domingo, 31 de dezembro de 2017

Retrospectiva do ano. 2017 foi bom ou ruim?


Retrospectiva do ano.
2017 foi bom ou ruim?

            Nestas deliciosas paginas do Facebook, tem de tudo. Não leio todas, tempo eu tenho até demais. Mas como não posso ficar aqui sempre e preciso escrever comer, ir ao banheiro, almoçar jantar e dormir, ir a varanda dar uma olhada no tempo, dispensar os cobradores dizendo que não moro mais aqui, ligar a TV por meia hora e ver as notícias do dia então meu tempo muitas vezes é curto demais. Mas li duas retrospectivas de Facebookanos que foi interessante. Invejoso resolvi fazer a minha também. Vejamos:

Eu:
Nada de novo, envelheci prá “dedéu”! Comprei uma bengala, ando bengalando muito bem. Quebrei os dentes da frente em um tombo na calçada. Bem feito, quem mandou não ser sempre alerta? – Fui parar no hospital para tirar o uísque Ops! –Agua do pulmão. Foi divertido sair da rotina Facebookana. No pronto socorro do bairro virei freguês! No mais nada que mereça destaque. Vida de Velho Chefe Escoteiro não tem realce como de muitos que aqui vem dar seu testemunho. Não tive inimizades, na minha frente ninguém falou mal de mim, os que disseram que me amam eu nunca duvidei, pois sei que as palavras foram dirigidas com carinho ao Velho Chefe Escoteiro.

Brasil:
 - Tivemos fatos interessantes. Um presidente que não foi eleito, nunca foi prefeito, diz que é honesto, mas tá cheio de protestos! Santo ele não é! O Legislativo foi posto a nu. Em 2017 vimos cada figura de dar nó. Muitos tiveram dó do Palhaço Tiririca, mas porque votou nele? No congresso são todos santinhos. Não querem largar o osso do tutano. Adoram as imunidades, que beldades! Quem votar? Eu em nenhum. Ninguém brigou para diminuir as férias, Adoram trabalhar só dois dias na semana e não há reclamação. Enganam os tolos dizendo que trabalham nas bases. Bases? Que bases? Pago para ver eles lá atendendo seus correligionários. Cada um gasta quase cento e dez mil pratas por mês e alguém reclama? Deixe estar se acaba o foro eis que aparece o Super Moro! Nos que estão lá não voto em ninguém! NINGUÉM MESMO VIU?

- Continuando no Brasil:
- Eis que aparece um novo imperador... Debocha dos incautos, deita e rola no seu pedaço, quem é amigo do rei ele solta os outros que se explodam. Parece que é dono das leis, e ninguém ousa contrariar. Eita Gilmar do Supremo que se tornou alto mandatário daquele lugar! Gosto deste pais, de sua gente, ordeira trabalhadora, mas que se deixa enganar por um valente que diz que não mente e vai lutar pela gente quando eleito for. O tal Bolsonaro tem é papa na língua. Ele prende e arrebenta! Parece aquele presidente dos generais. E o Lulinha? Não tem nada, quem tem são os amigos que nada negam para ele. Não sabia da Petrobrás, nunca desconfiou do Rei do Rio um tal Cabral que não descobriu o Brasil. Passo longe!

Eita Brasil!
- Eita mesmo. Então quem vai ser nosso presidente? Quem escolher? Alkmin tá enrolado nos tuneis do metrô. Joaquim Barbosa? Será que ele acha que vai levar todos no grito de quem manda aqui sou eu? Marina que não fala nada acho que nem sabe governar. Ciro só tem papo e é melhor parar. Quem sabe o Luciano dá uma reforçada no carrinho velho da plebe no novo programa de governo: - Lata-Velha para os Pobres! Tá danado. Pensando bem, “tamo” roubado. Em quem votar? No seu candidato meu amigo? Quem garante? Foi escoteiro? Se foi esteve no CAN e na DEN? Se teve lá nem pensar...

E o Escotismo:
- 2017 a turma da liderança tirou o pé do lodo. Cobrou a rodo tudo que pode. Precinho camarada tamo vendendo até no cartão. Para melhorar as finanças lançaram novos distintivos, mais bonitos e chamativos. Você quer um? È só pagar e mudar! Dizem que fazem reuniões as claras. Pode ser quem sabe o sol nasceu prá todos e vai iluminar eles também. É 2017 teve menos acampamento e muitas boas ações a mando dos chefes limpando córregos, praças, plantando árvores e o escambal. Soube que alguns grupos levaram a sério o Sistema de Patrulhas, não deram desculpas de falta de local de campo, cobraram precinho camarada para a mensalidade e as atividades. Bom isso.

Chega por hoje.
- Não vou dizer que não gostei do ano. Foi bom como todos que atravessei até aqui. O bom é que não mudei de opinião, continuo Badeniano da Gema. Continuo dando meus “pitacos” na falta do lema servir, na transparência, na palavra do escoteiro, da cortesia da lealdade de muitos que deixaram a desejar. Está na hora de arregaçar as mangas e entrar em 2018 com o peito aberto: - Com honras, com ética, com transparência e com muito bom senso para escolher bem os novos mandatários do Brasil. Do Brasil, repito! Pois na UEB agora EB a gente sabe nada vai mudar, lá o gostinho do poder chegou para ficar!

Final:
- “E vamo que vamo”! Quem acredita parabéns. Quem não acredita faça sua parte para fazer do nosso pais um terra boa para morar e viver. Sem distinção de classe, cor, raça, credo, sexo, religião, riqueza e o escambal! Que o 2018 me ajude a pagar minhas dividas, que pague meus altos medicamentos, pois dinheiro não tenho. Que dê presteza aos exames de saúde alguns com mais de ano de espera. Bons Governantes? Bons dirigentes da UEB e regiões? Que o pecado que mora ao lado, morda o nariz dos duvidosos, dos intransigentes, dos teimosos e palmas aqueles que nem ligaram e continuam a dizer: - Esqueçam os dirigentes, o importante são as crianças! E você, ainda acredita no Saci de uma perna só?
FELIZ 2018!


