sempre o que eles tem a dizer. Se você já tem as respostas para tudo que disserem é sinal que não trabalha com seus monitores. Se eles comentam pouco é porque o Chefe não sabe ouvir, então porque comentar ou falar? E finalmente lembre-se que os jovens fazem seus próprios programas com seus amigos de bairro, da escola e se saem muito bem. Porque no escotismo que tem tudo para oferecer, uma vida de aventuras, sonhos de mudar sua rotina de cidade, deixar que cada um seja um herói de si mesmo não seria este o caminho para um verdadeiro escotismo motivador? Quando uma tropa se reúne por mais de quatro reuniões consecutivas em sede, sem sair para o campo nem que seja por um dia podemos analisar que a desmotivação está começando a acontecer e logo alguns deixarão de participar das reuniões.

                Sem querer ser o dono da verdade, alerto a todos por programas de última hora, cujo Chefe recebeu convites de autoridades para alguma atividade no bairro ou na cidade, e mesmo que ele ache que aquilo é perfeitamente normal para a educação escoteira, considerando como boa ação coletiva, nem sempre isto serve como motivação. Tenho centenas de exemplos de jovens que deixaram o escotismo por este motivo. Compare o número de participantes em uma saída de um dia para uma boa atividade aventureira fora da cidade com uma participação em solenidades ou mesmo a serviço colaborando em trabalhos sociais em alguma praça ou local previamente determinado pela autoridade local. Devemos sim ter estas atividades como objetivo, mas devidamente preparadas com bastante antecedência. Lembremos que o escotismo não tem caráter de obrigação. Ele é aceito pelo jovem e se o pai ou responsável exige sua presença ele nunca terá condições de absorver o verdadeiro espírito Escoteiro. No escotismo ele é Chefe de si mesmo. Ele sim é quem dará o caminho para o sucesso em sua formação moral intelectual e espiritual.

                Deixo aqui um lembrete para os que tiverem tempo ou mesmo ainda não conhecem o vídeo Escotismo para Rapazes segundo Ian Hislops -Ficheiro único(pt-pt) (


https://www.youtube.com/watch?v=9Rua1kw-tzc) que assistam analisando parte por parte do que Ian Hislops diz sobre as ideias de Baden-Powell. E o que ele pensava do futuro do escotismo no mundo. Terminando lembre-se quem precisa fazer bom escotismo são os jovens. Os chefes e assistentes estão ali para colaborar para que isto aconteça. Sucesso meu amigo ou minha amiga. Até mais...

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A Tropa de Monitores.


Conversa ao pé do fogo.
A Tropa de Monitores.

Obs. “Um artigo para quem está enfrentando problemas na tropa Escoteira, com saída de jovens, falta de ânimo, monitores que não sabem o que fazer com suas patrulhas”.
      
                    Sabe quando chega a hora de dar uma arrumada nas ideias? Pois é, a gente vai para a sede, olha a tropa e por mais que se dedique parece que nada dá certo. Quando inicia a reunião, faltam um, dois ou mais escoteiros de cada Patrulha. Os monitores perdem o sorriso. A formatura é feita de maneira desleixada. Se você é daqueles que costuma fazer uma inspeção depois da bandeira à apresentação tira todo seu ânimo. Você fica pensando onde está o erro. O que está acontecendo. Quando a tropa iniciou as atividades no inicio do ano, até que houve uma boa participação inicial. Sabemos que durante o ano muitos desistem. Mas isto é certo? Até mesmo escoteiros que você confiava se foram. Você sabe que alguma coisa precisa ser feita, mas o que fazer? Já tentou mudar, novos jogos, técnicas, fez cursos, leu e até agora nada. Até mesmo o Ponta de Flecha não adiantou muito.

                     O que fazer então? Se você já fez muitos cursos de formação, conversou com outros escotistas e as ideias a cada dia vão diminuindo a coisa tá braba! Precisa urgente de uma reciclagem e ou então se for IM fazer como a canção de Gilwell que aconselha um curso de novo para reforçar. Se nada disto adiantou e você é daqueles que não desiste nunca o melhor mesmo é conversar. E olhe que seus bons fluidos e aconselhadores estão bem perto de você. Você me pergunta onde? – Seus monitores. Isto mesmo. Eles são a solução de tudo. Mas eles? Olhe meu amigo se isto acontece você está agindo como se eles não fossem os responsáveis para conduzir suas patrulhas, aí está o seu primeiro erro. Conduzir não é dirigir ou mandar.

