quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Um passeio no parque.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Um passeio no parque.

Prefácio: - Crônica já publicada. Sem inspiração pensei em editar ou postar outra história, outra crônica ou mesmo alguma do Mestre Baden-Powell. Mas é melhor outro dia. Vem aí um feriado. Alguns grupos irão folgar, outros acampar e outros quem sabe irão fazer uma bela atividade aventureira. Desejo sucesso a todos eles.

              Quando eu era mais jovem escrevia minhas histórias e outras “cositas más” usando uma remington, herança da minha Avó e que mais tarde foi trocada por uma Olivetti moderna e elétrica. Ela nunca foi comigo para os acampamentos e atividades aventureiras. Afinal no campo ela não tinha utilidade já que fui para escoteirar e amar a natureza. O tempo foi passando e eis que meu filho compra um computador. Batata! Era o ovo de Colombo para escrever minhas histórias. Nunca pensei que isto seria o meu fim como escriba, Terceiro Escoteiro da Patrulha lobo onde anotava no Livro de Atas da Patrulha e depois como Secretário a anotar as Atas da Diretoria do Grupo. Dizem que fui danadamente bom em datilografia. Mas voltemos à máquina de escrever elétrica e ao computador.

              Quanto papel usei e tentei organizar pelo tanto que datilografei. Mesmo sabendo que sou um aspirante a escritor (ainda não fiz a promessa de escritor e não usei o Jargão da Academia Brasileira de letras). Afinal ninguém é perfeito. A modernidade me pegou de pronto. Aprendi com dificuldade a “mexer com o tal Windows e alguns senões do Office”. E lá se foram os Windows que a cada ano meu filho trocava na minha máquina infernal. Parei no Windows 7. Sei que veio o 8 e tantos mais, mas me divirto com o que entendo. Hoje tenho tudo guardado nos meus arquivos e basta digitar um nome para achar minhas milhares de publicações. Mas parei por aí. Um celular que meu filho deu para a Célia tentei usar, mas só com uma mão para digitar? Nem morto, nem morto!

               O Google e o Facebook com sua sanha de faturar tem hora que me enche as ”paciências”. Muitos da minha idade têm um medo enorme de um computador. Conheço alguns que adoram seu Smartfone e ficam horas com aquele bichinho sem pelúcia alisando e acariciando. Tem nomes hoje da pedagogia moderna inglesa e outras que nem sei pronunciar. Sei, no entanto que os telefoninhos estão revolucionando a terceira idade. Eu um pobre aprendiz prefiro o PC. Necas de celular. Tentaram me ensinar e entrar no Wat shap. Me perdi. E larguei de banda.

               Outro dia um filho veio a minha casa e deixou um Laptop para buscar posteriormente. Olhei o “bicho” toquei de leve como fizeram os macacos no filme 2001 Uma Odisseia no Espaço e pensei: - Porque não aproveitar e levá-lo comigo para escrever em plena natureza do parque onde costumo deixar a mente vagar por entre as flores, as árvores as latinhas lindas já vazias de cerveja ou refrigerante, sentir o perfume das garrafas de plásticos jogadas e adorar os sacos de guloseimas jogados pelo chão? Maravilha! Me pus a campo e lá fui eu.

              Em lá chegando, sentadinho no banco coloquei o Laptop sobre as pernas, testei o teclado e não funcionou. Liguei todos os botões que encontrei e nada. Minha mente fervilhava, pois este era o sinal que a história que criei poderia se perder no meu livro da vida. Tinha tudo montado na mente e o danado do laptop não ligava. Desisti. Não era minha praia. Ainda bem que levo uma canetinha e um bloquinho para anotações. Sempre esqueço e minha memória não é mais a mesma. Escrevi no bloquinho o título do conto: - Menina escoteira porque mora tão longe? Ou seria melhor escrever sobre o Chefe, sobre a Guia ou a Pioneira que conheci? Nada anotei dos dirigentes. Gosto deles. Adoro pegar no pé de cada um.

            Um perfume rodopiou no ar. Vinha do lago. Um odor infalível nas minhas narinas e sons treteiros de zumbidos de insetos que infestavam o ar. Eu já tinha desistido de “Laptorar” e dormitava soberanamente.  Uma vozinha e as mãos me balançando me acordaram. – Moço! Moço! Abri os olhos e olhei para ver quem era. Um pequerrucho dos seus seis ou sete anos me chamando. Onde estaria sua mãe que não via ele me amolando? Olhei para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste. Nada. Melhor atender, afinal não dizem que Chefe Escoteiro adora criancinhas? Pois é, eu não fico atrás. Afinal o que seria o escotismo sem elas.

            – Olá garoto, posso ajudar? – Pode! Respondeu de pronto. Posso usar um pouquinho seu laptop? E agora José! Pelas barbas do profeta! Um pestinha de seis anos metendo a mão no “Bicho” do meu filho? E se ele estragar? - Não tinha como dizer não. Eu sabia que não iria funcionar e ele na sua imaginação iria fingir que teclava e faria uma macega de letras e pontos na tela. Nada mais que isto. Ele sentou ao meu lado. Pegou o monstrengo e maravilha! E eis que o pestinha ligou o laptop. Teclava melhor que eu. Entrou no Google, pesquisou um tal Nozinho que era um contador de histórias para meninos.

             - Eu olhava admirado um pequerrucho dando seu show particular. Pensei que ele seria um famoso Hacker quando crescesse. Ele sem me olhar foi no You Tube e ouviu umas musiquinhas esquisitas e por fim foi para sua página no Facebook. Desligou o “bicho” olhou para mim e disse: Moço, ela não me deixou nenhum recado! Será que se esqueceu de mim? – Agradeceu e sorriu com um olhar malicioso e foi embora cantando uma canção de amor. Não me deixes! Amo você para sempre! Seis anos?

