quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Conversa ao pé do fogo. Um curso Escoteiro.



Conversa ao pé do fogo.
Um curso Escoteiro.

Prologo: - A maior lição da vida é a de que, às vezes, até os tolos têm razão. Winston Churchill.


                       Conheci o Chefe Molusco em um curso que fiz quando as diligências ainda reinavam sobre a terra. Muitos dos alunos riram dele, do seu estilo, do seu sorriso e de seu nome para muitos especial. Foram oito dias acampados em uma floresta perto de uma aldeia indígena onde fizemos muitas amizades.

                       No final do curso antes da Cadeia da Fraternidade no encerramento ele bondosamente olhou a cada um de nós e disse: - Chefes lembro ao final do curso que não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la. O entusiasmo é a maior força da alma. Conserve-a e nunca te faltará poder para conseguir o que desejas.

                      - Danado de Chefe! Nunca mais o esqueci. Mas porque estas lembranças? Acho que é pelas fotos que vejo de alguns cursos modernos de hoje. Eu não entendo muito de cursos modernos. Vejo tantos sentadinhos nas cadeiras e um líder formador falando que penso se isto é realmente um curso escoteiro. Seria assim mesmo a metodologia de um curso de Gilwell?

                      - Vez ou outra leio aqui e ali, que estão a alugar locais para acampamentos a preços módicos onde servem quentinhas ou podem montar um restaurante a lá carte ou ao gosto do Chefe ou dirigente escoteiro. Sei que são poucas as tropas a usarem esta nova “metodologia”. E não foi o Chefe Molusco quem comentou que não iria sentir-se bem sentado em uma cadeira por horas.

                      - Fico pensando se os novos cursos escoteiros modernos ver slides, recursos audiovisuais, palestrantes famosos pode substituir a arte de fazer fazendo. Eu também não me sentiria bem sentadinho em uma sala de aula ouvindo meu Diretor palestrar. Para que usar computadores, flanelógrafo, CDs, murais, quadros de giz ou eletrônico ou mesmo o famoso PowerPoint que fez sucesso na Lava Jato?


                            - Pode ser que o Chefe Molusco esteja fora do seu tempo. Mas ele que fez cursos vivendo na natureza, fazendo e discutindo com seus pares e até mesmo com seu Formador, atuando no sistema de patrulhas dormindo sob as estrelas ele aprenderia mais. Será que ainda existem florestas? Flores? Jardins? Grama para sentar sob o pé de uma bela arvore copada e aprender escotismo? Mas pensando bem posso estar enganado. Muitos chefes só viram um lado da moeda. Se não viveram junto à natureza ela não vai fazer falta.

                            - Uma vez eu disse para o Chefe Molusco que nem todo lugar é possível fazer curso como no passado. Existem ainda alguns Estados que usam o sistema de patrulhas, trabalho em grupo, e cada um dando sua contribuição de sua experiência. Valores, cidadania, Lei e Promessa se ensina em qualquer lugar.

 

                            - Não sei por onde anda o Chefe Molusco, quando o conheci era mais velho que eu. Se foi para as estrelas não me disseram. No mundo escoteiro de hoje ele se sentiria deslocado. Afinal não foi Baden-Powell quem disse que o importante são os resultados? Que seja. Esta é a finalidade do método. Formação do caráter através de uma escala de valores baseados na Lei e Promessa.  

 

                             Às vezes, pensando bem fico a imaginar em convidar amigos e fazermos juntos um curso de pelo menos cinco dias a moda antiga. Vale a pena? Não sei quantos irão aceitar o meu convite também não sei e isto não passa de um sonho. Mas pergunto você gostaria de fazer um curso voltando às origens de Gilwell para juntos aprendermos a fazer o Escotismo que Baden-Powell acreditava? Você faria a inscrição? Fica a pergunta no ar...


terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Uma conversa ao pé do fogo. Apenas uma mesa de acampamento.



Uma conversa ao pé do fogo.
Apenas uma mesa de acampamento.

Prologo: - Todos são peças importantes no trabalho em equipe, cada um representa uma pequena parcela do resultado final, quando um falha, todos devem se unir, para sua reconstrução. (Salvador Faria).

                                        Era uma mesa simples. Nada diferente de tantas que ele um dia viu fazer. Era sua primeira. Teve a permissão de construí-la sozinho. Gentileza do Monitor. Era um desafio que ele mesmo fez para si. O Monitor lhe disse onde seria o campo da patrulha. – Se for fazer a mesa escoteiro faça perto da cozinha. Viu os demais patrulheiros seus amigos planejando e fazendo atividades mil. Sabia que sempre fora assim. Em casa planejou, matutou, desenhou e calculou. Pensou como seria. Quantas achas de madeira, quantos bambus. Multiplicou, fez da álgebra a parte final para não errar as medidas de sua primeira construção.

                                       Mãos a obra. Uma machadinha e um facão eram instrumentos preciosos. Próximo ao bambuzal viu dois eucaliptos. Estavam autorizados no corte. Quando o primeiro caiu ele ia gritar “madeira”! Mas sentiu tristeza, pois ele sabia que a árvore morrera nas mãos de um Escoteiro. Alguém lhe disse que cortando vinte centímetros acima da terra as mudas ao redor dariam outras três. Não ajudou, mas deu para esquecer a tristeza momentânea.

                                       Arrastou os dois pés de eucalipto por trezentos metros. Longe. Não foi fácil. Voltou para pegar os bambus que havia cortado. Nada de sobra, nada de faltar. Fez um feixe e foi para seu lugar onde iria trabalhar. Tirou a camisa escoteira tirou o lenço. Sabia que não se colocava o lenço sem estar uniformizado. O sol a pino, mas não dizem que os Escoteiros não se assustam com nada? Uma estaca e lá esta ele cortando e medindo sua madeira e bambus. Tudo pronto agora era fazer os buracos. Seriam quatro. Quarenta centímetros de fundo no mínimo para que a base fique forte.