Retrospectiva 2017. Quá! “Inté parece que foi onti”! Logo eu fazendo o que não sei fazer? Pois é, se alguns fizeram as suas pensei... Vado Escoteiro! Voce não tem coisa para contar de 2017? Tenho? Bem se tiver sei que só escreverei besteiras contando. Mas no disse me disse, escrevinhando soltei as raias da imaginação e “botei” no papel o que pude lembrar. E vamo que vamo, no final de 2018 se ainda estiver vivo farei outra também! Bom ano, boas entradas e boas escoteirada!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Olá! Tô te esperando 2018!


Olá! Tô te esperando 2018!

                       Ô lá lá! Lá vem a tarde chegando, pingos brilhantes caindo do céu produzindo uma pequena chuvinha e eu aqui hibernado neste quartinho só meu. Estou tentando viajar nas “tetas” dos meus escritos para contar do ano que vai embora. Começo “cavoucando” meus guardados de contos, para postar nas páginas da minha máquina do tempo que vai me levar para lugares que nunca vi e quem sabe nunca verei. Olhei os escritos e contos de BP... Humm! Hoje não. Quem sabe uma cantiga de lobos do Waingunga? Não dá! Mudei para os contos dos escoteiros, daquela bela escoteira, procurei os contos farsantes que escrevi nas asas da imaginação.

                      Deletei um que já estava pronto, que não gostei e que poderia ofender alguém. Vai publicar o que Velho Chato Escoteiro? Decida velho rabugento! Não sei. Tem que ser pequeno se não ninguém vai ler. Risos... Eu devia escrever livros, quem sabe “enricaria” assim? Tem hora que vejo meus amigos distantes como o Coelho apressado de Alice... “Ai, ai, ai"... Vou chegar atrasado demais! Educadamente eles me surpreendem e dão um curtir em todas as páginas que publiquei. Leram? Nem prá onça chefinho! E eu me transporto até onde ele ou ela está, no trabalho ou no acolá, tiro o relógio do bolso em um colete vermelho listrado de branco sorrindo e correndo para Alice não alcançar...

                     Mas eu gosto disto. Sei que um dia irei parar e nem vou saber se ainda lembram-se de mim, me procurando para expulsar o “monstro” (Alice) na festa louca do chá, e o Chapeleiro Louco juntando com a Lebre de Março, tentando consertar seu relógio atrasado. Meto o dedão no teclado, pá, pá e pá! Todos os dedos correm pelas teclas obedecendo às ordens da minha mente afiada e as palavras surgem aos borbotões. Pergunto-me em boa hora: - O que queres e o que procuras que já não tem escrito?

                   Nada de interessante. Se o acampamento acabou, se os vagalumes pegaram a estrada do Firmamento, não restou ninguém. Ah! Então é isto? O ano vai acabar? Vai embora para sempre? Quem vai ficar no seu lugar? 2018? - Bom isto seja bem vindo, abraços e beijos para você. Mas olhe ano novo meu amigo, atenda, por favor, meu pedido, não deixe ninguém chorar, ensine-os a sorrir e cantar! E então quando vier 2019 se eu não estiver mais aqui diga a todos, por favor, eu me vou, mas deixo uma lembrança, uma saudade de todos e meu “mais maiô de grande” aquele velho conhecido... Um grande e fraterno abraço!
Chefe Osvaldo, vulgo Vado um Escoteiro!

                 

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Cruzeiro do Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria, Insígnia de BP e o escambal!


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Cruzeiro do Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria, Insígnia de BP e o escambal!

                 Um dos principais sonhos dos jovens no escotismo é conseguir as Insígnias máximas validas para sua sessão. Que seja o Cruzeiro do Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria ou Insígnia de BP. Existe um certo orgulho quando vemos um jovem lobo, escoteiro, sênior e pioneiro (não esquecer as meninas e as moças) recebendo. Isto deve ser para ele ou ela uma conquista que o fará se orgulhar por toda a vida. São poucos, no entanto que conseguem. Alguns dizem que são os mais abnegados, outros dizem que é um privilegio tal distinção. Não sei se já fizeram um estudo completo sobre as entregas de tais distintivos ou qual o motivo de tão poucos recebem anualmente.

                   Poucos? Bem não posso afirmar, não tenho os dados de quantos foram entregues em todo Território Nacional. Será que os estados do sul e sudeste tem os melhores chefes ou são mais privilegiados? Existem dados fornecidos para que possamos saber? Muitos alegam que tem as respostas e se tem porque não dar mostrar a todos o relatório dos que receberam por estados e quantos são? Um Chefe uma vez me perguntou: E daí Chefe, o que ajuda saber quantos e quais estados receberam. Não seria melhor dar os parabéns pelo esforço que fizeram para receber?

                  Bem, não penso assim. Sei de milhares de jovens que tentaram e não conseguiram. As informações que recebo são dos relatórios que costumo ler e nas reclamações de chefes que me escrevem sobre tais temas. Eu não posso afirmar se são muitos se são poucos. Seria uma boa pedida se tivéssemos noção de quantos lobinhos Cruzeiro do Sul passaram para a tropa e ali permaneceram até receber seu Lis Ouro, passando para Sênior e conquistando o Escoteiro da Pátria até atingir o pioneirismo com sua bela Insígnia e BP. Conhecem alguém assim?

                Se forem muitos deveríamos ter a menor evasão escoteira de todos os tempos. Fico pensando uma equipe bem montada estudando o porquê tão poucos jovens estão recebendo tais distintivos por ano. Pensemos sem entrar no fundo da questão: - Quem são estes que conseguiram tais distintivos? Os mais abnegados? Os de classe social mais elevada? Os que a chefia achou que mereciam? Quem os adestrou ou formou para atingir os objetivos propostos o que pensam a respeito? Se acharmos nestas respostas boas interpretações, porque não levar este tema a todas as sessões dos grupos escoteiros no Brasil? Afinal as exigências são válidas para qualquer nível de formação educacional e estado social das famílias que tem seus filhos Escoteiros?

