sexta-feira, 29 de junho de 2018

Crônicas de um velho chefe escoteiro. Distintivos de matilhas e patrulhas.



Crônicas de um velho chefe escoteiro.
Distintivos de matilhas e patrulhas.

Campeando displicentemente um tema na internet, eis que me dou de frente com um interessante: “Distintivos de matilhas e patrulhas”. Saudoso da minha época, onde vibrei quando o monitor colocou os quatro cadarços verde e amarelo da Lobo lá fui eu a pesquisar o que ali estava escrito. Dizia:

- Distintivo de Matilha.
- Ao ser investido e definitivamente integrado à Alcatéia, incorporando-se a uma Matilha, e sempre que for transferido de uma Matilha para outra, o lobinho receberá do Chefe de Seção o distintivo que o identifica como integrante da Matilha.
O distintivo de Matilha deve ser usado na manga esquerda da camisa, cerca de cinco cm abaixo do ombro. E um triângulo eqüilátero com 3,5 cm de lado, em tecido, na cor que dá nome à Matilha; opcionalmente, poderá ser usado o modelo aprovado pelo Escritório Nacional e comercializado pela Loja Escoteira Nacional.

- Distintivo de Patrulha.
Ao ser definitivamente integrado à Tropa, incorporando-se a uma patrulha, e sempre que for transferido de uma patrulha para outra, o escoteiro receberá de seu Monitor o distintivo que o identifica como integrante da Patrulha. A Assembléia da Tropa escolherá qual dentre os dois modelos abaixo adotará:
O Distintivo é formado por quatro tiras de tecido, medindo 1,5cm de largura e 10 cm de comprimento, na cor ou cores características da Patrulha, costuradas lado a lado em uma tira de tecido da mesma largura e numa das cores características da Patrulha. Deve ser usado pendente do lado esquerdo da camisa

- Distintivo de Patrulha Sênior ou Guias.
Ao ser definitivamente integrado à Tropa, incorporando-se a uma Patrulha, e sempre que for transferido de uma Patrulha para outra, o sênior receberá do seu Monitor o distintivo que o identifica como integrante da Patrulha.
O distintivo de Patrulha deve ser usado na manga esquerda da camisa, cerca de cinco cm abaixo do ombro. E um quadrado de tecido com 3,5 de lado, de uma só cor característica, quando o nome da Patrulha corresponder a um acidente geográfico, ou dividida diagonalmente, a partir do canto superior dianteiro, nas duas cores características, quando a Patrulha adota a denominação de uma tribo indígena; opcionalmente, poderá ser usado o modelo aprovado pelo Escritório Nacional e comercializado pela Loja Escoteira Nacional.

- Deixei de lado as novas representações destes distintivos. A Escoteiros do Brasil com o intuito de facilitar e faturar criou novos distintivos, vendidos é claro tirando quem sabe boa parte da característica da mística do passado. Ainda lembro-me do monitor dizendo: Vado a confeção é sua. Mamãe me ensinando e quando ficou pronto dei um belo sorriso. Certo ou errado ainda acredito na confeção e na colocação daqueles tempos que deviam ser preservados. Cadarço para escoteiros e seniores, e o da matilha um triângulo em feltro da cor da escolha da matilha.

- No cerimonial de promessa, a alcateia ou a tropa formada, o primo ou monitor tendo à frente o “promessado” com toda pompa que investe esta cerimônia, ouvir o graduando dizendo: Chefe esse é fulando de tal, que vai fazer a promessa! - Ver as palavras da akelá ou do chefe e vendo o “promessado” com toda sua emoção fazer a promessa era de tirar o folego. Então o chefe do grupo colocava o lenço, o chefe da tropa o distintivo de promessa e o monitor ou primo orgulhosos lá iam colocar o da patrulha ou matilha. E quem sabe seus pais o chapéu ou o Boné. São coisas presas no tempo, como se o lugar das belas misticas que existiam outrora devessem ficar presas na solitária do passado para nunca mais voltar.

Nota - Como sempre cá estou eu cutucando minhas ideias, formatando o passado no presente sem deletar nada, nenhum vintém dos meus tempos de lobo e escoteiro, como a lembrar de uma simples cerimônia de promessa, a receber meu distintivo de Matilha ou Patrulha que fiz questão de confeccionar. Hoje? Hoje você paga e recebe... Nada mais!

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Conversa ao pé do fogo. Entrega do lenço da Insígnia de Madeira.



Conversa ao pé do fogo.
Entrega do lenço da Insígnia de Madeira.

- Há tempos recebi um e-mail de uma amiga escoteira me perguntando qual seria a cerimônia correta da entrega do lenço da Insígnia de Madeira. Pelo que tenho visto a entrega poderia ser incluída como as demais solenidades de entregas de certificados e condecorações. Não sou muito fã destas solenidades. Deixam os jovens de fora e sua família escoteira muitas vezes nem são consultados. Sei que isso vai de encontro ao pensamento de muitos dirigentes distritais, regionais até mesmo os nacionais. Pelo sim pelo não, abaixo a carta que enviei a ela como resposta.

Cara amiga.

Não existe uma norma escrita para a entrega do Lenço da Insígnia de Madeira. Infelizmente as regiões e distritos gostam de fazer suas próprias cerimônias e ai entregarem não só a IM como também condecorações e certificados de mérito. Acho isto ruim, pois aqueles que viveram com o agraciado, que lhe deram alegrias e fraternidade muitas vezes não estão juntos.

Quando fui Chefe de Grupo hoje Diretor Técnico tinha sempre guardado em lugar de destaque um tronco de mais ou menos quatro ou cinco polegadas, descascado na frente e escrito GILWEL PARK. (os números do exemplo é um código do grupo que o fez, não é importante). Em cima uma machadinha (vide desenho) limpa, cabo envernizado representando nosso campo onde o adestramento Escoteiro nasceu.

