domingo, 7 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Podemos servir de exemplo?




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Podemos servir de exemplo?

Neste dia onde todos se dirigem o pensamento para sua escolha pessoal dos novos dirigentes em nosso país, me deparei com essa velha crônica que me dá forças na escolha correta ou não que cada um de nós irá fazer hoje. Espero que gostem.

                     Convidamos Mano Velho Chefe de um grupo amigo, a fazer uma palestra para nossos chefes e a diretoria do grupo. Aproximava a data da Assembleia de Grupo e pedimos a ele que o tema abordasse o exemplo pessoal e o caráter de uma maneira geral. – Ele aceitou prontamente. Apresentado aos que não o conheciam, foi até eles e apertou a mão de cada um não faltando um abraço fraterno. Todos os olhos e mentes estavam dirigidas a ele quando começou sua palestra:

                     - Meus caros amigos chefes e diretores, me pediram para falar hoje sobre o exemplo. Sempre achei que sem exemplos em qualquer organização principalmente a nossa que lidamos com a juventude é primordial. Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única. Cada um tem o direito de pensar e agir conforme suas convicções. É um direito democrático. Estamos passando por uma fase de transição em nosso país. Nem sei quanto vai durar. Pode ser que em centenas de anos ainda não iremos atingir o consenso de concordância mútua. Se você age de maneira nervosa a cada esquina onde passa com seu carro discute, grita e se não tem a calma suficiente para cantar e pensar em flores quem sou eu para criticá-lo.

                    Se você em pleno dia de semana tem tempo para protestar junto a milhares de outros por algum que acredita porque seria eu a discordar? Afinal você tem tempo e eu não tenho. Se você sabe que seu filho vai lá nestes protestos e é preso ou mesmo uma selvageria policial acontece com ele o que posso dizer? Ele é inocente? Bem o meu não estava lá. Eu o eduquei de outra maneira. Ele era um Escoteiro. Isto até que é compreensível. Uns querendo mais direitos, mais condições de vida e outros aproveitando a boa fé para prejudicar alguém que não prejudicaram você ou todos que estão ao seu lado.

                    Parar uma cidade e alardear que são os tais, prejudicando o cidadão com seu veículo que depois de um dia de luta em seu emprego volta para casa cansado e eis que: - Centenas de pessoas estão na rua, fechando tudo, batendo no seu capô, chutando, riscando e amassando seu veículo não se entendo este modo de protesto. E quando uma ambulância ao socorrer alguém não consegue chegar a tempo em um hospital por causa de ideologias e/ou fatos que não estão em minha opinião dentro dos princípios do respeito mútuo. Não encontro justificativa para isto.

                      Lembremos que o meu direito termina onde começa o seu. Eu tento entender a mágoa de muitos, alguns tem e não podem e outros podem e não tem. Como justificar um  panelaço, a vaia? Fiz como todos as minhas escolhas. Se eu escolhi errado o erro foi meu. Não sou fã do que está aí, minhas escolhas foram criteriosas, procurei saber em todas as eleições em quem estava dando meu voto. Sempre achei que ele para mim tem um valor enorme. Respeito não significa concordar, apoiar. Respeito sim por uma autoridade constituída.

                      Pecamos por amar um país lançar uma bandeira do Brasil no ar, cantar nosso Hino Nacional e não sabermos respeitar quando se faz a ocasião. Nossos filhos estão aprendendo a vaiar, a defender bandeiras sem saber se são certas ou erradas. Nossos exemplos se perdem, mas não julguemos que tudo vai mal. Não são todos. Uma pequena parcela em ação e outra em casa tomando posições.

                      - Um amigo meu que foi visitar o Japão ficou várias horas em uma esquina só para provar que alguns japoneses jogam papel no chão, cospem e falam palavrão. Ele desistiu cinco horas depois. Ainda bem que no escotismo ensinamos civilidade, amor à pátria, cidadania e a todo o momento lembramos o que é ética e honra.

                       Fico triste quando convidado para um aniversário em casa de um Escoteiro e ao sair fico penalizado com o responsável que me convidou. O chão cheio de copos e papel. Mesas sujas e uma grande falta de respeito com os demais que ali estão. E cantar os parabéns? Não cantam, inventam, misturam a letra e música. São escoteiros? Não devem ser. Mas estavam de uniforme. Pobre Brasil. Quanto tempo ainda para ver e sentir que meu direito termina onde começa o seu? – “Eu te amo meu Brasil, eu te amo, ninguém segura à juventude do Brasil”!

                        Uma forte palma escoteira ecoou no ar ao termino da fala de Mano Velho. Exemplos, ah! Exemplos. Seja o exemplo de tuas palavras e haverá um momento em que não precisarás dizer nada sobre coisa alguma. Tuas atitudes falarão por ti!