                Como não temos uma pesquisa para saber o porquê muitos jovens saem do escotismo não sei se este seria um dos motivos para a evasão de jovens. Sei que muitos dos chefes tem as respostas na ponta da língua. Sei de muitos dirigentes e formadores que podem dar aulas a respeito. Claro que não podemos esquecer-nos do Assessor pessoal. Mas têm dado resultado? Perguntamos. Se não seria valido mudar? Alguns dirão que não. Outros dirão que o que está colocado é perfeito para que cada jovem faça tudo para conseguir o que outros conseguiram.

                Fui Chefe de Tropa, de Alcateia, de Sênior e Pioneiro. Atuei como jovem em todas essas sessões e tive a honra de dirigir diversos cursos onde tal tema era preponderante para uma boa discussão em grupo. Na década de oitenta, chefiei um Grupo que em dez anos teve dezenas de jovens recebendo tais distintivos. Sabem por quê? Um dos nossos chefes se especializou nas exigências pedidas pela UEB e todos os processos eram bem feitos para contentar o responsável da Região e UEB em aprovar tais distintivos. Certo isso? Claro que não, mas a gente conhecia o jovem, vivia com ele e sua família, por causa de exigências que considerávamos absurda ele ficaria sem?

               Não afirmo e nem posso condenar, mas sei de muitos que recebem por terem seus pais por trás nas sessões. Sei também de muitos pais que desistiram porque seus filhos não receberam e isto feriu susceptibilidades. Sei que isto não se compara a vontade dos chefes em receber sua Insígnia de Madeira, mas me coloco como menino que lutou para conseguir o que sonhou e não conseguiu. Datas incorretas? Exigências incabíveis para alguns chefes adestrarem seus jovens ou quem sabe o programa não está seguindo as orientações da UEB.

                Dizem que no próximo relatório da UEB teremos mais de 80.000 associados na idade entre lobo e pioneiro. Dizem também que já estamos aproximando de 20.000 chefes registrados. Fantástico não? Assim teremos uma proporção de pelo menos quatro escoteiro por adulto voluntário no Escotismo. Isto é bom? Quais os resultados podemos esperar? De uma coisa eu sei, seria bom demais que pelos menos dez por cento desses 80.000 jovens pudessem alcançar seu sonho de receber tal distintivo. Chefe! 8.000? Impossível. – Pois é...   

               Fica um ponto de interrogação nas minhas dúvidas no tal desenvolvimento sustentável ou Programa Educativo. Existe no Escotismo? Sei que os programas são aplaudidos, mas e os resultados? Tem pesquisa? Alguém já pediu informações aos responsáveis pelas sessões para que pudéssemos ter uma ideia do nosso crescimento qualitativo? Quantitativo não adianta. Isto não mostra se nosso objetivo de formação da juventude e boa ou ruim e nem explica a alta evasão.

                Às vezes penso que a burocracia e a tecnocracia está além das classes sociais que compõe os jovens associados da UEB. Nos finalmente eu torço e desejo que os grupos escoteiros mais humildes possam ver um dia seus jovens recebendo muitos distintivos de Cruzeiro do Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria e a Insígnia de BP. Sempre Alerta para Servir! (sem o SAPS! Por favor!!!! Risos.   

Nota - O que você poderia dizer das vantagens e desvantagem das exigências feitas pela UEB para ser um possuidor do Cruzeiro do Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria e a Insígnia de BP? Como não acompanho as sessões pessoalmente e a validade do Programa Educativo e seus resultados, minhas opiniões são de um Velho Escoteiro que viveu tudo isso há muito tempo. Mas como diz o Lobinho, a gente abre os olhos e os ouvidos para tudo. E eu adoro meu lema Sempre Alerta!

   

sábado, 23 de dezembro de 2017

Você é Escoteiro?


Você é Escoteiro?

               Quando alguém lhe fizer esta pergunta, responda na hora: Sou sim, com muito orgulho e muito feliz. Diga para ele que está aprendendo a ser alguém, para que todos que te amam possam um dia orgulhar. Que você aprendeu que o caráter é importante em cada um de nós. Que ser leal é ponto de honra, e sua palavra é sagrada. Explique que está aprendendo que a honra faz parte dos honestos. Que a ética é mais que tudo. Que aprende tantas coisas que cada dia que passa mais se orgulha de ser um Escoteiro desta grande Fraternidade Mundial.

               Seja simples sem ser prepotente. Diga que ele não sabe, mas são tantas coisas maravilhosas que acontecem com os escoteiros, que hoje você sabe que a felicidade pode ser alcançada e você alcançou. Sem ser pedante diga que é um privilegiado por Deus em estar aqui. Explique que já viu um céu estrelado deitado na relva, em volta de uma fogueira cheia de amigos e amigas. Que viu constelações, cometas varando o espaço sideral deixando para trás um rastro de luzes coloridas. Diga que isto lhe dá certeza que existe um Deus supremo e que o escoteiro é puro nos seus pensamentos, nas suas palavras e nas suas ações.

                Fale naturalmente sem afetação. Explique que gostaria que um dia ele pudesse estar junto para experimentar como é bom dormir sob as estrelas! Ver o sol nascer e se pôr ainda vermelho no horizonte deixando uma marca profunda em nossos corações. Quem sabe um dia ele vai poder saborear o cheiro da terra molhada, ouvir o cantar de um riacho de águas cristalinas e do perfume das flores silvestres, do som maravilhoso da passarada, do piar da coruja em um carvalho qualquer. E se ele quiser poderá ver o lenho crepitando em uma bela fogueira onde todos riem, cantam e vão vendo as fagulhas subirem aos céus, languidas e serenas até que a aragem leva-as para longe.