Ao entregar a um agraciado o lenço colocava o tronco em cima de uma mesa, com o cabo voltado a direita dos demais escoteiros e então dizia algumas palavras àquele que ia receber. Criei uma tradição pegando na ponta do lenço (já dobrado) e batendo de leve com ele em cada ombro como se fosse uma espada ao lembrar-se do Rei Arthur ao formalizar um cavaleiro na Távola Redonda. Lembre-se era uma tradição em nosso grupo.

A entrega era feita sempre por um Escoteiro mais antigo da sua sessão (caso ele fosse Chefe Escoteiro) e ou ao Lobinho ou Lobinha mais antigo. Ficava por conta do Chefe do grupo (risos, Diretor Técnico) colocar o colar de contas.

Alguns grupos aproveitam para renovar a promessa do agraciado. Não sou contra, mas quer saber? Nunca renovei a minha. Por quê? Se eu fiz uma quando em frente à Tropa escoteira do meu coração jurei ser Escoteiro dentro dos princípios da lei e promessa e perante a Deus nosso senhor. Não tinha o porquê renovar. Ainda mais que como adulto inspiram na promessa dizer “Servir a União dos Escoteiros”. Ora bolas, me obrigar a dizer isto? A UEB não é aquela que nos ajuda, participa conosco, nos mostra o caminho e eu jurar a ela? Never. Mas olhe, são coisas idiotas de velhos escoteiros como eu. Não me copie.

Não estenda a solenidade. Não deve ser mais que cinco ou dez minutos. Nada de discurso quem sabe ler um pequeno lembrete. Eu gosto muito do alfaiate que fazia uniforme para os novos que recebiam a insígnia. Caso queira uma cópia é só pedir. Lembro que os dirigentes guardam a sete chaves as insígnias e condecorações, assim como diplomas de mérito para eles mesmos fazerem a entrega quando de uma solenidade qualquer. Escreva ao regional ou distrital se alguém do seu grupo estiver esperando e diga a ele de sua pretensão da entrega no grupo Escoteiro.

Desejo ao agraciado que ele tenha pela sua nova postura como membro do primeiro Grupo de Gilwell (interessante que não tem o segundo e o terceiro grupo só o primeiro. Risos. Coisas de B-P e suas tradições) muitas felicidades, que ele ou ela entenda que ainda falta muito para alcançar um padrão uniforme para dar ao jovem o que ele espera de nós. A IM não é um passaporte para o distrito, região ou UEB, ele é simplesmente uma força que ajuda a cada um que a recebe ser um pouco melhor que todos esperam dele.

Ao seu dispor desejando a todos agraciados meus parabéns e que seja uma conquista que faça de agora em diante um exemplo para todos. Que a tropa ou Alcateia do agraciado também seja o esperado na formação que nos deixou BP dentro de seus princípios e métodos.
Abraços fraternos.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Origens do nome Gilwell Park.



Origens do nome Gilwell Park.

Gilwell... Um nome. 
O prefixo “Gill” vem de uma palavra do inglês antigo que significava: Vale ou depressão. O sufixo “well” vem do inglês antigo “wella”, que significava nascente ou ribeiro. Assim, Gilwell seria um vale com uma nascente ou ribeiro. O mais antigo registro de terras pertencentes ao Parque de Gilwell (ou Gilwell, como se escrevia antigamente) remonta a 1407, quando faziam parte da Paróquia de Waltham Abbey. O seu proprietário era John Crow, que chamava às suas terras “Gyldiefords”. As terras mudaram de dono poucos anos mais tarde e, como era hábito na época, o novo dono (Richard Rolfe) alterou o nome das terras para “Gillrolfes”, usando o seu próprio apelido.

Gilwell… um parque com história.
Ao longo dos vários séculos, as terras que hoje constituem o Parque de Gilwell mudaram de proprietário diversas vezes, tendo sido agregadas e divididas várias vezes. Na década de1730, as terras de Gilwell foram guarida para um Místico salteador inglês Dick Turpin. Em1793, a família Chinnery mudou-se para Gilwell, tendo sido os mais importantes ocupantes do parque. Esta família era um modelo da alta sociedade londrina, dinâmicos, enérgico se ligados às artes. William Chinnery, um jovem ambicioso com um rápido sucesso profissional foi agregando à propriedade outros terrenos ao redor que iam aparecendo para venda.

Gilwell… um parque com história.
Margaret Chinnery transformou os terrenos em magníficos jardins e decorou o edifício principal a rigor, organizando frequentemente serões chamando, assim, as atenções da alta sociedade. Até os membros da família real eram frequentadores de Gilwell, como o Rei Jorge III, o Príncipe Regente e o Duque de Cambridge. Ao longo dos vários séculos, as terras que hoje constituem o Parque de Gilwell mudaram de proprietário diversas vezes, tendo sido agregadas e divididas várias vezes. Na década de1730, as terras de Gilwell foram guarida para um místico salteador inglês, Dick Tupin.

Em 1812 foram descobertos os estratagemas fraudulentos que William Chinnery usava para desviar enormes quantias de dinheiro dos cofres do reino e assim alimentar a glamorosa vida social da família, tendo-lhe sido confiscado o Parque de Gilwell. Gilwell foi posto à venda através de um leilão, mas, por causa do escândalo com os anteriores donos, só foi comprado em1815, por Gilpin Gorst, pelo preço de 4940 libras. A propriedade voltou a mudar de dono várias vezes. Em1858 foi comprada por William Gibbs, um industrial excêntrico, poeta e inventor. “A sua invenção de maior sucesso foi o creme dental Gibbs”, produzida na sua própria fábrica. Após a sua morte, em1900, mulher e filhos viram-se incapazes de manter a propriedade em boas condições, dados os elevados custos de manutenção, acabando por vendê-la.