          Voltei para casa pensativo. Que mundo eu estava vivendo? Não era mais para mim. Voltei pru meu quartinho para minha máquina grande e adorada e me pus a escrever. – “Moça pioneira, já disse para você que tu és linda? Que sua formosura me encantou? Pena que mora tão longe”! Agora sim, estava em casa!

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Lembranças... O verdadeiro amor existe.



Lembranças...
O verdadeiro amor existe.

Prefácio: A história de um amor profundo, bem no fundo... No meio do mar!

                      Liguei a máquina dos sonhos. Lá fora o solzinho da tarde se esparramava no horizonte. Fechei os olhos... Belas lembranças começaram a aparecer. A tela da maquininha começou a tomar forma. Precisava escrever. A mente passeava em jardins floridos nas belas montanhas por onde acampei. Minha história agora tomava forma. Nestas horas cerro os olhos e deixo o corpo pendente como se estivesse em sono profundo. Belas lembranças da Serra do Caparaó.

                     Parecia que nas brumas da minha ilusão alguém iluminado me dizia com seriedade: - Chefe você não precisa ser homem ou escoteiro, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto da Cotovia, dos ventos e das canções da brisa da manhã.

                   – Não entendia. Quem me falava assim? Quem teve a audácia de dizer coisas tão lindas aos meus ouvidos? – Ele continuou: - Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida!

                       Seria a Célia? – A voz suave continuou: - Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você acreditou viver para sempre desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se à vontade de ficar junto continuar, se apertar o coração, agradeça: Alguém no céu te mandou um presente divino: O AMOR.

                   Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, se entregue: - Vocês foram feitos um pro outro. Se por a algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

                        Era ela tenho certeza. E a voz cantante não me deixou neste sublime momento: - Chefe se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... E você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas e vocês já velhos de cabelos brancos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

                    Se você não consegue ver o dia passar direito e fica ansioso pelo reencontro mesmo morando na mesma morada... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem esta pessoa ao seu lado. Se você tiver a certeza que vão ficar juntos envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a partida de um ou outro na hora final da vida. É porque vocês estarão unidos pela eternidade.

                      Fui até o quarto, Célia dormitava sorrindo. Deitei ao lado dela e a abracei, um beijo doce e suave na sua face. Ela acordou e com aquele seu jeito tão amigo e apaixonado sussurrou: Eu também te amo! Hoje amanhã e por toda nossa vida! Não havia mais nada a falar...

domingo, 28 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. A fantasia é maior que a ficção.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
A fantasia é maior que a ficção.

Prefácio: - Mais um ano de eleições. Candidatos acreditando que podem ser eleitos, fazendo planos, tudo na paz sem maiores contratempos. Democracia? O Brasil caminha para ser um estado modelo ao mundo. E o escotismo? É democrático?

                     Levantei animado. O dia seria o mais importante em minha vida. Maior que minha promessa, maior que meu primeiro acampamento, maior que a mesa que fiz e caiu com o vento... Hã vento! Quantas boas lembranças ele me trás lá do passado! Mas hoje seria diferente, o que nunca acreditei iria acontecer, ou melhor, estava acontecendo. Eu mesmo um eterno contestador, um amotinado de uma direção que não me deu segurança durante anos, parecia que agora tudo ia mudar. A transmutação já estava a caminho.

                    Tudo aconteceu quando um líder foi eleito para o CAN e subverteu a ordem e a hierarquia do poder. Outros se aliaram e formaram a primeira equipe dirigente máxima do escotismo nacional. Um passo para o futuro valorizando o passado. Tudo começou com a liberdade de cada Grupo Escoteiro no país opinar para uma nova ordem, um novo estatuto, mudança de normas, pesquisando e ouvindo mais do que falando, resultado de nova tendência do escotismo mundial.

                    Um fato significativo foi o cancelamento em todas as instâncias (de comum acordo com as associações) dos processos levado a cabo pelos antecessores contra aqueles que não aderiram a UEB, Ops! Voltou à sigla UEB, abaixo a EB, lembranças de um passado que todos queriam soterrar para sempre. Convites para uma boa convivência, uma nova camaradagem baseada no principio da fraternidade tão protagonizada no sexto artigo da lei: - O escoteiro é amigo de todos e irmãos dos demais escoteiros.

                    Chefes de ambos os lados fazendo os mesmo cursos, certificados válidos para todos que um dia fizeram a promessa. A amizade imperava até nas atividades nacionais e internacionais. “Vamos dar as mãos e cantar”! Muitas das nossas nomenclaturas antes existentes agora voltavam a prevalecer. Comissário do Distrito, Escoteiro Chefe, Adestrador, Chefe de Grupo e melhor voltou a valer os distintivos de segunda e primeira classe, com novas etapas mais modernas sem esquecer as técnicas de campo. Não esquecer a primeira e segunda estrela. Um deleite para os antigos escoteiros que um dia se orgulharam em ser um deles.

                    Uma comissão foi composta para valorizar os chefes ou até mesmo os jovens escoteiros dos diversos ramos, fornecendo a eles o direito de receber as condecorações que tinham direito conforme dados fornecidos pelo PAXTU sem maiores burocracias. Havia sorrisos no ar. Uma mudança tão esperada aconteceu na área das comissões de Ética. Direitos e deveres mais bem elaborados. Ouvir o acusado, direito de defesa, verificar, estudar e sugerir prováveis mudanças de rumo. Tudo na mais perfeita democracia e justiça, baseada no principio dos direitos fundamentais do ser humano.