                Mostre a ele como é lindo ser escoteiro. Sem egoísmo mostre a ele que ser Escoteiro é um privilégio de poucos. Não deixe de comentar os artigos da Lei, conte um pouco sobre a natureza, da chuva caindo em uma floresta, ouvindo o som imperdível aos ouvidos de um velho mateiro. Diga que temos uma ternura imensa com a natureza, que para nós é fácil encontrar o Norte e o Sul, orientar pelas flores pelos animais e insetos. Como seguir a sotavento, deixando o vento nos levar, sentir a brisa da madrugada, descobrir as flores desabrochando nas campinas distante.

               Sorria para ele entender como é bom depois de uma longa jornada, a gente tira o calçado e molhar os pés nas águas geladas de um belo riacho. Depois deitar com a mochila de travesseiro tirar uma soneca embaixo de uma frondosa árvore e olhar em volta sentindo o cheiro da relva cujo vento sopra com amor em nossa face. Tente mostrar a ele com é lindo chegar ao cume de uma montanha e ver o horizonte! Um espetáculo imperdível que poucos podem ver.

              Faça o convite a ele para ser um de nós sem ser interesseiro. Explique que nem todos tem a oportunidade de ter o que temos. Fale que aqui aprendemos que o medo é próprio dos fracos que é preciso ter coragem e amor para conviver em uma vida saudável e fraterna com os demais escoteiros. E se um dia ele quiser você vai apresentá-lo a um Grupo Escoteiro. Mas seja sincero, afinal nós sabemos que entrar qualquer um entra, mas ser escoteiro não é para qualquer um!

                E finalmente se ele pedir para pensar diga que será sempre bem vindo a qualquer tempo. Diga a ele que será mais um irmão de tantos milhões espalhados pelo mundo. E quando for fazer a Promessa em uma tarde de verão, conte a ele o que o nosso fundador Baden Powell ouviu de um Chefe Zulu que somente os valentes entre os valentes se saúdam com a mão esquerda. E finalmente dê a ele um abraço, aquele tipo Escoteiro que faz a gente se sentir bem. Explique que agora ele pertence a grande fraternidade mundial. Afinal ele sendo um de nós é nosso irmão e do mesmo sangue como Kaa nos ensinou. Agora ele irá pertencer a grande fraternidade mundial composta de todos os escoteiros do mundo.


           E quando ele estiver preparado convide-o, diga para ele colocar sua mochila, pegar sua tralha e com seu bornal e cantil partir com você cantando uma canção, para onde o vento quiser levar onde lá ao longe bem distante vão viver mais uma bela aventura!

nota - Seja mais um de nós e venha conhecer a maior associação de jovens do mundo. Ops! Escotismo não tem idade. Todos podem participar! Procure um Grupo Escoteiro mais perto de sua residência, e se em sua cidade não tem, não perca tempo, é hora de motivar alguém para começar um! Venha! Temos um lugar para você, tenho certeza que vai gostar!

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Uma pequena Crônica do Velho Chefe Escoteiro. Ser poeta!


Uma pequena Crônica do Velho Chefe Escoteiro.
Ser poeta!


A bela “Ragazza Escoteira” me perguntou: 
- Chefe, como faço para ser poeta? 
– Eu sem saber o que dizer ousei lembrar outro poeta: 
- Queria ser poeta, mais poeta não posso ser, por que poeta só pensa muito e eu só penso em escrever! Ah! Eu queria ser poeta, transformar sonhos de despedidas em uma doce saudade... E quem sabe tê-los entre as mãos e vivê-los de verdade... Quem sabe chorar, sorrir, sem medo de viver, aprender a amar a vida e de joelhos, sorrir ao me olhar no espelho. 

Eu queria mesmo ser poeta, agradecer a Deus em cada anoitecer, cantar e amar cada minuto vivido, e ao acordar lembrar-me dos meus desejos adormecidos, sabendo que foi bom enquanto durou. Eu queria ser poeta, amar e ser amado intensamente... Ter o passado e o futuro presente, fazer da minha vida uma sublime oração...

- Ela me olhou sorrindo.
- tudo isto Chefe?

- É linda escoteira, ser poeta é desafiar a própria mente, é sentir o mundo em redor, é ouvir a voz silenciosa do que o rodeia, é criar das coisas da vida frases de belas cores! É saber escrever textos de diferentes sensações, é ver no sol que nasce a lua que irá chegar... É saber mudar as desgraças fazendo surgir às alegrias, e do frio criar o calor! Quem sabe fazer dos sonhos realidades, deixar o sofrimento e a dor de lado. É olhar para uma simples flor à noite e conseguir ver sua cor...

- Nossa Chefe!
- Sorri para ela e continuei: - É sentir no peito a natureza, no coração o vislumbrar da sua beleza, ouvir os rios, sentir a brisa e ouvir a melodia da vida.

- Assim bela “Ragazza” se em tudo conseguir ver a beleza, e em tudo ouvir uma canção, então será poeta e o que escrever com firmeza sai de dentro do coração!  

Nota - Só para passar o tempo. Afinal eu não estou fazendo nada e você também, faz mal bater um papo tão gostoso com alguém? – Grande Jair Rodrigues, escrevia musicas como o poeta escreve um poema. Boa tarde amigos! 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Apenas uma lágrima Escoteira.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Apenas uma lágrima Escoteira.

“Lágrima aflora.
Na música lá fora
uma alma chora”.

                  “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre: não estão elas inscritas no teu livro?” Salmos 56:8. Lagrimas? Algumas têm este puro sentimento e outros têm dores. Mas é lindo quando ela expressa a alegria em ver gente sorrindo cantando e estando de bem com a vida. É comum ver um valente Chefe Escoteiro quando nota uma pequena lágrima a correr pela face se assusta. Ele pensa: - Nunca foi assim! Será que ele acredita que não fica bem para um líder mostrar sua lágrima mesmo nos momentos mais felizes de sua vida?