Escoteiros compram Gilwell Park.
William Frederick de Bois Mac Laren era um generoso empresário escocês bem sucedido e também escoteiro, sendo Comissário Distrital (dos escoteiros) na Escócia e grande amigo de BP. William Pertencia ao clã escocês dos Maclaren, que remonta ao século XIII, cujo Tartan encontramos no Lenço de Gilwell. Faleceu em Junho de 1921. Numa visita que fez a Londres, Maclaren impressionou-se ao ver os escoteiros londrinos fazerem as suas atividades em ruas e terrenos baldios. Em Novembro de 1918, Maclaren contatou BP, manifestando-lhe o seu desejo de comprar um campo escoteiro para a associação, que ficasse perto de Londres e acessível aos escoteiros da parte oriental da cidade.

B-P falou nesta ideia a Percy Bantock Nevill, na época Comissário para Londres Oriental. Ainda em Novembro, Maclaren e Nevill juntaram-se para discutir o assunto e, após estudar várias opções, acordaram em procurar uma propriedade em Hainault Forest ou em Epping Forest, tendo Maclaren oferecido sete mil Libras para a compra. Vários grupos de pioneiros procuraram propriedades em ambas às áreas durante algum tempo, sem sucesso, até que, um dia, o dirigente John Gayfer sugeriu a Nevill o Parque de Gilwell perto da vila de Chingford, onde costumava ir observar aves, e que estava à venda. Nevill visitou o local e ficou bem impressionado, apesar do aspecto deplorável em que se encontrava o parque. A propriedade, com um total de pouco mais de 214 mil metros quadrados, estava à venda por exatamente sete mil libras. B-P visitou o local no dia 22 de Novembro.

Feita a compra, Nevill levou para Gilwell os seus Pioneiros, na Quinta-feira Santa de 1919, para começarem uma operação de limpeza e recuperação durante as férias da Páscoa. Os edifícios estavam degradados e a vegetação desgovernada cobria os terrenos. Na primeira noite descobriram que os terrenos eram demasiado úmidos para montar tendas, por isso ficaram numa velha cabana de jardinagem que batizaram de “The Pigsty” (pocilga, chiqueiro), que ainda hoje existe. As despesas com a recuperação do edifício principal foram subestimadas, mas Maclaren, entusiasmadíssimo com os trabalhos, doou mais 3 mil libras. Durante vários fins-de-semana, Escoteiros e Pioneiros deslocaram-se ao Parque de Gilwell para participar dos trabalhos.

Em Maio de 1919, Francis Gidney foi nomeado Chefe de Campo, orientando de forma mais consistente e direcionada os trabalhos de recuperação. A inauguração oficial do Parque de Gilwell deu-se a 26 de Julho de 1919. A esposa de Maclaren cortou as fitas e o próprio Maclaren foi condecorado por B-P com o Lobo de Prata.
O parque evoluiu muito desde 1919 até hoje, com novas construções, reconstruções e marcos importantes.

Formação de dirigentes.
B-P deu os primeiros passos na formação de dirigentes, organizando palestras no início da década de 1910. Era evidente que esta formação era demasiado teórica e era necessária uma vertente mais prática, só possível com um local adequado. B-P convenceu Maclaren de que o Parque de Gilwell era suficiente para albergar também um centro de formação de dirigentes.

Gilwell e a Insígnia de Madeira.
Na história do Escotismo, o Parque de Gilwell e a Insígnia de Madeira têm um lugar de destaque pela sua longevidade e importância no Movimento. O parque é um local místico que todos os Escoteiros procuram visitar quando vão à Inglaterra, sempre repletos de jovens e adultos nas mais diversas atividades. Foi aqui que surgiu a Insígnia da Madeira, no curso de formação de dirigentes que, entretanto, se espalhou pelo mundo. Seguindo as linhas orientadoras definidas por B.P, Gidney dirigiu o primeiro curso de formação de dirigentes em Gilwell, de 8 a 19 de Setembro de1919, com 18 formandos.

Fizeram parte dos conteúdos temas como organização de patrulhas, pioneirismo, faca e machado, formaturas, marcham, bandeiras higiene e saúde em campo, latrinas, fogueiras, tendas, campismo, pontes, fauna e flora, Morse e homógrafo, pistas, jogos, medição de distâncias, mapas, etc. o curso foi um sucesso, ficando conhecido como curso da “Insígnia de Madeira”, devido à certificação que era dada a quem o concluísse.

Nos primeiros cursos, os formandos eram divididos em patrulhas e aprendiam como treinar os seus rapazes através de jogos. As atividades práticas, ao ar livre, eram a parte principal.
Nota – Uma viagem além dos muros de Gilwell Park, uma história cheia de místicas e origens que marcaram o escotismo no mundo. Nada que se disser de Escotismo pode ser entendido fora de Gilwell Park. Era sim mais verde a grama lá em Gilwell!

sábado, 16 de junho de 2018

Meu prezado amigo Rael.



São Paulo, 16 de junho de 2018.

Meu prezado amigo Rael.

Hoje indo a Padaria, subindo a minha rua ouvi um assovio... Isso mesmo, igual o que usávamos na Patrulha lobo para nos identificar. Pensei que era alguém da Patrulha... Não era. Deu-me uma saudade amigo, saudade danada de tempos que não voltam mais. Afinal eu e você somos os últimos dos Moicanos, pois os demais já partiram para as terras dos seus ancestrais. Ninguém entendia nossos sinais, nosso Campo de Patrulha único, nossas aventuras que fizemos pelo vale do Rio Doce, pelo São Francisco, Na Zona da Mata, no Vale do Aço, no Mucuri e lugares demais para contar toda nossa epopeia em cima dos nossos Cavalos de Aço, em busca de aventuras e conhecimento.

Ficamos sós meu amigo, só eu e você. Tãozinho se foi há oito anos, Chiquinho mais novo também partiu. Romildo dizem bateu o caminhão na Rio Bahia e nos deixou órfão de Monitor. Fumanchu nosso cozinheiro (Pedro Lima) um dia me disse que ia enricar em Serra Pelada e nunca mais voltou. Nem sei onde anda o Darcy, nunca mais deu notícias. Quantas farras escoteiras, quantos sustos nos acampamentos em lugares nunca antes imaginado. Outro dia li uma frase do Filme Forrest Gump que dizia: - A vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai encontrar.