                                      Uma hora, duas três. Estava terminando. Quantas amarras deu? Quantos nós fez? Era hora de fazer simultaneamente duas costuras de arremate no seu tampo da mesa. O suor não perdoava. Correu até o regato e lavou o rosto, ajoelhou na beirada e bebeu da água cristalina pausadamente com a própria boca. Olhou de longe sua construção. Foi mais perto, pôs a mão na cintura fazendo pose. Olhou de um lado, passou para o outro.

                                      O Escoteiro estava deslumbrado com o que fez. Ninguém na patrulha observou ou elogiou. Puderas afinal isto era uma rotina de todos os acampamentos, mas não para ele. Sorriu satisfeito. Pegou a lona, jogou pela viga mestra, já tinha fincado a primeira forquilha. Ele ria da lona torta. Aguarde dona lona, ele disse. Mais quatro espeques. Pronto. Podia chover canivete. Sorriu quando o monitor lhe deu uns tapinhas leve nas costas dizendo – Parabéns!

                                      No jantar viu quando todos pegaram seus pratos suas canecas e se dirigiram para a mesa. Ele foi o último. Queria vê-los todos em volta e sentados. Um espetáculo a parte de quem fez. Oraram. “Senhor obrigado por esta refeição, obrigado pela natureza bela que nos deu para viver uns dias, obrigado senhor pela água límpida do córrego, obrigado senhor pela noite, pelos vagalumes e pela Dona Coruja que vai nos olhar com seus olhos espantados”. Amem!

                                     Ele baixinho completou: - E pela força que me deu por ter feito a sala de jantar da patrulha. Obrigado Senhor. À noite deitado na grama olhando o piscar das estrelas, pensou consigo mesmo sorrindo. Quem dos meus amigos vai entender tudo isso? Perguntou para sí próprio. A dor dos ossos da junta reclamante, dos calos nas mãos ele sabia que iriam fazer efeitos no dia seguinte. Os ossos do corpo doíam e iam piorar, mas ele não se importava.

                                     Hora de dormir, disse o Monitor. Ele sorriu para seu amigo Monitor. Sabia que não fora um pária... Tinha feito sua parte. Ele entendeu agora quando o Monitor explicou que eram uma equipe, uma Patrulha. Todos colaboram para que a Patrulha possa ter sua casa, seu lar assim era o Campo de Patrulha.

                                     Dormiu feito um anjo e sabia que este dia seria para ele o inicio de muitos outros que iria mostrar a força de um trabalho em equipe. Amava sua patrulha e por ela daria sua vida. Agora ele sabia como era bom ser Escoteiro e feliz ajudando aos outros e ajudando a sí mesmo!

sábado, 26 de janeiro de 2019

Lendas da Jângal. Nos tempos das falas novas. Ele era o meu Balu.


Lendas da Jângal.
Nos tempos das falas novas.
Ele era o meu Balu.

Prólogo: abril de 1947, vi Naldinho com seu uniforme de lobo. Quem são? Ele me contou. Quer ser um? Pensei e falei com a mamãe. Ela sorriu. Se você gostar estou de acordo. Assim começou a história...

                            ... Você vai ser um lobo! – Foi curto e seco quando me disse isso. – Um lobo? Mas eu vim aqui para ser um escoteiro! – Ele não disse nada, nem sorriu olhou para mim e falou a única palavra que não entendi naquele dia: - Agora vais ser um Mogli depois um escoteiro! – Pensei comigo: - Seria um novo apelido? Já me chamaram de tantas coisas e até mesmo de ratinho branco que nunca gostei. Sei que era pequeno, ainda nos seis anos quase nos sete, mas sabia me virar, lutar pelo que era meu. Olhei para ele: - O que terei que fazer para ser um lobo? Ele sério me olhou e chamou Catapulta, que mais tarde seria meu Primo e era o Mor da Alcateia...

                            ... Deu-me uma mochila, das pequenas que o Grupo Escoteiro ganhou da Policia Militar. – Essa será sua. Leve para sua casa. Escreva seu nome e trate com carinho. Ela tem de durar para sempre! – Para sempre? Catapulta sorriu. – Para sempre completou. Durou sim, até quando fui para os seniores. Olhei todos no círculo. Alguns conhecidos do Grupo Escolar. Quem me convidou foi Piquitito, disse que lá eles me protegeriam. Saí com eles na estradinha dos Cunha como um bando de meninos matadores de aulas escolares. Cantavam uma musica esquisita: Rataplã não sei o que!

                            ... Avisei mamãe que ia ser lobinho. Ela riu. O que é isso? Escoteiro mamãe, vou ser um escoteiro Piquitito já é um deles.  Ela balançou a cabeça. Não foi até lá para saber o que era, autorizou com um leve toque de mão nos meus cabelos. Poucas vezes ficávamos na sede. Aprendi a carregar a mochila. Uma garrafa de Crush vazia, com água, um pão com manteiga, um canivete que papai me emprestou. Um mês depois já cantava o Rataplã.

                            ... Na curva da vertente havia uma árvore. Uma Gameleira sempre frondosa. Balu me disse: - Aguarde os tempos das falas novas... Você ficará maravilhado com suas flores. - “Voltei para ver-te velha Gameleira, imponente estandarte que desafia o tempo... Plantada, hirta, à beira do caminho deixando-se mover apenas pelo vento”... Não perguntei o que era Falas Novas, sabia que um dia meu Balu iria me ensinar...

                             ... Na loja do Seu Nonato mamãe comprou o brim azul. Durou... Como durou. Ela mesmo fez a blusa e a bermuda. Meu Balu me explicou a promessa. Não me disse a Lei do Lobinho, acho que ele não sabia. Aprendi muita coisa, a afiar o canivete, a fazer seis nós escoteiros, a seguir uma pista, a cantar a Árvore da Montanha, a mostrar o azimute nos 4 pontos cardeais. Ensinou-me o Grande Uivo que só era realizado quando de uma promessa ou da entrega de uma estrela.

                             ... Tempos das falas novas... O que seria? Um dia vi na Gameleira muitas flores, olhei para o meu Balu: - Está nos tempos Balu? Ele me olhou sem sorrir. – Chegou à primavera... E nada mais disse. O tempo foi passando, aprendi a ser Mogli sem saber o que era. Zás Trás da Cinzenta me disse que era um Menino Lobo. Onde? Não sabia. No carro da Kolynos nunca passaram o desenho do tal de Mogli. Eu gostava mesmo era do Popeye e do pica-pau.