                    Foi arquivado tudo que se dizia é proibido isto e aquilo. Agora era proibido proibir. Insistentemente se falava em abraços, aperto de mão, solidariedade, ajuda e trabalho em prol dos mais necessitados. Profissionais foram contratados para aumentar a arrecadação da UEB (União dos Escoteiros do Brasil) e assim os cursos teriam taxas mínimas, o registro seria simbólico, o atendimento aos associados seria feito a moda escoteira: - “Bem vindo, aqui também é o seu lar”!

                   Os Jamborees seriam agora subvencionados por grandes empresas, e com isto facilitando a participação do maior contingente a ser formado no grupo escoteiro. Uma equipe de profissionais foi formada nas regiões, visando uma maior participação, valorização dos distritos e visita aos grupos, colaboração na conscientização junto às autoridades locais. Os valores cobrados na Loja Escoteira tiveram abatimentos enormes, pois se evitava a palavra “Lucro” e substituída pela palavra “Servir”.

                  Finalmente no ano em curso seria realizada a primeira eleição para a diretoria nacional, com a participação de todos aqueles maiores de dezesseis anos que praticassem escotismo em solo brasileiro. Tudo feito pelo PAXTU e diversos convites foram enviados as regiões para que tivessem presentes auditores independentes, na maior democracia já realizada pelo escotismo. Se tudo corresse de acordo, a partir das cinco horas da tarde, ou pelo horário atual de seu estado todos ficariam sabendo qual seria a nova liderança escoteira da União dos Escoteiros do Brasil.

                  Sentando na minha varanda eu vibrava com essa transformação. Até mesmo pensava que agora poderia de novo retornar e fazer o meu registro coisa que não fazia há trinta anos. Nunca pensei em fazer meu registro novamente apesar de que na minha consciência me considerar um escoteiro imortal. Esperava com ansiedade o fechamento das eleições para ver quem seriam os novos dirigentes e o novo Escoteiro Chefe eleito por quatro anos. Mas... O pior aconteceu...

                 - Marido! Marido! Acorda! Está quase caindo da cadeira! Você está velho demais para dormitar assim sentado e pode cair quebrando alguns ossos do seu corpo. Os homens do jaleco branco já te disseram que na sua idade recobrar as forças perdidas não é fácil! – Linda mulher! Linda esposa! Sempre ao meu lado para me mostrar onde devo caminhar. Acordei sorrindo, sei que a verdade era outra. A Democracia escoteira ainda não existe. Foi apenas um sonho, mas um belo sonho! Ah! Escotismo que te quero que te amo, que não o deixarei jamais!

sábado, 27 de outubro de 2018

Anuncio do Contador de Histórias. Lançamento dos Meus Livros Escoteiros.



Anuncio do Contador de Histórias.
Lançamento dos Meus Livros Escoteiros.

Prefácio: Artigo publicado há algum tempo. Pensei e pensei... Por que não publicar novamente? Afinal eu também tenho direitos! Divirtam-se!

- Eu sempre fui um Contador de Histórias. Escrever, publicar, em qualquer lugar que aceitassem meus alfarrábios sobre o escotismo que amo e sempre vou amar me fazia feliz. Às vezes escrevia palavras incandescentes que não eram bem aceitas pelos donos do poder. Eles passavam longe das minhas histórias. Nunca comentavam e penso que nem ao menos curtiam. Minhas amizades eram e são restritas a velha plebe escoteira que sempre me deu sua atenção e um pouquinho da sua afeição. Eis que enriquei e de surpresa mandei para a melhor Editora do Brasil, meus prospectos prontos para serem editados.

- Senhores, por favor, são quatro livros. Um se Chama “O Contador de Histórias... Escoteiras” o outro se chama As aventuras do Contador de Histórias, o terceiro seria o melhor, “Poemas, orações e sonetos do Velho Escoteiro” e o último: - Ops! Fiquei de mandar, pois não fazia ideia como iria se chamar!  Repliquei no telefone: – Bah! Não quero saber o preço, mil cópias de cada um, deve ser em capa dura, títulos em ouro e meu retrato bem pequetito, pois não quero aparecer. “E, por favor, prepare o Salão Dos Escritores para o lançamento tudo em trinta dias”.

- Mandei o convite. O preço de cada livro? Quase nada. Os meus amigos mais chegados sem ônus. Os outros uma contribuição de um cinco reais por livro. O lucro seria para os Grupos mais humildes. Agora era hora de preparar minha “avant première” primeiro em São Paulo, a segunda seria em Porto alegre, a terceira em Brasília, a quarta na Bahia, a quinta em Belo Horizonte, a sexta em Vitória do Espirito Santo a penúltima em Maceió e a última em Manaus. Ia dar uma paradinha em Campo Grande e Goiás. Convite feito, convite enviado:

- “Caros amigos escoteiros, estou convidando a todos para o Lançamento dos Meus Livros Escoteiros no dia 30 de fevereiro próximo. O coquetel será aberto a todos sem distinção. Teremos livros para os presentes em número ilimitado. Iremos fazer uma grande recepção e para isto contratamos a orquestra de Richard Clayderman ao piano. Abriremos o salão para o coquetel às sete da noite e sem hora para fechar. Se possível todos deverão portar seu uniforme, não importa qual desde que ninguém me apareça com a camisa fora da calça e dizendo SAPS”!