Sabe Rael soube que tem um novo Grupo Escoteiro em Governador Valadares. Chama-se Pedra Negra. Novo não, já fez 16 aninhos e torço para que chegue nos 100 anos. Quantos anos existiu o São Jorge? Chefe João Soldado um dia me disse que ele começou em 1938. Ele ainda não tinha entrado para a policia militar. Foi o Capitão Barbosinha que o convidou para Chefe do São Jorge. Lá pelos idos de 1943. Não entendia nada de escotismo. Marchou como pode, trouxe o Munir para fazer a maior banda já existe nas Minas Gerais. Quantas histórias eim Rael? Quantas? Não dá para contar. Me parece que o grupo fechou as portas em 1966.

Interessante Rael, entrei na Patrulha e logo você chegou. Não quis ser Lobinho. Entrou com dez anos? Não lembro mais. Agora você sempre foi prá frente, além do que fomos. Em Teófilo Otoni você foi procurar o prefeito para um almoço, em Itambacuri fez a festa com a meninada na praça fazendo jogos. Não foi você quem disse que era fácil escalar o Pico do Ibituruna? Subimos duzentos metros e cadê a passagem secreta que você disse existir? Contou potocas que lá tinha uma antiga caverna dos índios Pataxós e que eles faziam seus rituais satânicos lá. Risos. Eita Rael, Romildo ficou uma fera, nem gruta, nem caverna nem nada e descer? Medo, ficamos lá até no outro dia prensados entre o paredão e o Rio Doce com medo de descer...

Mas de todas Rael a que eu mais gostei foi à jornada de bicicleta na trilha atrás do Ibituruna. Nos levou aquela serra que apelidamos de Serra do Escorrega Sapo, e que encontramos um Jipe com três capuchinhos que sorrindo desceram e nos benzeram. Risos. Foi demais. Quanto de subida? Oito km? Por aí. E meu tio americano Jerry? Fez Dona Sinhá assar um frango no forno a lenha só porque jurava que era o melhor frango frito da terra. Eita tio danado. E como contou histórias dos Boy Scouts. A gente nem sabia o que era. Kkkkkk.

E quando chegamos ao arraial de Terra Seca? Vinte? Cinquenta casas? Paramos naquele boteco, sujo de poeira vermelha, e nem pão tinha. E o susto? Um sujeito magro que nem soubemos o nome, desceu do cavalo e gritou: Leôncio! E ele, o que você quer comigo? E o magrelo com um colt na mão deu nele três tiros. Risos. Confesso Romildo que fiz xixi na calça sem parar! Kkkkkk. Mas valeu foram cinco dias para chegar em Itahomi, Tarumirim e Residência. Na Rio Bahia em construção só lama. Andamos empurrando as bicicletas por mais de quarenta quilômetros.

Mas Rael, não vou contar ou lembrar nossas aventuras escoteiras. São tantas que cada uma foi melhor que a outra. Mas aquela de Itahomi e a de Conselheiro Pena ficaram na história. Ainda bem que não foi você quem disse que lá tinha bandeirantes, todas lindas demais. E chegando lá fomos recebidos como reis. O Prefeito o Presidente do Lyons Club, do Rotary querendo agradar. E as meninas? Nem sinal.

Rael achei essa foto sua. Já era Sênior. Não sei se foi em Resplendor ou em Conselheiro Pena. Que cara fechada meu! Você tinha um belo sorriso e como sabia contar lorota. Porque não virou escritor como eu? Kkkkkk.

Vou terminando, pretendo se der uma melhorada ir até BH visitá-lo. Afinal já esteve na minha casa aqui em Osasco e devo uma visita. Olhe desejo para você tudo de bom e, por favor, não vá primeiro que eu. Não quero ficar sozinho outra vez. Perdi tantos amigos daqueles tempos que hoje só resta você. Abraços meu amigo e não esqueça do assovio, ninguém mais sabe só eu e você sabemos dele. Risos.

Sempre Alerta!

Nota – Rael foi meu companheiro de Patrulha Escoteira e Sênior. Grande amigo, não saia da minha casa. Minha mãe o tratava como filho. Depois casei, cresci e ele continuou frequentando minha casa. Sumiu por uns tempos e alguns passados me telefonou e veio me visitar com sua esposa. É o único que sobrou da Lobo. Todos outros sumiram ou morreram. Bons tempos, boas lembranças de um passado que valeu a pena viver.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Escoteiro Chefe do Brasil!



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Escoteiro Chefe do Brasil!

                 Lord Vado, estamos a sua disposição. O Presidente Temer vai receber o senhor hoje à tarde. Temos um Teco Teco emprestado da Odebrecht a sua disposição na Base Aérea em Congonhas. O Presidente pede se possível ir com seu uniforme caqui e o chapelão. Ele adora o garbo e boa ordem e acha que os escoteiros são mestres no exemplo! Olhei espantado de novo para o Oficial da Aeronáutica muito bem uniformizado, garboso que falava comigo. Acho que ele ainda não conhecia o relaxamento da Vestimenta, por sinal caro, desbota e é de confecção duvidosa.

                - Sem abrir o portão disse para ele: - Deve haver algum engano amigo. Eu não sou Lord e nem recebi nenhum convite do Presidente. – Pensei com meus botões não seria isso coisa do Ministro Deputado Carlos Marun? Ou do Ministro Gilmar Mendes? - Coronel! O senhor pode me dizer o que ele quer comigo? - Lord Vado, o Presidente precisa de algum idiota para lhe aconselhar. Disseram que aqui no Facebook o senhor aconselha e ninguém lhe dá a mínima! É disso que ele precisa! Ele cansou de ouvir “Fora Temer” – O cara comprava briga. E ele não sabe quem sou eu.