                Outros sorriem quando sentem a lágrima caindo pela face uma demonstração que sorrir pode trazer a felicidade. Esqueçamos agora as sensações românticas, inesquecíveis, devaneios da vida quando sentimos a lagrima cair e rolar pela face. Na vida escoteira ela irá existir. Não irá pedir permissão para rola na face até cair ao chão e desaparecer. São tantas os acontecimentos que não dá para segurar a hora que ela vai chegar. Pode ser uma Lobinha que sorri, olha para você com seus olhos brilhantes e sonhadores e com aquela vozinha pequenina a dizer: - Melhor Possível Chefe! Será possível evitar uma lágrima nesta hora tão sublime?

               Outras vezes a felicidade bate forte quando sentimos o orgulho de um escoteiro da tropa recebendo uma comenda escoteira. Não importa qual seja, basta olhar direito nos olhos daquele que recebe. Ele sorri e tem este direito, pois cada passo dado foi uma vitória e agora chegou sua hora: - Grupo Escoteiro firme. Escoteiro! Com orgulho entrego a você seu quinhão que tanto lutou para conquistar! - Uma lágrima aparece, corre pela face e cai ao chão abençoado.

                       Não sei você, mas conheço muitos inclusive eu que ao ver um fato importante na natureza e no universo sem perceber lá vem ela, a lágrima furtiva que faz a gente vibrar. Pode ser até mesmo numa história bem contada. Sei que existe aquela lágrima doida, da perda de um ente querido que relutamos em esquecer.

                      Lágrimas fazem parte da vida. Não tem como segurar. É mais forte que tudo. Nesta hora sufocada pelos sentimentos o coração bate apertado. Não tem jeito, só resta deixar a lágrima rolar para aliviar a dor e lavar a alma. Disseram-me ou me contaram que um dia a lágrima disse ao sorriso: - Invejo-te porque vives sempre feliz. O sorriso respondeu: - Engana-te, pois muitas vezes sou apenas o disfarce de sua dor...

                        É... Não sei se a lagrima vem ou ordenamos que ele chegue. Mesmo sabendo que o Chefe é forte pela razão, a Chefe é invencível pela lágrima. A razão convence; a lagrima comove. Já sentiu o sonho de um filho Escoteiro partir para uma grande atividade escoteira? A gente quer dar um sorriso, quer sentir força para saber que ele voltará, mas eis que a lagrima aparece calma, simples, rolando pela face calmamente como se não soubesse por que estava ali. Quantas vezes vimos varonis chefões escoteiros, de mãos entrelaçadas ao redor da fogueira a cantar displicente a canção do Adeus? Ah! Como são bobos, eles não querem olhar para ninguém, tentam evitar que vejam suas lágrimas que caem pela face caindo no chão abençoado.

                        Eu vi, juro que vi tantas lagrimas por este belo mundo escoteiro que nunca mais esqueci. Vi um Chefe nas campinas verdes do Centauro, olhando assustado um bem ti vi que cantava nas folhagens de um capim gorduroso. Vi uma Chefe espantada olhando o horizonte vermelho do sol se pondo tão distante onde nuvens brigavam entre si para deixar o sol passar. E do alto da montanha o Rio Altaneiro correndo por longos vales sem fim? Vi chefes chorarem em um desfile encantado com o orgulho de seus meninos. E a promessa? Quantas lágrimas? Mas a lágrima mais bela, mais singela foi quando um Monitor na jornada do sol de meio dia gritou: - Chefe uma nascente a sudoeste! Demais. Uma alegria estampada na tropa que na serra alcantilada uma bandeira arvora!

                     Qual o valor de uma lágrima? Acho que está no valor que você da à vida, no sentido em que deixa sua vida caminhar. Se deixar seu coração quebrantado deixará lágrimas valiosas rolarem, mas se endurecer seu coração colherá lágrimas de amargura e sofrimento. Deus resiste aos soberbos, mas aos mansos concebe graça e sabedoria. “Olharei o mundo através das lágrimas. Talvez eu veja coisas que eu não veria quando secos.” (Nicholas Wolterstorff). As lágrimas nos fazem entender o perdão, mesmo que leve tempo para isso. Menino! Eu juro! Eu dou minha palavra de Escoteiro! Eu vi milhões de lágrimas rolando pelas faces Escoteiras neste mundo afora. Lágrimas simples, lágrimas alegres, lágrimas chorosas. Lágrimas que valeram tanto que transformaram corações duros em corações cheio de amores e felicidades.


                    Escoteiros do mundo, escoteiros que tem sentimentos, que gostam de contar estrelas, que amam seu país e ao nosso Deus. Escoteiros que amam a natureza, que sentem uma lágrima cair quando ouvem o cantar de um pássaro no céu ou veem uma árvore florida. Escoteiros que sabem o valor de uma amizade, que gostam de dar as mãos, pois para eles o escotismo não tem fronteiras nem riquezas, nem cor, nem razões para odiar. Escoteiros que sabem o valor de sua lei, o quanto vale um abraço, um sorriso franco, aqueles que a gente vê uma lagrima, apenas uma lágrima aparecer escondida e rolar na face até cair ao chão. Escoteiros que sabem que a verdadeira lágrima não é a que escorre dos olhos e desce pela face, mas sim aquela que cai no coração e permanece na alma...

Nota - Sou lucidamente insano, malucamente calmo. Sou lágrima, sou sorriso. Pureza e pecado. Sou silêncio contido, palavras abstratas. Sou eterno no amor e efêmero na mágoa. Sou tudo ou nada! E você meu amigo Chefe me diga, suas lágrimas existem ou você tem o dom mágico de fazê-las desaparecer?

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Páginas da vida.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Páginas da vida.

O auto Retrato

No retrato que me faço, - traço a traço -
às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas, de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem, mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco - pouco a pouco -
minha eterna semelhança, no final, que restará?
Um desenho de criança... Terminado por um louco!

                      O poeta O S Marden escreveu um dia que quando na vida uma porta se fecha para nós, há sempre outra que nos abre. Em geral, porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada, que não nos apercebemos da outra que se abriu. Acredito que todos nós temos uma porta. Muitos a mantém fechada outros não. Somos milhares de adultos no escotismo. Cada um interpreta a sua maneira como viver escoteiramente para ser feliz. Uns mais outros menos. Um dia também fechei a porta que sempre deveria ficar aberta como escoteiro. Tentei ao meu modo deixar que só aqueles e, que eu acreditava passassem pela porta para abraçá-los. Vi que com o passar dos anos sem perceber, alguns não quiseram passar por aquela porta. Significa que na vida deles eu não tinha mais direitos em entrar.