                             ... Estrada dos Afonsos, Porto São Miguel, Pedreira do Rio Doce, Mata do Jambreiro, Serra do Ibituruna, Cascata da onça, Trilha do Coral. Tornaram-se parte de mim. Conhecia cada árvore, cada córrego, cada rio cada pedra... Mamãe ficou no portão da sede no Clube Peçanha onde era a sede e eu ia fazer a promessa. Minhas duas irmãs ao lado dela. Choraram quando jurei a Bandeira. Ceceia a mais velha costurou o distintivo de lobo no bolso da camisa. Chefe João Soldado me presenteou com o Lenço verde e amarelo. Já sonhava com a primeira estrela... E a segunda?

                             ... Meu Balu era meu mestre, meu Chefe, meu herói. Negro, magro, com seus 26 anos não era de falar muito. Um dia disse que na Selva quem mandava era o Akela. Quem? Perguntei. Não é o senhor? – Ele custou a responder que Akelá era o Chefe dos lobos da selva. Pela primeira vez contou sobre Baguera, sobre Kaa, sobre Shery Can. No final pela primeira vez eu o vi dar um sorriso: - Nos mostrou a capa de um livrinho chamado o Manual do Lobinho. Eu já sabia ler, mal, mas lia.

                                 Para levar para casa tinha de entrar na fila. Haviam 16 lobinhos na minha frente. Esqueci-me do livro. Tirei minha primeira estrela e minha segunda estrela. Mamãe e minhas irmãs na porta da sede chorando de alegria. Chegou o dia, Meu Balu me disse que seria escoteiro. Surgiu uma vaga na Patrulha Lobo. Fiquei triste, muito triste. Não havia passagem só um até logo aos lobos que ficaram. Muitos dos lobos antigos já eram escoteiros. Na Lobo só Naldinho da Matilha Marrom.

                                Parti rumo à cidade dos homens. Agora seria escoteiro, quando me despedi chorei. Dei um abraço apertado no meu Balu. Nunca mais o esqueci

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

O Tribunal de Honra (Corte de Honra). Final. Por Mr. John Thurman – Antigo Chefe de Campo de Gilwell Park.



O Tribunal de Honra (Corte de Honra). Final.
Por Mr. John Thurman – Antigo Chefe de Campo de Gilwell Park.

Prefácio: - A serie sobre o Tribunal de Honra (Corte de Honra) termina aqui. Muito do que John Thurman escreveu deixei de publicar. Vale a pena conhecer todo seu pensamento sobre o tema. Estou fazendo um compendio de 19 paginas e logo poderei enviar aos interessados. Aguardem contato.

A sala do tribunal de honra.
O local do Tribunal de Honra pode ser decorado como foi decidido pelo Tribunal de Honra, talvez com a Lei Promessa Escoteira colocado em um lugar de destaque, o Jornal Tropa, A Bandeira Nacional em um pequeno mastro, um quadro contendo o crescimento dos participantes tais como Liz de Ouro etc. Troféus e uma sala que conheci tinha uma mandíbula antílope que de alguma forma foi à força motriz por trás do acampamento de verão 1959.

Eu sei que muitos que lerem isso dirão que precisam de uma sala maior e isso dificulta para a maioria dos Grupos Escoteiros. A Sala do Tribunal de Honra pode ser semelhante a uma Sala de Patrulha, o tipo de lugar que servirá ao nosso propósito: um loft, uma bodeguita ou algo assim sem uso. Se o caminho for mostrado aos Monitores de Patrulha, eles farão um esforço para encontrar seu próprio Tribunal de Honra, especialmente se lhes disserem que será deles e que ninguém mais será admitido a ele.

Frequência das reuniões.
Com que frequência o Tribunal de Honra deve se reunir? Não existe uma resposta simples ou única para esta questão. Deve reunir-se formalmente pelo menos uma vez por mês, mas terá que se reunir em qualquer emergência e para qualquer propósito especial. Quando a Tropa estiver no campo, o Tribunal de Honra deve se reunir diariamente, preferencialmente no final de cada dia, quando as Patrulhas forem para a cama sob o comando dos Sub Monitores.  Para reuniões mensais deve haver uma agenda, com horários definidos e não se esquecer do escriba que será o responsável. Eles devem manter a dignidade e fixidez ao trabalho do Tribunal de Honra.

Punições
Houve um tempo, em dias bons ou ruins, de acordo com a vontade de ver o assunto, no qual o Chefe da Tropa premiou como punições coisas como descascar batatas, cavar latrinas, relógios de noite e muito trabalho necessário, mas sem graça e essencial. Para o acampamento Ao longo dos anos, aprendemos melhor e agora entendemos que qualquer trabalho que tenha que ser feito para o benefício da Tropa como um todo não é uma punição, mas algo muito maior que um dever, já que é um privilégio ser designado para tentar Faça algo pela tropa. Uma vez que o Tribunal de Honra tenha aceito esse ponto de vista, e não seja difícil aceitá-lo, imediatamente fecharemos a porta à má ideia de que o trabalho seja classificado como uma punição.

Inevitavelmente, há casos em que alguma forma de ação é necessária. Como último recurso, o Tribunal de Honra pode suspender um Escoteiro da Tropa, mas deve ser o último recurso. Deve-se dizer, no entanto, que nunca devemos permitir que toda a Tropa seja sacrificada devido à incapacidade de um de seus membros se conformar. Espero que na maioria das tropas a questão de suspender um menino do Escotismo seja apresentada como uma raridade. Por outro lado, há punições que de tempos em tempos precisam ser consideradas, e espero que a punição principal seja privar o menino de seus privilégios de que o bom escoteiro vença.

O Tribunal de Honra deverá ser guiado com habilidade e tato pelo Chefe da Tropa, uma vez que os meninos estabelecidos em júri de cada um dos outros são geralmente muito cruéis; O chefe de tropa deve ver que a justiça moderada clemência e ele vai encontrar-se frequentemente na posição de 'Advogado do diabo'. Não é uma coisa ruim para suspender um Scout, especialmente coisas que são conhecidas para desfrutar, mas a suspensão não deve ser de longa duração, talvez duas reuniões de tropas e um fim de semana de acampamento ou algo assim em passeios.