                    Faça um plano simples. Converse com seus assistentes. Diga a eles que vai precisar muito deles, pois durante certo tempo você vai viver mais com seus monitores. O programa não pode parar e os subs. deverão substituí-los nos prováveis impedimentos que irão acontecer. Ideias feitas, programas na cachola parta com um sorriso para a próxima reunião de Tropa. Comece normalmente. Deixe seus assistentes escoteirar. Você ponha mãos à obra. Após o cerimonial chame os monitores, hora de ouvir. Vá para um local calmo, sem barulho e comece assim – Amigos, vocês estão vendo que a tropa não anda bem. Muitos saindo. Outros desistindo. Crescimento nas etapas mínimo. Quero ouvir vocês e qual seria o melhor caminho para resolvermos a questão.

                  Claro, eles olharão espantados para você. Mas não fale nada só ouça. No inicio eles olharão entre si e pouco dirão. Aos poucos vão se soltar e você pode até ouvir o que não quer. Mas faz parte. Após um tempo razoável pergunte a eles o que fazer para melhorar. Se eles não estiverem acostumados e pouco consultados, se prepare, pois no início nem saberão o que dizer. Melhor mesmo é conquistar a confiança deles. - Que tal uma excursão no próximo domingo só nossa? Vamos sair cedo, e voltamos à noitinha. Podemos quem sabe treinar um pouco de pista ou fazer um fogão tropeiro, seja sincero, diga que não sabe fazer. Diga que nunca fez e vai ser a primeira vez. Cante com eles, mostre que é amigo e não sargentão. Deixe-os fazer um café, assar umas batatas, quem sabe uma macarronada. Entendeu? Não faça nada! Deixe que eles pensem e façam. Se você tentar ajudar tudo vai voltar como antes. É importante que você só oriente e claro assistindo sempre o que eles farão.

                   A tarde chega quem sabe brincar um pouco? Fazer jogos com três ou quatro não é fácil. Porque não procurar uma sombra, sentar a vontade e contar “causos”? Quem sabe eles não irão se abrir mais com você? Hora do retorno hora da limpeza do campo. Viu que tudo foi improvisado. Qual o intuito? Se conhecerem melhor. Sempre achamos que conhecemos a todos e muita vez passa despercebidas outras tantas que desconhecemos. Mas na volta não esqueça. Ao chegar à sede, pelo menos meia hora para analisar o que aconteceu se foi válido e se daqui para frente pode surgir à nova Patrulha DE MONITORES, Você o Monitor um deles sub (escolhido pelos demais) e quem sabe a participação dos subs monitores também?

                     Bem você deu o inicio. A arrancada foi feita. É hora de partir para um bom programa de treinamento dos monitores. Mas não esqueça, ele é continuo. Nunca para. Lembre-se que o treinamento constante não deve prejudicar as reuniões de tropa, pois elas irão servir se eles, os monitores estão mais motivados, se conversam mais com seus patrulheiros, e se as reuniões de Patrulha acontecem normalmente com a participação de todos nas ideias e sugestões. Durante pelo menos uma vez por mês, faça uma atividade só com eles. Pode ser de poucas horas ou de um dia e claro um acampamento deve ser marcado em breve. Discutir com eles como será este acampamento nos moldes de Gilwell. O que é isto? Fácil. Patrulhas autônomas. Escolhem seu campo, constroem tudo que precisam para desenvolver suas atividades. Terão tempo para as barracas, para o fogão seja suspenso ou não, para as fossas, para a mesa, para os bancos, para o toldo e uma infinidade de pioneiras que eles mesmos aos poucos irão desenvolver.

                        Se ainda não leu o meu artigo de PROJETOS DE PIONEIRAS me peça por e-mail. Mas poderão perguntar: Só isso? O começo meu amigo. O começo. O importante para estancar o desanima, existe um nova ideia no ar. Todos estão sentindo o perfume da primavera de volta a Tropa. Ouvir sempre através dos monitores que irão ouvir os escoteiros através das reuniões de Patrulha. Quando você souber o que eles querem e você der a eles atividades ao ar livre, grandes jogos, acampamentos mateiros e um programa cheio de atividades tais como bivaques, acampamentos volantes, leitura de mapas, croquis, passo Escoteiro, passo duplo, uso de ferramentas no campo enfim, uma infinidade de programas feitos exclusivamente por eles com sugestões suas é claro, vais ver que irás perder dai em diante muito poucos jovens da tropa.