                     Sempre quando celebramos datas especiais que falam do escotismo estamos vendo adultos e jovens enaltecendo o que se passa em seus corações. São palavras lindas e tenho certeza à maioria a tirou dentro de sua alma. Mas o escotismo é isto? Tudo é maravilhoso? Não existem portas fechadas? Portas que não se abrem? – Todos os dias vemos aqui e ali insatisfeitos. Por quê? Não se deram bem com os demais irmãos onde montaram barraca? Graças aos céus que temos condições de analisar o bom e o mau. Assim dizem. Seremos maus? Seremos bons? Difícil dizer. Onde está a verdade? Com aquele ou comigo? Temos amigos ele também tem.

                Um dia fizemos a mesma promessa, a Lei Escoteira nos foi apresentada e todos nas entrelinhas disseram um dia cumprir. – Deixe-me entrar em sua porta? Posso? Não? Você não me acha merecedor? E eu o que acho de você? Um incapaz? Alguém sem Espírito Escoteiro? 

                    Não são todos com as portas fechadas. Em muitos grupos escoteiros vemos no dia a dia o afastamento de um e outro. Tentou entrar em portas daqueles que considerou amigo e não conseguiu. Afastou-se. Foi para casa. Outros não desistiram e abriram novas portas. Portas que sempre aceitava os que quisessem entrar. Mas e os mais novos também não se sentiram do lado de fora? Esperamos muito. Muito dos adultos. Nem perguntamos o que eles esperam de nós. Cada um tem sua maneira de agir, de pensar, de analisar e estamos deixando de lado um fato, um ato que esquecemos completamente.

                  Ouvir. Ouvir sempre. Augusto Branco um sábio comentou o que seria saber ouvir: - Saber ouvir e saber calar: nisto consiste o supremo valor do silêncio. Ouvir, silenciar, pensar, falar, silenciar e pensar outra vez evitaria muita coisa dita em vão. Por falar apenas e pouco pensar, pessoas cometem erros difíceis de reparar depois. E por ouvir tanto menos do que pensam, piores erros cometem ainda...

                      O escotismo se cercou de muitos que falam muito. Esqueceram-se de ouvir. Resolvem, tomam atitudes, decidem e até falam palavras que machucam assustando uns e afastando outros que muito teriam a contribuir. A cada mês, a cada ano as cisões nos grupos escoteiros fecham portas que não vão abrir a não ser para quem os donos das chaves acham que merecem. A cada temporada de novos grupos que surgiram sempre estarão ali os insatisfeitos, os que queriam entrar por uma porta e a encontraram trancada.

                    Seria este o escotismo que queremos? É tão difícil compreender? Elogiar alguém mesmo que não o achamos merecedor? Norman V. Peale disse que o mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela critica. Verdade? Assim confirma Sigmund Freud que disse também – Contra os ataques é possível nos defendermos: contra o elogio não se pode fazer nada.

                  Precisamos mudar para acreditar em nós mesmos. Sei que é difícil. Um grande poeta Chico Anísio já falecido (risos, grande sim) dizia que palavras são palavras, mas outro que desconheço emendaram: – Agua mole em pedra dura tanto bate até que fura. Não custa nada, faça um elogio honesto e sincero e vais ver quantos amigos podem passar pela sua porta para lhe abraçar e agradecer. Ou nos conscientizamos que somos irmãos escoteiros mesmo com nossas deficiências, ou então as portas do futuro estarão sempre fechadas para nós.


                 Pois é, eu nunca me esqueço de BP com sua frase mais famosa – A verdadeira felicidade é fazer a felicidade dos outros. É ótimo ver os olhos sorrindo. Mesmo que estejam rindo de mim, das minhas palavras, dos meus escritos me sinto feliz. Obrigado, entre, pois minha porta sempre estará aberta para você!

nota -  No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo um carinho no momento preciso o folhear de um livro de poemas o cheiro que tinha um dia o próprio vento... Mario Quintana. Se divirtam com esta crônica. Amanhã um novo conto uma nova historia. Abraços fraternos. 

domingo, 3 de dezembro de 2017

Conversa ao pé do fogo. O que você faz para ser feliz?


Conversa ao pé do fogo.
O que você faz para ser feliz?

Muitas vezes esquecemos como e se sentir feliz e fazer os outros felizes é bom demais. Já pensou transformar o mundo em um cidade como Xangri-lá? Romance do Escritor James Hilton em seu livro Horizonte Perdido, sobre a história de uma cidade escondida nas montanhas do Tibet e que além de perfeita todos possuíam a felicidade no coração. Gosto de ver pessoas dizendo: - Ah! Como sou feliz! Tem um marketing na TV que atrai: - O que você faz para ser feliz? Foi então que me lembrei que nós Escoteiros temos muito em comum para sermos felizes. São muitas maneiras. Impossíveis enumerar todas. Deixo para meus amigos complementar as que faltaram.

- Na estrada, em fila indiana, sol de rachar, mochila pesada, o chefe diz: Quinze minutos de descanso! Você joga a mochila no chão, faz ela de travesseiro, deita respira, fecha os olhos de mansinho e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Muito frio, de rachar, você em volta do fogo apagado, difícil acender, você treme de frio, o fogo começa, enorme, calor gostoso, você sorri e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Jogo difícil, complicado, disputa enorme. O jogo termina, o chefe diz quem venceu. Palma escoteira. É sua patrulha, você sorri e diz: - Ah... Como sou feliz!

- No acampamento, fome enorme. Cozinheiro novato. Termina o almoço, duas da tarde, arroz queimado, bife cheio de fumaça, sem sal, você se serve, pede bis... Que fome! Comida gostosa demais e aí você diz: - Ah... Como sou feliz!