                  O Coronel continuou – O Ministro Carlos Marun o boca larga quer que o senhor sirva de exemplo. Quer mostrar para o Brasil como um aposentado vive duro, sem dinheiro, sem Money, sem tostão, sem cartão de crédito, sem talão de cheques. Ele quer saber como vive um sem banco. – Coronel eu não sou Lord, sou o Vado que nasceu em Barra do Cuieté Minas Gerais. O Coronel riu. – Olhe Lord Vado, a verdade é que circula por aí que a UEB vai ter agora um Escoteiro Chefe. Se as outras associações já tem por que não a EB? Ele soube que tem um mineiro lá no CAN que quer imitar o Maduro e fazer seu próprio Estatutos. O Temer não tem medo do Moro, mas com o senhor escoteirando em Curitiba ele fica mais tranquilo. Cacilda! – Onde amarrei minha égua? O que diria Baden-Powell que deu um duro danado nas forças militares inglesas, que foi herói na guerra do Transvaal, que foi aclamado o rei de Mafeking e suou para conseguir o título de Lord?

                 Conversei com a Célia e perguntei se ela não queria ir comigo. Ela riu e disse que não. Programa de índio marido. – Isso me cheira a UEB e suas taxas absurdas. Quem vai pagar? Perguntei ao Coronel. – Calma Lord Vado, os cinquenta e um milhões do Geddel não faz falta ao presidente. Ele sabe onde anda a fonte. Ele sabe de onde sai o “tutu” do PT que paga os pobre coitados que ficam gritando Lula a troco de um sanduba e um copo de suco. Entrei no Jeep da FAB reclamando por que não foi uma limusine. No aeroporto entramos pelas portas do fundo.

                 Antes de embarcar diversos oficiais da aeronáutica me deram os pêsames. Pêsames? Por quê? Perguntei. – Um deles riu e disse – Lord Vado eu não queria estar na sua pele. Fiquei sabendo que o Gilmar Mendes está assim com o presidente. Ele já disse que quando sair do STF vai assumir a CUT. Minha Nossa Senhora! Desta vez estou frito. Não sou simpático à segunda turma do STF. Eles se acham reis. Parecem a turma do CAN e da DEN que decidem tudo sozinhos! Rarará!

                 Chegamos a Brasília. Esperavam-me em um fusquinha sem batedores. Estranhei. Já fui um soberbo soldado da nação. Saudoso corneteiro das noites enluaradas a tocar continência à autoridade, a alvorada e o silencio em Juiz de Fora lá pelos idos de 1959.  Na porta do Palácio do Catete, Ops! Desculpe é que achei que iam me descer o cacete e vi que estava de frente ao palácio do Planalto. Na rampa o presidente Michel, a Ministra Carmem Lucia o presidente da Câmara Rodrigo Maia e claro o Marun sapo boi como sempre. Amarrado na grade os irmãos Joesley e Wesley da JBS, e alguns chefes escoteiros que se declararam contra a EB. – Lord Vado, chegou na hora do fuzilamento. – O que? Eu não vim aqui para isto! Soltem todos! Gritei. Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros. – A Senadora Gleisi Presidente do PT com a com a turma da CUT na explanada gritava: Põe fogo no Palácio escoteirada. Fora Temer e o Lula mesmo preso para Presidente do Brasil!

                   Olhei na esplanada e não vi nenhum Escoteiro. – Presidente, não convidou os escoteiros? Não Lord Vado, o senhor sabe se convidar a UEB iria querer cobrar uma taxa e sua porcentagem é alta. Deixaram os pobres amarrados e me levaram para uma sala. Achei que seria de reunião, mas não era. Tinha grade. Dois guardas na porta. Logo chegou o Ministro Gilmar Mendes com aquela cara de buldogue e aquela conversa de sabe tudo das leis do Brasil. – Lord Vado, ele disse – Tenho ordens da Presidente da Supremo Tribunal Federal, Ministra Carmem Lúcia que em sessão solene mandou trancafiá-lo por vinte anos e acusá-lo de tentar atrapalhar a Operação Lava Jato Escoteira do CAN e da DEN! – Putz Grila! Fui traído? Isso era coisa da UEB, só podia ser. Se gastam os tubos para espancar nos tribunais as outras associações escoteiras que dirá um pobre chefinho mineiro? Comecei a gritar, a esbravejar, a urrar e pular feito onça enfezada!

                    Pensando em me safar, Jurei que não ia dar pitaco nas mudanças fajutas dos Estatutos e nem na empulhação da pesquisa da Evasão. Disse que não tinha a senha do PAXTU, jurei que não iria comentar nada sobre a evasão que é uma vergonha para o escotismo brasileiro. Jurei tanto que levei uma bastonada na cabeça pelo presidente risadinha do CAN. Maldito mineiro. Era briga? Então tá! Lasquei do meu bornal meu bastão elétrico com ponteira de aço, coloquei na esquerda minha machadinha e na direita minha faca Mundial. Deveria ser uma faca do Stalonne, mas cadê o Money para comprar? Comecei a apanhar e bater gritava feito um danado.

                       Marido! Marido! Acorda! Tem de parar com estes pesadelos. Dê um tempo no Facebook. Você se mete em tanta discussão e confusão. Agora com a UEB querendo fingir e tapear a todos com a tal pesquisa e sugestões do novo Estatutos e da Evasão salta de “banda” meu marido.  Vamos lá, levante e me ajude a calcular os pagamentos das contas, pois os caminhoneiros botaram prá quebrar! Ulalá! Escapei de boa. Calma Celia, tenho uma ideia genial para enricar. Pretendo fazer amizade com o Joesley e o Geddel. Tenho certeza que vai sobrar para nós comprarmos pãezinhos e biscoitos para o café. Ai sim ficarei cheio da Grana. Kkkkk.


Nota: - De tempos em tempos escrevo uma sátira com temas escoteiros e políticos. Me divirto e nem sempre agrada a todos. Paciência. Mas é sorrindo que vivemos com saudade e é enfrentando as dificuldades que vencemos na vida. Nada aqui é real. Risos. E quem acredita?

terça-feira, 12 de junho de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Os velhos tempos de outrora...



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Os velhos tempos de outrora...