- Adorava o que fazia. Mais de duas mil e quinhentas histórias, quase mil crônicas, outras tantas de Conversa ao pé do fogo. Contos demais. Um amigo disse que me transformei em Esopo. Aquele fabulista e contador de histórias grego que viveu por volta do século VI AC. Suas fábulas são fabulosas. Rarará! Com ele aprendi a conversar com os animais pássaros insetos e etecetera e coisa e tal. Claro todas dotadas de um sentido e um ensinamento moral.

- Me preparei como voltasse no tempo para o meu primeiro Acantonamento como lobo e no primeiro acampamento... Sonhando. Uniforme nos trinques. Seriam várias “avant première” em vários estados do Brasil. Finalmente iria receber meus amigos no meio de milhares de livros, distribuídos em mosaicos sobre grandes mesas, muitas prateleiras e estantes, todas repletas de livros. Minha pequena mesa dispensava fila. Detesto fila. Duas canetas, e na mente o que escrever quando pedissem uma dedicatória. “Putz Grila” O que dizer?

- Eu sei que os livros com dedicatórias têm mais valor que os que não têm. Com valoriza sem não tem valor. Tem gente que ama as mensagens ou odeia o que seu poeta preferido escreveu. Escolhi uma para todos: - “A todos aqueles que sempre me cobraram um livro escoteiro e que me inspiraram, apesar de saber que a maioria não vai ler” dedico esse livro com carinho e amor. O Contador de Histórias Chefe Osvaldo.

- Enfim, consegui, meu sonho aconteceu. Soube que os mil primeiros bateu recordes e já estava na terceira edição dos quatro. “Mas porca lá miséria” eu sabia que o mar não estava prá peixe. Os famosos lideres escoteiros foram a um juiz que mandou fechar minha festa em cada cidade em cada estado. Cadê meu bastão com ponteira de aço? Antes que fizesse qualquer coisa acordei, a Célia sentada na beira da cama sorrindo; - Marido, hora de levantar. Hoje tem física, vamos ou não vamos?

- Sonhos que te quero sonhos que não passam de sonhos. Livros? Nesta minha vida na terra só mesmo em PDF e olhe lá. Afinal de graça só mesmo barraco de favela pegando fogo onde os bombeiros não alcançam. Abraços meus amigos e até um próximo sonho. Não é bom sonhar?

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Respeito e fraternidade.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Respeito e fraternidade.

Prefácio: - Nessas eleições temos visto uma luta de egos, de ideal, totalmente diferente do que nos ensinou Baden-Powell em seus princípios filosóficos do Escotismo. Muitos que se dizem chefes escoteiros aceitaram o desafio participando em um dos lados e aceitando situações que não condizem com a filosofia escoteira. Ainda bem que logo esta luta de “foice” no escuro está para terminar.

                           Em poucos dias as eleições serão definidas para um ou outro candidato. Sinceramente este foi um dos piores períodos eleitoreiros que assisti em minha vida de setenta e sete anos. Nunca tinha visto tal procedimento de candidatos que se atacam, digladiam que se dizem perfeitos, que fazem do possível e o impossível para denegrir a imagem do outro. Não tem santo em nenhum dos lados. Com isto arrastam eleitores, simpatizantes que também escolheram seus heróis para defender o ponto de vista que acreditam ser o melhor.

                           Assustei-me quando vi membros do Movimento Escoteiro defendendo ponto de vista e muitas vezes criando atritos, esquecendo velhas amizades por alguém que acreditam ser o melhor para o nosso país. Se no escotismo falamos em fraternidade, respeito e ética, nessas eleições tudo foi esquecido. Depois de tudo o que vai restar? Vitória a qualquer custo? E as amizades? E a irmandade que dizem são feitos os escoteiros?

                           Fiquei a margem de tudo. Evitei ler os “adjetivos” sadios publicados em minhas páginas. Alguns nem me respeitar o fizeram publicando o que não quero ler. Acredito em respeito, fraternidade, valores, ética, e princípios morais. Como sou de outra época, dizem alguns ultrapassado sem ver as vantagens da modernidade, me comparei o exemplo de meu pai, homem de honra, olhando o passado e o futuro para chegar à conclusão que cavalheirismo hoje não existe mais.

                          Sou escoteiro. Acredito na filosofia Badeniana e por ela luto em favor da nossa juventude. Acredito no exemplo na força do caráter. Sábio foi Baden-Powell que disse que mesmos espalhados por todo o mundo os Escoteiros são irmãos. Têm os seus sinais secretos pelos quais se reconhecem, e são prestáveis e hospitaleiros para todos. Um Escoteiro seria capaz de te oferecer o que tivesse de melhor para te dar de comer e para te alojar, mas esperaria tanto que lhe pagasses por isso como que lhe cuspissem na cara. Um Escoteiro é capaz de sacrificar a sua vida para salvar o seu amigo ou mesmo para salvar um estranho... Especialmente se esse estranho for uma mulher ou uma criança.

                        O que tem isso a ver com eleições? Voltemos a BP: - Os Indianos chamavam o menino Kim o «Pequeno Amigo de Todo o Mundo», e todos os Escoteiros deviam esforçar-se por merecer esse nome. O espírito é que conta. A nossa Lei e Promessa de Escoteiros, quando realmente as pomos em prática, afastam todas as ocasiões de guerras e lutas entre as nações. Eita BP. Suas palavras nunca serão esquecidas. Muitos ainda acreditam que um dia teremos a mudança que todos esperamos no mundo. O Escotismo pode ser a fonte inesgotável desta fraternidade mundial.

                 Palavras simples que pode significar muito para nós chefes escoteiros. Repito Abraham Lincoln: - Não fortalecerás os fracos, por enfraqueceres os fortes. Não ajudarás os assalariados, se arruinares aqueles que os paga. Não estimularás a fraternidade se alimentares o ódio. Chico Xavier arremata: - O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amassemos uns aos outros. – Simples assim!