No que diz respeito a esta questão da punição, talvez acima de todos os outros, devemos ter cuidado para que o Tribunal de Honra reúna-se com sigilo e que sua decisão não seja divulgada a todos. Um último ponto está faltando: quando é apropriado punir um dos meninos, o Chefe de Tropa deve aceitar toda a responsabilidade e não tentar se esconder atrás do Tribunal de Honra. Com efeito, isso significa que o chefe de tropa deve concordar com a decisão tomada pelo Tribunal de Honra ou, para ser mais prático, ele deve se certificar de que o Tribunal de Honra chegue à decisão que deseja alcançar.

Normas de comportamento.
Estamos novamente nesta questão de manter a honra da Tropa. Através do Tribunal de Honra e do exemplo dos Monitores de Patrulha que o formam, os mais altos padrões possíveis devem ser estabelecidos com respeito à elegância, comportamento público, linguagem, acampamentos e eficiência geral. Uma vez que o Tribunal de Honra tenha aceitado sua responsabilidade neste aspecto, imediatamente haverá um modo mais efetivo de alcançar um espírito correto na Tropa, melhor do que através de conversas e discursos do Chefe da Tropa. O orgulho de membro é essencial para o Movimento Escotista como um todo e para cada indivíduo da Tropa. Todo garoto deve acreditar que ele está na melhor patrulha da melhor tropa do mundo. Isso não significa que você considere as outras tropas menos do que poeira.

Elegância
Orgulho do uniforme: Conselhos aos Aspirantes para adquirir a melhor qualidade que possam comprar; certifique-se de que cada rapaz saiba o local exato aonde cada crachá vai (nenhuma dessas indicações vagas: "sobre o ombro esquerdo" ou "no bolso direito"). É o trabalho do Tribunal de Honra definir exatamente as regras e, para cada Guia de Patrulha individual, ver que seus membros escoteiros estão em conformidade com eles.

Comportamento em público
Não é fácil traçar a linha entre os espíritos elevados, que devem ser imitados, e ser uma ofensa a outras pessoas, mas a linha tem que ser traçada, e é melhor que seja feita pelo Tribunal de Honra. Na natureza dos eventos, muitas tropas se encontram diante dos olhos do público, ou em transporte público, ou em trânsito pelas ruas da cidade onde moram, etc. O Tribunal de Honra deve estabelecer as normas de comportamento no campo e na cidade, e talvez particularmente em relação aos acampamentos de verão. Lembro que os Monitores de Patrulha devem se orgulhar do que são e não ficar mostrando as duas fitas de monitoria.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O Tribunal de Honra (Corte de Honra). Parte II Por Mr. John Thurman – Antigo Chefe de Campo de Gilwell Park.



O Tribunal de Honra (Corte de Honra). Parte II
Por Mr. John Thurman – Antigo Chefe de Campo de Gilwell Park.

Prólogo: - Continuação sobre a explanação do Chefe John Thurman sobre o tema o Tribunal de Honra – A Corte de Honra.

- Talvez alguém que esteja lendo pense que deve iniciar o Tribunal de Honra quando a tropa tiver mais experiência em grupo. É um grande erro dizer: "Começaremos a Tropa primeiro e a Corte de Honra será desenvolvida mais tarde". A maneira correta é fazer o Tribunal de Honra funcionar corretamente e deixar que a Tropa cresça através dele. A primeira reunião é onde você começa a estabelecer a tradição, e se você fizer isso ou não, o resto será derivado. Um bom começo para qualquer novo esforço é de grande valor. Sem um esforço consciente para estabelecer uma tradição que vale a pena, inevitavelmente começará de maneira errônea. 

- Se você está começando uma nova Tropa, presume-se que você tenha a sabedoria para iniciá-la com poucos garotos ou, em qualquer caso, Dê atenção especial aos Candidatos Seniores, que serão o primeiro lote de Monitores e Sub-monitor. Tão logo tenham passado nos testes de classes e tenham feito sua Promessa, eles devem constituir uma Corte de Honra e começar a estabelecer as tradições nas quais a Tropa será baseada. Isso dará aos Monitores de Patrulha selecionados um senso de responsabilidade e a oportunidade imediata de fazer sugestões sobre as atividades; sobre quem e quem não será admitido; e, não menos importante, será através do Tribunal de Honra que você, como seu diretor, começará a entender os personagens dos seus Monitores de Patrulha. 

- Naturalmente, muito disso é válido para tropas estabelecidas. É necessário fazer uma pausa e lembrar que a criação de qualquer Tribunal de Honra é, por necessidade, constantemente mudando; os meninos crescem no Escotismo e passam para outra seção do Movimento; É uma estranha Tropa em que todos os indivíduos do Tribunal de Honra permanecem os mesmos por mais de doze meses. Portanto, temos o problema continuamente ou, a meu ver, a oportunidade contínua de passar pelo Tribunal de Honra, o mesmo treinamento, a mesma oportunidade de absorver a tradição e a mesma oportunidade de aceitar a responsabilidade, em um fluxo interminável de aspirantes a suas fileiras.

- Devo discutir sobre a participação do Tribunal de Honra. É óbvio que os Monitores de Patrulha auxiliam e, no caso de pequenas tropas, os Subs-monitores também. Se isso trouxer a questão: "O que é uma pequena tropa?"; Responderei que uma tropa de três ou menos patrulhas é uma pequena tropa e que os Subs-monitores devem participar de tudo, exceto dos assuntos internos da Corte de Honra, aos quais me referirei mais tarde. Se a Tropa tiver mais de quatro Patrulhas, acho que os Subs-monitores não devem fazer parte do Tribunal de Honra, exceto em ocasiões em que um Monitor de Patrulha esteja lamentavelmente ausente. Eu acho que o Tribunal de Honra funciona melhor quando é pequeno; na verdade, é uma patrulha de monitores guiada pelo chefe da tropa.