- Cerimônia de bandeira, todos perfilados, você é chamado. Cordão Verde Amarelo, você conquistou. Entregam a você. Você sorri e diz: - Hã... Como sou feliz!

- No acampamento, jogo forte. Quase três horas de duração. O Chefe DIZ: Hora do banho! Você pula no remanso, sente no corpo a água gostosa, fria, mas boa demais. Então você diz: - Hã... Como sou feliz!

- Falsa baiana sobre riacho, corda bamba, você gordinha, com medo, todos olham, estão rindo, você não desiste. Insiste e eis que chega ao outro lado. Olha para todos, sorri, você venceu e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Reunião de patrulha, votação para Monitor. Contam-se os votos, você ganhou, é o novo monitor, você sorri era seu sonho e então você diz: - Ah... Como sou feliz!

- Dia de prova na escola, matéria difícil, tem excelentes notas, já mostrou aos seus pais e agora vai mostrar ao seu chefe, ele sorri lhe cumprimenta e diz: parabéns. Bom demais e você diz: - Ah... Como sou feliz!

- Amiga escoteira sumida você sente falta, ela aparece, sorri para você, voltei para ficar. Você diz: - Ah... Como sou feliz!

- Mãos doendo, calos, alguns cortes, machadinha pesada, facão enorme, mas você olha e vê a mesa pronta no campo. Dá alguns passos para trás orgulhoso, olha com carinho dá um belo sorriso e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Entrou em um Grupo Escoteiro. Noviço um mês, dois meses, etapas concluídas. Disseram – sábado sua promessa. Semana longa, não passa! Chega o dia. Saudação! Prometo pela minha honra... Incrível, seu corpo vibra, nunca sentiu isso na sua vida olha para todos e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Duas horas, três, quatro, cinco e chegam ao cume da montanha. Respiração ofegante, mochila pesada. Mas valeu! Uma pedra linda, você senta e olha o horizonte, incrível! Vista maravilhosa! Fecha os olhos e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Jornada a pé. Difícil, cinco quilômetros, sol bravo! Queimando! Uma árvore, linda, frondosa! A patrulha para, deita em volta, uma brisa no seu rosto. Você pensa e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Dia de reunião. Você chega à sede, amigos, abraços, apertos de mão, o chefe aparece, olha você, mão esquerda, ele diz baixinho – Os valentes entre os valentes se saúdam com a mão esquerda! Você sorri e diz: – Ah... Como sou feliz!

- Bandeira! Ferradura! Todos perfilados. Saudação! Olhos firmes vendo a bandeira farfalhando no ar, subindo orgulhosa, sua pátria! Você sorri, está orgulhoso e diz: Ah... Como sou feliz!

- À noite alguém se lembra de uma linda canção escoteira, final de fogo, deitados na relva, céu estrelado, cometas cintilantes, todos cantam. Uma coruja pia, o corpo vibra e você pensa como ama o escotismo e diz: - Ah... Como sou feliz!

- Fim de curso. Vários dias. Muitos amigos. Novos irmãos escoteiros. Um círculo, mãos entrelaçadas, canção da despedida, lágrimas nos olhos, saudades chegando. Abraçam-se, e dizem – Nunca mais vou te esquecer me escreva me visite! Você fecha os olhos e diz: Ah... Como sou feliz!

- Grito da tropa, ou do grupo. Todos abraçados. Você participa. Sua garganta arranha de tanta força que faz... Olha ao redor, todos sorrindo. Vê a felicidade verdadeira, uma coisa inexplicável. E então você diz: - Ah Como sou feliz!

São coisas assim que marcam que nos transformam que nos faz ser quem somos. Uns chamam de coração Escoteiro, outros de filosofia escoteira. Como diziam os poetas, “Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.” São tantas coisas lindas que encontramos na nossa vida escoteira, que sempre lembro que as pessoas mais felizes não são aquelas que têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

Escotismo? - Ah... COMO SOU FELIZ!

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Oba! Oba! Aconteceu... Eu fui ao Jamboree do Brasil.


Oba! Oba! Aconteceu...
Eu fui ao Jamboree do Brasil.

        Beleza! Avistei do alto do morro a entrada do Jamboree. Sorri de orelha a orelha. Quanto tempo eim? Pensei. É, fazia tempo que não ia a uma atividade assim. Já estava “aperreado” de tanto ficar em casa. Precisava escoteirar, andar por aí, abraçar alguém dizer Sempre Alerta, Melhor Possivel ou Servir. Sempre recebi muitos convites, mas sempre num cantinho estava escrito: - Tem taxa – E neste jamboree a Taxa era 680 paus sem merenda, sem lanche, sem rancho ou rango. Pagando com antecedência 679 paus. Como um Velho duro e aposentado como eu podia ir? De graça? E o Chefe na portaria me cobrando? – Pendure meu amigo. O Chefe tá duro! Valha-me Deus.

        Estava mesmo difícil fazer escotismo hoje em dia. Sem tostão sua vida escoteira não vale um vintém. Mas lá estava eu na porta do Jamboree. Eu sabia que seria fantástico. Impossível imaginar quanta gente presente. Quem sabe encontraria amigos meus que fiz e nunca vi pessoalmente? Garbosamente marchei na trilha que me levava à entrada do campo. – Cantarolava uma velha canção do passado: ♫♫♫Aonde vais tu, oh Escoteiro, com teu bastão lesto a marchar! Candência certa passo certeiro, aonde vais tu a acampar?

         Era ônibus, caminhão, automóveis e até helicópteros cheios de escoteiros. Escoteiro rico é outra coisa. Nada como enricar, pensei. Duas patrulhas de jovens lindas da Suécia passaram sorrindo com suas sainhas curtas. Deram-me um tchauzinho. Beleza! Escoteirada bonita, alegre cheia de espírito de B-P vale a pena olhar. No portão fui entrando seguindo a escoteirada. Meu caqui estava soberbo. Bem passado, botões abotoados. Lenço de Insígnia bem dobrado, minha botina preta brilhava. De raiva coloquei minhas jarreteiras verde e amarela. Pensei em colocar meu distintivo de Primeira classe e meus cordões de eficiência. Não podia, Chefe não usa. 