                       Eu teria muito mais para sugerir. Se quiserem amanhã publico a parte II destas sugestões. Lembre-se você criou a patrulha de Monitores. Ela deve ter um lema, um nome um grito e com o tempo o seu próprio material. Todos ali são iguais e para isto troque bimensalmente o sub e as funções dos demais. Treine seu cozinheiro seu aguadeiro, seu construtor de pioneirías, seu almoxarife intendente, mas lembre-se o mais importante é eles confiar em você.

Amanhã tem mais. Claro se vocês que precisam de uma orientação quiserem. Aguardo comentários. Até mais.

sábado, 6 de agosto de 2016

Chefe Tolon viu o outro lado da montanha.


Conversa ao pé do fogo.
Chefe Tolon viu o outro lado da montanha.

               Não haveria falhas. As mudanças seriam para valer. Se em muitos grupos isto é real porque não no Grupo Estrelas Cintilantes? Chefe Tolon sorria. Tinha ligado para Norman seu assistente, fizeram algumas reuniões e planejaram passo por passo. Ele tinha perdido muitos escoteiros e Escoteiras nos últimos dois anos. Nunca tinha se preocupado com isto. Sempre tinha novos para matricular. Eram 24 na Tropa escoteira. Bem dizer a Tropa não estava tão mal, ele e o Chefe Norman a seu modo tentavam levar a Tropa conforme os princípios do método Escoteiro. Ambos fizeram cursos, aprenderam muito e reclamaram por falta de cursos técnicos e ênfase no Sistema de Patrulhas. Ele tinha conhecido tropas em que a Patrulha era a “Alma do Negócio”, ou seja, fazia a Tropa funcionar e dificilmente perdiam escoteiros para os amigos da sua rua. Não era assim que diziam? Se na Tropa não tem o que esperam quando entrou o que ele estava fazendo ali? Na sua rua seus amigos que nunca foram escoteiros sabiam planejar, faziam programas e se divertiam a valer, e sem chefes por perto.

            Como dizia um antigo provérbio Navajo, os pensamentos são como flechas, uma vez lançadas alcançam seu alvo. Mas completava: - Seja cauteloso ou poderá ser um dia sua própria vítima. Era verdade. Na família escoteira que habitava não havia como se diz fraternidade e cortesia entre os voluntários escoteiros e pais. Ele se manteve a parte quando pode até que disse para si próprio: - Não dá mais. Ele confirmava o antigo proverbio Mohawk que os meninos escoteiros e lobos não são nossa propriedade. Eles foram confiados a nossa guarda pelo Grande Espirito o que para nós seriam seus pais. Sabia que o Joshua o Diretor Técnico não ia gostar. Paciência. Tentaram tudo ele e o Chefe Norman manter um dialogo, quem sabe reviver o Conselho de Chefes que havia anos não se reunia. Sabia que sem bons monitores nada daria certo. Passou meses engolindo literatura escoteira. Agora sabia de cor e salteado como formar seus monitores e sub monitores.

             Desta vez não haveria volta. Ou ele e Norman eram os chefes da Tropa ou não havia razão para continuar. Que adianta se ficam poucos meses, no máximo dois anos se vão e alguns gatos pingados passados anos ainda se orgulham do seu tempo Escoteiro? Sempre um proverbio índio para não deixa-lo esmorecer: - Que meus inimigos sejam fortes e corajosos, para que ao ser vencido não me sinta envergonhado. Fazia questão de conseguir o sucesso desejado. Começou com seus monitores. A cada quinze dias se reunia com eles na sede. Fazia questão de explicar que a patrulha também devia se reunir uma vez a cada semana ou quinzena para dialogarem sobre a patrulha, suas provas e programas futuros. Tudo bem anotado e explicado na Corte de Honra. Fez três atividades ao ar livre. Testou seus conhecimentos técnicos. Mesa, bancos, fogão suspenso, lenheiro, WC, barracas protegidas de mau tempo. Depois um acampamento de três dias só com eles. Nunca viu tanta vibração. Sabia que no próximo acampamento da Tropa o sucesso era garantido. Monitores preparados nada havia para não acertar.