                  Sinal de novos tempos? Não sei. Para mim um Velho Chefe Escoteiro ainda prefiro viver como no passado. Ainda acredito e morrerei acreditando em amizades, em fraternidade em simpatia e cavalheirismo. Esta guerra de palavras e de ódios contra o adversário não é minha. A avalanche de mediocridade está aí e nada posso fazer para mudar. Quem dera aqueles que se dizem chefes ficassem a margem das escolhas xucras e pudessem mostrar verdadeiras atitudes do que se espera em um Chefe escoteiro, aquele cujo exemplo possamos orgulhar.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Historias da Jângal. Melhor possível!



Historias da Jângal.
Melhor possível!

Prefácio: - O Fundo de Cena aliado ao Método Escoteiro cria uma atração irresistível às crianças e não menospreza a sua capacidade para perceber onde termina a fantasia e começa a realidade. O Lobismo tem tudo para ser uma escola de sucesso.

                               Na edição original do livro "Escotismo para Rapazes", Baden Powell não fixou um limite de idade para o ingresso dos meninos no Movimento Escoteiro. Como consequência, as idades nas tropas variavam entre 9 a 18 anos. Os primeiros esforços de trabalhar com meninos menores não tiveram sucesso. A tropa desestruturou-se, os mais velhos não desejavam misturar-se com os pequenos e estes não conseguiram acompanhar as vigorosas atividades feitas pelos escoteiros.

                              Em janeiro de 1910, o Reverendo A.R. Brow, publicou um artigo no "Headquarters Gazette", onde questionava: O que iremos fazer com os meninos menores de 12 anos? Baden Powell preocupava-se que um ramo para atender às crianças tivesse suas próprias características, não fosse uma versão simplificada do programa escoteiro: "Um ponto essencial é manter o Lobismo tão diferente, quanto o possível do Escotismo, de forma que o lobinho tenha desejo de chegar a ser escoteiro quando estiver na idade adequada".

                              B.P. Então, solicitou a Percy W. Everett que estudasse o que estava fazendo e que redigisse um esquema provisório. Em novembro de 1913, Everett lhe apresentou um projeto intitulado: Regras para escoteiros menores. No final do ano de 1913 sugeria-se para nome do Ramo: Juniores Scouts, Beavers (castores) ou Wolf Cubs (lobinhos) ou Cubs (filhotes) ou Colts (potros) ou. Trappers (ajudante de caçador). Segundo B.P. o nome "Lobinho" ou "Cachorro" seria muito adequado para designar os Pata Tenra.

                           Quanto ao uniforme disse que um boné, semelhante ao usado no jogo de criket e um suéter estaria muito de acordo com a elegância e praticidade necessária. Com mudanças e emendas, em 1914, foi publicado o esquema para "Lobinho" ou "Jovem Escoteiro" que não era mais que uma forma modificada de adestramento de escoteiros; incluía uma forma de saudação, um emblema em forma de cabeça de lobo, a promessa simples de servir e cumprir o dever e alguns testes simples adaptados à faixa.

                         Com a 1ª guerra mundial foi permitido o ingresso de mulheres no Movimento. Suas idéias foram de grande valia na elucidação de problemas especiais que surgiam no adestramento dos pequenos. Entre elas estava a Srta. Vera Barclay, que se tornou o braço direito do Fundador, no Ramo Lobinho. Ela, que a princípio interessava-se somente pelos escoteiros, foi conquistada pelos pequenos e de tudo fez para que eles fossem aceitos na fraternidade escoteira.

                        Dedicou-se com entusiasmo na organização do Manual do Lobinho, intercalando ao famoso manuscrito de B.P. recortes e desenhos. O Manual do Lobinho, publicado em 02/12/16 (data considerada como a da fundação do Ramo Lobinho) está impregnado de suas influências, feitas com entusiasmo e imaginação e de um grande conhecimento da natureza de meninos pequenos. Foi Comissária do Quartel General para Lobinhos até 1927.

                       O que revolucionou completamente o esquema do Ramo Lobinho foi o Livro da Jângal de Rudyard Kipling, publicado em 1904, que respondia à procura de Baden Powell por algo atraente, especial, capaz de sustentar a fantasia e contribuir com a formação da criança. Kipling um bom amigo do Escotismo desde os primeiros dias autor da música oficial do Escotismo e pai de um escoteiro, autorizou o uso de sua obra como base do Lobismo, que conferiu ao Ramo o divertimento, interesse e atividade que as crianças necessitavam.

                      A partir de 1920 Gilwell Park abriu as portas para os chefes de Lobinhos e em 1923 as regras completas do Lobismo foram reconhecidas. Desde então, "ensinamos pequenas coisas brincando para que os lobinhos possam, futuramente, fazer grandes coisas a sério".

                         A atmosfera que criamos na Alcatéia está ligada a uma fantasia, um fundo de cena motivador que se reflete nas diversas atividades, colocando ao alcance das crianças a compreensão de formas de comportamento e modelos de sociedade através de imagens e símbolos e não de idéias e conceitos. O fundo de cena que oferecemos às crianças e que anima o Ramo Lobinho está associado à obra de Rudyard Kipling, “O LIVRO DA SELVA”. Para que as crianças sintam que fazem parte das aventuras de Mowgli, precisam ser conduzidas pelos escotistas pelos caminhos da Jângal.