O chefe de tropa
- BP disse isso sobre a posição do chefe da tropa em relação ao Tribunal de Honra: 'O chefe da tropa participa das reuniões, mas não vota'. No "Guia de Patrulha", o cartunista produziu uma deliciosa caricatura mostrando um Chefe de Tropa que claramente tentou votar, reclinou em sua cadeira com um grande impacto na cabeça, enquanto os monitores de Patrulha firmaram um acordo em um caminho anti-culturista, mas seguro com seu desejo de intervir.

- Você notará que nada é dito sobre os subchefes de tropas. O primeiro vice-Troop, a pessoa que eu chamaria de 'Vice Chefe Escoteiro', ele sempre pode assistir o Tribunal de Honra para garantir a continuidade e porque são necessárias no que diz respeito a outras questões do Tribunal de Honra outros Scouters de o mesmo chefe de tropa para saber o que está acontecendo, mas o Tribunal de Honra não deve ser aberto aos instrutores ou outros assistentes sem um certificado de ofício. Se você puder estabelecer que um convite para as reuniões do Tribunal de Honra é um privilégio e não um direito, ele irá muito bem pelos canais corretos.

- Então, para resumir, o Tribunal de Honra será composto de todas as patrulhas, o primeiro monitor (se houver), que pode atuar como Presidente dos Debates, os segundos (no caso de uma pequena tropa ou como delegados do Monitor de Patrulha), o Chefe Escoteiro e um ou dois Vice Troop, que assistem como assessores, mas sem direito a voto.

- O Chefe da Tropa não (não repito) assume a Presidência dos Debates. Alguns adultos parecem ter um desejo extraordinário de tomar a presidência em todas as ocasiões possíveis, mas o Tribunal de Honra, não importa o quão ideal pode ser o Chefe Escoteiro, apesar de tudo capaz que seja, vai ficar de fora debates. BP recordou que o Tribunal de Honra é uma representação adequada dos meninos, seu trabalho é direto e que o Chefe Escoteiro está lá apenas para aconselhar e não interferir. O primeiro Monitor ou o Monitor mais antigo é o Presidente dos Debates óbvio, embora haja alguma vantagem nos debates presidenciais que mudam a cada três meses.

'Suas decisões são secretas'.
"Os membros do Tribunal de Honra são obrigados a manter segredo". Que previsão sábia é essa que o Fundador fez, e quão tolo seria ignorar isso! Alguns adultos têm uma capacidade infinita para quebrar o romance do escotismo. Uma das características essenciais de uma Tropa Escoteira é o prazer próprio de um menino normal em sociedades secretas. Essa fidelidade em guardar segredo deve ser um dos privilégios de ser um Monitor de Patrulha. Corretamente gerenciado, ele irá deliciar o Tribunal de Honra e estimular o resto da Tropa, embora conduzido em excesso, pode se tornar um absurdo, produzir os rumores mais implacáveis ​​e terminar em uma confusão pronunciada. Quando manuseado de forma inteligente, a fidelidade ao sigilo é um ingrediente muito valioso no bolo do Escotismo.

BP continuou dizendo: "Somente as decisões que afetam a Tropa como um todo, como nomeações, competições, etc., serão tornadas públicas." Bem, vamos nos ater à ideia (isso é tão sensível) e pelo menos vamos tentar deixar os Guias de Patrulha informarem suas Patrulhas ao invés do Chefe de Tropa sempre contando coisas para toda a Tropa.
Continua...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O Tribunal de Honra (Corte de Honra). Por Mr. John Thurman – Antigo Chefe de Campo de Gilwell Park.



O Tribunal de Honra (Corte de Honra).
Por Mr. John Thurman – Antigo Chefe de Campo de Gilwell Park.

Prólogo: O que é? O Tribunal de Honra é tão antigo quanto o Escotismo e, em minha opinião, é absolutamente fundamental para o sucesso do Escotismo na Tropa.

Maravilhosamente definido como é, representa um conceito dogmático. Sem o Tribunal de Honra tentando realizar seu trabalho de forma eficaz, o próprio Sistema de Patrulha não está destinado apenas a falhar, mas em alguns aspectos será potencialmente perigoso. Através do Escotismo sempre temos o problema de desenvolver, por um lado, a autoconfiança, que é algo muito diferente da auto-suficiência, e, por outro lado, mostrar ao menino através das atividades do Escotismo suas relações com as outras pessoas, gradualmente dando-lhe uma imagem desinteressada de tudo o que ele faz. O Sistema de Patrulha aplicado sem o Tribunal de Honra pode quase imperceptivelmente levar ao egoísmo, arrogância e muitas outras características indesejáveis. Portanto, devemos inevitavelmente chegar a este ponto:

Quando eu penso sobre as tropas exemplares que conheci ao longo dos anos, das tropas que eu tenho sido orgulho de parabenizar este país e muitos outros, e novamente fiquei impressionado com o fato de que estes eram ou mesmo eles são soldados no qual o Tribunal de honra realizados suas funções como o fundador concebeu, e foi autorizado a realizar o seu trabalho, com líderes da patrulha tinha um senso de responsabilidade altruísta, onde a ênfase era sobre a honra a Tropa.

BP planejou isso.
BP era um homem essencialmente modesto e muitas vezes falava pouco sobre suas grandes idéias; Ele nos deu o germe da ideia e nos deixou levá-la para a prática. Sua primeira referência ao Tribunal de Honra é em 'Scouting for Boys' e eu o citei na íntegra porque quero que ele releia, aceitando-o sem reservas, porque vamos trabalhar nessa nomeação. Agora, quando digo reler, quero dizer devagar, ponderando cada frase, absorvendo seu significado íntimo e convertendo-a em sua compreensão e filosofia de seu Escotismo.

Trecho de 'Escotismo para rapazes'.
2 'O Tribunal de Honra é formado pelo Chefe de Tropa e pelos Guias de Patrulha, (Monitores) ou, no caso de pequenas tropas, pelos Guias de Patrulha e Submonitores. Em muitas Cortes, o chefe de tropa participa de reuniões, mas não vota.