           A “barra” seria com o Diretor Técnico e alguns outros chefes das demais sessões. Queria reduzir o tempo de cerimonial para no máximo 15 minutos. Perdiam muito tempo e o Diretor Técnico aproveitava para seus comentários tão longos que a maioria se escorava no bastão, em algum tronco de árvore e ninguém prestava atenção. Não adiantava fazer um bom programa se não tinham tempo para realizar. Educadamente pediu a realização de um Conselho de Chefes. Não aquele para julgar alguém nem fazer admoestações que não eram benéficas. Foi à casa da Akelá, de suas assistentes e de Joel o Chefe Sênior. Comentou de leve com o Senhor Florêncio Mestre Pioneiro. A reunião foi marcada. Valeu. Explicou seus problemas com a Tropa. A evasão era assustadora. Na Tropa ele descobriu o porquê.  Agora precisava de tempo para montar e realizar boas atividades com a escoteirada. Pretendia a cada mês fazer uma atividade ao ar livre, saindo da cidade para treinar atividades mateiras com eles. Sabia que estava na hora pois seus monitores e subs estavam preparados.

                 Viu que a evasão na sua Tropa diminuiu e quando alguém faltava ele ou Norman telefonavam para saber o que ouve. Quantas vezes foi visitar os pais e trocar ideias? Ele sabia que chefia eram um complemento na formação pois os pais sim eram os responsáveis. Fez amizades com muitos. Leu várias vezes Escotismo para Rapazes, o guia do Chefe Escoteiro e se maravilhava como Baden-Powell colocava as palavras certas. Em um ano só dois deixaram a Tropa. Muito do que fez a Alcatéia e os Seniores copiaram. Nunca fez na Tropa idéias que não foram testadas anteriormente. Sabia das dificuldades das diferenças entre os escoteiros mas um proverbio Sioux mostrou o caminho: Todos os pássaros, até mesmo os da mesma espécie, não são semelhantes, e o mesmo ocorre com outros animais e com os seres humanos. A razão que o Grande Espírito não fez dois pássaros, ou animais, ou seres humanos idênticos é porque cada um foi colocado aqui por Wakan Tanka para ter uma individualidade independente e confiar em si mesmo.  

               Tolon e Norman se orgulhavam da Tropa dos monitores e só com eles explicavam jogos, atividades, técnicas pois eles sim eram os responsáveis pela sua patrulha. Não era assim que dizia aquele condensado que pediram por e-mail a um Velho Chefe Escoteiro? O primeiro acampamento de Gilwell foi sucesso absoluto. Nada de misturar seniores e lobinhos juntos. Era só da Tropa. Um local lindo nunca perto da civilização. Hoje é sábado, sei que Norman e Tolon estão lá com seus escoteiros. Sei que a escoteirada está rindo, aprendendo, sabendo a trilha do seu futuro pois são eles mesmos que irão um dia lembrar que cada passo, cada vitória era orgulho dos seus pais, professores e chefes. Sabia que um dia eles seriam chamados de escoteiros para sempre.

E para terminar nada melhor que dizer as palavras de Búfalo-Bravo um Feiticeiro Sioux:
 “Quando eu tinha dez anos, olhei a Terra, os Rios, o Céu e os Animais ao meu redor, e não pude deixar de ver que eles provinham de algum grande poder”. Fiquei tão ansioso para entender esse poder que comecei a indagar às Árvores e os Arbustos. Era como se as Flores estivessem me falando e eu queria perguntar; “Quem fez você”?”“. Eu olhava as Pedras cobertas de musgo; algumas delas pareciam Ter traços de Homem, mas não podiam me responder. Então tive um sonho, e neste sonho uma pequena Pedra redonda apareceu e me disse que o criador de tudo era WAKAN TANKA, e que, a fim de honrá-lo, eu deveria honrar seus trabalhos na natureza. A Pedra disse que minha curiosidade me havia tornado merecedor de ajuda sobrenatural e que, se eu estivesse tratando uma pessoa doente, deveria pedir seu auxílio, que todas as forças da Natureza me ajudariam a encontrar a Cura." – E você, o que está fazendo para chegar ao Caminho do Sucesso?

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Gritos e Aplausos para o Fogo de Conselho.


Divertindo e aprendendo.
Gritos e Aplausos para o Fogo de Conselho.

Quem inventou o aplauso?
Ninguém sabe ao certo. De acordo com uma das teorias mais bizarras, ele teria surgido entre os homens das cavernas como forma de comemorar caçadas bem-sucedidas. A princípio, nossos antepassados celebrariam o banquete dando cabeçadas uns nos outros, até que, finalmente, algum sujeito cansado dos galos na cabeça sugeriu a troca da dolorosa celebração. A versão mais plausível, contudo, aponta que o surgimento do aplauso, ocorrido há cerca de três mil anos, teria conotação religiosa: seria o instrumento usado por membros de tribos pagãs para chamar a atenção dos deuses nos rituais. Mais tarde, na Grécia antiga, a plateia de espetáculos teatrais passou a usar as palmas para invocar os espíritos protetores das artes. Já no Império Romano, o gesto começou a ser utilizado também como sinal de aprovação a autoridades que faziam aparições públicas.