                       A evocação constante dos episódios lá ocorridos introduzidos em nossas conversas com os lobinhos, nos relatos, nas dramatizações, nos cantos e danças, nos jogos e brincadeiras, que as crianças vivenciam de maneira divertida como atores e não como expectadores, cativam suas mentes e estimulam sua imaginação fazendo-as sentir que conhecem e convivem com os personagens e os lugares da Jângal. O Fundo de Cena aliado ao Método Escoteiro cria uma atração irresistível às crianças e não menospreza a sua capacidade para perceber onde termina a fantasia e começa a realidade.


sábado, 20 de outubro de 2018

Hoje tem JOTI e reunião, alegria de montão.



Hoje tem JOTI e reunião, alegria de montão.

“Arriba” em frente Caqueanos,
Pé na taboa vestimenteiros...
Vão na trilha sem engano,
Hoje é dia de escoteiros.

No barco estão os do mar,
Içam a vela da flor de lis,
No céu voando os do ar,
Todos cantam, pedem bis.

A lobada altaneira,
Guias e Sênior de montão,
Pioneiras bem faceiras
Chefes fazem boa ação.

Hoje tem JOTI de montão,
A escoteirada no microfone
Alguns no seu Iphone
E outros em reunião.

Aprendem a ser verdadeiros,
Honra pátria e coração
Eles são bons escoteiros
Orgulho da nossa nação.

Ventos que vem do norte,
Neste céu cor de anil,
Desejamos boa sorte
Aos escoteiros do Brasil!  

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Crônicas de um Chefe Escoteiro. Eu gostaria de poder morrer em paz!



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Eu gostaria de poder morrer em paz!

Prefácio: - Palavras? Sim. De ar e perdidas no ar. Deixa que eu me perca entre palavras, deixa que eu seja o ar entre esses lábios, um sopro erramundo sem contornos, breve aroma que no ar se desvanece. Também a luz em si mesma se perde. (Octavio Paz).

                   Há muitos e muitos anos eu li um romance de ficção, cujo nome não me lembro e se não me engando foi escrito pelo escritor Isaac Asimov. Não vou contar a história, mas sim uma parte que me chamou atenção. No futuro os cientistas inventaram uma fórmula de sangue humano, que aplicada daria sobrevida por muitos anos aos habitantes do planeta. Em pouco tempo ninguém mais morria e os cemitérios foram abandonados e extintos. Se alguém resolvesse não mais fazer a transfusão quando morria era cremado.

                 Durante mais de quinhentos anos a terra praticamente ficou estável. Como já havia pessoas com trezentos quinhentos ou mais anos o interesse da perpetuação da espécie diminuiu e praticamente as crianças não existiam mais. A história comenta o novo estilo de vida, de homens e mulheres que a cada centena de anos se casavam novamente ou os que resolviam terminar suas vidas já velhos e poder morrer em paz.

                    Eu hoje estou entrando nos 78 anos. Não ambicionaria poder viver muito. O choque de gerações é enorme. Meu passado era de dizer sim senhor, beijar as mãos dos tios e avós e jogar bolinha de gude, soltar papagaios com o prazer de vê-lo voltar molhado do céu. Tive o orgulho de fazer um escotismo aventureiro e aprendi com meus amigos de patrulha e de tropa a fazer fazendo longe de adultos. Olho a juventude de hoje, tão diferente daquela do passado. Meninos e meninas com um celular na mão, que nem se dão conta que tem pessoas a sua volta. Os cumprimentos para eles não existem e suas vidas resumem a ficar blogados, ir a escola, ter em seu quarto a parafernália eletrônica e a noite correr para as baladas.

                    As roupas dos jovens de hoje são de marca. Quando sai um novo estilo de tênis, de camisetas sem contar o indefectível boné virado para trás eles vibram. Um Chefe outro dia me disse que bússola, ler mapas, percurso de gilwell ou mesmo sinais de fumaça ou de pista é passado. Para isto existe o GPS. Ele ria quando me disse que as barracas modernas se armam com um simples apertar de um botão. Disse também que seus jovens esperam o novo skate voador, pois assim não irão mais andar a pé.

                    Brincadeiras a parte é uma verdade que o mundo mudou. E como mudou. Eu costumo ficar deslocado. Hoje na minha caminhada em um centro esportivo próximo a minha casa, uma jovem no celular falava alto sem se preocupar com quem estava a sua volta. Brigava e discutia com seu namorado e ficou mais de uma hora com o mesmo assunto. Acredito que não me viu nem os demais que foram ali praticar exercícios. Meus netos quando me visitam ficam na sala ou na varanda horas e horas com seu celular. Em todos os lugares vemos todos eles com seus celulares. Quantas mudanças aconteceram. Eles estão certos e eu errado? Não sei. Minha época já passou. Nosso passado não interessa mais a eles.

                      Escrevo muitas histórias escoteiras, e me permito a relembrar o passado. Dificilmente este modernismo participa ou pede carona. Noto que quem me lê são chefes mais maduros principalmente os mais antigos. Sei que muitos temas não interessam a eles. Acompanho a marcha dos acontecimentos quando posso. Sei que meu escotismo de outrora não interessa mais a eles. Dizem que as tradições são coisas do passado e devem ser enterradas para uma nova vida moderna.

                    Se estão em reuniões de sede, atividades aventureiras, acampando ou acantonado eles estão lá nas redes sociais informando o que acontece. Lembro que quando passei para a tropa em uma atividade de um domingo resolveu explorar sozinho o barulho de uma cascata. Enquanto a patrulha cochilava lá fui eu. Perdi-me. Duas horas depois o Monitor me encontrou. Nunca esqueci aquele dia. Hoje me dizem se eu tivesse um celular ou um GPS não teria me perdido, mas não teria também uma história de aventuras para contar.