...”As estrelas desmaiam, concluiu o lobo Gris, de olhos erguidos para o céu. Onde me aninharei amanhã?... Porque dora em diante os caminhos são novos...”!

Como começar esta crônica? No começo ou no fim? Não sei. Dei-me conta que envelheci, minhas ideias meus conhecimentos ficaram em um passado distante. Sempre digo para mim no espelho: - Vado Escoteiro esqueceu que os tempos são outros, os velhos tempos de outrora ficaram no passado. Como sempre acontece procuro sempre um motivo para acreditar que ainda posso ajudar, sugerir, colaborar no escotismo que sempre fiz e sempre amei. Mas os tempos ôh os tempos! Ficaram para trás. Hoje já é o amanhã e eu fiquei parado no ontem.

Eis que me deu um estalo, gritei: - Eureca! Que tal um grupo só de gente que quer conversar e trocar ideias sobre o Movimento Escoteiro? - Brilhante! Pus-me a campo. Aprendi alguma coisa e lá estava eu montando um Grupo do WhatsApp Escotismo e Suas Histórias. Começou com trinta, oitenta, cento e vinte e agora cento e quarenta membros. Alguns entraram e saíram outros continuam. A turma é boa, conversa, troca ideias, sugestões de todos os tipos aparecem. Sempre tem um que entende de alguma coisa que eu não entendo.

Opa! Lá estou eu navegando, tentando voltar ao escotismo de campo, de aventuras, de descobertas, de noções de monitoria, de patrulhas, de matilhas, de... De... Tantas coisas que me perdi. Os participantes quando escrevo se calam. Ninguém me segue. Sou um poste pregando no deserto do escotismo moderno. Um me pergunta sobre portadores de deficiência, jovens de necessidades especiais. Tento responder. Sou leigo. Mas sou fechado por um motorista escoteiro mais conhecedor. E ele desfia respostas, dá exemplos e eu? Fico na berlinda. Ali não é minha praia.

Toco no tronco da sabedoria de BP. E os monitores? Quantos já fizeram acampamentos com seus monitores? Quantos por ano? Deu certo? Valeu? – Pluft! Ninguém responde. Um baixinho escreve: - Teve uma corte de honra distrital! Nossa? Corte de honra distrital? Calei-me. É tudo moderno. Começo novamente e logo meu tema fica na berlinda. Programas... Chefe Como fazer um programa para lobos baseado na mística do Rei Arthur? Putz grila! Empaquei.

Deixo a turma se esbaldar. Um ensina outro exemplifica, outro aplaude e a turma vai crescendo, alguns até já dizem que é o melhor grupo escoteiro de WhatsApp que participaram. Sorrio... O velho escoteiro para sua jornada. Tira sua mochila, abana “a quentura” com seu chapéu olha em volta, lembra-se da “Pinguela” do Rio Corrente. Bela pinguela. Bem feita, uns dez metros não mais. No meio um galho enorme empaca e serve de guia. Era o lugar perfeito para tirar o Vulcabrás, sentar, por os pés nas águas corrente do rio e se deleitar...

Estou lá agora, sentado, olhos semicerrados, á agua fria é gostosa demais. Peixinhos beliscam, deixo-os brincar... Sinto o vento soprando, não tenho cabelos lisos mas eles balançam uma ponta ali outra acolá! Deixo a mente voar pelo espaço, quem sabe olhar lá de cima a subida que ainda tinha que fazer para chegar na Fazenda Tapioca. Acampava sempre lá. Juvenal e Dona Helena sabiam receber: - Ei moçada! Ficam para o almoço? Olhos para a escoteirada da Patrulha, sinto saudades de todos, talvez não seja saudade, seja necessidade de viver tudo outra vez.

Á água se diverte em minhas canelas. Quantos sorrisos do Romildo, do Tadeu, do Joãozinho, do Chiquinho, do Rael e do Fumanchu. Velhas amizades, velhos sorrisos, saudades demais dos velhos motivos, saudades das coisas que se foram e não voltarão. Abro os olhos, lá está escrito no Whatsapp: Estou saindo do grupo. Acho que não gostou. Pena era um Velho Lobo que muito poderia contribuir, melhor que eu pois ele se adaptou aos novos tempos e eu? Eu não!

- Estou aqui escrevendo, minha mente está lá na “Pinguela” do Rio corrente. Ainda não abri o Whatsapp. Estou sem vontade. Será que posso ser útil em alguma coisa: É Vado, eu sei como se sente. Sente saudades e do carinho que cada amiga lhe dava, das momices dos contos dos velhos amores. Fecho os olhos... Tá na hora de parar de escrever. Ninguém ou quase ninguém lê tudo que escrevo. Extenso demais. Volto à mente para os novos amigos, tem hora que nem sei o que eles querem de mim. Mal os conheço, estão longe são vistos por uma maquinha que não era do meu tempo. Mas sinceramente? Tenho eles no coração.

WhatsApp... Oi! Tudo bem? Vamos falar do moderno? – Pô Chefe que moderno? Estou ocupado, fazendo um trabalho para meu caderno da Insígnia de Madeira. Pediram-me para falar sobre Montessori e suas ideias melhores que a de Baden-Powell. Pois é. Montessori. Eu me matei no Sistema de Patrulha, meu caderno voltou por não explicar bem sobre a corte de honra, e hoje? Hoje meus amigos são novos tempos, os meus? Ficaram lá atrás na “Pinguela” do rio Corrente!

Nota – Porque gostar ainda do Movimento Escoteiro? – Quem sabe pelo seu ar de saudosismo que não se perde nos horizontes, quem sabe pela retidão de muitos que ali ficaram estacas... Quem sabe por sentir que ainda existe em alguns a confiança da lealdade, mas antes de tudo na passagem pela “Pinguela” do rio corrente que ensinava a gente a acreditar... Que o escotismo é belo e lá eu terei sempre o meu lugar!

terça-feira, 5 de junho de 2018

União dos Escoteiros do Brasil Ame-a ou deixe-a. Um comentário sem maiores pretensões.