Pensemos agora que estamos no século XXI. Os escoteiros não ficam sem eles. Nos fogos de conselhos as enquetes são as preferidas de todos. Patrulhas se preparam se enfeitam, e sempre tem aquela que mais se sobressai, tem mais tempo de escotismo e dominam com facilidade a arte da interpretação. Mas em qualquer Fogo de Conselho não pode faltar os aplausos e os gritos. São eles que dominam as apresentações, pois ali não se usa as palmas comuns. Existem centenas delas. Tem Grupos Escoteiros, tropas e alcateias que os escoteiros e lobos fazem questão de criar a sua. É comum conhecer a Alcatéia, Tropa ou grupo só pelos aplausos. Mas vamos a eles. Desculpem se já conhecem todos, a intenção é ajudar aos novos ao mesmo tempo incentivar para que cada sessão crie o seu, e que também nos fogos de conselho tenham a mão todos que puderem dar para aplaudir aos que merecem ou não serem aplaudidos.

A Pólvora Negra: 
Cada escoteiro finge ter em suas mãos um mosquete. Calmamente, seguindo silenciosamente os movimentos do Animador, deitam a pólvora com cuidado para dentro do cano, calcam-na várias vezes, erguem o mosquete ao ombro, apontam para o céu e aguardam a ordem do animador. Este diz: "Prontos? Fogo!" e todos gritam "BANG!", ao mesmo tempo em que fingem o impacto do disparo da arma no ombro.

Foguetão: 
Começa a contagem decrescente de 6 para 1, e a cada número vai-se dobrando cada vez mais os joelhos até ficar na posição de cócoras. No fim da contagem, saltam para o ar gritando "VROUMM!...”.

Arco e Flecha: 
Os escoteiros seguem silenciosamente os movimentos do Animador, tirando calmamente uma seta da aljava atrás das costas, colocam-na na corda do arco, esticam-no e disparam a seta dizendo "PFFFTT".

O Ornitólogo: 
Este aplauso começa com o animador (ou outro escoteiro qualquer que queira iniciar o Grito) a gritar "Olha ó passarinho!". Todos os escoteiros colocam as mãos debaixo dos sovacos e agitam os braços como as asas de uma ave, enquanto imitam o som de uma ave à sua escolha (águia, Peru, galinha, pardal, canário, cuco, rola, pato, etc.) três vezes seguida.

Riso Enlatado: 
O animador mostra uma lata com tampa. De cada vez que ele abrir a tampa todos riem a bandeiras despregadas. Assim que ele fechar a tampa todos se calam. O animador pode repetir isto algumas vezes, tentando enganar o público com movimentos falsos. Podem-se estabelecer níveis de gargalhadas.

O trem:
O animador começa batendo no peito devagar. Todos acompanham fazendo o mesmo. Aos poucos vai aumentando, aumentando até que o som de um trem em movimento aparece e todos gritam: Anrê!

Bravôo:
O animador grita para todos bem alto: Ah Ah! Todos repetem o mesmo. O animador sem parar grita novamente Hu Hu! E todos repetem. E por último grita Hô Hô! E encerra com todos gritando alto: Bravôo!

A cobra:
Todos em pé, um atrás do outro, o animador à frente levando a fila em volta do fogo fazendo zig zag e todos imitando e sibilando baixinho (shhhihhs) e aumentando até que todos param e gritam: Caça livre lobos de Seeonee!

Um dedinho:
Começa com o animador gritando: merece um dedinho? E todos batem o dedinho de uma mão à outra. Ele logo diz: Quem sabe dois dedinhos? E ele vai aumento para três para quatro até que no final ele grita: A mão toda! E uma salva de palma ecoa para saudar a apresentação.

Grito da Selva (para Lobinhos):
Chefe – RIP - Todos - Rip Rip Rip.
Alá ip? - Á Lup
Alá Áki - Bain kain
Há há
Chefe - Lombo de Balu
Todos - Aúúú
Chefe - Pele de Chery-Khan
Todos - Âne...
Chefe - Bigodes de Bagueera
Todos - Ih...
Chefe - dentes de Aquelá
Todos - Ah...
Chefe - RIP... e no final todos gritam Lobo!


Espero que o próximo fogo de conselho seja aquele que sempre foi: - Amigo, alegre, espetacular e todos no final de mãos entrelaçadas cantando: - Bem cedo junto ao fogo tornaremos a nos ver!