                      Acredito que se hoje eu tivesse forças eu não seria um bom Chefe. Na minha época pais processando grupos, processando chefes por erros ou acidentes em atividades escoteiras querendo enormes indenizações seria um absurdo. Hoje se vê dirigentes autoritários em todas as camadas do escotismo. Alguns se acham donos e criam normas diferente daquelas que conheci no passado. Falam em nova filosofia, nova pedagogia e definem sem consulta o que os jovens devem fazer. Exigem do grupo e chefia o cumprimento do dever que está escrito em seus domínios, Posturas que não condizem com meu pensamento de garbo e boa ordem.

                    Muda-se com uma facilidade incrível. Usam um palavreado que não condiz com minha formação familiar e Escoteira. Portanto se algum dia antes de morrer inventarem uma fórmula deste sangue humano do conto do Asimov, eu prefiro ficar como estou. Viver cem duzentos ou mais anos seria de uma tristeza atroz. Acho que setenta oitenta e ou noventa anos já é demais. Melhor morrer e renascer novamente dentro de uma época, onde me adaptarei mais facilmente e que crescerei com ela sem ter as surpresas de uma mudança tão radical como foi a minha.

                       Fui feliz como fui e tenho certeza os jovens de hoje são felizes como são. Existe aí um choque de gerações e para isto o melhor é os velhos se afastarem deixando-os agir como acreditam. Dificilmente aceitarão divergências do que fazem e acreditam. A juventude de hoje dizem é bem mais madura que a nossa. Ela sabe onde pisa e aonde vai.  

                        Mas será que eu acredito nisto? Ainda sou a favor de umas palmadas para corrigir erros. Sei que a violência gera a violência. Se as normas de condutas são válidas para o dia de hoje precisaria ver o futuro para ver os resultados. Hoje acredito que as normas de respeito e a educação ainda deviam ser normas de comportamento. Certo ou errado fico deslocado no tempo quando um jovem ou uma jovem ao meu lado não me olha, não me cumprimenta e fica de olhos firmes na sua parafernália eletrônica que tem as mãos.

                      Portanto meus amigos, eu nunca iria lutar para viver mais. Aqui não é mais o meu lugar. Hoje professores têm que pisar em ovos para dar aulas, muitos pais perderam o controle sobre seus filhos. As leis protetoras colaboram com menores que roubam matam. Tubarões se encastelam no governo para encher os bolsos de dinheiro. Incrível, enquanto eu não tenho um tostão eles passeiam de carro, aviões e outros com milhares de reais, dólares ou euro nos bolsos e ou nas cuecas. E quando são presos ficam alguns dias e saem sorrindo dizendo ser perseguição politica. Melhor mesmo é ir para o outro lado da vida. Sei que aqui voltarei e quem sabe já teremos um mundo em que irei me adaptar melhor. Portanto não me levem a mal, que eu viva os anos que Deus me reservou e que eu possa morrer em paz!

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Reminiscências de Robert Baden-Powell. "Modo de ser Feliz"



Reminiscências de Robert Baden-Powell.

Prefácio: ... Já viste Deus em Seus esplendores, ouviste o texto que a Natureza repete? As coisas simples, as coisas verdadeiras, os homens calados que fazem as coisas? Ouve então a selva que te chama. Vamos para selva, já... Sempre... Vamos? É fantástico, este nosso BP!

- B.P. pretende que este tema sirva como linha de orientação no caminho de jovens que têm sede de viver.

"O homem emaranha-se nas dificuldades ou tentações das águas agitadas, principalmente porque não o avisaram dos perigos do caminho, nem do modo de se defender deles" e por isso ele parte da sua própria experiência para nos aconselhar a percorrer o caminho que é a vida e para que esse caminho seja para o TRIUNFO.

É numa viagem de canoa que ele encontra o reflexo perfeito da vida, uma viagem que começa nos ribeiros da infância, passa pelos rios da adolescência e atravessa o oceano da idade adulta em direção ao porto do destino. Ao longo desse percurso deparamo-nos com diversos escolhos e tempestades e por isso devemos sempre navegar de frente para eles, com olhos atentos para os podermos identificar, contornar e, durante o processo, aprender com eles. Navegar por entre os recifes e rebentações, apenas com uma canoa de casca de vidoeiro, pode parecer uma tarefa árdua ou até mesmo impossível, mas só assim se consegue atingir a verdadeira FELICIDADE.


É para chegar a essa Felicidade eis que B.P. nos deixa duas chaves importantes:

-"Não levar a vida muito a sério, mas aproveitar ao máximo o que se tiver olhar a vida como um jogo, e o mundo como um campo de jogos.” -"Fazer que as nossas ações e pensamentos sejam orientados pelo amor.” É mais fácil Ser Feliz quando se vive desprendido de tudo aquilo o que é fútil e desnecessário tal como os Birmanes "que gozam com a mesma alegria as belezas da sua terra, as flores, o sol e as florestas, sorrindo, cantando e rindo". "Quem é feliz é rico, mas não se segue que quem é rico é feliz".

Nunca se esqueçam:

 “Não deixes cair teus olhos,
Não te deixes enganar,
Olha de frente os escolhos,
Olha podes encalhar.

É urgente estar atento,
Ver para onde corre a maré,
Ver de onde sopra o vento,
Não vás tu perder o pé.

B.P. é quem to diz, oh, oh,
Impele a tua própria canoa.
Se queres mesmo ser feliz,
Não te deixes ir à toa,
Impele a tua própria canoa,
Impele a tua própria canoa.