O Tribunal de Honra decide sobre recompensas, punições, programas de trabalho, acampamentos e outras questões relativas ao manejo da Tropa. Os membros do Tribunal de Honra são obrigados a manter segredo; somente as decisões que afetam a Tropa como um todo, como compromissos, competições, etc., serão tornadas públicas.

Não apenas uma ideia
Uma das palavras mais estereotipadas na vida cotidiana é "inspiração". Eu digo estereotipado porque a inspiração só, etérea, nunca alcançou ou produzirá qualquer coisa; é somente quando a inspiração é construída sobre bases sólidas de fatos sólidos que conquistas tangíveis são possíveis. O Tribunal de Honra é, ou deveria ser uma conquista sólida.

Eu acho que a maioria das pessoas concorda que 'Escotismo para Rapazes' é inspirador; É inspirador, é claro, porque é prático, mas talvez você não tenha pensado que há inspiração naquela publicação aparentemente mundana como "Princípios, Organização e Regulamentos". Aqui há poucas frases tão boas no artigo referente ao assunto que nos preocupa: “O Tribunal de Honra é responsável por manter a honra da Tropa”. Pondere esta frase também e pergunte-se se o seu Tribunal de Honra faz algo que se aproxime dela. 

O artigo continua com outras coisas positivas, como a administração interna da tropa e as despesas dos fundos de Tropa; mas quero que você enfrente essa responsabilidade de salvaguardar a honra da Tropa; Eu quero que você aceite que esta é a primeira e mais importante função do Tribunal de Honra, e que a menos que você possa transmitir aos seus Patrulheiros este senso de responsabilidade sobre tradição e honra tanto pessoal quanto corporativa, seu Tribunal de Justiça. Honra não será a maneira como o Fundador a projetou, mas sim outro comitê de reunião. 

Os comitês, é claro, têm um lugar no escotismo, como em todas as instituições democráticas; eles têm problemas para resolver e obrigações a cumprir; mas o Tribunal de Honra está em um nível muito mais alto; eles estão primariamente preocupados com essas coisas reais, embora difíceis de expressar em palavras, como as emoções, sentimentos e sensibilidades das pessoas. É através do Tribunal de Honra que o espírito do Escotismo e, portanto, o verdadeiro espírito da nossa Tropa.

Muitos Chefes Escoteiros, quando há um complemento para o Tribunal de Honra, devido à nomeação de um novo líder de patrulha lembre-se reler as palavras constituintes que eu citei antes do 'para' e 'Escotismo para Rapazes'. Se você gosta, pode considerá-los como termos de referência, embora eu os considere mais importantes. Eu nunca conheci nenhum comitê que funcionasse efetivamente, a menos que seus objetivos tenham sido claramente delineados antes da reunião; o conhecimento do que devemos fazer é vital. Se é verdade que os adultos não podem esperar realizações de sucesso a menos que saibam o que estão tentando fazer, certamente isso é mais verdadeiro para um grupo de meninos.

Eu quero tentar guiá-lo no verdadeiro trabalho do Tribunal de Honra, através deste fundo de honra e propósito. Para começar, permita-me admitir voluntariamente que todos nós que tentamos colocar em prática o Sistema de Patrulha acharam isso difícil e às vezes desagradável; todos foram descontados por Monitor de Patrulha ou pela Patrulha individual. Por vezes, por Chefes Escoteiros, mas a reflexão me mostra que tem sido o esforço para fazer o trabalho de acordo com as orientações indicadas pelo Fundador, o que em última análise produziu o fortalecimento e a unidade espiritual, o que é essencial para a direção correta de qualquer Tropa. Em outras palavras, tenha fé no Método Escoteiro, não ceda a dificuldades.
Agora eu quero levá-lo frase por frase através desse parágrafo de 'Escotismo para meninos'.

Continua proximamente.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Eu sou assim mesmo! Apenas um Velho e antigo Escoteiro.


Eu sou assim mesmo!
Apenas um Velho e antigo Escoteiro.

                         Vez ou outra, um Chefe ou amigo recém-admitido em minhas paginas comenta em OF porque escrevo meus contos, histórias e crônicas, de maneira utópica, fantasista e muitas vezes irreal. Será? Não escrevo com o coração? Não sou um visionário, mas acredito na filosofia Badeniana, em sua essência na Lei e na Promessa Escoteira. Minhas escritas são diferentes, interponho meu coração e minha mente na frente do que penso escrever. Dizer que não piso na trilha de BP me deixa pensativo. Afinal sou assim e não culpo ninguém. Quem sabe o culpado sou eu.

                         Quando escrevo me apego ao que acho factual, concreto, que existe e não posso acobertar. Tenho sonhos sim, mas quem não sonha? No mundo da fantasia trabalham as Formigas e outras carregam a cigarra morta. Planto a árvore que me deu sombra, me trouxe o perfume de suas folhas, e finalmente planto um escotismo que acreditei, acredito e vou acreditar sempre. Desfaço os insensatos com suas maneiras habilíssimas de manter o poder. Não vou colocar ninguém no pelotão de fuzilamento.

                        Quando escrevo pode ser um conto da carochinha, um conto de vivências, um conto Badeniano ou mesmo um conto para elevar o astral das saudosas mil e uma noite de Betsabá.  Não escrevo mais nada... Escrevo escotismo, pois só isso posso hoje fazer. Quem dera pudesse pegar no batente e enfrentar a casta da nossa corte escoteira. Não dá mais. Assim eu escrevo para meus amigos virtuais, reais, escrevo também para aqueles que não me honraram com sua amizade. Se critico alguns é porque deram a volta no salte-o-obstáculo e não souberam voltar para a trilha do Escotismo de Baden-Powell.

                        Portanto meu amigo que me faz tantas perguntas eu as respondo aqui, pois sei que os tempos são outros, mas os meus motivos e minha maneira de ser escoteiro nunca se perderam no tempo. Não descosturo o escotismo moderno, apenas não me adapto. Não lutarei contra os moinhos de vento que me desculpe o Cavaleiro Errante Dom Quixote. Queria estar na linha de frente para mostrar que os caminhos são outros. Tantas coisas que não aceito, mas engulo. Não dá para mudar isso eu sei.