União dos Escoteiros do Brasil
Ame-a ou deixe-a.
Um comentário sem maiores pretensões.

Vez ou outra enfrentei oposições espúrias de pessoas que se diziam escoteiros tentando boicotar qualquer um que fosse contra seus atos ações e normas. Para mim não são escoteiros. Vestem o uniforme fizeram a promessa, mas estão longe de cumprir os artigos que um dia disseram que fariam o melhor para cumprir. Diversos amigos ou mesmo inimigos escoteiros (se é que isso existe) passaram por tal situação. O linguajar é sempre o mesmo. “Ele é contra os princípios escoteiros”. Ou então dizem “ou está conosco ou está contra nós”.

Enquanto você segue o pai ganso como dizia o versinho de BP no seu livro O Caminho para o Sucesso, tudo bem. Se sair da linha nada feito. Já vi dezenas de chefes prejudicados, já vi centenas de pedidos de condecorações negados. Já vi até mesmo jovens escoteiros tendo seus direitos de lis de Ouro ou Escoteiro da Pátria negado por ser ele filho de fulano de tal. Os inocentes não acreditam, os que tiveram seus nomes listados sabem o quanto temos pessoas no escotismo da UEB sem o menor pudor em condenar alguém.

Um dia, lá no passado distante tentei por diversas vezes fazer equipes amigas, de pessoas que sabiam onde pisam, com conhecimentos escoteiros para discutirmos uma maneira de melhorar os estatutos o POR e na época o Regimento Interno que hoje não existe mais. Até mesmo reestruturar o Manual de Cerimonias Escoteiras cuja importância perdeu o valor. Que o céu me condene. Desabou um vendaval, abriu-se crateras dos terremotos por onde reuníamos.

Muitos com sonhos megalomaníacos de ser o chefão, o presidente, o comissário ou diretor enchendo os olhos de uns poucos que não merecem estar onde estão. Ser formador é o sonho de alguns que acham que ali é seu lugar. O menino, o jovem, saber o que ele pensa, porque entrou porque saiu não tem importância. Os Doutos, os pedagogos ou aqueles que se acham acima do que disse BP não dão importância. Dizem sempre: Sabemos onde está o erro, sabemos o que eles querem.

Procure saber da maioria que deixou o escotismo. É fácil entender o motivo. Insatisfação pessoal, intrigas, fuxicos de pessoas sem qualificação que acharam no escotismo seu lugar ao sol. Pessoas que não ter exemplos a oferecer. Isto não é só no escotismo. Quem está na liderança não quer perder o lugar. São “Maria foi às compras” um velho jogo de não perder o lugar como se estivessem em uma batalha para não perder o lugar. Conto nos dedos alguma chapa oposição ter sido eleita. A situação tomou conta do lugar.

Só um cego não vê os desmandos, o desejo de ser alguém, a vontade de ser chefão que muitos psicólogos tenho certeza adorariam personificar o individuo no seu todo na sua maneira de agir e pensar. Porque deixou o escotismo? Noventa e nove por cento tem a resposta na ponta da língua. Se tivéssemos um livro de reclamações nem sei se os donos do livro dariam atenção ou então iriam dizer que os que não estivessem satisfeitos a porta é a serventia da rua!

Escotismo ame-o o deixei-o! Já me disseram. Eles não sabem o que é amor, não sabem o que é uma promessa. São mestres em explicar a disciplina, a obediência. Quem vai contra é opositor, não merece estar ombreando com os demais. Qualquer um sabe que este é o motivo de estarem surgindo diversas associações não ligadas a União dos Escoteiros do Brasil. Sabem que não deviam ter ideias próprias e hoje são tratados na forma da lei e não na forma do Espírito Escoteiro.  

Aqui mesmo no Facebook já vi dezenas abandonando minhas páginas que um dia pediram para entrar. Muitos me escreveram explicando. Politicamente corretos os aconselharam, disseram que o meu escotismo não era o da UEB. Esqueceram-se de dizer que o meu escotismo é o de Baden-Powell e não começou hoje, começou há 71 anos atrás. Nem ligo para amigos que bandearam para o outro lado, como se o escotismo tivesse outro lado.

Falta mesmo lealdade, falta palavra, falta cortesia, falta irmandade, ou melhor, falta vergonha na cara para agirem contra alguém que só quer ajudar, formar, trazer para suas fileiras todos os jovens que um dia poderiam ter muito a dar para a nação Brasileira.

Calma, calma meus amigos leitores. Estou sóbrio como diz o João Canabrava. Estou calmo, meus 77 anos não vão terminar amanhã. Pena que ainda não encontrei alguém para me desmerecer cara a cara. Sempre por trás, sempre na sombra. Agindo de maneira desonesta e não cavalheiresca. Foi Zagallo quem disse: Vão ter de me aguentar? Vão sim, não tenho papas na língua, digo o que penso sem ofender e para ter liberdade de falar o que quero não tenho ligação com nenhuma associação escoteira no Brasil.

Portanto, neste novo grupo Whatsap pensem bem antes de entrar. Risos. Abraços fraternos e...
Sempre Alerta!

Nota – Escotismo ame-o ou deixe-o! Qual? O deles ou de BP? Entramos no escotismo não por causa deles e sim por causa das ideias de Baden-Powell. Muitos ainda não entenderam que só o escotismo de raiz poderá um dia dar o resultado esperado. Mas não querem discutir, querem mandar querem decidir... E o resto? É resto mesmo!

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Crônicas do Velho Chefe Escoteiro. A locomotiva ficou para trás.



Crônicas do Velho Chefe Escoteiro.
A locomotiva ficou para trás.

Brigo com minha consciência. Leve graças a Deus. Ela me acusa por não ter feito melhor. Nem sei bem o que é melhor. Passei boa temporada sem escoteirar, escrevendo, dizendo como chegar ao caminho do sucesso e vejo que não foi meu melhor caminho. Sucesso? O meu? O Seu? Ou o Dele? Cada um de nós escolheu o seu sucesso. Quem sabe é por isso que fica a duvida se o ontem foi melhor.