          No chapéu o penacho verde e amarelo de Chefe de grupo. Chefe de Grupo? Boa Vado escoteiro, isto não existe mais. Agora é Diretor Técnico. Puxa! Nome pomposo, garboso supimpa! – A minha mochila verde garrafa do exército Inglês brilhava. Minha faca John Rambo à direita, a machadinha Mundial fazia jus a sua fama. Meu cantil Guepardo Western da última guerra estava cheio. Nada de água, só o puro uísque Chivas 18 anos. Afinal água se achava em qualquer lugar, uísque não.

           Marchando garbosamente eu ia junto a uma patrulha escocesa, todos tinindo de uniformização com seus saiotes Kilt coloridos. Lembrei-me do famoso Tartan do Clã dos Maclaren. Eu estava adorando. Finalmente ia acampar. Na cancela alguém gritou: - Ei velhote! Aonde vai? Respondi cantando: ♫Prá longe eu vou, a pátria ordena, sigo contente meu monitor... Ele fechou a cara. Nem pensar! – Doutor do Staff, eu disse. Só uma noite e logo vou partir. Só quero matar saudades.

          – Ele me olhou enviesado: - Fez a inscrição? Pagou? – Eu? Eu não Doutor Stafado! Pensei em ficar só um dia e não ia precisar. - Precisa sim. Sem pagar não entra nem com suas medalhas fajutas. Poxa! Fajuta minhas medalhas? Ganhei há tanto tempo e foi de graça! – Moço pagante do Staff da UEB, deixa eu ficar algumas horas somente. Logo vou embora! – Esqueça velhote, vá acampar em outra freguesia. Aqui sem taxa nem morto, nem se fosse Baden-Powell! – Coitado do velhinho até hoje é esquecido pelos grandões da UEB e que não dão o mínimo valor aos seus métodos.

             Pensei em dar nele uma bastonada na cuca. Lembrei-me que escoteiro é cortês. Insisti e ele fechou a cara. – Ele gritou! Leandro do Staff vá chamar mais vinte dos Stafados que pagam para trabalhar e levar este velho chato de galocha daqui! Não demorou e logo chegou à turma Stafada. Eram de arrepiar. Tinha Chefe barrigudo, cabeludo e barbudo de fazer dó com a tal camisa da vestimenta solta na pança. Os donos do poder chegaram logo. Eu já tinha lido sobre eles. Eram onze. Alguns com aquele sorriso fajuto e outros com cara de mau. Vestimenta? Camisa solta, sandália, lenço amarrado nas pontas, cabeludo e barbudo. Bem cada um veste como quer quem sou eu para condenar! Kkkkkk.

         – Então é você? Um gritou. – Eu doutor? Eu sou um pobre Velho Chefe Escoteiro, que não tem onde cair morto Excelência. Melhor mostrar respeito. Afinal eram os donos da EB e podiam me processar. – Aqui não entra, nem pagando velhote. – Doutor, tô duro, não tem fiado e nem caderneta para pagar no fim do mês? – Necas, aqui gente da tua espécie não acampa! – Mas Eminência, que espécie sou eu? – Outro respondeu: - Espécie naftalina. Só vive no passado e acha que seu tempo era melhor que o nosso! Ah! Ah! – Então era assim? Escorraçado do Jamboree só porque sou um Chefe naftalina? Desta vez não ia deixar de barato. Chega de o barato ser marido da barata.

             Agora era usar minha força de Ulisses, do tronco de Stallone, do sorriso brejeiro de Schwarzenegger. Fiz a velha pose de Shaolin. Lembrei-me de Jackie Chan, Bruce Lee e Jet li. Afinal não fui campeão de Briga de Galo quando era um raquítico Escoteiro? Não entrei na caverna do Morcego e enfrentei a morcegada só de cueca? Essa turma do CAN e da DEN ia ver quem era eu. – Um deles apitou. Assustei. Vá apitar assim na Tonga da milonga. Chegaram dezenas de chefes armados até os dentes. – Eram todos do Staff da UEB. Só chefes sem curso, sem Tropa, sem Alcateia. Vi que eram fajutos chefes escoteiros. Ia falar um palavrão, melhor não.

       Que seja! Não posso entrar? Tá bom! Vocês vão conhecer a força de um Velho Chefe conhecido como Vado Escoteiro, o famoso escriba da Patrulha Lobo. – Lembrei-me da pose de Daniel San, o lutador de Karaté: - Pedi ajuda ao Sr. Miyagi. A luta foi “braba” peguei um Diretor pelo “cangote”. Notei que a sua camisa era verde garrafa. Turma danada gostam de mudar de cores. Levei um sopapo na testa outro na “zoreia” e tudo rodopiou. O chão era pequeno demais para mim.


          Acordei caindo da cama e a Célia como sempre correndo para me socorrer. – Mulher! Gemi. Apanhei prá xuxú. Esta turma do Staff e do CAN não é mole. Agarram no cargo como carrapato e não querem sair e nem me deixaram entrar no Jamboree! – Ela sorriu. Sabia que eu estava ficando senil. Pois é mulher, seu marido não está com nada. Ela deu uma gargalhada. – Porque não vai para a varanda ver o sol nascer atrás das montanhas? Montanhas? Hummm! Ela também estava como eu. Ali não tinha mais montanhas. Sumiram na modernidade da vida!

nota -  O meu jamboree foi diferente. Sem terras do arrebol. Cantei uma canção dolente e na entrada me disseram chispa! Prá onde seu Staff? Pru diabo que o carregue! Aqui só entra a turma endinheirada, se não pode pagar vá acampar em Brejo Seco. Você não é amigo do Escoteirinho pobretão e o Zé das Quantas do salário mínimo? Ué, “Minino” vou te contar, meu jamboree foi demais. Quem sabe ainda vou lá no próximo quando for mais baratinho?