                        Se usam o lenço diferente se soltam a camisa, se usam chapéus que não acho condizente com meu passado, se mudam o sentido de um artigo da lei e da Promessa, se brigam ou digladiam entre si eu ainda acredito que uma volta nas origens possa acontecer pensando que o passado pode conviver com um escotismo moderno, e mesmo avançado para os padrões tradicionais.
     
                       As lutas, as discussões inúteis, o bate-boca aqui de muitos em respostas as minhas indagações eu retruco com um sorriso sem formar uma dissidência que não condiz com a voz da razão. Melhor é um aperto de mão, um abraço e um sempre alerta aprendido nas origens do fundador.

                       Meu amigo Chefe, seja você um simples voluntário ou mesmo um alto comissionado nas lides da hierarquia escoteira, espero que entenda meus escritos. Sinceramente? Não me julgo um escritor, um poeta mas simplesmente um Contador de Histórias, escrevendo semanticamente da única maneira que sei escrever.
Meu fraterno abraço, e sabia que amo muito sua amizade.
“Sempre Alerta”.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Uma conversa ao pé do fogo. Os contos da selva. Cinco ensinamentos de “O Livro da Selva” para os Lobinhos.



Uma conversa ao pé do fogo.
Os contos da selva.
Cinco ensinamentos de “O Livro da Selva” para os Lobinhos.

Prefácio: A narração a seguir pretende dar uma conotação e conhecimento da História de Mowgly e seus protetores e amigos aos que ainda não conhecem o fundo de Cena da formação dos Lobinhos. Os Livros de Contos podem ser excelentes transmissores de valores morais. Esse clássico é um exemplo disso. Vejamos quais os principais valores que podemos extrair de “O Livro da Selva”.

                            A famosa obra “O livro da selva”, escrita por Rudyard Kipling, é uma das referências quando o assunto é literatura infantil. Trata-se de uma coleção de contos, cada um trazendo uma moral importe que logo foram absorvidas por Baden-Powell fundador do Escotismo e levado ao Cinema em diversas interpretações.

                            Protagonizado por crianças e animais que falam, essas histórias trazem diversão e reflexão em poucas páginas. Kipling era inglês, mas nasceu em Mumbai na Índia em 1856. Seguramente esse é um dos principais motivos pela qual os protagonistas do livro, além de Mowgly, o menino lobo, serem característicos da selva. A princípio o livro não era destinado somente às crianças. Sendo assim os filmes sobre o tema contêm algumas mudanças em relação à história original.

RESUMO DA TRAMA.
Apesar de “O livro da Selva” apresentar uma coleção de contos curtos, existe uma trama que une os primeiros relatos. Um casamento é invadido e atacado por Shere Khan, um tigre de bengala que será o vilão ao longo do livro.  Ao fugirem um casal perde seu bebê, que logo e resgatado e criado por uma Alcateia de Lobos. Raksha, a mãe loba, o batiza como o nome de Mowgly. (Rã) já que ele não possuía pelo.

A Roca do Conselho (uma espécie de governo da alcatéia) existente dos pais adotivos do menino que dois membros que não fossem lobos intercedessem por ele para aceitá-lo como integrante. É nesse momento que aparece Balu, um urso que se tornará um dos seus principais companheiros, e Bagheera, uma Pantera. À Medida que Mowgly cresce, os animais o ensinam a Lei da Selva, que são os principais ensinamentos do livro.

Posteriormente o menino deixa a alcateia para viver em um povoado próximo, devido as notáveis diferenças com o resto dos lobos. Lá, Mowgly conhece o seu irmão adotivo Nathoo, que junto com os búfalos que criava se tornou decisivo na morte de Shere Khan, a premissa que Mowgly herdou de sua mãe.

Ao ver os meninos com os lobos, Buldeo, o caçador do povoado, coloca a população contra Mowgly dizendo a todos que ele é um menino lobo. É então que o menino abandona novamente o lugar, depois que a sua mãe adotiva, Messua, também fica ferida. À noite, em ritual de celebração, os lobos pedem a Mowgly que ele se reintegre à alcateia, mas ele não aceita. A partir daí, ele começa a caçar sempre com Akela e seus irmãos adotivos, os filhos de Raksha.

Com o final da história de Mowgly, acabam os primeiros oito contos da obra. Essa é a parte que aparece no filme o “Livro da Selva”. Depois aparecem novos personagens, como a foca branca Kotick ou o mangusto Rikki- Tikki- Tavi. Eles vivem as suas próprias aventuras, totalmente independente da história anterior. No entanto, também trazem aprendizados valiosos para os leitores desses contos clássicos.

CINCO ENSINAMENTOS DE “O LIVRO DA SELVA”.

- RESPEITO À NATUREZA – A história mostra o homem como um integrante parte de uma comunidade que inclui os animais e o meio ambiente. O cuidado com o planeta, apresentado no livro como um lar, provedor de alimento e refúgio, é um valor essencial que o autor transmite aos jovens leitores.

- A VERDADEIRA FAMÍLIA É AQUELA QUE NOS AMA – Apesar de a sua separação ser forçada e de quase terminar em tragédia, Mowgly foi criado por seres que não tinham nada a ver com a sua linhagem. Depois, ele é adotado por uma família humana que também oferece amor. Dois exemplos de um profundo ato de afeto, como é o caso da adoção.  

TOME CUIDADO EM QUEM VOCÊ CONFIA – Nos momentos de confusão e de fraqueza, Mowgly é tentado pela serpente Kaa para que se torne seu amigo. No entanto o menino não cai no seu jogo, já que sabe que as suas intenções não são as melhores.

OS AMIGOS SEMPRE ESTARÃO AO SEU LADO – Ao longo da história, Mowgly enfrenta diversas ameaças, rejeições e desafios. Mas uma coisa permanece imutável: Balu e Bagheera, seus amigos desde o começo das suas aventuras na selva. Uma mensagem de lealdade direcionada principalmente para as crianças.

BUSQUE SOMENTE O NECESSÁRIO – Como diz Balu na sua música contagiante, não devemos ir somente em busca das coisas materiais. Como disse o urso: Não abuse do trabalho, muitos frutos deliciosos tem espinhas por fora.