Sento na janela do tempo, outra era, outro céu outra cantiga... Não, desculpe, não havia tanta divergência. Na tropa éramos como irmãos. Nem sabíamos que exista a UEB onde morava Zeus... O Deus principal, governante do Monte Olimpo. Nem sabíamos de Hera sua mulher a rainha do Olimpo. Será que foi Poseidon que nos deu o dom de pensar? Deixo para lá Atena, Ares, Deméter, Apolo e Artêmis. Para nós era bom marchar, pisar na terra onde nascemos e nem pensar que poderia haver no futuro um Lula, um Alkmin, um Meireles e um Soldado que se diz valente chamado Bolsonaro que nunca terá meu voto.

Voo nas asas da minha imaginação. A vida era bela, tudo era tão simples sem empulhação. Um Chefe amigo, um Chefe irmão. Inimigo? Alguns mas que nunca usaram uma arma, quem sabe os punhos e a cara feia em cima do sorriso. Tudo às claras. Ainda não havia Comissão de Ética. A nossa ética era a Lei Escoteira. Puro nos pensamentos nas palavras e nas ações... UEB? Fiquei sabendo que existia quando um Comissário Viajante passou na nossa Xangri-lá. Coitado, nunca mais voltou na bela terra dos escoteiros que não entendiam o poder do nada!

Mas o tempo danadamente não para... E eis que a lei do Karma vai batendo forte na mente do Velho Escoteiro. Como ela dizia mesmo? “Colhemos o que plantamos”. Faz curso, lê o que não entendia, conhece os ditames da organização. E escoteiramente aceita o que para ele seria uma maneira de manter a fraternidade. – Bem vindo! Minha casa é sua casa! Fraternidade... Existia sim. Ninguém era de ninguém e todos eram de todos. Eita saudade danada...

Mas a guerra dos vaidosos chegou. Ele sem perceber vê que criou inimigos. Pensou que eram todos amigos e se enganou. Moço, volte para sua terra, aqui não é o seu lugar. Nunca fui de dar um passo atrás. Meu bastão é meu guia. Enfrentei. Se ganhei ou perdi até hoje não sei. Me mantive caqueano, briguento pelas minhas ideias que sempre achei ser a de Baden-Powell. Mas quem sou eu para me igualar... Aos donos do lugar!

Me dou um descanso. Deixo meu Vulcabrás no armário. Da pena da minha Parker 51 dou um salto para o teclado... Da minha Remington e depois a Olivetti. Mas danação, que coisa boa, inventaram uma maquina, quadrada hoje esticada onde você escreve o que quer e manda suas idéias para as plagas distantes do planeta terra. Que bom. Recebo um abraço virtual dos amigos do novo e do antigo continente. Até mesmo de um da Oceania e outro da Antártica. Quem diria em Valadarense?

Aí começou a saga do novo que passou para o velho escoteiro. O menino, o boy, o garoto, o pirralho passou a ser massa de manobra. A importância era o adulto chauvinista, ou o pacifista, aquele que colocava o pé na Montanha de BP e chutava sua filosofia como se fosse o novo Deus Escoteiro. Deus? Ele se achava assim, ou ainda se acha. Tomaram conta do paralelo 6, se uniram ao paralelo 1 e se declararam donos de algum que nunca foram seus.

Adianto a cartilha do conto de São Nunca. Chego logo no fim da estrada. Não tem caminho a evitar só a seguir. Não tem obstáculo. Tudo está lá no PAXTU e para isso o velho escoteiro tem de reverenciar... Curvar... Aceitar as novas regras, as novas normas... Um pirralho de fraldas que nunca viu um nó feito de cipó, que nem sabe andar pelas trilhas da mata do Tenente, que nunca viu o cantar de um sabiá é hoje o tal, o coisinha, o chefão, são meia dúzia ou uma dúzia deles mandando de roldão.

Aí o Velho Escoteiro descobre que não é mais o menino de outrora. Aquele do chapelão, da ordem unida, da formatura com garbo, do grito de Patrulha dado com a força de Hercules e seu vozeirão. Eles ditam as regras criadas debaixo de suas asas pois ninguém viu ninguém sabe o porquê delas. Os seguidores não importam. Suão suas camisas nos sábados de sol, de chuva de calor e de frio. Metem a mão no bolso para a beleza dos Chefes de Plantão. Fazer o que?

E quem liga? E quem se importa? Estão com os olhos voltados para seus meninos que acreditam ainda em um novo Brasil. Hino Nacional? Hino a Bandeira? O Rataplã? Necas... Hoje eles sabem ou cantam funk, Tem sim o funk da escola, o Funk escoteiro. O hino, a canção feita de melodia aos poucos deixa de existir. E é nesta hora que fico pensando se vale a pena continuar a escrever... Para quem? Para os gulosos do poder? Eles nem sabem que o Velho Escoteiro existe...

Tiro a minha querida roupa caqueana. Esqueço aquela que usei chamada traje. Passo longe da tal Vestimenta... Ainda não posso comprar e nem pagar, cara demais prá mim. Melhor colocar o pijama... Você já era meu caro Chefe, não tem mais estrada para pisar nem lugar para acampar. O Fogo do Conselho virou um Fogo Fato que um dia te pegou nas teias da chapada do Gavin e não existe mais. Deixa passar a saudade, amanhã quem sabe eu volto, com novas cantigas, com novos versos de um escoteiro que sempre amou o que fez!



Nota – “Dos Restos de Velhos Tempos”! - Para exemplo ainda continua a Lua Nas noites por sobre os novos edifícios; Entre as coisas de cobre é ela a mais inutilizável.   Já as mães contam de animais, chamados cavalos, que puxavam carros. É verdade que quando se fala de continentes já não são capazes de acertar com os nomes: Pelas grandes antenas novas Já dos velhos tempos 
Se não conhece nada. Bertold Brecht