A vida não é um deserto
Não queiras ficar no cais
Lenço rubro é rumo certo
Decide tu aonde vais
Não queiras ficar no cais”.

Devemos enfrentar cada dificuldade com coragem e amor no coração, impelir a nossa própria canoa sem baixar os olhos e estando Sempre Alerta Para Servir.

E para ti? Qual o verdadeiro modo de ser feliz?

domingo, 14 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Direitos e deveres.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Direitos e deveres.

Nota - Devemos respeitar o espaço e os direitos alheios, da mesma maneira que queremos que os nossos sejam respeitados...

                     Nesta fase democrática das eleições em nosso pais, as escolhas pessoais partem muitas vezes para situações onde nossos direitos são atropelados pelos nossos deveres. São centenas que fabricam, copiam, ou compartilham nas redes sociais temas relativos aos candidatos deste segundo turno. Alguns pejorativos, outros defendendo ponto de vista totalmente alheio ao pensamento de quem lê ou interpreta. O respeito está sendo substituído pela falta de formação pessoal.

                     Não estou a julgar A ou B. Cada um tem sua escolha pessoal e tem o direito de dizer sim ou não a que escolheu. No entanto esquecem alguns que muitos não coadunam com sua postura e ou seu método de interpretar. Estamos a ver tantas coisas nestas eleições que às vezes assustam. Quando adultos leem e pelo menos não sabem definir se são noticias falsas ou não? E as crianças?

                    Quando você copia, posta ou compartilha deve lembrar-se que muitas crianças que navegam nas redes sociais estão lendo e ainda não sabem definir o certo e o errado. Cenas e fotos incríveis são postadas. Não se sabe mais o que é certo e errado. Cenas sangrentas, fotos inverídicas, uma gama enorme de publicações que adultos postam sem perceber que as crianças estão lendo e muitas vezes acreditando.

                   Tenho três páginas no Facebook. São três devido a enorme procura de muitos que desejam se tornar meus amigos virtuais. Quando um deles posta tal mensagem ela é lida por todos os demais amigos virtuais da página em questão. Se ele é parte do Movimento Escoteiro o que pensar da responsabilidade do adulto com a criança/escoteira?

                   Não sei se estou certo e nem quero interferir na escolha de alguém. Acredito no respeito ao próximo, acredito no exemplo pessoal seja eu pai ou Chefe escoteiro. Acredito no bem ao próximo, acredito que alertar é válido, mas forçar situações ignóbeis, mesquinhas não podem trazer benefícios a ninguém principalmente nos jovens do movimento escoteiro que um dia resolvemos nos tornar “chefes” deles que acreditam nos seus lideres no que dizem fazem e agem.

                   Sei que muitos ainda desconhecem suas responsabilidades. Ser Chefe Escoteiro não é fácil. Requer uma série de compromissos, comprometimento e obrigação e isto deve ser observado por cada um que abraçou a causa. O exemplo acima de tudo. Somos um movimento de formação educacional. Não substituímos os pais, a escola ou a religião. Somos parte integrante do todo.

                  Que cada um escolha seu candidato conforme manda sua consciência. A escolha é individual sem interferência de terceiros. Repito o que muitos dizem e exigem a sociedade ao seu redor: - Os seus direitos terminam onde começa os meus!
Obrigado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Se eu fosse um Chefe escoteiro...



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Se eu fosse um Chefe escoteiro...

Ah! Se eu fosse um Chefe escoteiro, não seria Chefe... Seria um amigo, quem sabe um irmão mais velho com um grande sorriso para meus escoteiros queridos...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, seria o primeiro a chegar à sede para um sempre alerta gostoso, um aperto de mão valoroso e um abraço como a dizer... Somos irmãos, nada mais...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, iria ouvir mais do que falar, entender mais que duvidar. E no final com todos ao meu redor perguntar: - Que tal nossa reunião?

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, iria mostrar a meus jovens amigos escoteiros, o que é compreender a mística, a simbologia e principalmente a natureza...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, com todos eles na sombra de uma arvore, iria cantar em sustenidos e bemóis, lindas canções escoteiras, que contam nosso passado e nossa vida nos acampamentos...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, em um belo sábado de sol, lá íamos nós na trilha escolhida por eles: - Chefe? Qual o caminho tomar? – Olhem o vento, sintam sua brisa na pele, sigam-no... Ele o vento sabe onde nos levar...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, daria o meu exemplo de vida, nas minhas virtudes, no meu modo de ser para que os meus escoteiros pudessem orgulhar... Do seu Chefe...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, iria fazer questão de estar bem apresentado, com meu uniforme engomado, bem passado, cobrindo o orgulho da apresentação e me sentir responsável para que meus escoteiros pudessem me seguir...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro, faria dos pais meus amigos, para trocar ideias, saber sobre seu filho e de que modo poderia ajudar...

- se eu fosse um Chefe Escoteiro, faria questão do crescimento de todos meus escoteiros, no seu adestramento, no seu programa e sentir as lágrimas caírem quando entregar um Lis de Ouro, ou um Escoteiro da Pátria ou até mesmo um cordão de eficiência!

- Se eu fosse um Chefe Escoteiro, eu seria um contador de história, uma não muitas... De valentes exemplos de homens e mulheres que eles e eu pudéssemos orgulhar. Contaria a história de Caio, de seus passos, de sua frase que marcaram para sempre os escoteiros do Brasil... “O Escoteiro caminha com suas próprias pernas”...

- Se eu fosse um Chefe escoteiro... Hã quantas lembranças quantas amizades, quantos amigos eu fiz. Agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de aprender com os jovens escoteiros, meus amigos meus irmãos.