                          Se você ler “O Livro da Selva” ou ver algum dos seus filmes, com certeza encontrará outras morais para transmitir e sobre as quais conversar com seus lobos ou filhos. Essa história está repleta de momentos de aprendizado, por isso é ótima para contar as crianças e ótima para desenvolver o intelecto dos Lobinhos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O que esperamos da sociedade brasileira.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O que esperamos da sociedade brasileira.

Prologo: Cidadão consciente - Exercer a cidadania é, acima de tudo, buscar uma sociedade melhor para todos, a fim de que exista mais liberdade, justiça e solidariedade. Você pode ser mais cidadão. Entenda e participe ativamente da vida e do governo de seu povo. Exerça seus direitos, cumpra seus deveres e lute por um país melhor.

                    Primeiro reconhecimento. Que somos um movimento educacional que colabora na formação do jovem por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira, e através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazer com que o jovem assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina. Se isto é que nós esperamos será que estamos fazendo por merecer a confiança de sermos um movimento sério, com valores cujos exemplos são mostrados em nosso dia a dia como chefes escoteiros? Temos mostrado nosso garbo, nossa elegância, boa aparência, ser visto e elegante ao vestir e impecavelmente bem uniformizado? Ou será que isto hoje em dia nada significa para a sociedade brasileira?

                      Se cada um em particular pensar bem, com raras exceções será que somos um exemplo para que acreditem em nós, será que nos primamos pela aparência respeito por parte daqueles que precisamos para fazer funcionar a roda da formação escoteira que nos move na nossa luta para fazer do jovem alguém que a sociedade possa acreditar? Sabemos que temos muito a dar e que é a sociedade brasileira quem precisa de nós, mas não é isto que estamos vendo. Sem perceber nos mostramos diversamente contrário, onde nós sim é que precisamos dela. Afinal não somos professores, onde exaltamos a nós mesmos pela abnegação, disciplina e altruísmo, sem salários, muitas vezes usando nossas parcas economias, querendo ajudar e quase sempre temos que pedir insistir na colaboração de um ou outro órgão governamental ou mesmo empresarial político ou religioso?

                      Sem perceber erramos de muitas formas. Erramos por não saber escolher nossos lideres que deviam trabalhar em função de informar e mostrar a esta Sociedade Brasileira o que somos. Temos ainda um grande erro de não termos formados como pensamos ser o método do B-P e com isto ainda não temos frutos no meio desta sociedade que alcançaram um status-quo para exemplarmente darem seu testemunho ao valor da formação escoteira. Em outros países, tão sobejamente copiados na sua apresentação pessoal, temos exemplos às centenas todos eles dando seu testemunho do valor do escotismo na formação dos jovens. Eles na sua maneira de se apresentar criaram uma extraordinária qualidade de glamour que enaltece o escotismo como um todo perante a nação.

                       Aqui ainda não conseguimos isto. Afinal só nossa apresentação deixa muito a desejar. Um Velho Lobo conhecedor emérito do escotismo ficou estupefato com a apresentação de vários grupos quando de uma apresentação em uma solenidade estadual. Suas palavras não foram bem absorvidas, pois isto se repetiu na semana da pátria em varias apresentações Escoteiras. Claro, sem generalizar muitas unidades Escoteiras deram bons exemplos do seu garbo, da sua maneira elegante de se comportar trajando ou vestindo uniforme com correção. Muitas vezes o próprio líder, o Chefe se apresenta de maneira desleixada, prejudicando a apresentação que devia fazer em publico colocando peças que não são aprovadas em nosso P.O.R. Difícil tentar analisar a apresentação dos demais cujos chefes deram a liberdade com seus exemplos de uma maneira equivocada, basta dizer das facilidades que o próprio P.O.R deu quando da implantação do vestuário escoteiro.

                      Alguém um dia comentou que é de interesse dos nossos órgãos diretivos ter grupos pequenos ao contrário de grupos maiores. Acho difícil manter jovens por muito tempo sem nossos métodos e eles dificilmente alcançaram seus objetivos com poucos jovens tentando fazer com que o escotismo funcione corretamente. Se procurarmos honestamente ver que estamos caminhando em trilha desconhecida, se nos conscientizarmos que nossa apresentação pessoal é um passo para darmos testemunho do nosso valor, dentre outras normas de conduta ainda poderemos um dia mostrar a nossa sociedade brasileira que o escotismo é a única maneira de formação de caráter até hoje existe entre os jovens.

                   Quando motivarmos a juventude escoteira que o escotismo é saudável, é valido, é gostoso, é uma maneira de aprender fazendo, é ter liberdade para aprender com seus erros, este jovem irá acreditar mais na formação escoteira e quando na sua vida adulta irá sem sombra de dúvida dar seu testemunho e colaborar dentro de suas possibilidades na manutenção direta ou indireta onde for procurado para ajudar. Mas sem termos uma apresentação pessoal isto dificilmente será atingindo. As frases feitas que o Escoteiro se conhece pelo seu sorriso, pelo seu amor ao próximo e pelas suas boas ações não precisando de um uniforme ou vestuário para dizer que ele é Escoteiro tem um significado menor. Ainda não chegamos a tal ponto em que qualquer organização seja educacional ou de outra envergadura possa dispensar a uniformização. Os Colégios e outras associações estão aí para que possamos ver como eles se apresentam.

                      Portanto posso afirmar que ter garbo é ser sutil na maneira de vestir, na maneira de agir, é saber se comportar de forma elegante, demonstrando educação e distinção. Ter garbo é também ter cavalheirismo, ter gentileza, ter distinção de maneiras, ser amável e ter delicadeza de expressão. Ser garboso é ser uma pessoa que tem sentimentos de dignidade, de brio, decoro, de classe e cordialidade. A expressão “Os escoteiros desfilam com garbo” é usada para fazer referência à postura de sua organização, onde os escoteiros desfilam com um porte suntuoso e elegante. Precisamos manter isto na mente. Até mesmo individualmente somos observados por esta sociedade brasileira que ainda espera muito de nós para ela se convencer que somos um movimento de caráter embora nós não temos nenhuma dúvida.